Coisas que não sei: panela de pressão
Quem me lê há anos talvez não lembre que às vezes eu uso o 42. como um mecanismo de busca orgânico (faz um tempinho que não pergunto nada aqui, maldito seja o Facebook) e a pergunta a seguir está me corroendo desde que aprendi a usar tal utensílio culinário.
A pressão criada numa panela de pressão atua diretamente no alimento?
Explico: eu notei que cozinhar batatas na pressão faz com que elas fiquem consideravelmente mais firmes do que aquelas cozidas ao ar livre. Desde que eu deixe a panela esfriar e perder pressão ao seu próprio ritmo. Se levantar o pitoquinho (ou “válvula de escape”, para os não-potiguares) fazendo a pressão residual cair rapidamente, os tubérculos estouram como uma espinha inflamada antes de um encontro romântico.
É notável também que carnes cozinham até o ponto em que se desmancham como algodão doce em boca de cachorro mas continuam a manter o formato (novamente, desde que a pressão se equilibre com a ambiente naturalmente).
Eu entendo que, ao ferver sob pressão, a água muda de estado mais calmamente e não forma bolhas tão violentas (um alô para os laboratoristas!), mas a manutenção do formato da carne e da consistência das batatas se dá só por isso? Ou a pressão em si influencia o resultado, segurando as fibras/amido no formato/consistência original?
Minha dúvida é a seguinte: já que geralmente essas coisas estão submersas num líquido não-comprimível, a pressão tem influencia direta sobre as comidas ou apenas o aumento da temperatura explica os fenômenos descritos?
A melhor forma de descascar o ovo cozido perfeito
Antes de qualquer coisa (exceto estas duas frases), eis a receita do ovo cozido perfeito:
Deite um ovo (que foi retirado da geladeira com antecedência e que já se encontra em temperatura ambiente) em uma panela e despeje água fria da torneira em quantidade suficiente para cobrí-lo completamente. Adicione uma ou duas pitadas de sal e leve ao fogo médio.[1]
Assim que o conjunto começar a ferver, desligue o fogo e deixe o ovo em repouso por quinze minutos. Isso vai fazer com que ele cozinhe gentilmente sem que ultrapasse a temperatura interna ideal de 65°C (mais ou menos. Não me cite no seu TCC).
Findado o quarto de hora, escorra a água quente e volte a cobrir o ovo com água fria. Deixe-o por cinco minutos ou até que seja possível manuseá-lo ainda ligeiramente morno.[2]
Aí você descasca!
Usando o método de cozimento descrito acima, seu ovo ficará completamente cozido mas ainda macio.
Então, basta escolher o tipo de sal e degustá-lo lentamente.
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[1] – Não, o sal aqui não é para aumentar a temperatura de ebulição da água, porque a quantidade sugerida é irrelevante para o processo. O que o sal vai fazer ali naquele conjunto é proteger o ovo de um vazamento. Se a casca estiver trincada, a clara – ainda bastante líquda – vai vazar quando o ovo se expandir na água quente. Se sua água estiver suficientemente salgada, a clara vai se solidificar mais rapidamente, o vazamento vai ser contido e o buraco vai ser tampado.
[2] – Descascar um ovo quente é mais fácil que um frio porque a membrana que fica imediatamente abaixo da casca adere menos à clara em tais condições.