George C. Williams (1926 – 2010) Grande Evolucionista

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Morreu no dia 08, semana passada, do mal de Alzheimer aos 83 anos George C. Williams (1926 – 2010), um dos mais importantes evolucionistas da atualidade. Professor emérito da Biologia na State University of New York em Stony Brook nos EUA, foi visionário e pioneiro que contribuiu enormemente para nosso entendimento evolutivo sobre o envelhecimento, menopausa, a reprodução sexuada, o adaptacionismo, os níveis de seleção e a medicina e doenças.
Para Niles Eldredge, George C. Williams foi um pensador profundo e cuidadoso, muito tímido e bem legal. Stephen Jay Gould o achava um cavalheiro quieto com uma enorme influência na teoria evolucionista que sempre esteve avançado em relação ao seu tempo quanto à sua clareza teórica. Para Richard Dawkins, ele foi um cientista maravilhoso e um grande cavalheiro de uma sabedoria lendária. Para Steven Pinker ele é um dos mais famosos escritores na história da ciência. Para Daniel Dennett, ele mostrou pela primeira vez como é difícil ser um bom evolucionista e como é fácil cometer erros simples. Para Martin Daly, George William faleceu sendo o maior biólogo evolucionista de seu tempo que influenciou tanto a ecologia comportamental quanto a psicologia evolucionista. Para Michael Ruse, ele foi parte do grupo de biólogos que mudou completamente a natureza da teoria da evolução a meio século atrás. Para Randolph Nesse, ele foi o mais importante biólogo do século XX que com uma abordagem consistente e um pensamento metódico perseguiu questões importantes e destilou suas conclusões em prosa límpida.

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Em seu primeiro livro e um dos mais importantes da área Adaptation and Natural Selection: A Critique of Some Current Evolutionary Thought (1966) ele influenciou gerações de evolucionistas com um adaptacionismo mais rigoroso e desbancando de vez o selecionismo de grupo ingênuo, que infelizmente, ainda vemos muito na narração de documentários sobre animais, algo do tipo “tudo para o bem da espécie”. Ele mostrou que a adaptação é um conceito oneroso e que teve ser criticamente testado segundo vários critérios antes de aceitá-lo finalmente como conclusão.

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Em Sex and Evolution (1975), Natural Selection: Domains, Levels, and Challenges (1992), ele atualizou e expandiu suas idéias anteriores, introduziu a idéia de seleção de clado e foi fundo na questão dos níveis de seleção. Ele fez um distinção muito importante para evitarmos muitos mal entendidos em biologia evolutiva. Temos que reconhecer que existem dois domínios distintos em biologia evolutiva: um é o da matéria, no qual gene significa cadeia de DNA, o outro é o da informação, no qual gene significa pacote de informação, mensagem, receita. Então para entender os níveis de seleção não se pode incorrer no erro de misturar os dois domínios como indivíduo (material) e gene (pacote de informação), pois os diferentes domínios não são correspondentes, deve-se ter a clareza de comparar níveis dentro de um mesmo domínio.

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Mais tarde em seu livro Why We Get Sick (1995) (Por que Adoecemos. A nova ciência da medicina darwinista (1997) da Editora Campus na tradução brasileira) em coautoria com Randolph Nesse, introduz o campo da Medicina Darwinista. Ambos trazem todo o poder da teoria evolutiva em dar sentido, amarrar e guias novas perguntas mas toda a área médica. 

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Williams mostrou como é um absurdo a idéia de restaurar a homeostase, ou seja, tudo de incomum manifestado em seu corpo durante a doença deve ser combatido, com um exemplo bem claro: Imagine que você chega na sua casa e dois fatos incomuns estão acontecendo: 1) tem um caminhão vermelho estacionado na frente e vários seres jogando água na sua casa; 2) tem muita fumaça saindo pela sua janela. O que você deve fazer para restaurar a homeostase da sua casa é dar um fim em todos os fatos incomuns, então você se livrar dos seres molhados, guinchar o caminhão vermelho e não deixar fumaça sair pela janela, pronto resolvido!!! Eles mostraram que muitos dos sintomas das doenças são estratégias coordenadas do seu corpo inerentes do processo. Dawkins chegou a sugerir a todos que comprem duas cópias do livro e receitem um para seu médico. Segundo profetizou o próprio Williams:
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“In twenty or thirty years, medical students will be learning about natural selection, about things like balance between unfavorable mutations and selection. They will be learning about the evolution of virulence, of resistance to antib
iotics by microorganisms, they will be learning about human archaeology, about Stone Age life, and the conditions in the Stone Age that essentially put the finishing touches on human nature as we now have it. These same ideas then will be informing the work of practitioners of medicine, and the interactions between doctor and patient. They’ll be guiding the medical research establishment in a fundamental way, which isn’t true today. At the rate things are going, this is inevitable. These ideas ought to reach the people who are in charge — the doctors and the medical researchers — but it’s even more important that they reach college students, especially future medical students, and patients who go to the doctor.”

