Rapidinha: dos spams
Só para deixar claro, sempre que eu falar de um spam terrorista (como o texto logo abaixo) vou deixar de lado o texto original (usando no máximo algumas frases e citações) para evitar confundir as pessoas com as barbaridades que por aí circulam e não criar uma falsa memória de confirmação do tipo “lembro de ter lido num blog de ciência que X cura câncer 100% confirmado!”.
Amanhã tem mais (se meu fisioterapêuta deixar eu digitar).
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Outros spams destruídos:
Como reconhecer um spam;
Spam da Doença de Chagas em feijão;
Spam sazonal da gripe suína;
Spam dos batons com chumbo;
Spam do camarão e da vitamina C;
A falsa cura do câncer desmentida mais rapidamente que eu já vi;
Spam dos absorvente internos que causam câncer;
Spam do benzeno em condicionadores de ar de automóveis.
Mais um para o saco (de feijão)
Outro dia, outro email.
Feijão transmite doença de Chagas?
Não!
A não ser você tenha a estrutura mandibular de um jacaré e o trato digestivo de uma vaca, é muitíssimo pouco provável que você venha a consumir feijão in natura.
Por mais que o percevejo carinhosamente conhecido por “barbeiro” goste de fazer dos grãos¹ seu banheiro, não há extremófilo neste mundo que suporte água fervente.
Especialmente durante as várias dezenas de minutos necessárias para que feijão cozinhe suficientemente para ser apreciado e declarado Prato Nacional.
O sujeito que estudou a doença, Carlos Chagas (sempre lembrando: única pessoa até hoje a ter estudado todo o ciclo de uma doença, desde o ciclo de vida do agente transmissor, passando pelo do protozoário, até as causas da contaminação em humanos), resolveu nominar o micróbio (Trypanosoma cruzi) em homenagem ao seu amigo Oswaldo Cruz, que posteriormente veio a ser novamente homenageado (merecidamente) com a troca do nome de seu instituto soroterápico para Fundação Instituto Oswaldo Cruz, ou Fiocruz, em cuja página você pode encontrar o artigo “Mecanismos principais e atípicos de transmissão da doença de Chagas“, que contém o tópico “Transmissão por via oral”, onde é possível ler o seguinte trecho:
Sabe-se que o cozimento superficial dos alimentos não elimina o agente, mas que procedimentos como pasteurização, cocção acima de 45°C e liofilização o fazem.
“Cocção” eu precisei procurar no dicionário, mas é apenas um substantivo feminino que significa “ato ou efeito de cozer; cozimento.” (Aurélio Eletrônico)².
Sabe o que é que dá para cozinhar abaixo de quarenta e cinco graus centígrados? Não-feijão.
Eu tenho outro artigo anti-spam terrorista sendo preparado, mas este furou a fila porque é menorzinho.
Créditos a ClauChow pela paciência de receber emails desse tipo todos os dias e não ter jogado o computador no lixo ainda.
¹ Feijão é um legume. Preferi usar o termo “grão” apenas como artifício descritivo, ao invés do mais comum “caroço” devido à posterior referência a evacuação fecal e as imagens mentais que poderiam surgir, como a que vem logo após a frase “flor de couro que brota nos meios teus”.
² Processo de secagem e de eliminação de substâncias voláteis realizado em temperatura baixa e sob pressão reduzida.
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Outros spams destruídos:
Alpiste não cura diabetes nem nenhuma outra coisa;
Como reconhecer um spam;
Motivos para não incluí-los em meus textos;
Spam sazonal da gripe suína;
Spam dos batons com chumbo;
Spam do camarão e da vitamina C;
A falsa cura do câncer desmentida mais rapidamente que eu já vi;
Spam dos absorvente internos que causam câncer;
Spam do benzeno em condicionadores de ar de automóveis.
Atenção!
O que você aqui encontra é a eliminação de informação.
Você lerá sobre estórias de descobertas científicas, suas implicações serão ponderadas por escrito no que talvez pareça uma tentativa de adicionar enormes quantidades de informação ao seu cérebro.
