Carnaval Científico – Grandes Descobertas Científicas
Artigo participante do I Carnaval Científico do Lablogatórios. O verde é o ozônio, o roxo é a falta dele e a massa continental abaixo é a Antártida
Muitos já devem ter ouvido falar de Norman Borlaug, ou O Homem que Salvou Um Bilhão de Vidas, ou o Pai da Revolução Verde.
Agrônomo, Ph.D. em genética e em patologia vegetal, Borlaug desenvolveu uma variedade nova de trigo muito resistente a doenças e com altíssima produtividade.
Isso lhe garantiu o Nobel de Paz em 1970, por, teoricamente, ter salvo 1 bilhão de pessoas da morte por fome.
Porém, o meu artigo de hoje não é sobre ele (que, tecnicamente não descobriu coisa alguma, apenas trabalhou duro com um propósito bem delineado e chegou ao resultado esperado), mas sobre alguém possivelmente bem menos conhecido, que avançou a ciência um pouco mais, mesmo que para o lado errado inicialmente.
Seu nome é Thomas Midgley Jr. e é provável que ele tenha matado, de fato, 1 bilhão de pessoas.
Engenheiro mecânico, mexendo em carros no início da década de 20, ele descobriu que o barulho de motor fora de tempo (aqueles pipocos que soam como tiros que costumam vir de carros velhos) diminuia quando se misturava iodo à querosene.
Mas apenas diminuir não era o suficiente, ele queria acabar completamente com a zoada, então partiu para testar cada um dos elementos da tabela periódica e descobriu que chumbo era o melhor de todos.
Como resultado, todos os veículos, por setenta e tantos anos, usaram chumbo misturado à gasolina, espalhando, bem espalhadinho, várias toneladas desse metal pesado e venenoso pela atmosfera terrestre.
Não satisfeito em resolver apenas 1 problema em vida, Midgley (pronuncia-se “mídj-lí”) queria fazer algo quanto ao dióxido de enxofre e a amônia usados em refrigeração (por serem ambos gases potecialmente perigosos à saúde e unanimemente nocivos ao olfato).
E, em 1930, com uma meta na cabeça, em apenas três dias ele descobriu o diclorofluormetano (di-cloro-fluor-metano), um gás inerte, inodoro, atóxico, não inflamável, não corrosivo e benéfico, ao qual deu o nome freón.
Havia então sido criado o primeiro dos clorofluorcarbonos, ou CFCs, compostos químicos diretamente responsáveis pela destruição da camada de ozônio, que protege nossas frágeis peles e olhos da radiação ultravioleta enviada grátis pelo sol.
Graças a Thomas Midgley, hoje nós temos uma miríade de problemas respiratórios, sanguíneos e dermatológicos.
Um só homem, em menos de dez anos, conseguiu fragilizar tremendamente a nossa saúde enquanto ao mesmo tempo nos ensinou (de maneira cruel e traumatizante) a importância de planejar e testar exaustivamente novas tecnologias antes de confiarmos todas as nossas esperanças numa solução aparentemente simples e inócua (a curto prazo) mas que se revela depois ofensiva e com complicações inimagináveis (a longo prazo).
Humanos somos e tendemos a cometer os mesmos erros como se não fôssemos capazes de aprender. Exemplo recente? Gordura trans!
Ótima no começo, boa para misturar açúcar com gordura, mas utilizada indiscriminadamente sem testes de longa duração que poderiam ter concluido como esse material nos faz mal, antes de nos fazer mal.
A grande descoberta científica de Midgley não foi a do chumbo na gasolina nem a do freón na geladeira, mas a descoberta da necessidade de estudos extensivos e duradouros antes da precipitação apressada e precoce de efeitos que enchem os olhos mas cegam o raciocínio e a razão.
Republicado: Como nós sabemos que cachorros vêem em preto e branco?
O artigo a seguir foi originalmente publicado por mim no meu outro blogue, no dia 21 de abril de 2008.
Clique no link acima e leia lá. O Google não gosta de artigos repetidos.
O maior número primo
Interessou? Cliquem no trecho para ler o resto.
Eu vi no Cybervida, via tecnol.ogia.com.br
Resenha – Felicidade: Os Mandamentos Para Chegar Lá
Recebi esse livro (que acompanha um CD) quarta-feira passada e comecei a lê-lo com a intenção de escrever a resenha no fim de semana, o que obviamente não aconteceu.
