Evolução em Mente para Enfrentar a Crise Climática neste Darwin Day 2025
Feliz Dia de Darwin para todos os seres vivos que já existiram e, por enquanto, ainda existem na Terra. Hoje, dia 12 de fevereiro de 2025 celebramos o aniversário de 216 anos de ninguém mais ninguém menos do que Charles Robert Darwin. Ele foi o cientista que revolucionou a Biologia e outras áreas do conhecimento costurando inúmeros fatos em sua Teoria da Evolução Biológica por descendência comum, seleção natural e sexual, gradualismo e multiplicação das espécies. O Darwin Day é a comemoração internacional para honrar as contribuições de Charles Darwin para a ciência e refletir sobre como o evolucionismo continua a iluminar nossa compreensão do mundo e nos ajudar a enfrentar os desafios que enfrentamos.
No MARCO EVOLUTIVO comemoramos anualmente o Dia de Darwin desde 2008, passando pelo Bicentenário de Darwin e 150 anos do ‘Origem da Espécies’ em 2009, e por 2010, 2011, 2012, 2013, 2014, 2015, 2016, 2017, pela Década de Darwin Days no Blog em 2018, 2019, 2020, pelo sesquicentenário do “A Descendência do Homem a Seleção Sexual’ em 2021, pelo sesquicentenário do ‘A Expressão das Emoções no Homem e nos Animais’ em 2022, 2023 e 2024.
Da mesma forma que em 2021 abordamos aspectos evolutivos do enfrentamento da pandemia de COVID-19, este ano de 2025 abordaremos a questão ambiental. Não dá mais para ignorar os graves problemas ambientais e climáticos que nós humanos geramos. Quer dizer, mais especialmente a emergência climática e ecológica gerada em grande parte pelas corporações petroleiras e pelos países e seus indivíduos mais ricos nas últimas 6 décadas.
Sim, desde as décadas de 1960-70-80 grandes empresas de petróleo, como a Exxon e a Chevron, já sabiam dos sérios riscos do aquecimento global por efeito estufa causado pela queima de combustíveis fósseis, como diesel e gasolina, mas optaram por negar e desinformar o público e continuar a expandir seus negócios visando o lucro a curto prazo custe o que custar. Em alguns países elas estão começando a ser responsabilizadas juridicamente pelos problemas ambientais e suas severas consequências, mas ainda é muito pouco pois a indústria do petróleo precisa sumir do mapa o quanto antes.
As mudanças climáticas, impulsionadas pela ação humana, ameaçam ecossistemas, economias e o próprio futuro da vida no planeta. Mas, e se a mente e o comportamento humano causaram esse problemão será que entendendo a própria evolução da mente humana pode nos oferecer ideias para enfrentar esse problema? O presente evolutivo desde ano será a contribuição da Psicologia Evolucionista para enfrentarmos os graves problemas ecoclimáticos atuais. Veremos como nossos instintos evoluídos contribuíram para a crise climática e como podemos usá-los a nosso favor para construir um futuro mais sustentável.
A crise climática é um problema complexo e multifacetado do qual já se sabe as causas e consequências há várias décadas. As causas são o crescimento populacional, consumo insustentável, desigualdade socioeconômica, exploração excessiva dos recursos naturais e despejo excessivo de dejetos tóxicos e não-biodegradáveis. Anualmente, já estamos consumindo recursos e serviços naturais equivalentes a 1,75 vezes (quase o dobro) do que o planeta Terra consegue regenerar em um ano.
O aquecimento global, impulsionado pelo aumento das emissões de gases do efeito estufa, tem levado a extremos climáticos, como secas, inundações, furacões e muitas ondas de calor. Após o ano de 2024 ser o mais quente da história registrada, o mês de janeiro de 2025 já é considerado o mais quente registrado até então. A poluição do ar, da água e do solo, aliada à degradação de habitats, tem trazido prejuízo à saúde e acelerado a perda de biodiversidade. Já estamos diante do sexto evento de extinções em massa em nosso planeta e as mudanças climáticas podem intensificar epidemias e pandemias. Além disso, a escassez de recursos naturais, como água potável, tem gerado conflitos e migrações em massa aumentando a vulnerabilidade social. Para evitarmos que a situação piore mais ainda temos que promover mudança de comportamento o quanto antes.
