Feliz Dia de Darwin 2023!

É chegada a hora do nosso Darwin Day! Hoje, 12 de fevereiro de 2023, estamos celebrando os 214 anos de ninguém menos que Charles Robert Darwin (1809-1882). Foi ele, o geólogo e naturalista, que reuniu diversas fontes de evidências apontando para o processo evolutivo dos seres vivos. Com os mecanismos da seleção natural e da seleção sexual, ele propôs uma explicação natural e unificada para diversidade, similaridade e manutenção dos seres vivos, incluindo o ser humano, ao longo da história do planeta Terra.

Nada mais apropriado do que celebrarmos o aniversário de Darwin, sua biografia, descobertas e legado neste Darwin Day de 2023. O Dia de Darwin é uma celebração internacional que visa nos inspirar a refletir e agir seguindo os princípios de bravura intelectual, curiosidade, pensamento científico e busca pela verdade como demonstrados por Charles Darwin. Então temos que aproveitar esta celebração para nos ajuda apreciar a natureza evoluída dos seres vivos, nossa origem primata humilde, e para buscarmos as atualizações do conhecimento evolutivo fruto do legado darwinista.

Aqui no MARCO EVOLUTIVO temos, nos últimos 15 anos, continuamente celebrado o Dia de Darwin começando em 2008, passando pelo Bicentenário de Darwin e 150 anos do ‘Origem da Espécies’ em 2009, e por 20102011201220132014201520162017, pela Década de Darwin Days no Blog em 201820192020pelo sesquicentenário do “A Descendência do Homem a Seleção Sexual’ em 2021, e pelo sesquicentenário do ‘A Expressão das Emoções no Homem e nos Animais’ em 2022. Neste 2023 não seria diferente.

Darwin nos mostrou a beleza e o insight profundo de ver as relações entre as espécies como as de parentescos famílias numa grande árvore da vida. Não somos idênticos aos nossos pais; assim como as pessoas, as espécies são únicas, mas as espécies irmãs tendem a ser mais parecidas entre si do que as espécies primas. É uma ótima metáfora, pois ainda mostra que da mesma forma que um galho conforme cresce vai mudando, as espécies também vão mudando ao longo das gerações (anagênese), e quando há uma bifurcação é quando ocorre o evento de especiação, o surgimento de novas espécies (cladogênese). E quando um galho seca é como um evento de extinção para as espécies daquele ramo. De forma geral a evolução biológica pode ser representada como um eterno crescimento, bifurcação, fusão (simbiose) e perecimento dos ramos da vida, todos tendo um mesmo tronco distante em comum.

Em 1857, numa carta para Huxley, Darwin escreveu que “A hora virá, creio eu, embora não viva para ver, quando tivermos árvores genealógicas muito justas de cada grande reino da natureza.” Darwin estava certo, e todos nós hoje podemos vislumbrar e explorar a maior árvore dos seres vivos já organizada. O site OneZoom mostra numa estrutura fractal continua os relacionamentos de parentescos de 2,2 milhões de espécies, de bactérias até o urso de óculos sul-americano. Além de fotos, as folhas têm cores indicando se a espécie está extinta ou em risco de extinção. É claro que além da truta, do cogumelo amanita, da maconha, do lobo, o ser humano é uma das espécies mais procuradas.

Darwin estudou a evidência de anatomia comparativa entre humanos e outros grande primatas sem rabo para prever que os humanos muito provavelmente evoluíram na África. Em 1871, Darwin escreveu que “Em cada grande região do mundo os mamíferos vivos estão intimamente relacionados com as espécies extintas da mesma região. É, portanto, provável que a África tenha sido anteriormente habitada por grandes primatas extintos, parentes próximos do gorila e do chimpanzé; e como essas duas espécies são agora as aliadas mais próximas dos humanos, é talvez mais provável que nossos primeiros progenitores tenham vivido no continente africano do que em qualquer outro lugar.”

