Auto-reconhecimento em comum

Hoje podemos fazer coisas impensadas. Ao olharmos para o espelho há alguns séculos atrás era impensada, simplesmente inconcebível, a noção de que viemos dos macacos. Motivo de muita chacota.
Hoje, que sabemos que não viemos dos macacos que Somos Macacos, podemos vislumbrar no mesmo espelho rastros da noção de “si mesmo” em nossos parentes mamíferos. Justamente estudando o auto-reconhecimento, seu desenvolvimento e acontecimento.
No vídeo da National Geographic abaixo veremos que os grandes símios estão mais próximos de nós do que imaginávamos. Sua memória instantânea é melhor que a nossa, eles possuem centenas de palavras e uma forma de linguagem, tanto que até podemos formar inúmeras frases com o lexograma interativo de bonobos. Os grandes símios usam ferramentas mais complexas do que as que poderíamos imaginar e, além disso, são capazes de auto-reconhecimento.

O teste padrão para o auto-reconhecimento é conhecido como o teste do espelho. É um teste em que o indivíduo é marcado despercebidamente antes de ser apresentado a um espelho. Se durante o experimento ele tocar a marca do espelho não terá se percebido. Porém se ele tocar a marca em seu próprio corpo ele terá apresentado o auto-reconhecimento.
Metade das crianças de até dois anos se reconhecem no espelho e todos os grandes símios: chimpanzés, bonobos, gorilas e orangotangos, em algum momento da vida se reconhecem no espelho também.
O aparecimento evolutivo na noção de si mesmo está correlacionado com altas formas de empatia e comportamento altruísta. Recentemente as fronteiras do auto-reconhecimento no espelho se expandiram: Capacidade antes relacionada apenas com os grandes símios foi encontrada em golfinhos e em 2006 nos elefantes asiáticos.
Esqueçam do vídeo a idéia de procurarmos o ingrediente secreto que torna os humanos, humanos e os grandes símios apenas símios. Pois não estamos dominando o planeta, muito menos deixando nossos parentes símios para tráz. Estamos matando nossos próprios parentes cruelmente.

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