Não deixe de receitar os seguintes links para seu médico, para seus amigos alunos e professores das áreas médicas. The Skeptical Adaptationist – blog do Randolph Nesse, The Evolution & Medicine Review, Vídeos de Randolph Nesse sobre Medicina e Psiquiatria Darwinista

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Em seu último livro Plan and Purpose in Nature (1996), Williams, rebate claramente os argumentos criacionistas mostrando que se existe um criador e ele é minimamente inteligente nunca faria algo tão mal-adaptado como nosso corpo. Os exemplos vão de peixes ao olho, garganta e muitos outros. Nesse livro fica claro o porquê Randolph Nesse o considera um mal-adaptacionista, já que eles compartilham o fascínio pelos aspectos do corpo e da mente que aparentam não fazer sentido em termos evolutivos.
Sem dúvida George C. Williams foi um marco evolutivo com alcances para além das ciências biológicas. Espero com essa homenagem aumentar o conhecimento sobre ele no Brasil e o ainda mais o alcance de sua contribuição científica.
Fique com uma palestra dada por Randolph Nesse na comemoração sobre o Ano de Darwin 2009 sobre The Great Opportunity: New Evolutionary Applications in Medicine.

The Darwin Debate

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Hoje veremos um debate bem interessante sobre as implicações da teoria da evolução para entendermos a nós mesmos e a sociedade. O The Darwin Debate foi filmado no ano de 2005 em Piccadilly, Londres, na Sciedade Linneana, a mais antiga sociedade biológica, mas só recentemente foi disponibilizado no youtube. Malvyn Bragg é o debatedor e os convidados são Steven Pinker, psicólogo; Meredith Small, antropóloga; Steve Jones, geneticista; e Sir Jonathan Miller, neurologista e artista.

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No primeiro vídeo eles falam basicamente sobre reprodução sexual, sexualidade e formação de casais. No segundo vídeo conversam sobre padrastos e madrastas, homosexualidade, e cultura chimpanzé. No terceiro filme falam de apreciação estética e preferências por paisagens, também se perguntam se a evolução teria parado em nossa espécie. No quarto vídeo, discutem se a evolução está atuando mais fortemente no crescimento de cérebros ou em melhores sistemas imunológicos, falam também de comportamentos maladaptativos por estarmos em ambientes diferentes daquele em que evoluímos. No quinto e último vídeo eles falaram de distúrbios mentais, variação individual, moralidade e altruísmo.
Reserve uma horinha para assistir a esse debate que aborda temas interessantes e pesquisadores com pontos de vista bem variados. Vale apena assistir, aproveite. Se quiser saber mais sobre os convidados e fazer o downoad dos vídeos clique aqui.
 

O Rap também é Evolução

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Cansado de ter que ler vários livros tediosos pra aprender evolução e inglês? Preferia ficar ouvindo um rap em alto e bom som? Pois seus problemas se acabaram!! Chegou o The Rap Guide To Evolution!!! Pois é minha gente, depois de ouvirmos músicas sobre Darwin e evolução no post e nos comentários de Cantando Darwin, depois de ouvirmos a versão reggae de cada um dos capítulos do Origem das Espécies, chegou a hora de ouvirmos o que o rap tem a nos dizer sobre evolução.