O motivo foi o seguinte: eu estava lendo com um caderno de anotações do meu lado, o que propiciava que eu escrevesse uma refutação de cada linha que lia. Ou seja, eu estava escrevendo mais do que lendo.
Por não conseguir chegar sequer a metade do volume, resolvi mudar minha abordagem e deixei o caderninho de lado.
Mas não tem jeito, é uma obra de “auto-ajuda” escrito por Lair Ribeiro (esse mesmo autor escreveu um com o título Como Passar no Vestibular, cheio de dicas como “leve um chocolate e uma garrafinha d’água para a prova” enquanto omitia o melhor conselho de todos: estude a matéria).
Eu tenho problemas com isso desde a concepção: quem lê um livro de auto-ajuda escrito por outrem está recebendo AJUDA, pura e simples, nada de AUTO ajuda. É como ir num restaurante auto-serviço (self-service) onde alguém faz seu prato sem lhe perguntar o que você quer comer. Ou alguém fazendo ginástica por você.
Eu e minha mãe concordamos que o livro é uma “babaquice” (palavra dela que eu achei adequada), mas por razões diferentes: ela acha que ele é uma “coleção de idéias óbvias” enquanto eu o vejo como uma miríade de falácias e erros deliberados de interpretação de causa e efeito (minha mãe é uma diplomata, eu sou um chato).
Alguns itens dessa coleção incluem visões grosseiras e simplísticas de evolução e interação humana, definições errôneas de fisiologia e medicina em geral e promove uma psicologia “solução mágica”, que pode curar tudo com a mesma resposta.
Eu tenho o dever cívico de não recomendar a leitura para pessoa alguma, pois para alguém esclarecido seria um tremendo aborrecimento e perda de tempo e para alguém que precise de ajuda seria um desperdício de energia, dinheiro e tempo que não adicionaria coisa alguma ao seu estado inicial de necessidade.
Meu maior problema com o volume é o uso freqüente de metafísica e linguagem pseudocientífica, que parece dar validade às besteiras descritas.
Frases como “leis universais que regem todos os indivíduos” (leis realmente universais regem tudo, não só pessoas) dão a entender, e depois são confirmadas explicitamente mais adiante, que todas as pessoas (nunca animais, plantas ou rochas) são governadas por regras fixas e imutáveis que comandam suas personalidades e lhes dão suas características de caráter, fazendo com que todos sejam “iguais” potencialmente.
Algumas passagens interessantes, no entanto, são umas raras onde o autor aconselha ao leitor a não esperar que as oportunidades caiam do céu, que se vá atrás do que se quer, “se mexa e trabalhe por aquilo que deseja”.
Uma pessoa que realmente tire proveito do livro não precisaria passar da página 23, onde lê-se algo do tipo “por que fazer amanhã se é só começar neste segundo?”. Alguém realmente determinado a mudar sua vida pode largar o livro onde está e ir rumo à mudança, sem precisar continuar a se apoiar nas muletas daquela leitura (ou a ouvir o CD que acompanha o pacote e apenas resume, sem acrescentar, tudo que nele está escrito).
Mas a principal característica que eu senti na leitura é uma contradição, como o cartaz colado num muro que diz “proibido colar cartazes neste muro”.
Um conjunto de regras para seguir que se combinam para nos dizer que seguimos regras demais e que é exatamente isso que nos prejudica.
“É proibido proibir!”
Finalmente, Felicidade está para O Segredo assim como Não Te Esquecerei (Renato e seus Blue Caps) está para California Dreamin’ (The Mamas and The Papas). Uma versão, adaptada ao brasileiro comum que ainda não ouviu falar em quantum, mas sabe o que é força superior.
OU
Alguém pode me provar errado e fazer uma resenha positiva do livro nos comentários.
Eu não consigo.
Demonstração do DVD (vendido separadamente), que coincide perfeitamente com uma parte da faixa 1 do CD:
Pela Editora Nova Fronteira.
A venda nas melhores livrarias ou pela Internet.
O LHC quebrou!
Ando meio sem tempo e meio por fora, aí não sei se alguém já comentou, mas vou me arriscar por aqui.
O Grande Colisor de Hádrons vazou.
Mas nada de outra dimensão, apenas fluido resfriador.
Ele foi feito para funcionar a uma temperatura de 2 kelvin (ou duzentos e setenta e um graus centígrados negativos) e era resfriado por hélio líquido.
Um pouco de hélio vazou e a temperatura subiu para quentíssimos 4K (-269°C), o que é inaceitável para os prótons que correm ao redor do anel.