A Psicologia Evolucionista nos mostra que muitas de nossas propensões comportamentais foram moldadas seletivamente por resolver problemas adaptativos do passado caçador-coletor pleistocênico pré-agricultura. Porém, no modo de vida contemporâneo urbanizado, industrializado e massificado as inclinações evoluídas podem ser mal-adaptativas. Dado o contexto socioeconômico atual, várias capacidades evoluídas infelizmente estão contribuindo para aumentar os problemas ambientais. Já sabemos há décadas que não basta apenas avisar ou ‘conscientizar’ sobre os problemas ecológicos, pois não somos tabula rasa ou agentes ultra para mudarmos completamente nosso padrão comportamental mediante a necessidades modernas. Temos uma bagagem psicológica vertebrada, mamífera, primata e hominínea e um vasto repertório comportamental evoluído que precisa ser levado em conta para atenuarmos as causas comportamentais e promovermos soluções efetivas para emergência climática e ecológica.
A competição por recursos e status, os quais nos ambientes ancestrais eram limitados pelo modo de vida simples, hoje contribuem para a acumulação excessiva e consumismo de ostentação, os quais tem alta pegada ecológica. O autointeresse e altruísmo local que fortaleciam a tribo ancestral cheia de parentes, hoje no mundo globalizado nos faz priorizar nossas necessidades imediatas e as de nosso grupo próximo e a ignorar problemas globais, como a crise climática. O mesmo tribalismo e a imitação social que aumentava as identidades de grupo ancestrais, hoje geram resistência política a mudanças de atitude e negacionismo. O desconto temporal, que nos faz valorizar mais o presente do que o futuro, dificulta ações que beneficiariam as gerações futuras, como reduzir emissões de carbono ou conservar recursos naturais. E ainda, somos mais sensíveis a ameaças imediatas e tangíveis, como predadores ou doenças, do que a riscos lentos, distantes, invisíveis ou abstratos, como o das mudanças climáticas e da poluição.
Porém, a natureza humana nos limita, mas não nos aprisiona, do mesmo jeito que as teclas do piano limitam, mas não aprisionam o compositor. Tanto é que conseguimos superar limitações naturais ao dar um jeito de até levantar vôo! Evoluímos para ser flexíveis e adaptáveis, capazes de aprender a reutilizar nossas capacidades para fazer coisas novas. Só conseguimos fazer coisas novas por estarem ancoradas em capacidades psicológicas evoluídas. Assim, podemos usar nossos traços evoluídos a nosso favor, promovendo ações sustentáveis de maneira eficaz. Podemos alinhar o autointeresse com a sustentabilidade, destacando os benefícios pessoais de escolhas ecológicas, como isolar termicamente a casa para economizar energia de ventilador e ar condicionado.
Podemos usar nosso altruísmo local e cuidado parental para despertar atitudes e comportamentos sustentáveis ao enfatizarmos os benefícios da sustentabilidade para nosso filhos, sobrinhos e netos nas próximas gerações. Podemos usar a busca por status para promover produtos e comportamentos sustentáveis como símbolos de prestígio e reputação. Podemos usar a imitação social para que influenciadores e normas sociais disseminar práticas sustentáveis como ter menos filhos, andar menos de avião, comer menos carne vermelha e usar mais bicicleta e transporte público. Podemos usar os riscos ancestrais ao apelar para emoções como o nojo para reduzir o consumo de carne vermelha. Podemos mostrar que pessoas de comportamento mais pró-ambiental são tidas como mais altruístas e, assim, vistas como mais atraentes romanticamente para relacionamentos de curto e de longo-prazo.