Darwin estava certo: não só os nossos ancestrais mais antigos desde a separação do ramo comum com os Chimpanzés e Bonobos são encontrados na África, mas também a árvore genealógica humana usando dados genéticos remonta à África. No ano passado foi publicada a maior árvore unificada da humanidade feita por meio de genomas atuais e ancestrais mostrando a riqueza de dispersões e intercruzamentos das populações. Talvez se todos conseguirmos perceber toda a humanidade e todos os outros seres vivos como literalmente nossos parentes ‘de sangue’ talvez diminuiremos com as guerras, abusos e maus-tratos ainda tão persistentes na atualidade.

Seguimos em frente nos Darwin Days, sempre disseminando os insights, as previsões, descobertas e legado de Darwin bem como as novas descobertas, as quais muitas apoiam as previsões do naturalista de revolucionou a biologia e a humanidade. Neste ano tivemos o Darwin Day da Sociedade Brasileira de Genética na UFES com exposições, palestras e mesas redondas. Estamos tento o Darwin Day do Museu de Zoologia da USP com várias atrações para os adultos e as crianças. E ainda teremos o Darwin Day da UFJF em 24 de março. Muitos outros evento ainda vão surgir, então aproveitem!

5 Anos de MARCO EVOLUTIVO e Feliz 2013

5 year cakeComeçamos esse feliz ano de 2013 já celebrando não UM, nem DOIS, TRÊS ou QUATRO mas sim os 5 anos que o MARCO EVOLUTIVO fez em novembro de 2012. Nosso science-canal online sobre Biologia, Evolução, sua História e Filosofia, e Comportamento Animal e Humano está com meia década de existência, e amadurecendo junto com você.
Agradeço como sempre todos os comentários, elogios e críticas recebidos. Continuem sempre acessando e compartilhando links do blog com os amigos. Aqui ao lado esquerdo  do post temos várias opções para curtir e compartilhar!

Tive um 2012 cheio de viagens pra congressos, pesquisas, orientação, palestras, minicursos e concursos, pricipalmente no segundo semestre o que tomaram todo o meu tempo para blogar. Fiquei noivo da Jaroslava Valentová, a Antropóloga Tcheca que é a mulher dos meus sonhos. Estou muito feliz que tudo está dando certo conosco e logo estaremos vivendo juntos.

Estive também trabalhando com repórter de Ciência e Saúde na Folha de S.Paulo. Gostaria de agradecer ao Reinaldo José Lopes e toda a equipe da redação por essa fantástica experiência profissional em jornalismo científico. Para acessar todos os textos que publiquei pela Folha é só clicar AQUI.

Fora isso participei do Boteco Behaviorista #4: “Biologia, Evolução e Comportamento” a convite do Felipe Epaminondas. Clique para assistir ao hangout coletivo inteiro gravado no dia 2 de setembro.

De janeiro de 2012 até janeiro de 2013 o MARCO EVOLUTIVO teve quase 27 mil visitas. Tivemos mais de 24 mil visitas no Brasil e 1.200 de Portugal. As outras visitas foram de EUA, Angola, Reino Unido, Moçanbique, Espanha, México, República Tcheca, Alemanha, França, Irlanda, Colômbia, Cabo Verde, Canadá, Itália, Chile, Suíça, Eslováquia, Argentina, Venezuela, Japão, Peru, Bélgica, Bolívia, Equador, Holanda, todos com 10 ou mais visitas. 

Cesar Ades e Marco

As palavras mais usadas antes de encontrar o MARCO EVOLUTIVO foram: “Biologia”, ”Somos dominados por genes ou mal-entendidos”, “Lamarck”, “Psicologia Evolucionista”, “Biossegurança” , “Revolução genômica” “Steven Pinker”, “Darwin”, “Seleção Sexual” e “Marco Evolutivo”.

Os 5 posts mais lidos de 2012 foram: 1-“Dicas de Livros em Psicologia Evolucionista”, 2- 2009 o “ANO DA BIOLOGIA”, 3-“Lamarck – A Verdadeira Idéia Errada”, 4-“O sexo chimpanzé e o conflito de gerações”, e 5- “Seleção Sexual, de Parentesco, Natural, Artificial e Social”, que data de 2012. O destaque do ano passado foi o trágico acidente que vitimou nosso querido César Ades, um dos pais da Etologia no Brasil e seu representante ilustre em todos os Dias de Darwin. “Ades Egypti e seu Entusiasmo Contagiante”. César Ades foi devidamente homenageado diversas vezes por sua obra e caráter. Todos seguimos em frente pesquisando e divulgando Etologia inspirados e contagianos pelo seu entusiasmo.