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Baba Brinkman é um raper canadense fissurado em plantar árvores que lançou seu mais novo álbum “The Rap Guide To Evolution”. Graças às conversas com um amigo biólogo evolucionista e muitas leituras, ele compôs 16 músicas interessntes sobre vários aspectos da evolução. Até a Olivia Judson, a Dra Tatiana do Consultório Sexual para todas as espécies, falou bem dele em sua coluna no The New York Times.
Em suas músicas ele explica a seleção natural, desacredita o criacionismo, explica a seleção artificial, ressalta nossa descendência comum com todos os seres vivos e afirma que todos os seres humanos são africanos. Ele ainda fala sobre Psicologia Evolucionista cita autores como Leda Cosmides e Geoffrey Miller, explica a relação do desconto de futuro com o homicídio comentando o livro de Martin Daly e Margo Wilson. Além disso, ele explica memética, seleção de grupo, seleção sexual, DNA mitocondrial e muito mais. Tudo isso numa liguagem clara, bem humorada e fácil de entender.

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Gostei dele ter dedicado uma música ao ácido universal. Daniel Dennett refere-se a ideia de Darwin como um ácido que corrói tudo a sua volta, pois nenhum modelo instrutivo se sustenta frente ao modelo seletivo (veja o porquê). Ou seja complexidade e inteligência podem sugir de processos simples e burros sem nenhuma instrução mágica, basta performance, feedback e revisão por um longo período de tempo. No site dele vocês podem ouvir e baixar as músicas e ver muito mais.

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No vídeo abaixo veremos Baba Brinkman no Cambridge Darwin Festival ano passado comemorando o Ano de Darwin frente aos famosos evolucionistas. Ele canta o rap em que explica como funciona o modelo seletivo e como usando os mesmo passos da seleção natural: performance, feedback e revisão é possível aprender e aprimorar até o mais fajuto rascunho de letra de rap, porque o rap também é evolução. Divirtam-se cantando e aprendendo.

Semana de Darwin no Museu de Zoo da USP

Começa amanhã a programação especial do Museu de Zoologia da USP em comemoração do Dia de Darwin. A programação conta com várias atividades interessantes e participação de vários professores. Taí uma ótima oportunidade para visitar o Museu de Zoo e ver a exposição permanente que é muito boa e a temporária “Darwin, Evolução para Todos”.

Confira os detalhes da programação oficial. Agradeço à Dra. Isabel Landin (organizadora) pelas informações em primeira mão da programação do Dia de Darwin no MZ-USP. 
Participem!
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Feliz Dia de Darwin 2010!!

Hoje, dia 12 de fevereiro, e estamos comemorando os 201 anos de nascimento de Charles Darwin. Entramos na era pós bicentenário darwiniano. Época em que ciência e cultura não são mais extremos opostos e distantes, pois é cada vez mais fácil o acesso à ciência e à divulgação científica pela internet.

 Mas o acesso em si não é suficiente, precisamos de um real engajamento de cada um pra se tornar um cidadão cientificamente cultural, ou seja, aquele que usa o pensamento crítico, testanto possibilidades, buscando evidências para os posicionamentos e atitudes, desconfiando sempre da Autoridade, Tradição, da Revaleção como fontes inquestionáveis do conhecimento. Dessa forma nossa sociedade será mais culturalmente científica: entreterimento, arte, política e cidadania incluirão aspectos científicos relevantes criando um ciclo, em que quanto mais culturalmente científica a sociedade, mais cientificamente cultuais são as pessoas. Acredite se quiser, esse processo já começou e a mudança é gradual.

É época de abaixos assinados evolutivos. O site do Darwin Day está reconhendo assinaturas em uma petição para o presidente Obama visando a proclamação oficial do dia 12 de fevereiro enquanto o Darwin Day, dia em que celebramos a ciência e a razão reconhecendo a importância científica e cultural de Darwin. Se você tem amigos ou parentes nos EUA peça pra eles assinarem e contribuirem com essa ação culturalmente científica evolutiva. Por que não fazemos isso aqui no Brasil? Até quando o Dia do Orgullho Ateu, hoje 12 de fev, será marginalisado do calendário oficial brasileiro e estará restrito a 700 pessoas no orkut?

