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Veja no vídeo como é a ciclovia que acompanha o poluído rio Pinheiros, dentro da cidade de São Paulo. Será que agora, com a ciclovia, o abandonado e ignorado rio voltará a fazer parte da metrópole?
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Até a semana que vem vou publicar por aqui alguns vídeos sobre meio ambiente que fiz durante viagens. Acima, segue um sobre a modesta ciclovia da cidade de Campos do Jordão, no interior de São Paulo. Apesar da cidade estar incrustada em plena Serra da Mantiqueira, a ciclovia é plana. E, mesmo com os altos e baixos, recomendo passeios de bike pelo município. É completamente agradável se perder pelas ladeiras entre as araucárias. Além disso, usando a bicicleta como meio de transporte e lazer você evita o trânsito e diminui a emissão de carbono.
O cotidiano de quem mora em ilhas – com exceção de algumas como Florianópolis e Manhattan, claro – é bem diferente se comparado ao dia a dia daqueles que vivem em centros urbanos. Os habitantes têm uma relação mais próxima com o meio ambiente que o cerca e tem noção que dependem diretamente da natureza. Por exemplo, é comum as operadoras de turismo cancelarem passeios quando o mar está “mexido” (agitado demais). Infelizmente, nesses casos, alguns pescadores se arriscam devido às suas condições econômicas. De qualquer maneira, os habitantes, de modo geral, percebem quando é melhor fincar o pé em terra firme. E, assim, para garantir a própria preservação naquele ambiente isolado, colocam em prática os conhecimentos empíricos – aqueles adquiridos pelas experiências cotidianas.
Reflita sobre o seu direito de ir e vir. Ele pode ser mais simples e feliz do que imagina. Boa jornada!
Outra possível resposta para nossa dúvida são as plantas. Tenho oito vasos na sala – sendo um aquela garrafa com trigo seco. Elas colorem o ambiente ao mostrar em suas folhagens e flores em qual estação do ano estamos – outono, inverno, primavera ou verão. Apontam se o clima está seco, quando sugam mais água, ou úmido. Também se está frio, ou seja, época em que podem crescer menos ou necessitam de menos água. Outras vezes, as plantas pedem ajuda para lutarem contra os pulgões – ô praguinhas! Essas protagonistas nos lembram que fazemos parte da natureza e do meio ambiente: dependemos da terra, da água e do ar. Quer sensação mais calmante do que o cheirinho de mato molhado? Ou pasmar observando o vento balançando as folhas? Elas remetem esse passado não tão distante abandonado para vivermos empilhados sobre o cimento e nos achando independentes da Terra em que habitamos. As plantas dão vida ao concreto pintado.
Passei minhas últimas horas em Santiago, no Chile, dentro de um shopping. Não gosto de lugares fechados repletos de luz artificial durante o dia, de experimentar roupas e nem de comprar compulsivamente. Porém, resolvi conferir se os produtos vendidos no Brasil são, realmente, mais baratos no Chile como muita gente me contou antes de eu embarcar. É verdade: no vizinho há menos imposto sobre produtos importados. Apesar dessa oferta, o que realmente me marcou foi o “pequeno” bicicletário do tal shopping.
Não quero ser igual aos homens. Aliás, nem se quisesse conseguiria. Nasci com os dois cromossomas “sexuais” femininos XX – e não os XY masculinos. Vim ao mundo com os órgãos reprodutores femininos, tensão pré-menstrual, tenho menos força física que a maioria dos homens da minha própria estatura. Poderia amenizar essas características para me tornar mais parecida com um homem? Sim, mas não quero – e nada contra quem tem esse desejo. As pessoas por essência, por nascença, por vontade, são diferentes. Devo ser respeitada pela mulher que sou.
Nossa cultura brasileira está muito, ainda, presa às dicotomias. Ou se é feminista, ou se é machista. Se parece atraente, não deve ser inteligente. Se gosta de se cuidar, é fútil. Se se diverte com futilidades, não tem conhecimentos gerais. Recebo muito, mas muito e-mail de homens reclamando da minha posição neste blog dizendo que sou feminista radicalmente exagerada. Pleonasmo. Eu sou mulher, sinto minha condição feminina na pele e quero alertar contra o preconceito que sofremos diariamente – sim, todo dia – nessa bola de neve calorenta.
Recentemente, uma amiga foi a uma entrevista de emprego feita pela pessoa que seria o chefe dela. Uma semana depois, ele ligou pedindo para que retornasse à empresa para conversar mais uma vez. No local, o tomara-futuro-chefe revelou que, entre os mais de 100 currículos recebidos e sabe-se lá quantas entrevistas feitas pessoalmente, ficou em dúvida entre três mulheres. Após duas semanas de expectativa, recebeu o telefonema: um homem foi contratado. O diretor do tomara-futuro-chefe não aceitou uma mulher preenchendo o pretendido cargo de chefia. Pensava que ela – uma mulher! – não conseguiria liderar os subordinados homens.
Este post faz parte…
Por Amor à Vida: blogagem coletiva pelas mulheres
Não. E sim. Essa é uma discussão que a cada dia tem se tornado mais frequente nas conversas de bar, nas redes sociais e em meios de comunicação como jornais e programas de televisão. Quem morou ou passou um tempo em cidades interioranas com cerca de 100 mil habitantes, se não usou a bicicleta para se locomover, deve ter observado muita gente pedalando. O mesmo é válido para quem vive ou viveu na periferia da cidade de São Paulo. E engana-se quem pensa que a bicicleta é utilizada apenas agora como meio de locomoção.
Hoje em dia, com pessoas com maior poder aquisitivo e formadores de opinião usando a bicicleta como meio de transporte, as discussões sobre o espaço destinado às magrelas têm se tornado mais frequente. Acontecem debates que já deveriam ter ocorrido há muitos anos. Felizmente, essa força – independente da classe social, afinal a ideia é todos podermos compartilhar do desejo de ir e vir como nos convém sem, claro, prejudicar a liberdade do outro – já obteve avanços. Nem que seja como forma de lazer, como as ciclofaixas aos domingos e feriados, para apresentar a vida sobre duas rodas para aqueles que só tem a perspectiva de dentro do carro.
A ideia não é demonizar os carros e outros veículos motorizados. Nem impor o uso da bicicleta para todos. Mas pensar em alternativas de locomoção. Em integrar os meios de transporte. Se pode haver no metrô estacionamento para veículos motorizados, por que não podem existir bicicletários? Precisamos melhorar a nossa qualidade de vida para sermos mais felizes. Tomar as ruas, seja de bicicleta ou a pé, significa ter mais segurança e fazer parte da vida que passa pela janela.