A crise climática é um problema grave, mas não intransponível. As mudanças comportamentais são parte das soluções são globais como descarbonização e transição energética, economia circular e sustentável, restauração ecossistêmica, manejo sustentável de recursos naturais, regulação internacional de países e mercados, e fim do lobby petroleiro. Integrando abordagens políticas, econômicas, jurídicas, tecnológicas e comportamentais, podemos reduzir seus impactos e construir um futuro mais sustentável. A abordagem evolutiva aplicada à mente humana tem um papel crucial nesse processo, ajudando-nos a entender e a trabalhar de forma alinhada com nossa natureza humana, ao invés de irmos contra ela. Veja estes artigos científicos mostrando a importância da Psicologia Evolucionista para atenuarmos os problemas ambientais (Griskevicius, Cantú & Van Vugt, 2012; Palomo-Vélez & van Vugt, 2021; Van Vugt, Griskevicius & Schultz, 2014).
Neste Dia de Darwin 2025, celebramos não apenas a ciência, o pensamento crítico e o evolucionismo, mas também a capacidade humana de aprender, adaptar-se e evoluir usando o conhecimento científico evolutivo. Não dá para desconsiderar as propensões psicológicas evoluída se quisermos promover sustentabilidade. Espero que possamos usar essa capacidade para enfrentar os desafios ambientais e garantir um planeta sustentável e saudável para esta e as futuras gerações de todos os seres vivos atuais. E como sempre participe dos vários eventos pelo país comemorando o Darwin Day, como os 20 anos de Darwin Day no Museu de Zoologia da USP, ou o Darwin Day da Sociedade Brasileira de Genética e da recém-criada Sociedade Brasileira de Biologia Evolutiva está com uma programação fantástica também. Aproveitem!
Darwin Day, Brasil 2024!
Entramos em mais um Dia de Darwin, nesse famoso 12 de fevereiro, comemorando 215 anos desde o nascimento de Charles R. Darwin (1809-1882). Ele foi o primata que além de apontar nossas raízes primatas, reuniu várias fontes de evidência e montou o quebra-cabeça coerente da origem, diversificação, manutenção e especialização natural das espécies de seres vivos ao longo da história de nosso planeta. Evolução biológica, sopa primordial, especiação por barreira geográfica, seleção natural e sexual, são algumas de suas grandes contribuições científicas. A curiosidade e humildade intelectual de Darwin, suas descobertas e seu legado são o que nos inspiram a continuar e ampliar essa celebração internacional que é o Darwin Day. Test
Um dia após o Dia Internacional das Meninas e Mulheres na Ciência, onde reconhecemos e incentivamos os interesses e carreiras científicas de meninas, garotas e mulheres, o Darwin Day estende esse chamado científico a todos, apesar do feriado de carnaval. E foi bem na segunda feira de carnaval, como hoje, que em 1832 Darwin presenciou o carnaval baiano. Na época não existia spray de espuma, então os foliões jogaram no jovem Darwin gringo sacos de farinha e bolas de cera cheias de água. É claro que ele não entrou na dança e odiou a festança.
Aqui no MARCO EVOLUTIVO o carnaval é de conhecimento! Pontualmente celebrando o Dia de Darwin desde 2008, passando pelo Bicentenário de Darwin e 150 anos do ‘Origem da Espécies’ em 2009, e por 2010, 2011, 2012, 2013, 2014, 2015, 2016, 2017, pela Década de Darwin Days no Blog em 2018, 2019, 2020, pelo sesquicentenário do “A Descendência do Homem a Seleção Sexual’ em 2021, pelo sesquicentenário do ‘A Expressão das Emoções no Homem e nos Animais’ em 2022, até 2023.
O presente evolutivo do Darwin Day desde ano quem nos deu foi o pessoal do Darwin Online que desde 2002 disponibilizam virtualmente todas as publicações, manuscritos, e cartas de Darwin. Depois de 18 anos de pesquisa, eles finalmente remontaram online a biblioteca pessoal completa de Darwin. Pela primeira vez desde seu falecimento em 1882, a biblioteca de Darwin contendo mais de 7.350 títulos pode ser acessada por qualquer um online. A biblioteca pessoal da Darwin se revelou conter quase 7 vezes mais itens do que previamente estimado. Além de livros de biologia e geologia, haviam livros de criação animal, filosofia, psicologia, história e viagem, entre outros.
