Coisas que não sei: panela de pressão

Quem me lê há anos talvez não lembre que às vezes eu uso o 42. como um mecanismo de busca orgânico (faz um tempinho que não pergunto nada aqui, maldito seja o Facebook) e a pergunta a seguir está me corroendo desde que aprendi a usar tal utensílio culinário.

A pressão criada numa panela de pressão atua diretamente no alimento?

Se você lembra desse jogo, sua infância foi há muuuuuito tempo.

Se você lembra desse jogo, sua infância foi há muuuuuito tempo.

Explico: eu notei que cozinhar batatas na pressão faz com que elas fiquem consideravelmente mais firmes do que aquelas cozidas ao ar livre. Desde que eu deixe a panela esfriar e perder pressão ao seu próprio ritmo. Se levantar o pitoquinho (ou “válvula de escape”, para os não-potiguares) fazendo a pressão residual cair rapidamente, os tubérculos estouram como uma espinha inflamada antes de um encontro romântico.

É notável também que carnes cozinham até o ponto em que se desmancham como algodão doce em boca de cachorro mas continuam a manter o formato (novamente, desde que a pressão se equilibre com a ambiente naturalmente).

Eu entendo que, ao ferver sob pressão, a água muda de estado mais calmamente e não forma bolhas tão violentas (um alô para os laboratoristas!), mas a manutenção do formato da carne e da consistência das batatas se dá só por isso? Ou a pressão em si influencia o resultado, segurando as fibras/amido no formato/consistência original?

Minha dúvida é a seguinte: já que geralmente essas coisas estão submersas num líquido não-comprimível, a pressão tem influencia direta sobre as comidas ou apenas o aumento da temperatura explica os fenômenos descritos?

Ilusões

Ilusões são enganos dos sentidos, ora percebendo coisas que não existem, outra não notando coisas reais. Todos somos suscetíveis a erros de percepção – alguns mais que outros.

Abaixo, uma lista das ilusões mais conhecidas (e outras nem tanto).

Quando você enxerga o que não está lá: ilusão de ótica.

Quando você não enxerga o que está realmente lá: ilusão idiótica.

Quando você só enxerga os símbolos que representam o que deveria estar: ilusão semiótica.

Quando você enxerga o que não está lá apenas com visão monocular: ilusão semi-ótica.

Quando você enxerga um macaco que não está lá: ilusão simiótica.

Quando você percebe uma coexistência entre o que está e o que não está: ilusão simbiótica.

Quando você só enxerga a vermelhidão da raiva a lhe incitar: ilusão psicótica.

Quando você ouve uma seqüência de notas que não estão a tocar: ilusão dó ré mi sol si fá.

Quando você enxerga uma reta que se aproxima infinitamente de uma curva sem jamais a tocar: ilusão assintótica.

Quando você enxerga desordem onde ela não está: ilusão caótica.

caos?

Quando você vê o branco dos olhos de quem não está a lhe mirar: ilusão esclerótica.

Quando você aspira o excesso de gás carbônico que está no ar: ilusão cianótica.

Quando você está num dos extremos políticos e acha que suas idéias vão fazer o país melhorar: ilusão patriótica.

Quando você se vê como um autômato obrigado a trabalhar: ilusão robótica.

Quando você calcula uma deformação contínua mesmo não tendo como provar: ilusão topológica.

Quando você encontra uma igreja anglicana do século 19 onde ela não pode funcionar: ilusão neogótica.

Quando você se vê em outro país apesar de lá não estar: ilusão exótica.

Quando você ouve uma lira tocando uma balada numa escala medieval que aquela não pode alcançar: ilusão em dórica.

Quando você acha que vive bem mesmo quando está a ponto de quebrar: ilusão eubiótica

Quando você lê palavras completas onde abreviações estão a dominar: ilusão estenógrafa.

Quando você acha que assistiu a um filme de Zé do Caixão que jamais iria ao ar: ilusão do Mojica.

Quando você percebe atos inocentes como libidinosos a ponto de se excitar: ilusão erótica.

Quando você ouve a voz de um físico teórico que não pode mais andar: ilusão lateral amiotrófica.

Quando você enxerga uma ameaça à liberdade do país enquanto livremente vocifera sua opinião sem ninguém lhe encarcerar: ilusão despótica.

Quando algo lhe induz ao sono mesmo não tendo mecanismos para funcionar: ilusão narcótica.

Quando você acha que está na Itália mas na verdade está na França, no meio do mar: ilusão de Córsega.

Quando você ouve zunir um carro feio que mal consegue acelerar: ilusão de Ford Ka

Quando você bebe suco de laranja puro e acha que está a se embriagar: ilusão de vodca.

Quando você cheira no forno um bacalhau com batatas, ovo, cebolas e azeitonas que não está a cozinhar: ilusão a Gomes de Sá.

Quando você enxerga várias críticas em um texto que não há: ilusão ecdótica.

Quando você glorifica uma janela suja ou uma torrada queimada por enxergar uma imagem que precisa de altar: ilusão apoteótica.

Quando você lê um tratado ultrapassado e acha que sabe diagnosticar: ilusão neurótica.

Quando você é um homeopata dizendo que vacinas se baseiam nos princípios da diluição infinita, chacoalhada para ativar: ilusão antibiótica.

Quando você é um auto-hemoterapeuta dizendo que se curou de uma doença sem conseguir provar: ilusão anedótica.

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