Darwin Day, Brasil 2024!

Entramos em mais um Dia de Darwin, nesse famoso 12 de fevereiro, comemorando 215 anos desde o nascimento de Charles R. Darwin (1809-1882). Ele foi o primata que além de apontar nossas raízes primatas, reuniu várias fontes de evidência e montou o quebra-cabeça coerente da origem, diversificação, manutenção e especialização natural das espécies de seres vivos ao longo da história de nosso planeta. Evolução biológica, sopa primordial, especiação por barreira geográfica, seleção natural e sexual, são algumas de suas grandes contribuições científicas. A curiosidade e humildade intelectual de Darwin, suas descobertas e seu legado são o que nos inspiram a continuar e ampliar essa celebração internacional que é o Darwin Day.

Um dia após o Dia Internacional das Meninas e Mulheres na Ciência, onde reconhecemos e incentivamos os interesses e carreiras científicas de meninas, garotas e mulheres, o Darwin Day estende esse chamado científico a todos, apesar do feriado de carnaval. E foi bem na segunda feira de carnaval, como hoje, que em 1832 Darwin presenciou o carnaval baiano. Na época não existia spray de espuma, então os foliões jogaram no jovem Darwin gringo sacos de farinha e bolas de cera cheias de água. É claro que ele não entrou na dança e odiou a festança.

Aqui no MARCO EVOLUTIVO o carnaval é de conhecimento! Pontualmente celebrando o Dia de Darwin desde 2008, passando pelo Bicentenário de Darwin e 150 anos do ‘Origem da Espécies’ em 2009, e por 20102011201220132014201520162017, pela Década de Darwin Days no Blog em 201820192020pelo sesquicentenário do “A Descendência do Homem a Seleção Sexual’ em 2021, pelo sesquicentenário do ‘A Expressão das Emoções no Homem e nos Animais’ em 2022, até 2023.

O presente evolutivo do Darwin Day desde ano quem nos deu foi o pessoal do Darwin Online que desde 2002 disponibilizam virtualmente todas as publicações, manuscritos, e cartas de Darwin. Depois de 18 anos de pesquisa, eles finalmente remontaram online a biblioteca pessoal completa de Darwin. Pela primeira vez desde seu falecimento em 1882, a biblioteca de Darwin contendo mais de 7.350 títulos pode ser acessada por qualquer um online. A biblioteca pessoal da Darwin se revelou conter quase 7 vezes mais itens do que previamente estimado. Além de livros de biologia e geologia, haviam livros de criação animal, filosofia, psicologia, história e viagem, entre outros.

Realmente, Darwin escreveu em sua autobiografia que ele havia comprado muitos livros. Pois bem, então hoje podemos acessar as fontes que ele acessou e entrar um mais no universo de conhecimento em que ele estava imerso. E isso demonstra que ao contrário de ser um cientista isolado, longe de Londres e das grandes universidade e museus, Darwin se mostrou estar bem por dentro do estado da arte que as Ciência Naturais estavam. Como metade dos livros não estavam em inglês, ele se mostrou focado ainda em aprender outras línguas. A biblioteca de Darwin se revelou uma das mais importantes e extensas coleções de livros particulares do sec. XIX. Aproveitem!

Como sempre, neste ano estamos tendo o Darwin Day do Museu de Zoologia da USP com várias atrações para os adultos e as crianças de 4/02 até 03/03. Dia 17/02 o Darwin Day do IB USP com duas palestras à tarde. Temos ainda de 26 a 28/02 o Darwin Day da Sociedade Brasileira de Genética na UFJF com exposições, palestras e mesas redondas. Temos o Darwin Day da UFJF em 24 de março. E teremos o Darwin Day da Unesp também! Fiquem ligados.

Ideais digitais e sustentáveis neste Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência 2023

No dia 11 de fevereiro celebramos mundialmente as descobertas, conquistas e a importância feminina na Ciência, visando corrigir a desigualdade de gênero das oportunidades na Ciência, e inspirando as meninas a virarem cientistas. Hoje é o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, iniciado em 2015 pela UNESCO. Temos que aproveitar o dia de hoje para incentivar e divulgar as iniciativas que fortalecem a atuação feminina na Ciência e Tecnologia.