O dano é reparável, basta fechar o setor e deixar a temperatura ficar ambiente. Mas isso tem que ser feito devagar, para não haver um choque térmico potencialmente destruidor para os componentes envolvidos.
Isso levará seis semanas (a temperatura no tubo é realmente muito e os componentes muito sensíveis).
Depois disso, mais alguns meses para consertar e resfriar de novo.
No meio de ano que vem, voltaremos a ter medo de buracos negros instáveis e strangelets teóricos.
Por enquanto, estamos a salvo da Caça às Bruxas e do pânico desnecessário.
Atualização instantânea:
Minha fonte primária conflite com a fonte do link acima no número de meses necessários para o reparo, mas isso não me diz respeito neste momento.
Depois eu ajeito.
Internet emburrifica as pessoas?
Eu ouvi/li (primeiro ouvi num dos milhares de podcasts que escuto semanalmente, depois li os artigos) um debate interessante sobre o uso da Internet e seus efeitos.
De um lado, o autor do artigo Is google making us stupid? (O google está nos deixando burros?), Nicholas Carr, argumenta que nossa atenção (e capacidade de concentração) está diminuindo, pois estamos sendo constantemente bombardeados por links para clicar, por outras páginas abrindo, muita informação em pouco tempo e também uma facilidade enorme em obter qualquer informação num piscar de olhos (Quantas e quais línguas o rei Juan Carlos fala? Qual o maior números de pregadores de roupa que alguém colocou na cara? Qual a circunferência da Terra? E quem a mediu pela primeira vez?). Ou seja, não precisamos mais absorver fatos e dados, basta ter uma conexão com a Rede por perto e pronto, automaticamente sabemos de tudo!
No outro extremo da discussão, Jonathan Grudin, pesquisador de interação entre humanos e computadores da Microsoft, diz que a invenção dos livros foi criticada por Sócrates como sendo uma má idéia! De repente, uma tradição oral se perdeu; ninguém precisaria mais decorar centenas de milhares de versos ouvidos só uma vez nem todos dependeriam da memória alheia para obter informação.
Dali em diante bastava escrever e esperar que outrem lesse.
“Que tipo de futuro é esse? Será que gostaríamos de viver nele?”, perguntou Carr em algum momento da rusga, precipitando Grudin a proferir uma das melhores frases que ouvi recentemente: “Quem tem que gostar do futuro são as pessoas que viverão nele, não nós!”, e partiu para concluir que esse argumento foi usado (não lembro por quem) quando carros estavam começando a se tornar populares e que nenhum dos retrógrados moradores do século 18 continua vivo para continuar reclamando do futuro dos outros.
Nós gostamos e somos nós que vivemos aqui!
Minhas considerações estão depois deste pulo – clicái!
Esporos
Não, não vou falar sobre o jogo SPORE, porque eu quero ter mas não posso jogar (me falta tempo e condições físicas), portanto eu tento não pensar muito nisso.
Na verdade, o título deveria ser “Fungos e seus esporos“, mas além de difícil de repetir rapidamente três vezes e parecer nome de banda punk de pré-adolescente (e querer contabilizar na fama do jogo), o filé do artigo é sobre os esporos mesmo. Os fungos que os gera são os coadjuvantes.
Pesquisadores estudando fungos que crescem em rumas de fezes de herbívoros (ô vida boa…) descobriram que os bichinhos se desenvolvem por meio de esporos que devem ser devorados e redefecados.
Contudo, os animais necessários para esse estágio de desenvolvimento não gostam de pastar onde fazem suas necessidades (hummm) e se tornou preciso que os fungos dessem um jeito (eu estou falando como se todos os envolvidos fossem seres conscientes e tudo ocorresse em pouco tempo, mas é porque eu sou um cronista e suponho e espero que meu publico entenda de evolução, mas se não for o caso, leiam o lablogue de Marco).
Eis que surgiu a coisa biológica mais rápida (na verdade, a que tem maior aceleração) da qual se tem notícia. Os esporos.
As espécies estudadas atiram sua munição genética até cento e oitenta mil vezes a aceleração da gravidade (que equivale ao aumento de velocidade em dez metros por segundo a cada segundo que passa, perto de um prédio grande).
180.000 x 10m/s² = 1.800.000m/s² (um milhão e oitocentos mil; por extenso é mais fácil de entender números grandes).
