Comunicação Animal e Linguagem

“Se um leão falasse, nós não o entenderíamos” disse o filósofo Ludwig Wittgenstein. E o famoso rugido do leão dos estúdios MGM seria mais ou menos o que ouviriamos. Esta é a foto do leão, do cinegrafista e do operador de áudio do dia em que a cena do rugido da MGM foi gravada em 1924.

Os paralelos da comunicação animal e da linguagem humana pedem uma abordagem por um olhar comparativo e amplo. Não dá para isolar o ser humano ao estudar nenhum aspecto de nosso interesse. Temos sempre muito a ganhar ao situar os humanos entre ‘seus semelhantes’, os outros seres vivos.

Então, a dica dessa vez é a palestra gratuita “Comunicação animal e linguagem humana”, com o Prof. Dr. Didier Demolin, do Departamento de Linguística. Será realizada às 17h no dia 27 de outubro, essa quinta-feira. Além de gratuita é aberta aos interessados. Sala de eventos do IEA, Rua Praça do Relógio, 109, Bloco K, 5º andar, Cidade Universitária, São Paulo.

Haverá também transmissão ao vivo no site do IEA (Instituto de Estudos Avançados da USP). Não perca.

Segue abaixo um vídeo do físico teórico Michio Kaku falando que hoje nós já conseguimos, ao analisar o som emitido por mamíferos aquáticos, por exemplo, dizer que se trata de linguagem inteligente, porém ainda falta muito para conseguirmos decifrar o que estão dizendo.

Despertai para a Causa Ambiental

Por conta em parte da internet, celulares e das mídias socias, uma nova onda de redemocratização, sem precedentes, está acontecendo no mundo.

O que eram milhões de pessoas em isolado descontentes com os rumos da política, economia e suas implicações sociais e ambientais, se tornou uma massa de manifestações muito poderozas, capazes de mudanças reais.

Da Primavera Árabe à Marcha Contra a Corrupção, passando pelo Ocupai Wall Street e manifestações semelhantes na Europa, uma coisa ficou claro: precisamos engrossar mais o caldo para conseguirmos que o atual modelo econômico e de democracia, em que as decisões do mundo estão na mão de grandes corporações, evolua.

A importância da politização dos jovens é vital nesse cenário. No Brasil milhões de jovens ainda acham mais importante ir no Rock in Rio e em marchas religiosas, por exemplo. A alienação é amiga da corrupção e destruição ambiental e inimiga da revolução. Passe a reservar momentos do seu dia para extravasar sua indignação em formas que possam contagiar outras pessoas e apoiar causas social e ambientalmente relevantes.

Essa semana ocorreu o a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, uma iniciativa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. Terminando amanhã dia 23 ela reuniu mais de 15 mil eventos distribuídos pelo país inteiro, tiveram como foco Mudanças Climáticas Desastres Naturais, e Prevenção de Riscos. O maior evento sobre ciência do Brasil, ao focar a questão Ambiental, ajuda e muito na missão de acordar o brasileiro apático para a urgência e importância da causa.

Brasil, o país, que sediou a Eco 92, e sediará a Rio + 20 é o mesmo em que se gasta mais em estádios de futebol do que unidades de conservação, estrutura e fiscalização.

É o mesmo que quer perdoar desmatatores e desmantelar o atual código florestal, mesmo contra a opinião pública.

É o mesmo que constroi hidroelétricas na Amazônia a toque a caixa, desfigurando áreas ricas em biodiversidade e com povos indígenas, ignorando a opinião pública.

É o mesmo dá incentivo fiscal à fábricas e montadoras de carros, canaliza rios, asfalta áreas de várzea, cria mais estradas sendo que trem faria tudo mais fácil, poluindo menos e causando menos enchentes.

Não dá mais para ficarmos apáticos frente a causa Ambiental. Espero que até a Rio + 20 percebamos que sem tolerância zero para o pouco caso frente ao Meio Ambiente estaremos dando um tiro no próprio pé e destruindo nossa própria casa.

Segue abaixo a série Home, 9 vídeos legendados para o português, que ilustra bem a necessidade de agirmos para mudarmos nossas atitudes e o sistema econômico exploratório que está acabando com nossa casa, o mundo.