Nesse início de 2013 o MARCO EVOLUTIVO já conta com 246 seguidores pela Página no Facebook, três vezes mais do que tinham no começo do ano passado. E já estamos contando as horas para celebrar o Dia de Darwin depois de amanhã. Não percam.

Parabéns Mendel pelos 190 anos e pelo legado!

Hoje, dia 20 de junho, estamos comemoramos os 190 anos de Gregor Johann Mendel, considerado pai da genética, mas com uma vida bem longe de uma celebridade. O Pai da Genética é famoso, mas pouco conhecido.

Então nossa intrépida equipe de jornalistas do MARCO EVOLUTIVO viajou até o Mendel Museum no seu Mosteiro Agostiniano em Brno, na República Tcheca, para trazer a você, em primeira mão, mais do que sopa de letrinha sabor ervilha.

Muitos acham que ele nasceu em dia 22 de julho de 1822, mas esse foi o dia em que foi batizado. Muitos acham que ele nasceu na Áustria, mas sua cidade de nascença e seu mosteiro estão na República Tcheca, que é considerada o Berço da Genética. Naquele época, a atual Hynčice, cidade natal, era Heizendorf, a atual Brno era Brünn, e a atual região da República Tcheca era parte do Império Austro-Húngaro e a língua oficial era o alemão.

Filho de dona Rosina e seu Anton Mendel, humildes camponeses, Johann Mendel sempre gostou de estudar. Até antes de completar 18 anos ele já ganhava a vida dando aulas particulares para outros alunos. Depois estudou Matemática, Física, Filologia, Filosofia prática e teórica, e Ética no Instituto de Filosofia de Olomouc, também Rep. Tcheca. Aos 21 anos seguiu os estudos ao ingressar no Mosteiro Agostiniano em Brno, onde incorporou o primeiro nome, Gregor.

No Monsatério teve mestres que o incentivaram muito nos estudos, o Abade Cyril František Napp foi um deles. Ele foi quem construiu a avançada estufa pra época, com 30 metros por 6 de largura, que ofereceu as condições excelentes para os experimentos de Mendel.

Aos 24 anos concluiu um curso de estudos agrícolas de frutas e vinicultura no Instituto Filosófico em Brno. Aos 29 anos o Abade Napp mandou e bancou os estudos de Mendel na Universidade de Viena, na Áustria. Lá ele estudou mais Física, Matemática e História Natural e teve aulas como Física Experimental, Anatomia e Fisiologia de Plantas e aulas práticas de utilização do microscópio.

Aos 32 anos com a estufa acabada de construir, Mendel colocou na prática seus conhecimentos ao estudar plantas, como feijões, chicória, plantas frutíferas, uva e principalmente ervilhas, nas quais descobriu as famosas Leis de Mendel. Ele também criou camundongos e abelhas, desenvolveu seu próprio tipo de apiário e ainda criou uma linhagem de abelha que se mostrou muito agressiva e teve que ser eliminada. Ele também sabia muito de astronomia e também de metereologia.

Dos 32 aos 42, trabalhou em seus cuidadosos experimentos com ervilhas (Pisum sativum). Aos 40 Mendel leu uma tradução em alemão do ‘Origem da Espécies’ de Darwin sublinhou e anotou em várias partes da obra. Ajudou a criar a Sociedade Austríaca de Meteorologia e foi co-fundador da Sociedade de Ciência Natural de Brno.

Aos 63 anos, 1865 apresentou o seu trabalho experimental em ervilhas em uma palestra intitulada “Experimentos sobre a hibridização de plantas” nas reuniões de fevereiro e março da Sociedade de Ciência Natural de Brno. Em 1866, Mendel publicou no jornal da Sociedade de de Ciência Natural de Brno sua palestra, o trabalho que fazer dele o Pai da Genética. Ele distribuiu cópias de seu manuscrito para vários cientistas, que foi ignorado por todos. Apesar de ter sido considerado sempre um ótimo professor, ele fracassou duas vezes em concurso para ser professor da Universidade de Viena.