Ou seja, no primeiro segundo, a velocidade é zero. No segundo seguinte (para não confundir ninguém dizendo “no segundo segundo”), a velocidade é 1800000 metros percorridos a cada segundo. Se mantida essa taxa, no próximo segundo, a velocidade seria três milhões e meio de metros percorridos em um só segundo!
Desde o começo isso já seria mais rápido que a velocidade da luz, o que não é possível.
Mas isso é a ACELERAÇÃO medida por segundo.
Como tudo ocorre em bem menos tempo, a velocidade não chega a ser tão impossível.
O fato ocorre em um milionésimo de segundo (1 sobre 1 milhão, ou um zero-vírgula seis zeros, ou 0,0000001), o que não é bem apropriado para os nossos olhos que devem se preocupar mais com coisas como dentes-de-sabre pulando bem mais devagar.
A conta, portanto, daria uma velocidade máxima de 1,8 metro por segundo (na página que eu indiquei mais acima eles chegam num total de 25, mas eu não vou discutir isso porque estou com preguiça, com fome e com uma dor no joelho que tá dobrado faz tempo e eu sei que na hora que eu desdobrar vai doer pior, o que me preocupa mais que o resultado dessa conta aí).
Câmeras daquelas que acompanham trajetória de balas ou balões de festa estourando rodam a mil quadros por segundo. Para estudar esses lançamentos foi preciso uma câmera que filmasse 250 mil quadros por segundos. Só isso.
Essa aceleração brutal se dá devido a um efeito chamado pressão osmótica que precisa ser monstruosa para que os microscópicos esporos consigam adquirir tal aceleração no ar, que para eles é denso como uma piscina de melaço seria para nós (comparativamente, é como se um humano estivesse se movendo cinco mil vezes mais rápido que o som dentro de mel de rapadura).
A distância alcançada é de mais ou menos dois metros e um pouquinho (essa última sentença é bastante vaga, eu sei, mas foi de propósito), o que aparenta ser suficientemente longe dos bolos de excrementos para os animais pastarem novamente e ingerirem os esporos, criando mais fungos nas próximas excreções (como eu disse antes, o lixo de um é o tesouro de outro).
Tem muita coisa boa no mundo.
O ovo do E.T.
Através do Bunker eu cheguei na página do jornal O Mossoroense (vou segurar as piadas por enquanto) que noticia a descoberta de um ovo alienígena.
O artigo não tem data (talvez no link, que tem uma sequência de números que lembra uma data, mas não dá para ter certeza), mas acredito que seja recente. Afinal, está na seção Cotidiano (é, não agüentei segurar as piadas por muito tempo)…
Não quero ser processado por apropriação indevida de material pelos descendentes do cidadãos que expulsaram Lampião NA BALA (há controvérsias sobre a presença de Virgulino, que teria mandado seus capangas antes de arriscar o próprio pescoço, mas não dá para incluir links para elas pois li em livros. Lembram deles?), por isso não vou copiar trecho algum da reportagem, sugiro que leiam a reportagem agora, clicando aqui e depois leiam o resto do meu artigo, clicando aqui.
Resenha – A Cientista que Curou o Próprio Cérebro
“Todo cérebro tem sua história e esta é a do meu.”
É assim que começa A Cientista que Curou o Próprio Cérebro, que promete, mais adiante que “este não é um livro para cientistas”.
O relato de uma neurocientista que experimentou de dentro para fora a destruição do objeto de seu estudo (anatomia cerebral e a interligação entre os hemisférios) e teve que reaprender do zero, como um recém-nascido, a viver sua vida e se integrar com ela mesma.
A autora, Jill Bolte Taylor, nos diz que escreveu o livro por causa das pessoas que vieram a ela com problemas semelhantes aos que ela passou e, busca como única recompensa, alguém que reconheça em si os sintomas de um derrame e ligue para a emergência antes que seja tarde demais.
Porém, o livro não é manual técnico ou lista de afazares em situações de emergência, mas um conto, bastante pessoal, de uma tragédia consertada, um acidente devastador que foi remediado e curado.
É um livro com explicações muito didáticas (mas refinadas, não infantis) sobre o funcionamento da máquina cerebral, dadas pela autora, que é Ph.D em neuroanatomia e que conta também com descrições bastante vívidas e detalhistas.
Ela escreve com um método que eu gosto de chamar de “poesia científica”, descrevendo a situação com a emoção de uma poetisa, a percepção de uma pessoa comum e o detalhe de uma cientista especialista naquele assunto.
O volume é como uma ficção científica hard. Uma estória de fantasia recheada de detalhes técnicos e científicos reais e relevantes.