3º Simpósio em Psicobiologia na UFRN

Como os neurônios dão sentido musical às vibrações de ar que chegam aos nossos ouvidos? Como evoluiu a visão em cores em nós primatas? Porque achamos bebês tão cuti-cuti? Como pode a ecologia comportamental ajudar na conservação? Como o cérebro mede o tempo ou como cria a realidade? Como o medo e a memória se organizam no cérebro?
Estas, outras perguntas e todas a respostas vocês encontrarão no 3º Simpósio em Psicobiologia, Cérebro: desafios sem fronteira de 24 a 26 de novembro em Natal. Organizado pela pós-graduação em Psicobiologia da UFRN a terceira edição do evento conta com palestras, minicursos e apresentação de trabalhos.
Já estão abertas para a submissão de resumos que vai de 10 de outubro a 11 de novembro. O processo de submissão é todo online e cada autor pode submeter até 3 trabalhos.
As palestras são dadas ao longo dos três dias de evento tanto por alunos do próprio programa, quanto de professores convidados vindos de outras universidades. Serão 9 os minicursos apresentando temas variados, desde cognição em peixes até modelos farmacológicos no estudo da doença de Parkinson. As inscrições são bem acessíveis para estudantes e profissionais. Tudo isso fora as maravilhas das paisagens e praias de Natal. Compareçam.

Simpósio de Bem-Estar Animal na Unesp Rio Preto

Uma das maiores lições que podemos tirar do processo evolutivo é a noção de que não somos o ápice da natureza. Descer do pedestal egocêntrico imaginário é uma tarefa difícil, mas recompensadora e necessária, caso queiramos continuar existindo como espécie.

Ao nos vermos como apenas mais uma espécie qualquer, percebemos nossa milenar falta de respeito e pouco caso para com as outras espécies corriqueiramente ditas inferiores. Perceber isso é apenas o primeiro passo, o segundo é conhecer formas de promover condições de existências mais dignas para as outras espécies.

São justamente essas temáticas as abordadas no Simpósio de Bem-Estar Animal, organizado pelo Grupo de Estudo em Zoologia e pelo Programa de Pós-Graduação em Biologia Animal do IBILCE, UNESP, realizado de 3 a 5 de novembro em São José do Rio Preto.
A programação conta com um mesa redonda sobre os prós e contras dos zoológicos, palestras e minicursos.
As seis palestras tem temas que vão desde a história do bem-estar animal até os crimes contra a fauna. Os minicursos serão sobre enriquecimento ambiental, comunicação animal e bem-estar animal. O custo da participação é bem acessível.
Esse promete ser um ótimo evento e desde já parabenizo a organização pela iniciativa e sua concretização. Participem!!!

Dance seu doutorado

No ritmo de defesa de doutorado e de comportamento humano artístico veremos hoje formas descontraidas de se apresentar sua pesquisa de doutorado. Agradeço aqui os comentários no post e congratulações sobre minha defesa de doutorado. Em breve, assim que minha tese sair na biblioteca virtual de teses e dissertaçãoes da USP, eu coloco o link aqui para todos poderem baixar.

Agradeço também os comentários certeiros sobre a figura com os hominídeos segurando instrumentos que passa a impressão errônea da grande cadeira dos seres. É bom ver que os leitores estão cada vez mais afiados. Ao cortar o chimpanzé da imagem inicial deixei a coisa um pouco menos destorcida. Juntos temos que acabar com essa noção arrogante de que o ser humano é o ápice da criação, pois não existem nem ápice nem criação. Mais sobre a escala natura veja “Lamarck: a verdadeira idéia errada”.

A figura que achei mais interessante não sucitou nenhum comentário. Como assim apresentar a tese de doutorado em forma de dança interpretativa? Pois é, sem mais nem menos descubro da existência do “The ‘Dance your  Ph.D’ contest”, que já está na segunda edição. Promovido pelo Gonzo Lab e patrocinado pela Science Magazine e agora pelo TEDx de Bruxelas, concurso premia com $500 dolares a melhor apresentação de trabalhos em cada uma das áreas: de Física, Química, Biologia e Ciências Sociais.

Além de ser uma nova forma de fazer divulgação científica incentivando habilidades artísticas (tão desvalorizadas pela educação atual) essa competição ofereçe mais uma janela sobre o comportamento humano.

No primeiro vídeo, que é da rodada do ano passado, veremos como os conflitos de interesse do comportamento de corte de galináceos pode ser claramente entendido quando transposto para o comportamento humano de corte, muito por serem os mesmo conflitos em jogo. Além disso vimos em “Dança: um fértil campo de pesquisa evolutiva” a importância da dança na seleção sexual.

Male ageing and sexual conflict in the feral fowl (Dance your PhD 2010) from Rebecca Dean on Vimeo.

No segundo vídeo, agora de um competidor desse ano, veremos como nem sempre as pessoas tem motivações egoístas quando engajam em trocas sociais.

Dance your PhD 2011 – Alexios Arvanitis (Social Exchange Theory) from Alexios Arvanitis on Vimeo.

São muitos outros vídeos interessantes e engraçados, confira. As inscrições estão abertas até dia 10 de outubro. Leia as dicas de como fazer um bom vídeos e participe.