Neste ano de 2023 a ONU levanta o tema inovação tecnológica digital visando equidade de gênero e educação digital. O aumento do acesso à tecnologia e educação digital nas meninas e mulheres tem o potencial de gerar mais inovação e soluções criativas aos grandes desafios atuais globais, sejam humanitários ou de sustentabilidade ecológica. A ONU também está focada este ano na importância das meninas e mulheres na Ciência com relação às metas de desenvolvimento sustentável da Agenda 2030. O tema é IDEAS: Inove, Demonstre, Eleve, Avance e Sustente.

Muito ainda precisa avançar para que meninas e mulheres encontrem seu lugar ao sol na Ciência. Um estudo publicado na Nature em 2022 descobriu que é menos provável que mulheres acabem virando coautoras de publicações de pesquisa ou patente em grupos de pesquisa do que homens. Mesmo quando elas publicam, suas contribuições são menos reconhecidas, ou até mais desconhecidas para a comunidade científica do que as contribuições masculinas.

Da mesma forma, uma revisão sistemática no Academic Medicine em 2022 mostrou que mulheres tendem a reportar receber menos mentoria, menor produtividade acadêmica, menos satisfação com a carreira, e maiores barreiras à progressão de carreira. Uma publicação neste 2023 da área da Limnologia apontou que as mulheres cientistas estão menos presentes nas conferências, nas premiações, no corpo editorial de periódicos e das sociedades científicas.

É por essas e outras razões que convido a todas as pessoas a celebrarem juntas este tão necessário Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência de 2023.

Promovendo Mulheres e Meninas na Ciência em 2022

Hoje, dia 11 de fevereiro, é o Dia Internacional da Mulher e Menina na Ciência. Estamos celebrando mundialmente as conquistas, descobertas e a importância feminina na Ciência, tentando corrigir a desigualdade de gênero das oportunidades na Ciência, e inspirando as meninas a virarem cientistas. Desde 2015 as Nações Unidas declararam o 11 de fevereiro para esta tão merecida e necessária celebração mundial. Os desafios são muitos, desde diminuir barreiras sociais, estereótipos e até atualizar as próprias dinâmicas institucionais da academia. O dia de hoje é um excelente lembrete da necessidade de se fortalecer e incentivar a atividade feminina na Ciência e Tecnologia.

No ano passado vimos como as mulheres cientistas estão sendo vitais para o combate à pandemia de coronavírus e para o avanço das medidas protetivas contra transmissão viral. A Science Advances publicou em 2021 um editorial falando a importância de se apoiar a presença das mulheres na academia científica durante e depois da pandemia. Eles elencaram algumas formas de se incentivar a entrada e a permanência das mulheres na Ciência: ajudar as mulheres cientistas quando eles começam família como oferecer creche a todas as mães na academia, dar salário equivalente ao masculino e o mesmo financiamento pra se começar um laboratório, repensar o período probatório para permitir e melhor acomodar a licença maternidade, oferecer mentoria de outros cientistas, manter opções de teletrabalho (aulas remotas e conferências online) mesmo depois da pandemia, e incentivar parcerias e colaborações científicas na academia.

Este ano estão saindo novas publicações promovendo e discutindo as contribuições científicas das mulheres nas mais diversas áreas como na Paleontologia e nas Neurociências. Atualmente estamos vendo uma melhora no ambiente acadêmico nacional e internacional, o qual está cada vez mais sensível às demandas e especificidades femininas. Porém, há muito ainda no que se avançar, principalmente na abertura de novas vagas, aumento do financiamento e disponibilidade de mais vagas em creches. E, por isso, temos que juntar forças para ajudar a promover as mudanças sociais necessárias para oferecer as plenas condições par atrair e manter mais mulheres na Ciência. Então, feliz Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência!