Mendel percebeu que não herdamos as características físicas (hoje o fenótipo), mas sim os elementos, fatores particulados (hoje chamados de genes). E sua genialidade foi perceber esses fatores hereditários trabalham aos pares, nos gametas eles estão separados e na fertilização eles se unem em novas combinações. Apartir daí foi fácil perceber que alguns fatores dominavam outros ao gerarem as características físicas abrindo caminha para a genética moderna. Suas descobertas pioneiras foram ignoradas até o começo do seculo XX depois de sua morte em 1884 quando ficou consagrado.

É claro que assim que redescobertas muitos acharam contraditórias as idéias de herança particulada com a fluidez gradual da variação populacional necessária para o primeiro passo da Seleção Natural. Os mutacionistas iniciais não era Darwinistas por mais que fossem Evolucionistas. O próprio Darwin por ter abandonado o pensamento essencialista e valorização a variação individual acabou criando uma teoria de herança baseada na mistura de características, algo que para ele faria mais sentido com sua teoria.

Somente na década de 1940 que com o surgimento da Genética de Populações pode haver conciliações entre os geneticistas e os darwinistas. Eles concordaram que a evolução é gradual, que o principal motor da evolução é a seleção natural, que a hereditariedade é “dura” ou seja particulada, que o mesmo tipo de mecanismos genéticos é responsável pela variação fenotípica continua e discreta, que a macroevolução é a acumulação dos processos microevolutivos e a especiação é um processo de genética de populações.

Mendel morreu em 6 de janeiro 1884. Depois de uma vida posterior muito ocupada com a administração do monastério. Ele foi enterrado três dias depois, no Cemitério Central, em Brno. Em um obituário da Sociedade para a Promoção da Natureza, Agricultura e Geografia de 1884, n º 1 foi lido: “Suas experiências com híbridos de plantas abriu uma nova era.” Hoje, sabemos que ele realmente inaugurou toda uma gama possibilidades para explicar muitos fenômenos hereditários (híbridos, mutantes, clones, variação, efeitos ambientais no genoma, etc) e para o desenvolvimento de várias tecnologias de analise do DNA, como para solucionar crimes, por exemplo. Homenagem mais que merecida.

No mundo todo estão sendo celebradas suas realizações pioneiras para entendermos as questões fundamentais da hereditariedade. Pelo menos de três ganhadores do Prêmio Nobel vão dar palestras no Museu de Mendel mantido pela Universidade de Masaryk em Brno. Acesse o site das celebrações e façam a visita online ao Museu do Mendel.

Extra Extra! Nossos Genes Estão na Música!

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É de longa data a discussão de se a variação individual na nossa habilidade musical tem maiores componentes herdados geneticamente ou do ambiente. Muitos, caindo no erro do determinismo genético de que gene é destino, temem que se descobrirem que alguns genes relacionados a uma facilidade de aprendizado musical isso irá acabar de vez com o ensino de música nas escolas. 
Pois é que os dotados de tais genes deveriam fazer aulas especializadas fora da escola. Ótimo, sendo assim, como devem existir genes facilitando o aprendizado de línguas e de matemática o currículo logo estará livre também dessas disciplinas. Nada mais justo! Vejam como não faz sentido algum temer que se busque fatores genéticos ligados a habilidade musical para proteger que o ensino musical no currículo.

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Estudos em gêmeos apontam que alguns aspectos da musicalidade apresentam um grande componente hereditário influenciando a variação individual. Um estudo (Coon & Carey, 1989) encontrou que de 44% a 90% da variação individual na capacidade musical se deve pelo compartilhamento genômico. Outro (Drayna et al., 2001) encontrou que de 71% a 80% da variação individual na discriminação de tons se deve à herança genética.

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Estudos genéticos já haviam mostrado que há uma associação entre a memória musical e polimorfismos em genes relacionados à vasopressina (Granot et al., 2007). Então o pesquisador Ian Craig do King’s College London coletou amostras de DNA dos 40 cantores profissionais do New London Chamber Choir e de pessoas que se diziam completamente incapazes de cantar ou tocar instrumentos. Ele está analisando se as variações individuais no tamanho e conteúdo das cópias do gene que codifica o receptor 1A para a vasopressina no cérebro e em mais 16 outros marcadores genéticos co-variam com as habilidades musicais individuais. Por enquanto ele só encontrou algumas poucas diferenças, mas a análise ainda não está concluída.