Realmente, Darwin escreveu em sua autobiografia que ele havia comprado muitos livros. Pois bem, então hoje podemos acessar as fontes que ele acessou e entrar um mais no universo de conhecimento em que ele estava imerso. E isso demonstra que ao contrário de ser um cientista isolado, longe de Londres e das grandes universidade e museus, Darwin se mostrou estar bem por dentro do estado da arte que as Ciência Naturais estavam. Como metade dos livros não estavam em inglês, ele se mostrou focado ainda em aprender outras línguas. A biblioteca de Darwin se revelou uma das mais importantes e extensas coleções de livros particulares do sec. XIX. Aproveitem!
Como sempre, neste ano estamos tendo o Darwin Day do Museu de Zoologia da USP com várias atrações para os adultos e as crianças de 4/02 até 03/03. Dia 17/02 o Darwin Day do IB USP com duas palestras à tarde. Temos ainda de 26 a 28/02 o Darwin Day da Sociedade Brasileira de Genética na UFJF com exposições, palestras e mesas redondas. Temos o Darwin Day da UFJF em 24 de março. E teremos o Darwin Day da Unesp também! Fiquem ligados.
Feliz Dia de Darwin 2023!
É chegada a hora do nosso Darwin Day! Hoje, 12 de fevereiro de 2023, estamos celebrando os 214 anos de ninguém menos que Charles Robert Darwin (1809-1882). Foi ele, o geólogo e naturalista, que reuniu diversas fontes de evidências apontando para o processo evolutivo dos seres vivos. Com os mecanismos da seleção natural e da seleção sexual, ele propôs uma explicação natural e unificada para diversidade, similaridade e manutenção dos seres vivos, incluindo o ser humano, ao longo da história do planeta Terra.
Nada mais apropriado do que celebrarmos o aniversário de Darwin, sua biografia, descobertas e legado neste Darwin Day de 2023. O Dia de Darwin é uma celebração internacional que visa nos inspirar a refletir e agir seguindo os princípios de bravura intelectual, curiosidade, pensamento científico e busca pela verdade como demonstrados por Charles Darwin. Então temos que aproveitar esta celebração para nos ajuda apreciar a natureza evoluída dos seres vivos, nossa origem primata humilde, e para buscarmos as atualizações do conhecimento evolutivo fruto do legado darwinista.
Aqui no MARCO EVOLUTIVO temos, nos últimos 15 anos, continuamente celebrado o Dia de Darwin começando em 2008, passando pelo Bicentenário de Darwin e 150 anos do ‘Origem da Espécies’ em 2009, e por 2010, 2011, 2012, 2013, 2014, 2015, 2016, 2017, pela Década de Darwin Days no Blog em 2018, 2019, 2020, pelo sesquicentenário do “A Descendência do Homem a Seleção Sexual’ em 2021, e pelo sesquicentenário do ‘A Expressão das Emoções no Homem e nos Animais’ em 2022. Neste 2023 não seria diferente.
Darwin nos mostrou a beleza e o insight profundo de ver as relações entre as espécies como as de parentescos famílias numa grande árvore da vida. Não somos idênticos aos nossos pais; assim como as pessoas, as espécies são únicas, mas as espécies irmãs tendem a ser mais parecidas entre si do que as espécies primas. É uma ótima metáfora, pois ainda mostra que da mesma forma que um galho conforme cresce vai mudando, as espécies também vão mudando ao longo das gerações (anagênese), e quando há uma bifurcação é quando ocorre o evento de especiação, o surgimento de novas espécies (cladogênese). E quando um galho seca é como um evento de extinção para as espécies daquele ramo. De forma geral a evolução biológica pode ser representada como um eterno crescimento, bifurcação, fusão (simbiose) e perecimento dos ramos da vida, todos tendo um mesmo tronco distante em comum.
Em 1857, numa carta para Huxley, Darwin escreveu que “A hora virá, creio eu, embora não viva para ver, quando tivermos árvores genealógicas muito justas de cada grande reino da natureza.” Darwin estava certo, e todos nós hoje podemos vislumbrar e explorar a maior árvore dos seres vivos já organizada. O site OneZoom mostra numa estrutura fractal continua os relacionamentos de parentescos de 2,2 milhões de espécies, de bactérias até o urso de óculos sul-americano. Além de fotos, as folhas têm cores indicando se a espécie está extinta ou em risco de extinção. É claro que além da truta, do cogumelo amanita, da maconha, do lobo, o ser humano é uma das espécies mais procuradas.