Mas não se engane! Ciência é uma arte redutora: evaporando informações supérfluas, concentrando interesses investigativos como um laser, fazendo girar a centrífuga de inferências potenciais até que apenas dados aplicáveis permaneçam.
Reduzindo a realidade até suas mais básicas definições para que seja transmutada em conhecimento útil, desprovido de observações desinformadas e ilusões humanas.
Não somos alquimistas de laser evaporador giratório, mas tentaremos eliminar toda a informação que não valha a pena reter.
O que sobrar, pode ser referido por “fato”. Pode ser encarado como verdade científica, pode ser visto em contexto no papel que ocupa dentro do mundo das ilusões humanas não-filtradas, desinformadas e de informações supérflua.
Texto original por Justin Jackson, traduzido e adaptado por Igor Santos.
Quer perder peso? Pergunte-me como.
COM UMA NECROSE NO FÍGADO! Que tal?
Garantido lhe deixar de cama por alguns meses numa dieta extremamente controlada que é tiro-e-queda para lhe fazer perder peso.
Essa é, por enquanto, a única garantia real que a companhia Herbalife pode lhe dar.[1]
Segundo uma pesquisa de suíços e israelenses, culminando numa publicação no Journal of Hepatology, os produtos “naturais” que a Herbalife vende sem testes prévios de toxicidade são tão naturais quanto cianeto e urtiga.
Num estudo anterior realizado em Israel pelo seu equivalente ao nosso Ministério da Saúde (Association between consumption of Herbalife nutritional supplements and acute hepatotoxicity) ao se constatar que quatro usuários de Herbalife estavam com hepatite, doze pessoas com lesões no fígado, causadas por um agente desconhecido, foram observadas enquanto lhes era dado os sumplementos daquela empresa.
Resultados: onze meses depois do início da pesquisa, um dos pacientes quase morreu (o termo “lesão fulminante” aparece em referência ao caso) e precisou de um transplante de fígado enquanto todos os outros apresentaram hepatite.
Após a descontinuação do uso do Herbalife, todos melhoraram e tiveram suas enzimas normalizadas. Três, no entanto, voltaram a tomar o suplemento e, pasmem, voltaram a ter hepatite.
Mas não é só isso! Você pode também perder peso fazendo a famosa Dieta do Liso (ou “do Quebrado”, dependendo do idioma da sua região), que é aquela dieta que o faz emagrecer por faltar-lhe dinheiro para comprar comida.
Porque Herbalife é vendido da seguinte forma:alguém, geralmente com cara de desespero, aborda você dizendo que a sua chance de ficar rico sem trabalhar é aquela.
Provavelmente vão lhe mostrar um cheque de uns trocados e dizer coisas como “você não precisa trabalhar, as gordinhas vêm até você!” e explicar o seguinte sistema: você compraria mercadoria dele e revenderia para quantos quisesse, ficando com um lucro.
O nome disso é marketing multinível, pois alguém no topo vende para quem está abaixo dele, por um preço X. A segunda pessoa repassa para uma terceira por X + comissão de venda.
O terceiro trouxa vendedor faz o mesmo, repassando a um preço um pouco maior para tirar algum lucro, e assim por diante.
Os dois maiores problemas nisso são:
1 – Ninguém usa os produtos. Eles apenas são comprados e quem o faz tenta a todo custo repassar para um subvendedor. Ninguém compra para usar, apenas para passar a frente. Como dinheiro falso.
2 – A cada etapa, o preço sobe mais e mais e o número de vendedores cresce exponencialmente, saturando o mercado que (esfericamente, no vácuo) chega a um ponto onde só existem pessoas tentando vender para quem já está tentando vender.
(Um número 3 seria a insegurança, pois não há contrato. Seu subvendedor pode pedir vinte caixas de pó -a Herbalife é uma empresa que trabalha vendendo pó- e desistir depois, deixando você com a mercadoria e a dívida com o seu superior. Mais disso, lá na frente.)
O que impede que um vendedor (ou até mesmo um consumidor) no quinto degrau passe por cima da cabeça do seu superior imediato e passe a comprar, por um preço menor, direto do chefão (que é quem vende mais barato)?
Competição agressiva, eu acho.
