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Olha o coco!

Continuando sobre minha viagem pelo Nordeste…
O estado de Alagoas é forrado de coqueiros. Eles estão por toda a parte. Inclusive, é bom olhar para cima, eventualmente… Para chegar à Praia dos Morros, por exemplo, tivemos que desviar dos cocos.
Existem algumas maneiras de visitar essa que é considerada uma das praias mais lindas do país: seguindo por uma longa trilha, de carro, caminhando por toda a Praia do Carro Quebrado, atravessando o rio Camaragibe a nado ou de balsa.
Para nós, o caminho mais perto e prático era de balsa. Paga-se dois reais – passagem de ida e volta – diretamente para o jangadeiro remar até a outra margem. O carro pode ficar estacionado na belíssima Barra de Camaragibe.
Para chegar até a balsa, deve-se caminhar pela areia por poucos minutos. Porém… Moradores da região falaram que era mais fácil atravessar uma fazenda de coqueiro. Péssima ideia. Havia pessoas colhendo os cocos – subindo nos coqueiros, cortando os cachos e deixando o coco despencar na caçamba de um caminhão-trator.
Os coqueiros são naturais do Brasil?
Certa vez, li que os coqueiros não são endêmicos do Brasil. Algum lugar afirmava que eles foram trazidos da Ásia pelos colonizadores, mas não achei um artigo que comprovasse essa suspeita. Eu sei que o litoral do Alagoas era forrado de Mata Atlântica. E, para variar, foi desmatado.
Passei por praias praticamente desertas como a do Toque, do Laje, do Patacho. De um lado, os pés são molhados por aquele mar verde-claro, azul-calcinha, verde-esmeralda e verde-água de tirar o fôlego. Do outro… observa-se terrenos com coqueiros e mais coqueiros. Estranho.
Tem pescador que não consegue morar de frente para o mar. Vive em dignos povoados na beira da estrada como São Miguel dos Milagres. Então, por que a faixa litorânea está repleta de coqueiros? Por que os pescadores não moram de frente para o mar?
Segundo alguns moradores com os quais conversei, isso ocorre graças à especulação imobiliária. Veja bem, o que pode ter outro nome. Pessoas de fora dessas cidadezinhas adquirem os terrenos de frente ao mar. Plantam coqueiros para dizer que a terra é produtiva. Pegou? Veja mais fotos aqui.

A cana-de-açúcar não abandonou Pernambuco

Enquanto Alagoas está repleto de coqueiros – vou fazer um post sobre isso -, desde 1500, Pernambuco foi tomado pela cana-de-açúcar. Antes, ela era cultivada para gerar o açúcar. Agora, também é usada na produção de etanol.
Por todas as estradas que passei como a PE-060, a PE-009 e a BR 101 – veja um roteiro resumido da viagem aqui, no Google Maps – apenas lembro de uma única vez cruzar uma Área de Proteção Ambiental (APA) de Mata Atlântica no estado de Pernambuco.
Durante praticamente todo o trajeto, a Mata Atlântica cedeu lugar à cana plantada até a beira das estradas. Inclusive, cultivada em cima dos morros (!) – observe na foto. As matas ciliares dos rios que vi foram preservadas. Mas alguns riachos chegam a cruzar estradas de terras – foto abaixo.
O pior não pára por aí. Para facilitar a colheita – ajudar a despalhar a cana -, em muitos casos ela é queimada. Eu vi a prática. O perigo é que o fogo pode alcançar as matas de preservação. Além disso, segundo pesquisas, as partículas suspensas entram no sistema respiratório. Elas podem provocar reações alérgicas e inflamatórias ou, se caírem na corrente sanguínea, complicações em diversos órgãos.
De acordo com a Fundação Joaquim Nabuco, “a cana-de-açúcar é plantada na zona da mata de Pernambuco, na chamada zona canavieira há quase 5 séculos. A área cultivada tem cerca de 12 mil km², fica situada próxima ao Oceano Atlântico, possui solos ricos para a agricultura, onde não há ameaças de secas e os rios são perenes”. Apesar do histórico, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2007, São Paulo é o estado que mais cultiva a cana-de-açúcar (58,8% da safra nacional).
No Nordeste, o sol da primavera é escaldante. Percorrendo as estradas, nossos braços expostos ao sol ardiam. Quando cruzamos a APA, uma brisa fresca tomou conta do carro. O barulho dos pássaros também nos deixou mais tranquilos.
Foi triste ver a riqueza do bioma-mais-lindo-do-mundo ceder lugar à monocultura da cana-de-açúcar. Minha vontade era de negar o etanol. Porém, ironicamente, o carro que usei no trajeto foi abastecido com álcool. Que, não sei até quando, ainda polui menos que o petróleo. Veja mais fotos aqui.