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Então, para atrair a atenção da mídia e do público em geral eles contactaram o compositor Michel Zev Gordon que compôs a música Allele, a primeira música criada a partir das ‘letras’ ou bases nitrogenadas do DNA. (Iniciativas anteriores semelhantes fizeram música a partir da freqüêcia da molécula de DNA). Pois é o DNA tem só 4 letras AGCT, e pra queles que gostam de pop song já sabem que 4 acordes são mais do que suficientes. Então como A= lá, G=sol, C= dó T=ti, ou si em inglês, dá pra criar uma música tranquilamente. Cada músico estava cantando sua voz contendo as notas da própria variante do gene relacionado à habilidade musical. Fenomenal. Veja mais detalhes abaixo no vídeo da NewScientist dessa semana.
Referências
Coon, H., & Carey, G. (1989). Genetic and environmental determinants of musical ability in twins. Behavior Genetics, 19(2), 183-193. 
Drayna, D., Manichaikul, A., Lange, M., Snieder, H., & Spector, T. (2001). Genetic Correlates of Musical Pitch Recognition in Humans. Science, 291 (5510), 1969 – 1972. 
Granot, R., Frankel, Y, Gritsenko, V., Lerer, E., Gritsenko, I., Bachner-Melman, R., Israel, S., & Ebstein, R. (2007). Provisional evidence that the arginine vasopressin 1a receptor gene is associated with musical memory. Evolution and Human Behavior, 28(5), 313-318. 

Origem das Espécies em Reggae

Hoje veremos uma iniciativa de homenagem a Darwin pelo Origem das Espécies muito interessante e inusitada. Dois acadêmicos, Prof Mark Pallen e doutorando Dom White, ambos da Birmingham University, tiveram a idéia de criar um novo estilo musical: o Genomic Dub. E nesse novo estivo eles fizeram reggae music do Origem das Espécies!!

O Genopmic Dub é uma empreitada série a com muito objetivos dentre os quais celebrar a vida e obra de Dariwn bem como os recentes sucessos na área da Genômica e da Biologia Evolutiva. Em sua página The Genomic Dub Collective, Pallen & White mostram como essa iniciativa pode integrar cultura e ciência criando um movimento que estimula o interesse geral pela ciência.

O álbum The Origin of Species in Dub eles incluíram trechos do Origem capítulo por capítulo e exploraram a temática da evolução humana na áfrica e o legado de Darwin. Abaixo veremos os 12 vídeos disponíveis essa incrível iniciativa científica e musical capaz de libertar nossa mente.
E pra fechar esse post descobri hoje que o apelido de infância de Charles Darwin era “Bobby”, algo bem reggae!!

Revolução Genômica – Palestras em São Paulo


A Exposição Revolução Genômica assim como a do Darwin apresenta uma organização de palestras e debates gratuitos ao longo da exposição. Essa iniciativa de integrar a exposição a palestras é brasileira e já na Exposição Darwin foi muito elogiada por Niles Eldrege e outros.

As Atividades Culturais da Exposição Revolução Genômica são: Ciclo de palestras e debates, Mesas-redondas e Mostra de filmes, além de performances do Clã das Artes Cômicas apresentando artes circenses.
O Ciclo de Palestras e debates é fruto de uma parceria entre o Instituto Sangari e a Revista Pesquisa FAPESP. Essa parceria permitiu convidar alguns pesquisadores ilustres nacionais e internacionais para nos brindar com as mais diversas pesquisas sobre genômica e em outras áreas do conhecimento. O site de Pesquisa FAPESP cobrirá as palestras e também disponibilizará a íntegra das apresentações.
Esse Ciclo de Palestras e debates conta com duas temáticas centrais amplas e relevantes: o Ciclo I – Genômica: Modelando a Biologia do século XXI e o Ciclo II – As Ciências do século XX e as novas fronteiras do conhecimento no século XXI, o qual está detalhado no site da Revista Fapesp.
O Ciclo I Genômica: Modelando a Biologia do século XXI da Exposição Revolução Genômica tem como objetivo revelar a influência determinante da pesquisa em genômica na evolução da Biologia nas últimas décadas e em suas vastas promessas para o futuro. As palestras desse Ciclo I são apresentadas sempre aos domingos às 11h, e excepcionalmente aos sábados às 15h no Auditório do Pavilhão Armando de Arruda Pereira, a antiga sede do Prodam, Parque do Ibirapuera portão 10. As reservas devem ser feitas no site da exposição.