Uma narrativa que me capturou a atenção e que, a cada parágrafo, me deixava ansioso por mais.
Eu usaria o termo “envolvente”, mas como não sou crítico profissional, direi que trama é MASSA!!
Ótima do ponto de vista literário e excelente do lado científico descritivo.
Até certo ponto.
Existe um balanço delicado entre licença poética/descrição otimista e uma glorificação grosseira e exacerbada de uma condição séria; a paralisia do hemisfério esquerdo devido a um coágulo causado por um derrame.
Um subtítulo apropriado para essa obra seria “A mulher que se apaixonou pelo hemisfério direito do seu cérebro”.
Perto do fim, no entanto, a narrativa dá uma descarrilhada (que vinha sendo anunciada sutilmente, de modo ambíguo, desde o começo, mas que no finalzinho aparece de corpo inteiro) e se apóia (“desajeitadamente” é uma palavra apropriada) em energias, pensamento esperançoso, pseudociência e “coisas que a Ciência ainda não entende”.
Contudo, uma boa história é uma boa história (é uma boa história). Por mais que neurociência não seja seu prato do dia, o livro é bem escrito e bem descritivo.
Não posso dizer se essa leitura ajudaria alguém a se recuperar ou a algum familiar de uma vítima a ajudar na recuperação, pois não sou um ou outro, mas é um relato otimista e acalentador, do tipo “não se preocupe, tudo vai dar certo, aguarde e confie!”
O “humor”, ou clima, da obra como um todo, pode ser descrito como Zen (já fui estudioso dessa filosofia; pasmem!). Algo do tipo “escute o que vem de dentro, dê ouvidos ao seu ritmo, liberte o seu Eu interior”. Mas eu precisei ler até o fim para chegar a esta conclusão.
Finalmente, uma leitura fácil, sem jargões desnecessários ou desconsertantes, mas também sem simplificação exagerada.
Se encarado como “baseado em fatos reais” ou visto como “apenas uma boa estória”, é uma boa aquisição, um livro para um público adulto e curioso, que já sabe de alguma coisa mas gostaria de aprender mais.
Venda direta pela Editora Ediouro.
Grande Colisor de Blablablá
Blablablá blablá blablá de hádrons pode blá blá buraco blábla pode blá do mundo blá blá blá.
É isso que eu estou ouvindo ultimamente e acho que muita gente concorda comigo.
Essa conversa de LHC já abusou o cego (“encheu o saco”, para de fora).
Tem até blogue de poesia falando nisso!
No meu outro blogue, por não ser estritamente científico, eu comentei sobre isso algumas vezes e também tenho andado em vários blogues tentando acalmar os ânimos dos Espalhadores de Pânico e suas vítimas.
Não interessa a nós, por enquanto, saber o que são buracos negros estáveis e a energia necessária para gerá-los; não importa se soubermos o que são strangelets, antimatéria, hádrons ou higgs-boson; menos ainda saber que a cada segundo somos bombardeados por forças naturais zilhões de vezes maiores que as que conseguiríamos produzir e o mundo e o universo ainda estão aqui, firmes e fortes.
Da mesma forma que nos é inútil a preocupação com o fim do mundo (eu, por um, tenho coisas mais urgentes que uso para perder o sono e os cabelos).
Necessário, neste momento, é saber que as chances do mundo acabar por causa disso são extremamente remotas.
Eu li um físico dizendo que a probabilidade do LHC produzir strangelets que destruiriam o universo é menor do que a do seu carro se transformar num cavalo com carruagem, através de flutuações quânticas.
Pode acontecer, mas também pode acontecer de alguém jogar um milhão de dados para cima e todos cairem se equilibrando em uma quina, uns por cima dos outros, formando um icosaedro.
Pessoas, se o mundo tivesse que acabar, teria acabado mês passado.
E ninguém poderia fazer coisa alguma.
Puf! Acabou!
Pela caridade, relaxem!
Um dado interessante que pouca gente sabe: vocês só estão aqui, lendo isto, graças ao CERN, pois foi lá que criaram a rede (web) (o que não é o mesmo que Internet, mas o que nos possibilita navegar por ela).
De nada!
(Enquanto escrevia, lembrei dum sonho que tive ontem a noite, de um vídeo explicando bem direitinho como acontecia a colisão. Pena que tal vídeo não existe e se existisse explicaria errado. Mas na hora, enquanto meu cérebro estava rodando em meia embreagem, fez sentido…)