Por que os golfinhos acompanham os barcos?

Marque a opção que julgar correta:
a) Porque eles são exibicionistas.
b) Porque eles são curiosos.
c) Porque eles são machos pra cacete.
d) N.D.A.
A resposta certa é… “c”. Porque eles são machos pra cacete. Os golfinhos acompanham os barcos para defender as fêmeas. É o seguinte. A fêmea copula em cerca de dez segundos com vários machos. Eles ficam em fila indiana atrás dela. Como não existe exame de DNA, quando o bebê golfinho nasce, ninguém sabe quem é o pai.
Aí, quando aparece uma embarcação perto de onde eles estão, se os machos golfinhos acham que o barco pode trazer perigo para as fêmeas e seus filhotes, eles seguem em volta do barco. Até achar que as fêmeas e os filhotes estão em uma posição segura. Veja aqui fotos de um bando de golfinhos acompanhando meu passeio de barco em Fernando de Noronha.
Confira o vídeo que o @gustamn gravou no naufrágio do navio grego “Eleani Stathatos” na Praia do Porto, em Fernando de Noronha. É possível ouvir os golfinhos bem baixo, ao fundo:

Os golfinhos mais comuns encontrados na ilha são chamados de Rotador. Isso porque, para se comunicar, eles dão piruetas no ar. Conforme o golfinho cai na água, ele produz um tipo de turbulência que os demais interpretam. É apaixonante. Pena que não consegui bater fotos a tempo.
Os golfinhos-rotadores têm duas cores: cinza na parte superior e branca na inferior. Eles são pequenos com, aproximadamente, 1,50 m. Se alimentam à noite e descansam durante o dia. Antes, os turistas podiam nadar com os golfinhos em Fernando de Noronha. Segundo os guias, como muita gente puxava a cauda e as nadadeiras dos bichos, tornou-se proibido nadar com eles. Inclusive, é proibido passar de barco onde eles estão.
Na Baía do Sancho, por exemplo, existe uma placa avisando sobre a proibição. Em cima da falésia de 50 metros, fica um fiscal do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) com binóculo. Pronto para multar quem não seguir a lei. Mas… se você estiver nadando ou o barco passando e o golfinho for ao encontro, divirta-se! Para saber mais sobre esse animal, indico o site do Projeto Golfinho-Rotator Fernando de Noronha.