Já tivemos as palestras do Niles Eldrege, curador do Museu de História Natural de Nova York desde 1969, e a do Prêmio Nobel Oliver Smithies, geneticista da Universidade da Carolina do Norte, que ganhou o Nobel de fisiologia e medicina em 2007 abrindo esse Ciclo.

As próximas palestras são:
Nesse final de semana, sábado dia 29/03, Alan Templeton, pesquisador renomado da Universidade de Washington falará sobre “A evolução humana nos últimos 2 milhões de anos: genes”. Inclusive já está esgotada.

Neste domingo dia 30/03, Alan Templeton, da Universidade de Washington falará dessa vez sobre “Usando a biologia evolutiva para estudar doenças arteriais coronarianas”.

Filme: Após a palestra desse domingo, haverá a exibição da fita O Enigma de Andrômeda, de Robert Wise, um clássico da ficção científica de 1971. Baseada no bestseller homômino do escritor Michael Crichton, a produção norte-americana conta a história de uma pequena cidade infectada por uma bactéria fatal e misteriosa trazida à Terra pela queda de um satélite espacial. Com duração de 131 minutos, o filme mostra a luta dos cientistas para encontrar a cura dessa estranha enfermidade.

No dia 13/04, Fernando Reinach, pesquisador em bioquímica e biologia molecular da USP e foi um dos coordenadores do projeto brasileiro de seqüenciamento do genoma da bactéria Xylella fastidiosa. Falará sobre “Impactos da genômica na agricultura brasileira”.
No dia 18/05, Jan Hoeijmakers, pesquisador da genética molecular da Universidade Erasmus, em Roterndã, Holanda, que estuda os mecanismos de reparo do DNA e as consequincias para o envelhecimento, falará sobre “Envelhecimento e longevidade: quanto duram seus genes?”
No dia 07/06, Andrew J. G. Simpson, bioquímico diretor executivo no Instituo Ludwing de Pesquisa sobre o Câncer e também foi um dos coordenadores do projeto brasileiro de seqüenciamento genoma da bactéria Xylella fastidiosa. Falará sobre “Aspectos genômicos do câncer”
No dia 21/06, Robin Buell, do departamento de biologia vegetal da Universidade Estadual de Michigan estuda aspectos genômicos da biologia vegetal e das doenças das plantas. Falará sobre “Arroz: um exemplo de como a genômica pode mudar as abordagens da ciência”.
No dia 06/07, Wen-Hsiung Li, pesquisador do departamento de ecologia e evolução da Universidade de Chicago e estuda mecanismos de evolução molecular e genômica, falará sobre “Uma visão genômica da evolução humana”.
E no dia 13/07, Michael Lynch, biólogo da Universidade de Indiana e estuda os mecanismos da evolução em diversos níveis gene, genoma e organismo, pesquisa a evcolução da complexidade do genoma e o papel de mutação e da recombinação na evolução. Falará sobre “Genomas e evolução”.
Aproveite sem moderação.