 

Mulheres cientistas no combate à pandemia

Começamos o primeiro ano 21 do Século XXI com muitos desafios e, incrivelmente, algumas razões para celebrar. Porém, reinicio as postagens no MARCO EVOLUTIVO pedindo um minuto de silêncio em respeito aos mais de 235 mil mortos pelo SARS-COV-2 causados da COVID-19 no Brasil até então, e aos mais de 2,371 milhões que se tem notícia no Mundo todo até então. Se nos EUA 40% das mortes por COVID-19 poderiam ter sido evitadas caso Trump tivesse levado a pandemia e à ciência à sério, no Brasil governado por Bolsonaro essa porcentagem deve ser ainda maior, infelizmente. Até porque, um estudo pre-registrado mostrou que decretar a obrigatoriedade do uso de máscaras é a solução mais efetiva, justa, socialmente responsável para diminuir a transmissão do novo coronavírus.

Nesse 11 de fevereiro estamos no Dia Internacional da Mulher e Menina na Ciência. Trata-se de uma celebração mundial enfatizando a imensa importância das mulheres na Ciência, apontando formas de se corrigir a desigualdade de gênero das oportunidades na Ciência, e inspirando as meninas a seguirem este trajeto profissional. Durante desastres e crises de saúde pública, sempre são as mulheres que mais sofrem devido ao fechamento das creches e escolas e o decorrente aumento da já carregada dupla jornada de trabalho, pessoal e profissional. Portanto, o poder público e a sociedade precisam se mobilizar para proteger as mulheres ainda mais durante essa pandemia. Apesar disso, um estudo em 8 países com 21.649 participantes mostrou que as mulheres são as que mais entendem a seriedade da pandemia e mais respeitam e seguem as medidas sanitárias de saúde pública que evitam o aumento na transmissão do coronavírus; elas fazem mais distanciamento social, usam mais máscara, e assim, protegem a si mesmas e à toda a sociedade. Temos muito o que agradecê-las.

Então, nada mais apropriado do que o tema desse ano do Dia Internacional da Mulher e Menina na Ciência, pois celebra as mulheres cientistas à frente do combate à pandemia da COVID-19, seu papel crucial desde a descoberta do primeiro coronavirus humano, passando pelo sequenciamento do genoma do novo coronavírus até a elaboração e testagem das vacinas. Da Ciência básica à aplicada, as mulheres cientistas tem contribuído para o rápido avanço no conhecimento e nas medidas protetivas contra a COVID-19. Portanto, a Ciência precisa de mais mulheres porque o mundo precisa de mais Ciência para lidar com os novos desafios fruto da progressiva devastação ambiental.

Quase tão antiga quanto meu último post, essa pandemia do novo coronavírus está mostrando claramente que não há futuro para humanidade sem respeito, disseminação, financiamento, vagas e estabilidade para a Ciência e cientistas. Até porque, a Ciência é a única forma de produção de conhecimento que pode gerar aplicações cotidianas como as vacinas beneficiando a todos, inclusive aqueles que negam os inegáveis avanços da Ciência. Temos algumas dezenas de meses de pandemia pela frente ainda, mas nunca é tarde para parar, ouvir, entender e seguir as recomendações científicas sobre as melhoras formas de se evitar a pandemia. Basta seguir as várias publicações científicas (como essa sobre a importância do uso de máscaras), os vários informes de Sociedades Científicas (como a de Infectologia), e os vários divulgadores de ciência nacionais (como o Atila Iamarino) e internacionais (como o pessoal do SciShow) com atualizações e recomendações sobre a pandemia de COVID-19.

Nesse sentido gostaria de ressaltar o excelente trabalho sendo realizado pelo Blogs de Ciência da Unicamp. Liderado pela cientista Ana de Medeiros Arnt do Instituto de Biologia, o grupo tem publicado desde o começo da pandemia muita informação embasada cientificamente em forma de texto, áudio e vídeo sobre COVID-19. Trata-se de conteúdo e didática de primeira no momento em que mais precisamos da Ciência em nossas vidas. Então, nada mais óbvio do que o ScienceBlogs Brasil se juntar ao grupo e se hospedar no Blogs de Ciência da Unicamp. Tal junção ocorreu em abril de 2020 e estamos muito satisfeitos por poder engrossar o coro do jornalismo, da divulgação, da disseminação, da popularização, e da educação não-formal científica no Brasil.