A primeira vez que fui abordado foi por um conhecido, grande fazedor de piadas que havia conhecido na faculdade e a quem cinco quilos não fariam falta.
O vi num shopping, incrivelmente mais magro mas também sem a menor indicação de que já havia feito uma brincadeira na vida, com os olhos sem brilho e a pose murcha, como quem está caminhando em direção a uma cadeira elétrica.
Alternativamente, ele se movia com muita rapidez. Isso era evidente.
Via qualquer pessoa que talvez um dia houvesse conhecido e corria para discursar ao seu lado, mostrando um cheque de mil reais e dizendo que não precisava mais trabalhar, que estava ganhando muito dinheiro com aquilo e perguntando a todos se eles não queriam também ficar com um amarrotado cheque de mil reais na carteira o dia todo abordando semi-conhecidos.
Quando ele veio falar comigo, eu imediatamente perguntei o motivo daquele cheque estar na carteira dele e não sendo depositado e transformado em dinheiro.
Ele não tinha resposta, apenas olhou para mim e piscou vaziamente os olhos.
Estava notadamente abatido e poderia incluir “desesperado” em sua descrição sem me afastar demais da realidade da situação.
Eu sei porque o cheque estava lá, certamente.
Aquele dinheiro não era dele, mas do seu superior imediato, a quem ele devia provavelmente mais do que o valor ali contido.
Apenas andava com ele por mais algumas horas, antes do banco fechar, para tentar atrair outros para lhe salvar a pele do bolso.
Ele me conhecia através de um amigo comum e nunca nos falamos muito, mas ele veio charlar como se fossemos excelentes companheiros de outrora.
Esse tipo de desalento me assusta.
Nesse dia eu notei que Herbalife é mais que marketing multinível. É um bom e velho Esquema de Pirâmide, onde todo mundo tem tudo mas ninguém tem nada.
Dinheiro sobe das camadas inferiores na forma de pagamentos de dívidas até o topo, que é quem realmente fatura. Sem que seja necessário produto algum circulando.
Os pedidos são feitos, bem como as dívidas. Se alguém quebrar a linha, quem estiver imediatamente acima vai ter que arcar com os “custos” (pois não há de fato custo algum, visto que ainda não foi produzido uma só unidade do que quer que seja), e a melhor maneira de fazer isso é “contratar” mais pessoas para “trabalhar” para si.
Muito dinheiro circula para pagar por uma encomenda imaginária.
Pois bem, alguns dizem que Igreja é pior que governo, pois além do seu dinheiro, quer a sua alma. A Herbalife não quer só o seu dinheiro, quer também que você morra!
E agora, com vocês, os consumidores:
Retirado de Herbalife só me fez mal, do ReclameAqui.com.br
LINK – http://www.reclameaqui.com.br/48651/herbalife/herbalife-so-me-fez-mal/
[1] É quase certeza que você, como vendedor, vai acabar perdendo todo o seu dinheiro para eles também, mas não é tão garantido assim porque sempre há a possibilidade de se cansar de ser enganado e desistir dessa vida miserável.
P.S. Agradecimentos ao Atila e à Lúcia Rodrigues pelo material.
P.P.S. Dia desses eu reencontrei aquele sujeito do shopping, que aparentava estar muito bem de vida; saudável, falante e animado. Perguntei: “Continua vendendo aquele esquema lá?” e obtive como resposta: “P… nenhuma! Saí daquela vida! Hahahaha!”
=¦¤þ
Coisas que não sei – respiração boca-a-boca
A primeira coisa que não sei quanto a isso é se devo ou não usar hífens, mas por enquanto isso é irrelevante.
Quando eu era pequeno e assistia a S.O.S. Malibu e (inevitavelmente) presenciava uma ressuscitação cardio-pulmonar, sempre pensava que a razão em soprar para dentro da traquéia de outra pessoa era para fazerem os pulmões pegarem no tranco. A caixa torácica enchia e, como um balão, tinha a tendência a encolher novamente, o que expelia a água.
Uma vez sem nada dentro e secos como sacos vazios, os pulmões voltavam espontaneamente a se encher, desta vez com ar fresco.