Darwin estudou a evidência de anatomia comparativa entre humanos e outros grande primatas sem rabo para prever que os humanos muito provavelmente evoluíram na África. Em 1871, Darwin escreveu que “Em cada grande região do mundo os mamíferos vivos estão intimamente relacionados com as espécies extintas da mesma região. É, portanto, provável que a África tenha sido anteriormente habitada por grandes primatas extintos, parentes próximos do gorila e do chimpanzé; e como essas duas espécies são agora as aliadas mais próximas dos humanos, é talvez mais provável que nossos primeiros progenitores tenham vivido no continente africano do que em qualquer outro lugar.”
Darwin estava certo: não só os nossos ancestrais mais antigos desde a separação do ramo comum com os Chimpanzés e Bonobos são encontrados na África, mas também a árvore genealógica humana usando dados genéticos remonta à África. No ano passado foi publicada a maior árvore unificada da humanidade feita por meio de genomas atuais e ancestrais mostrando a riqueza de dispersões e intercruzamentos das populações. Talvez se todos conseguirmos perceber toda a humanidade e todos os outros seres vivos como literalmente nossos parentes ‘de sangue’ talvez diminuiremos com as guerras, abusos e maus-tratos ainda tão persistentes na atualidade.
Seguimos em frente nos Darwin Days, sempre disseminando os insights, as previsões, descobertas e legado de Darwin bem como as novas descobertas, as quais muitas apoiam as previsões do naturalista de revolucionou a biologia e a humanidade. Neste ano tivemos o Darwin Day da Sociedade Brasileira de Genética na UFES com exposições, palestras e mesas redondas. Estamos tento o Darwin Day do Museu de Zoologia da USP com várias atrações para os adultos e as crianças. E ainda teremos o Darwin Day da UFJF em 24 de março. Muitos outros evento ainda vão surgir, então aproveitem!
Feliz Darwin Day 2019 Brasil com 210 anos de Darwin e 160 do “Origem”
Apesar de tudo isso que tá aí, 2019 tem sim algum motivo para comemoração. Nesse 12 de fevereiro de 2019 estamos comemorando os 210 anos do meu, do seu, do nosso eterno bom velhinho Charles Robert Darwin. São inúmero eventos ocorrendo no mundo inteiro. Trata-se de uma celebração internacional da vida e obra de Darwin, os 160 anos da Origem das Espécies, bem como da Ciência e da Razão, dois pilares de sustentação da modernidade que andam imprudentemente cada vez mais desacreditados e desconsiderados. Um dia depois do Dia Internacional da Mulher e Menina na Ciência, hoje também é celebrado o Dia do Orgulho Ateu e a biografia de Darwin nos ensina que é preciso muita coragem, curiosidade e honestidade intelectual para eclodir do conforto da religião e encarar o mundo real de peito aberto. Em 12 de fevereiro de 1809 também nascia Abraham Lincoln que lutou contra a escravidão, assim como Darwin e sua família. É de notório saber que Darwin quando esteve no Brasil rejeitou a escravidão, disse nunca mais na vida voltar a visitar um país escravocrata, e até torceu para o Brasil seguir o exemplo do Haiti e fazer uma revolta contra os colonizadores.
O que Darwin pensaria do Brasil do século XXI? Onde empresas privadas por ganância e puro descaso destroem bacias hidrográficas inteiras envenenando seu ecossistema e toda sua biodiversidade e população, onde áreas de conservação ambiental estão sem recursos e sendo ameaçadas, onde governantes cada vez mais rejeitam a laicidade do estado e a teoria evolutiva, onde cada vez menos se faz para combater o trabalho escravo, chegando até a ilusória negação da existência da escravidão em nosso país, onde as terras indígenas continuam a ser invadidas e nossos nativos dizimados.
Acho que Darwin até sentiria saudade do antigamente que ele outrora rejeitou assim que visse o quanto poderíamos estar avançados enquanto civilização, mas só que não. Com mais mulheres na política e na ciência muitos desses e outros desafios estariam solucionados.