Revolução Genômica e Lei de Biossegurança

Separados por menos de uma semana estão os dois acontecimentos nacionais em que as temáticas Ciências Biológicas, Biotecnologia, Biossegurança, Genômica e Células-Tronco estarão em foco e que, com certeza, vão mexer com a vida de muitos cientistas e não-cientistas.
Na quinta feira passada dia 28/02 foi o coquetel oficial de abertura da Exposição REVOLUÇÂO GENÔMICA . Essa Exposição tem um ancestral comum com a Exposição DARWIN que está no Rio, pois ambas vieram via Instituto Sangari do Museu Americano de História Natural. Nessa exposição são abordados principalmente biodiversidade brasileira, célula, DNA, células-tronco, clonagem e transgênicos. O discurso da exposição está acessível para várias idades e vários níveis de intimidade com o tema, além disso, existem educadores para esclarecer dúvidas e mediar o entendimento para todos.
A Revolução Genômica ficará no parque do Ibirapuera em São Paulo até o dia 13 de julho e espera alcançar 500 mil visitações. Depois ela rodará o Brasil por mais 10 cidades assim como está fazendo a exposição DARWIN. Todos os últimos domingos de cada mês serão de graça e em todos os finais de semana de hora em hora os visitantes poderão acompanhar no laboratório da exposição uma extração de DNA do morango. Escolas ou qualquer grupo de pelo menos 24 pessoas podem ligar para (11) 3468 7400 no horário comercial e agendar uma visita monitorada por toda a exposição passando até pela extração do DNA. Com isso espera-se que o brasileiro tome mais conhecimento sobre sua biodiversidade e sobre as possibilidades biotecnológicas da clonagem, dos transgênicos e principalmente das células-tronco.

E são as próprias células-tronco o tema da votação na próxima quarta feira dia 05/03. A Lei de Biossegurança, que autoriza a pesquisa científica com células tronco embrionárias, foi aprovada pelo Congresso há três anos. Mas foi questionada pelo então procurador-geral da República, Cláudio Fontelles, que entrou com uma ação direta de inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal. Nesta quarta estará nas mãos dos 11 ministros católicos do supremo decidir sobre o futuro dessas pesquisas no Brasil, em uma sala que ostenta um grande crucifixo na parede.
Basicamente, aqueles contra a lei têm por base questões religiosas, enquanto aqueles a favor têm por base as possibilidades médicas que poderão se tornar reais na posse do conhecimento adequado do funcionamento das células-tronco embrionárias – as únicas totipotentes. Muitos grupos se manifestaram a favor, e com razão já que impedir a pesquisa por motivos místicos seria um retrocesso quase medieval. Mas infelizmente podemos flagrar o dedinho divino movendo a ação de inconstitucionalidade da Lei de Biossegurança, como deixa claro o site RNAm no texto Células-tronco: votação, bastidores e conspiração.
Essa votação e a ação religiosa me remetem às votações das leis eugênicas em países europeus e americanos durante o começo do século XX. As leis eugênicas eram coercivas, xenofóbicas e preconceituosas, pois estabeleciam que “a multiplicação dos débeis mentais era um perigo terrível para a raça” então todos aqueles minimamente enquadrados como mentalmente incapacitados eram esterilizados. Tais leis foram aprovadas primeiramente nos EUA e depois Suécia, Canadá, Noruega, Finlândia Estônia, Islândia e Alemanha também aprovaram. No entanto, em países onde a influência da igreja católica romana era forte não houve leis eugênicas.

As narrativas modernas da história da eugenia apresentam-na como um exemplo dos perigos de se deixar a ciência, especialmente a genética sem controle. Mas trata-se na realidade muito mais de um exemplo do perigo de se deixar o governo sem controle. Pois, apesar de todo cientista moderno reconhecer a eugenia como uma pseudociência, muito do que está errado com a eugenia não é ciência, mas coerção do Estado.
Quanto olhamos para essa votação da Lei de Biossegurança vemos novamente o catolicismo via CNBB (Congregação Nacional dos Bispos do Brasil) tentando impedir que os cientistas desalmados cometam atrocidades. Entretanto, agora a história é bem diferente, serão feitas pesquisas em culturas de células embrionárias para entendermos quais os processos ocorrem na diferenciação dessas células em todas as células especializadas do nosso corpo.

E ainda a professora de bioética da UnB, Débora Diniz, lembra que seriam usados apenas embriões inviáveis e com autorização dos doadores. E “embriões inviáveis são aqueles que mesmo que transferidos para o útero de uma mulher eles não tem capacidade de desenvolvimento pra gerar uma futura criança. São embriões que o único destino é o congelamento permanente ou o descarte,” explica ela.
Fica aí a indicação para nos informarmos bem e ficarmos atentos a esses dois eventos importantíssimos.