Meio vasos comunicantes, meio motor de Belina.
Já abandonei a idéia do pulmão elasto-pendular.
Mas, minha dúvida real é esta: se eu soprar ar dos meus pulmões para os pulmões de outrem, não estaria enchendo estes de gás carbônico?
Qual a porcentagem de CO2 numa exalação? Quão rápida é a troca de gases nos meus alvéolos?
Apesar de ser treinado em primeiros socorros eu nunca precisei me dar ao trabalho de salvar uma vida alheia dessa maneira, então não sei exatamente o quanto isso ajuda, mas sempre acreditei nos benefícios (melhor umas duas costelas quebradas que um coração parado, certo?).
Outra, que sempre foi uma dúvida de procedimento: soprar só com a boca garante aeração suficiente?
Cuspir ou engolir?
Sei que este é um assunto muito íntimo, delicado, controverso (e um tanto nojento), mas alguém precisa falar sobre ele.
Vamos lá:
Depois de uma certa quantidade de esforço (que varia de caso a caso, principalmente com a experiência), você sente aquele gostinho peculiar na sua boca. E aí? Você cospe ou engole?
Ou, se o problema for de outra pessoa, você acha que ela deve cuspir ou engolir?
Muitas vezes cuspir pode ser uma atitude socialmente não-aceitável naquele ambiente em que você se encontra, porém algumas pessoas simplesmente não conseguem engolir aquele líquido viscoso, pegajoso e de sabor estranho.
Já presenciei algumas vezes um instante de dúvida em que, ao não saber se deve engolir ou cuspir, a pessoa acaba se engasgando, começa a tossir descontroladamente e acaba por vomitar, ocasionando uma situação muito pior (e muito mais asquerosa/embaraçosa).
Ademais, onde se deve cuspir? Na pia? E se não houver uma por perto (ou não for possível chegar até ela em tempo)? Cuspir no chão? Num lencinho?
Além disso, alguns indivíduos não conseguem cuspir! E nas raras ocasiões em que tentam, deixam um rastro de volta à boca resultando numa liga de baba colada ao queixo.
Então devem apenas deixar o troço escorrer pelos lábios, como uma esbranquiçada cascata?
Argh!
Aqueles que cospem dizem que engolir faz mal e é potencialmente perigoso.
Os que engolem afirmam que cuspir é seboso e uma falta de educação.
Mas como ficam os que não têm uma opinião formada?
Coisas que não sei – limite de velocidade
Essa de hoje é mais bom-senso que ciência.
Digamos que estou em uma ponte com duas pistas e acabo de cruzar uma placa que diz 80 km (porque em placas, pelo menos aqui em Natal, velocidade é dada como sendo uma distância).
Por ter acabado de ultrapassar um carro que estava a sessenta, me encontro na faixa de velocidade, dirigindo no limite imposto pela sinalização.
Eis então que vejo crescer no meu retrovisor um outro carro, vindo abusivamente acima daquele limite, usando seus faróis para me deixar saber, em código morse, que o motorista quer porque quer passar de mim, que já estou andando em velocidade máxima.
Estando eu, naquele momento, impedido de mudar de faixa e dar passagem, devo acelerar o carro acima do limite para que o motorista atrás de mim consiga aliviar seu intestino o quanto antes?
E se eu tiver toda a faixa da direita livre? Devo voltar a ela, deixando que um colega de tráfego infrinja uma lei de trânsito ou mando-o às favas, pois estou no meu direito de ficar ali, naquela velocidade?
Exploração espacial
Me ocorreu algo agora, quando lia mais um dos infinitos argumentos na discussão “homem vs. robôs no espaço”.
Com a tecnologia que temos e que teremos daqui a pouco, poderemos mandar quantos robôs quisermos (isso já é antigo) e poderemos vivenciar tudo o que se passa por onde eles estiverem, daqui, do conforto do nosso lar (essa é a parte nova).
No melhor estilo “realidade virtual”, poderíamos comandar robôs articulados e com visão binocular. Não precisaríamos mandar um biólogo para Marte, seria suficientemente bom mandar uma caixa metálica com motores e um microscópio.