Aqui no MARCO EVOLUTIVO, celebramos anualmente o Dia de Darwin começando em 2008, passando pelo Bicentenário em 2009, e por 2010, 2011, 2012, 2013, 2014, 2015, 2016, 2017, e até a Década de Darwin Days em 2018. Nesse período de mais de uma década vi muitos cientistas se empolgarem pelo Darwin Day e começarem a divulgar, prestigiar e até organizar eventos alinhados com as celebrações internacionais. Afinal, com um legado desse não dá pra não se engajar de vez, ainda mais em tempos sombrios como os atuais, talkei.
Darwin, além de ser a razão do meu blogar anual, é simplesmente a pessoa que viabilizou a real integração entre matéria e propósito, forma e função, ancestral e atual, adaptado e vestigial, individual e populacional, armamento e ornamento, domesticado e selvagem, animal e humano, corporal e emocional, geológico e biológico, vegetal e animal, sobrevivência e reprodução. Por isso que o Darwin Day iniciado no mundo em 1995 veio para ficar.
Só nos resta colar e lotar pessoal ou virtualmente nas várias celebrações desse ano, algumas já ocorreram, outras estão ocorrendo agora e outras vão ocorrer depois do começo do ano letivo ou até no segundo semestre. Você que é do Rio de Janeiro, fique de olho no Darwin Day na Livraria Travessa Ipanema com 3 ótimos palestrantes e no Museu do Amanhã com o incrível Ver Ciência. Em Botucatu, fique ligado no Darwin Day Unesp, sempre com ótima programação. Em Ribeirão Preto, fique ligado no Darwin Day RP na USP, sempre muito bom. Em Osasco, tem celebração sempre interessante e descontraída no segundo semestre no Borboletário municipal. Em Uberlândia, se ligue no Darwin Day da UFU de Umuarama, que promete. Em Belém, fique ligado no DNA & Darwin Day da LAGEN na UFPA. Em Alagoas, o pessoal do GESEB na UFAL já celebrou seu Darwin Day.
Em São Paulo, haverá o Darwin Day da Veterinária na FMVZ da USP com programação excelente o dia inteiro, e que poderá ser acompanhado online pelo IPTV USP. Haverá, também em São Paulo, a tradicional e famosa Semana de Darwin no Museu de Zoologia da USP com programação excelente a semana inteira. Serão 4 mesas redondas com ótimos convidados, todas iniciando às 19h: uma hoje, dia 12/02, sobre Os 160 anos do Origem das Espécies, uma amanhã, dia 13/02, sobre Seleção Sexual onde estarei junto com a Profa Dra. Jaroslava V. Valentova, minha esposa, uma dia 14/02 sobre Genes e Cultura, e a última dia 15/02 sobre Cultura e Cognição. Tenho muito orgulho de ter sido convidado a palestras duas vezes no Darwin Day do Borboletário de Osasco, uma vez no de Ribeirão Preto, uma no da Unesp de Botucatu e agora no do Muzeu de Zoologia da USP. Espero que cada vez mais instituições comecem a celebrar esse Dia de Darwin (ou até essa Semana de Darwin) e a brilhantar esse dia num momento tão sombrio do nosso país e do mundo.
Desejo a todos um Dia de Darwin bem subversivo, produtivo, desconstruído e evoluído.
Fique com um Darwin Day especial do Stated Clearly sobre Darwin e Seleção Sexual.
Evolução à Vista na Exposição Darwin Tocorimé
De volta à ativa e recuperado, apresento aqui no MARCO EVOLUTIVO uma das exposições sobre evolução mais interessantes e arrojadas que já vi. Começa essa semana no Rio de Janeiro na onda da Rio +20 a Exposição Darwin Tocorimé.
Trata-se de uma exposição científica e interativa sobre a vida e obra de Charles Darwin, sua viagem e descobertas evolutivas. Tudo feito a bordo do barco Tocorimé Pamatojari, simplesmente o maior veleiro de madeira do Brasil.