Eu vi jacaré no Rio São Francisco

Não é história de pescador. Acompanhe.
Cheguei de avião em Maceió. A cidade é ajeitadinha. Passei pela região do porto. Ela possui prédios históricos bem bonitos, mas mal conservados. Muitos servem de cortiço – como ocorre em várias cidades brasileiras. No canal, lixo mais lixo levado ao mar.
Triste foi ver, na saída da capital para as praias do sul do estado, uma empresa relacionada ao petróleo no meio de uma região de Mata Atlântica. Aliás, área que a empresa diz conservar ao lado de um afluente gigante.
Na estrada, coqueiro, areia, alagados e buracos. O destino era Piaçabuçu na divisa com Sergipe. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia (IBGE), o povoado nasceu nos tempos de exploração do baixo São Francisco. O local era o ponto preferido pelos que atravessavam o Rio São Francisco, quando viajavam por terra para Pernambuco e Bahia.
“Consta que o português André Dantas, tendo um grupo de homens sob as suas ordens, entre 1660 e 1670, penetrou no Município, em 10 de outubro, dia em que se comemora a conservação de São Francisco de Borja. Com palha de palmeira construiu-se pequena barraca, dando-lhe a forma de igreja, em honra daquele santo. Assim, surgiu o povoado. O nome é antiqüíssimo e vem desde o início do povoamento. Tem origem indígena: ‘piaçava’ (palmeira), ‘guassu’, grande. Foi motivado pela abundância de palmeiras. Em maio de 1882 foi elevado à categoria de Vila, sendo desmembrado do Município de Penedo”.
A cidade de Piaçabuçu é en-can-ta-do-ra. Ela foi cenário de “Deus é Brasileiro”. Ficamos lá um sábado e um domingo. As residências são coladas umas nas outras. Praticamente, todas as casas possuem uma porta e uma janela para a rua.
Como antigamente ocorria em São Paulo, os moradores se sentam às portas de suas casas para ver o movimento e jogar conversa fora. Nas praças, carros com som alto – isso é uma praga – e os adolescentes no entorno. As ruas são de pedras. Nas manhãs, os moradores colocam as gaiolas de passarinhos – pena – para fora de casa. Ou penduram em árvores nas praças ou ao lado da porta da rua.
Como uma boa jornalista, antes de viajar pesquisei sobre a cidade. Li em algum lugar da internet que os pescadores estavam com problemas. Devido às mudanças que o homem tem feito no rio ao longo dele, os peixes estariam escassos.
Lá fui eu tirar a dúvida com os pescadores. Eles me disseram que não tem tanto problema com a pesca. Mas… é na cooperativa de pescadores que pode se fechar os passeios de barco pelo rio até sua foz. Um deles me disse que é mais vantajoso trabalhar com o turismo do que com a pesca. E isso, em outras regiões do Alagoas, vários afirmaram. Muitos, mas muitos mesmo, tiram renda das duas atividades.
Ver o Velho Chico de perto é um sonho mesmo para quem é do Sul do Brasil – como eu. Afinal, ele é uma lenda! A primeira vez que o vi foi em Penedo, após me instalar em Piaçabuçu. Uma cidade repleta de igrejas e casarões históricos, mas muito mal conservados. Mesmo assim, a cidade é linda. São arquiteturas de diversas épocas e estilos. É de lá que saem balsas para Sergipe – que pode ser visto na outra margem do rio.
No passeio de barco pelo rio, que sai de Piaçabuçu, a paisagem muda aos poucos. De florestas com palmeiras, passa-se por mangues, riozinhos que desaguam no Velho Chico, Mata Atlântica, Alagoas de um lado, Sergipe do outro. Até que, aos poucos… Aparece uma ponta branca lá na frente. São as dunas. E as piscinas naturais formadas na maré baixa.
A cor do rio é verde-escuro. E, claro, ele cheira e sua água tem gosto de… rio! No raso, a água é transparente. E mesmo na foz ele é largo. No total, ele possui 2.800 km de extensão e drena uma área de aproximadamente 641.000 km², de acordo com a Administração da Hidrovia do São Francisco.
Como pode observar nas fotos, suas dunas não são altas. E vão embora acompanhando o mar. Fiquei deitada tomando sol em uma delas. Ao deixar o local, já no barco… Uma surpresa. Avistamos um jacaré tomando sol na mesma duna que eu! Praticamente, a 100 metros de onde eu estava. Apenas não o vi antes porque a areia fazia uma curva!
Ele estava tomando sol, com a água batendo em seu peito. Quando descíamos o rio, bem que pensei: “Aqui parece existir jacarés”. Mas… deixei para lá. Até ver esse! Ele era pequeno e se assustou com o barulho do barco. Entrou correndo na água do rio. Até eu pegar a máquina fotográfica… Consegui tirar a foto acima dele já dentro d’água.
Nem os pescadores acreditaram na história que contei. Porque o barqueiro também não viu o jacaré. Tive que provar mostrando a foto. E mesmo assim… Eles olharam desconfiados. Ele era lindinho. Na hora, também lembrei de uma matéria que fiz para o iG sobre crocodilos – e jacarés – em águas salgadas. Comprovei. Leia a matéria aqui. Veja mais fotos deste post ali – detalhe, repare como os nomes dos barcos são filosóficos. Segui minha viagem ainda mais feliz.