Ver um astronauta andando desengonçadamente em terreno alienígena dá uma sensação boa, como ver o seu time ganhar um campeonato (eu acho. Não torço, não sei) e humanos são sim melhores que robôs, mas não precisamos necessariamente programar os bichinhos.
Nós já estamos programados e, basta um controle remoto para operarmos os danados em solo enceladiano.
Tudo bem que precisamos resolver o “problema” da velocidade da luz, que demora para chegar nesses cantos e causa um atraso de minutos no envio e retorno de informações, mas esse é um problema mais fácil de resolver do que proteger humanos frágeis da radiação espacial.
Um software de mapeamento e predição sairia bem mais barato que arrodear uma nave com toneladas de água.
Imaginem: um módulo orbital mapeia o relevo do terreno, com direito a análise cromatográfica e tudo mais, manda essa informação para a base terrestre, onde um ambiente virtual é criado.
Um geólogo humano pode “andar” pelo terreno reconstruído com uma resolução altíssima, ver onde seria mais interessante cavar e colher amostras. sua contraparte mecânica, horas-luz de distância, munido de uma pá e de instruções criadas organicamente, repete os passos do cientista, escava o local adequado, recolhe amostras, analisa e manda os dados já mastigados de volta, que serão estudados mais aprofundadamente por aqui.
Não há coisa alguma que um microscópio na Terra possa fazer que um igual em Io não consiga.
Mas há muitas coisas que um robô sem terminações nervosas superficiais consegue fazer a meio metro de um gêiser de metano líquido que um humano coberto com pele de foca não conseguiria.
Portanto, o futuro da exploração espacial reside em uma simbiose cibernética entre nós e nossos futuros mestre metálicos servos mecânicos.
Com o Skynet a ponto de se tornar autoconsciente, só nos resta botar os pés para cima e apreciar o espetáculo da colonização robótica espacial.
Coisas que não sei – paradoxo da sinuca
Antes de lançar a pergunta para o meu “Google orgânico” devo notar que “coisas que não sei” é uma das frases mais mal escritas que eu consigo continuar escrevendo, porém não consigo achar uma melhor que mantenha o mesmo sentido e que seja curta o suficiente.
Não adianta ficar obcecado com meus princípios antiambiguidade, porque, como diz um amigo meu: “se o povo diz que é assim, é assim.”
Voltando ao muciço:
Um taco de sinuca é um bicho estranho com uma alta manutenção.
É necessário passar algo na ponta para que ele não escorregue (ou “espirre”) ao bater nas bolas e cobrir seu corpo com algo para que ele deslize melhor na mão.
Sendo que esse “algo” pode ser a mesma coisa: giz.
Pergunta: Por que giz na ponta do taco aumenta o atrito mas o mesmo material quando passado no lado diminui a fricção?
Experiência caseira – ovo sem casca
Eu passo boa parte do meu tempo livre mexendo em coisas.
Ontem, ao concluir a construção de um veículo motorizado autopropulsionado reduzido (carrinho movido a pilha) feito de isopor, madeira e restos de um vídeo cassete, eu estava começando a ficar entediado, quando lembrei do meu ovo.
“Meu” porque veio numa embalagem com mais cinco ovos que eu comprei no supermercado e que, por direito, me pertencia.
“Lembrei” porque não estava com ele imediatamente na minha memória de acesso rápido, pois o havia deixado pelas últimas 96 horas imerso em vinagre.
A casca (feita principalmente de carbonato de cálcio) e o vinagre (constituído quase completamente por ácido acético) foram mutuamente cancelados, resultando numa poça salobra de um líquido espumoso e acre, de gosto bastante repulsivo (mais ainda que seu aspecto, pena que não tirei fotos).
O ovo em si estava macio ao toque e inchado, como um balão cheio de água, e havia aumentado de volume consideravelmente (como uma barriga grávida, talvez?) e parecia estar prestes a romper.
Antes que isso acontecesse, eu intervim da melhor maneira que sei em situações como essa: com um palito, uma faca e uma câmera.
Cliquem no read on para ver o vídeo e mais fotos: