Mulheres cientistas no combate à pandemia

Começamos o primeiro ano 21 do Século XXI com muitos desafios e, incrivelmente, algumas razões para celebrar. Porém, reinicio as postagens no MARCO EVOLUTIVO pedindo um minuto de silêncio em respeito aos mais de 235 mil mortos pelo SARS-COV-2 causados da COVID-19 no Brasil até então, e aos mais de 2,371 milhões que se tem notícia no Mundo todo até então. Se nos EUA 40% das mortes por COVID-19 poderiam ter sido evitadas caso Trump tivesse levado a pandemia e à ciência à sério, no Brasil governado por Bolsonaro essa porcentagem deve ser ainda maior, infelizmente. Até porque, um estudo pre-registrado mostrou que decretar a obrigatoriedade do uso de máscaras é a solução mais efetiva, justa, socialmente responsável para diminuir a transmissão do novo coronavírus.

Nesse 11 de fevereiro estamos no Dia Internacional da Mulher e Menina na Ciência. Trata-se de uma celebração mundial enfatizando a imensa importância das mulheres na Ciência, apontando formas de se corrigir a desigualdade de gênero das oportunidades na Ciência, e inspirando as meninas a seguirem este trajeto profissional. Durante desastres e crises de saúde pública, sempre são as mulheres que mais sofrem devido ao fechamento das creches e escolas e o decorrente aumento da já carregada dupla jornada de trabalho, pessoal e profissional. Portanto, o poder público e a sociedade precisam se mobilizar para proteger as mulheres ainda mais durante essa pandemia. Apesar disso, um estudo em 8 países com 21.649 participantes mostrou que as mulheres são as que mais entendem a seriedade da pandemia e mais respeitam e seguem as medidas sanitárias de saúde pública que evitam o aumento na transmissão do coronavírus; elas fazem mais distanciamento social, usam mais máscara, e assim, protegem a si mesmas e à toda a sociedade. Temos muito o que agradecê-las.

Então, nada mais apropriado do que o tema desse ano do Dia Internacional da Mulher e Menina na Ciência, pois celebra as mulheres cientistas à frente do combate à pandemia da COVID-19, seu papel crucial desde a descoberta do primeiro coronavirus humano, passando pelo sequenciamento do genoma do novo coronavírus até a elaboração e testagem das vacinas. Da Ciência básica à aplicada, as mulheres cientistas tem contribuído para o rápido avanço no conhecimento e nas medidas protetivas contra a COVID-19. Portanto, a Ciência precisa de mais mulheres porque o mundo precisa de mais Ciência para lidar com os novos desafios fruto da progressiva devastação ambiental.

Quase tão antiga quanto meu último post, essa pandemia do novo coronavírus está mostrando claramente que não há futuro para humanidade sem respeito, disseminação, financiamento, vagas e estabilidade para a Ciência e cientistas. Até porque, a Ciência é a única forma de produção de conhecimento que pode gerar aplicações cotidianas como as vacinas beneficiando a todos, inclusive aqueles que negam os inegáveis avanços da Ciência. Temos algumas dezenas de meses de pandemia pela frente ainda, mas nunca é tarde para parar, ouvir, entender e seguir as recomendações científicas sobre as melhoras formas de se evitar a pandemia. Basta seguir as várias publicações científicas (como essa sobre a importância do uso de máscaras), os vários informes de Sociedades Científicas (como a de Infectologia), e os vários divulgadores de ciência nacionais (como o Atila Iamarino) e internacionais (como o pessoal do SciShow) com atualizações e recomendações sobre a pandemia de COVID-19.

Nesse sentido gostaria de ressaltar o excelente trabalho sendo realizado pelo Blogs de Ciência da Unicamp. Liderado pela cientista Ana de Medeiros Arnt do Instituto de Biologia, o grupo tem publicado desde o começo da pandemia muita informação embasada cientificamente em forma de texto, áudio e vídeo sobre COVID-19. Trata-se de conteúdo e didática de primeira no momento em que mais precisamos da Ciência em nossas vidas. Então, nada mais óbvio do que o ScienceBlogs Brasil se juntar ao grupo e se hospedar no Blogs de Ciência da Unicamp. Tal junção ocorreu em abril de 2020 e estamos muito satisfeitos por poder engrossar o coro do jornalismo, da divulgação, da disseminação, da popularização, e da educação não-formal científica no Brasil.

 

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