Fotos aéreas exclusivas do Brasil

As belas paisagens começaram a aparecer do avião. Eu tentava adivinhar qual era cada lugar lindo que sobrevoávamos. Um momento, passamos por uma cadeia de montanhas que creio ser de Minas Gerais. Outros, por praias paradisíacas. O mar tinha duas cores: verde-esmeralda perto da praia e azul-violeta ao fundo. Creio ser na Bahia e no Sergipe. A foto ao lado, acredito que seja da foz do rio São Francisco. Ela é repleta de dunas em ambos os estados que divide: Alagoas e Sergipe.
Documentei tantas imagens interessantes por sua beleza e curiosidade que até resolvi criar um Flickr – álbum de fotos – exclusivo do Xis-xis. Conforme for atualizando os posts, coloco o link para o respectivo álbum. Para ver as imagens aéreas, clique aqui. Vamos combinar que, se alguém quiser usar as fotos, que peça permissão e dê os créditos.

Uma viagem inesquecível

Olá! Fiquei fora por cerca de 20 dias. Por isso… Os últimos comentários entraram no ar apenas hoje. Aos poucos, o Xis-xis voltará completamente ao lugar. E com novidades nordestinas.
Estava de férias – se é que jornalista e blogueiro consegue essa proeza. Viajei pelo litoral de Alagoas e Pernambuco. Passei por praias, cidades, povoados e paisagens como: Maceió, Penedo, Piaçabuçu, foz do Rio São Francisco, São Miguel dos Milagres, Praia do Morro, Praia do Toque, Rio Tatuamunha, Porto de Pedras, Japaratinga, Maragogi, São Bento, Praia dos Carneiros, Porto de Galinhas, Pontal do Cupe, Praia de Muro Alto, Recife, Olinda e – a cereja do bolo – Fernando de Noronha.
Claro que, em todo o percurso, a curiosa xeretou os modos de viver, as especificidades das marés e dos ventos, os comportamentos e as curiosidades da fauna e da flora dos locais. Aos poucos, colocarei tudo aqui no blog.
É encantador ver tanta riqueza natural de perto. Principalmente, aquela derivada do mar e dos rios. Ao mesmo tempo, é triste perceber que tudo isso pode acabar em poucos anos devido à exploração de terras, de pessoas e do turismo depredatório. Falta muita educação ambiental, inclusive em Fernando de Noronha, geralmente, por parte daqueles que migram para esses lugares.
Bom, mas nesses dias que virão reviverei a viagem neste blog com um olhar ambiental e científico. Por vezes, crítico. O Brasil é muito belo. Convido para participar dessa caminhada.

Por que São Paulo alaga?