O veleiro Tocorimé já é uma famosa plataforma marítima de educação e cultura e com a Exposição Darwin Tocorimé a bordo tem a meta de velejar a costa brasileira tal qual Charles Darwin a bordo do HMS divulgando e ensinando evolução e respeito sobre a biodiversidade.
A Exposição Darwin Tocorimé também conta com um seminário sobre “Sustentabilidade em Evolução”. Serão 6 palestras sobre o tema contando com Profª Maria Isabel Landim (Museu de Zoologia da USP), curadora da exposição “Darwin no Tocorimé” e Markus Lehmann (Diretor Executivo da A4 Mares e Capitão do Tocorimé Pamatojari) no dia 15 de junho.
Dan Garrison (NASA – Diretor do Departamento de Desenvolvimento, Investigação e Aplicações Científicas) e Matthew Shirts (Editor da National Geografic Brasil e Consultor do Planeta Sustentável – Editora Abril) no dia 18 de junho.
E Frederico Brandini (Instituto Oceanográfico da USP) e Carlos Henrique Painel (Diretor da Cúpula dos Povos) no dia 19 de junho. Todas as palestras serão as 17 horas com entrada gratuita mediante a solicitação de convite pelo email info@tocorime.net.
A embarcação contando a Exposição Darwin Tocorimé ficará na Marina da Glória na cidade do Rio. Com inauguração no dia 15 de junho só para convidados, a exposição será aberta ao público nos dias 16 e 17 de junho das 9hs às 16hs e dia 19 das 14hs às 16hs.
Não perca essa oportunidade evolutiva e divulgue para seus amigos. Fique com o vídeo sobre a história do veleiro Tocorimé.
Feliz Darwin Day 2011!!!



Why Celebrate Darwin Day? from American Humanist Association on Vimeo.
Semana de Darwin no Museu de Zoo da USP
Começa amanhã a programação especial do Museu de Zoologia da USP em comemoração do Dia de Darwin. A programação conta com várias atividades interessantes e participação de vários professores. Taí uma ótima oportunidade para visitar o Museu de Zoo e ver a exposição permanente que é muito boa e a temporária “Darwin, Evolução para Todos”.

Feliz Dia de Darwin 2010!!
Aniversário de dois anos do MARCO EVOLUTIVO
Podcasts Sobre Darwin e o blogando o Origem


O primeiro podcast chama-se In Our Time, que abrange 4 programas falando da vida e obra de Darwin, desde sua infância até sua morta e legado. Melvyn Bragg faz entrevistas com eminentes professores ligados ao Christi’s College onde Darwin estudou em Cambridge, com professores do Museu de História Natural de Londres e com curador do jardim da Down House onde ele morou no campo, criou os filhos e fez a maior parte dos trabalhos científicos.
O segundo podcast é o Dear Darwin, que são cinco cientistas de peso: Dr Craig Venter, Sir Jonathan Miller, Prof Jerry Coyne, Dr Peter Bentley e Prof Baruch Blumberg, cada um lendo uma carta sua dirigia a Darwin falando sobre seu legado e trabalho. E você o que incluiria numa carta a Darwin?
O terceiro podcast é o Hunting the Beagle, que é um programa em que o historiador marítimo Dr. Robert Prescott relata seu empenho de quase 10 anos à procura das pistas do paradeiro dos destroços do HMS Beagle.
O quarto podcast é o Darwin, My Ancestor, uma série de 4 programas em que a escritora Ruth Padel, tátara neta de Darwin descreve sua jornada na descoberta das facetas pessoas de seu antepassado, nosso parente, Charles Darwin.
Além dos podcasts eu recomendo os vários vídeos no homepage da BBC. E também recomendo o Blogging the Origin no ScienceBlog Americano. Trata-se de um blog de curta duração criado por John Whitfield, um divulgador de ciência, que nunca tinha lido o Origem das Espécies e publicou na época do Darwin Day um post para cada capítulo lido falando suas impressões ao ler esse livro sesquicentenário em pleno século XXI.
Abaixo veremos um vídeo comemorativo dos 150 anos da Seleção Natural, completado o ano passado graças à cartinha bombástica que Wallace mandou pra Darwin, dando origem à publicação conjunta em 1858 e catalisando a publicação do Origem das Espécies.