Terça-feira, 13:40h, dia 8. Saio da Zona Norte em direção ao Jaguaré. Para quem não conhece São Paulo, saiba que esse trajeto pela Marginal Tietê possui 11,5 km. Estava chovendo. De manhã, acordei com o barulho do aguaceiro. Até aí, ok. Após o agradável feriado de sol, banquinho e violão em um sítio, decido pegar a famosa marginal para ir trabalhar.
Quando cheguei na via e observei o rio que, apesar de imundo, adoro paquerá-lo… Ele estava na altura dos carros! Fiquei chocada e com medo. Compare a foto ao lado com a deste link. Olhava para o céu. Torcia para as nuvens se afastarem. No rádio, os locutores avisavam: a prefeitura está em estado de alerta. Evitem a Tietê.
Não sei quantos metros o rio subiu. Mais de dez? Além disso, ele corria rápido. Não fedia muito, acredito que por causa da chuva. A água deve ter desconcentrado a poluição. Enquanto motoristas de carros brigavam com caminhoneiros, motoqueiros passavam buzinando ao nosso lado, a chuva resolveu cair novamente.
Todos se viraram para o rio. Saí da pista da esquerda para a “esquerdinha” – ao lado da última. Vai que o Tietê continue subindo? De salto alto, me preparava para abandonar o navio, quer dizer, o carro. Quando, mais uma vez e de vez, o trânsito pára. Fiquei QUATRO horas “estacionada” na marginal. QUATRO horas!
Descobri que sou calma. Para passar o tempo, observava os motoristas e os passageiros entre a chuva conversar do lado de fora dos carros. Arrumava os dados do meu celular. Ouvia o desespero nas rádios. Foi assim que, duas horas depois, descobri o porquê do trânsito parado. A Marginal Pinheiros alagou.
A Tietê se encontra a Pinheiros após o Cebolão. Cebolão igual a um monte de viaduto passando para tudo quanto é lado formando uma espécie de cebola gigante. No final do viaduto, só carros grandes atravessavam a enchente. Nem caminhoneiros se arriscavam.
Perguntei para o guarda de trânsito, após um carro popular como o meu empacar no meio da água: “Meu carro passa?” “Basta não parar de acelerar”. Não tive nem coragem de trocar a marcha, como fiz outras vezes.
Esperei na margem do alagamento, com uma picape atrás de mim ansiosa para sua vez, todos os carros saírem da água. Menos o atolado, claro. Pisei fundo na primeira e fui com a marola passando a altura do carro! Aquela água marrom-clara. Consegui! Consegui! Fiquei eufórica até parar no outro trânsito, no da Marginal Pinheiros. E, logo em seguida, chegar para trabalhar.
Agora, respondendo resumidamente à pergunta do título. A umidade do Norte do país forma nuvens. Estas, com as correntes marítimas, são empurradas para o Sudeste e parte do Sul. Chegam aqui e caem em forma de chuva.
São Paulo é uma cidade cortada por muitos, mas muitos rios, riachos, córregos e tudo quanto era água. A Ladeira Porto Geral, ao lado da conhecida 25 de Março, se chama assim porque lá existia um porto.
Daí, as pessoas foram construindo casas em volta dos rios e afins. As ruas foram colocadas em torno deles ou em cima – isso mesmo – deles. Parte foi canalizado. Lagos foram cimentados. Margens foram encurtadas. Pântanos deram lugar a prédios de luxo.
Chove? Sim. E alaga. Agora, querem aumentar a Marginal Tietê. Fazer mais pistas. Impermeabilizar mais o solo. Li que só houve uma discussão pública sobre a reforma. O Ministério Público parou as obras. Não sou contra a “nova” Marginal. Mas, enquanto não respeitarmos a natureza, será ainda mais difícil nosso meio ambiente nos respeitar.

Parece zebra, mas não era

Há mais de 100 anos, viviam felizes, alegres e trotantes na África do Sul bandos de animais que se pareciam com a zebra. Era uma espécie de mamífero chamada quagga (nome científico: Equus quagga burchelli). Eles eram dóceis. Pesavam cerca de 350 kg e tinham 1,30 metros de altura. Diferente da zebra, não apresentavam listras no bumbum e nas pernas.
Certo dia no século XIX, colonos descobriram o gosto da sua carne. E caçaram indiscriminadamente o animal. Também porque, no lugar onde pastavam, queriam criar ovelhas e cabras. Tristemente, no dia 12 agosto de 1883, do zoológico de Amsterdã, morreu o último exemplar da espécie.
Até que, em 1987, um grupo de pessoas decidiram trazer o quagga de volta. E reintroduzi-lo no seu devido habitat. Analisando o DNA do animal, descobriram que o quagga era uma subespécie da zebra. Assim, os pesquisadores concluíram que é provável que muitos genes do quagga estejam distribuídos e dispersos nas populações de zebras atuais.
Então… Eles cruzaram zebras com características e genes parecidos aos dos quaggas. O objetivo é chegar a uma população mais próxima possível da quagga original. Veja as impressionantes fotos do resultado dos cruzamentos aqui. Pelo visto, eles estão conseguindo. O projeto se chama “Quagga project”. Para saber mais, leia ali – em inglês.
Pena que esse e outros exemplos de animais extintos pelo homem não mudaram o modo de agir do homo sapiens.

Refloreste o mundo sem sair de casa

O Brasil não é suficiente? Cansou de reflorestar a Mata Atlântica e a Amazônia? Quer dominar, ops, quer dizer, quer reflorestar o mundo? Seus problemas acabaram. A multinacional japonesa NEC Corporation mantem, se não me engano desde 2004, o site Ecotonoha.
Funciona assim. Você clica aqui. Escolhe um galho da árvore – uma bolinha vermelha. Depois, escreve seu nome e sua mensagem no quadro que aparecer. A cada 100 mensagens, a empresa planta uma árvore na ilha Kangaroo, localizada na amistosa Austrália.
A empresa afirma que, no ano passado, recebeu 136.566 recadinhos do mundo todo. No total, 1.365 eucaliptos foram plantados. Bem que a gente poderia tirar essas árvores que invadiram nossa querida Mata Atlântica e enviar para eles, não é mesmo? Brincadeirinha.
O fato é que eu já publiquei meu recado lá na árvore japa – só é possível escrever um por dia. Deixe o seu também! E, se conhecer mais links que prometem reflorestar o mundo, coloque no comentário! O Pink e o Cérebro agradecem.

Eu vi tucanos em São Paulo

Não, não estou falando dos políticos. Hoje, eu acordei feliz, alegre e contente. Ainda meio sonada, abri a janela da sala para verificar o tempo chuvoso e cinzento. Quando, de repente… o dia ficou mais colorido! Vi um tucano-de-bico-verde voando de uma árvore para outra em frente ao meu prédio!
Há dias ouço um gritinho diferente. Maritaca não era… Papagaio também não… Desconfiei de tucanos. E era mesmo! Fiquei emocionada. Gritei para minha mãe ir ver. Quando pasmamos na janela, descobrimos que não era apenas um tucano, mas um bando. Cerca de cinco voavam de árvore em árvore todas em frente ao meu prédio.
Ai que gracinhas… Tentei tirar foto para registrar o bonito momento. Mas como moro no último andar e eles ficavam escondidos entre os galhos, não deu certo. Daí fiquei plantada o tempo que pude – pouco, infelizmente – para tentar filmar os voos. O melhor vídeo é esse:

Fiquei ainda mais apaixonada por essas aves… A primeira vez que vi um tucano em pleno vôo – sem ser dentro de uma gaiola – foi em Bonito, no Mato Grosso do Sul. Estávamos indo ao Buraco das Araras – uma depressão na terra que forma um buraco gigantesco de 65 metros de altura onde as araras fazem ninhos – quando o bicho atravessou o ar da estrada. Inesquecível.
Minha tia disse que há mais de dez anos viu um tucano nessa árvore que filmei. Fiquei na esperança desses pássaros voltarem a habitar a região. Por sorte, não sei qual a explicação, o pedido se realizou. Agora, espero que observar o voo dos tucanos seja rotina na capital paulista. Saiba mais sobre a ave aqui e ali.