O site da National Center for Science Education está promovendo uma ação científicamente cultural. Inspirado pela tradição criacioniasta de criar listas apresentando os ‘cientistas que duvidam da evolução’, eles criaram o Steve Project. Esse projeto tira sarro disso ao apresentar um lista de cientistas chamados ‘Steve’ (ou variantes) que são evolucionistas. O nome Steve foi escolhido para homenagear Stephen Jay Gould, um grande divulgador de ciência e ávido combatente do criacionismo. E já que menos de 1% dos cientistas se chamam Steve dá pra ter uma boa noção de quantos mais corroboram com a Evolução. Não vá pensar que assuntos científicos são decididos segundo o tamanho da lista, isso é só uma paródia cultural. Atualmente eles já têm 1.124 Steves na lista, vendem camisetas e têm até a Steve song. Então se você conhece algum cientista evolucionista chamado Estevan, Estefano entre outros indique a ele esse site e contribua com o evolucionismo.

Como hoje é carnaval no Brasil, os organizadors do Dia de Darwin no Museu de Zoologia da USP agendaram as comemorações Darwinianas para a semana do dia 23 a 28 de fev. (terça a domingo). A programação conta com a exibição de documentários da Mostra Ver Ciência sobre Darwin e Evolução (terça 23, quarta 24 e sexta 26, 11h e 15h); uma mesa redonda sobre Divulgação Científica e Evolução com Ildeu de Castro Moreira (Ministério da Ciência e Tecnologia), Sergio Brandão (jornalista, Mostra Ver Ciência), Prof. Nelio Bizzo (Faculdade de Educação USP) e Maria Isabel Landim (Museu de Zoologia USP e uma das organizadores do Dia de Darwin pelo 5º ano), na quinta feira 25 às 15h.

No final de semana haverá programação infatil como oficina sobre Evolução e Biodiversidade, oficina de origami, teatro de fantoches Darwin e a Bicharada e visita guiada à exposição temporária Charles Darwin: Evolução para Todos, além de uma palestra e bate papo com o Prof. César Ades (Instituto de Psicologia e Instituto de Estudos Avançados da USP) sobre Evolução & Comportamento Animal no sábado 27 às 15h. No domingo 28 às 10h haverá uma mesa redonda intitulada: Biodiversidade 2010 – O que sabemos e o que precisamos saber? com profs Luís Fábio Silveira (IBUSP), Miguel Trefaut (IBUSP), Mário de Pinna (MZUSP) e Carlos Lamas (IBUSP). E às 14:30h haverá uma mesa intitulada Um Olhar Sobre a Diversidade Humana com os profs diogo Meyer (IBUSP) e Demétrio Magnoli (FFLCH USP), que está promovendo seu livro sobre evolucionismo e imaginação racial ‘Uma Gota de Sangue’.
Bom Feliz Dia de Darwin, Dia do Orgulho Ateu a todos e mãos à obra para mudar a sociedade através da educação, divulgação e atuação cientificamente cultural.

Aniversário de dois anos do MARCO EVOLUTIVO

É com muita alegria que nesse novembro, além do fantástico aniversário de 150 ano do Origem das Espécies, comemoramos também os dois anos de existência do MARCO EVOLUTIVO. Nascido em 28 de novembro de 2007 com um post sobre a evolução das popensões ao sexo casual, o MARCO EVOLUTIVO completa dois anos e cada vez mais está aumentando seus leitores no Brasil e no mundo. 
Agradeço sinceramente a todos os comentários, dicas e elogios recebidos ao longo desse período. São incentivos essenciais para eu continuar escrevendo mais e mais, sempre contribuindo para o prosseguimento seguro da revolução darwinista em nossa cultura.

Nesse segundo ano houve de mudança de endereço novamente. No período do Lablogatórios desse segundo ano, foram muitas visitas no Brasil e no exterior incluindo Portugal, EUA, Japão, Alemanha, Itália, Moçambique, Espanha, Angola, França e Reino Unido, em ordem decrescente, com mais de 10 visitas. Os cinco posts mais acessados foram: Pinker e os Palavrões, Ano de Darwin 2009 no Brasil, 2009 Ano da Biologia, Simpósio internacional de Psicologia Evolucionista em Natal e Evolução Humana Facilitada.

A transformação do Lablogatório no ScinceBlogs Brasil foi fantástica e aumentou bem a visibilidade do MARCO EVOUTIVO. O número de países diferentes com mais de 10 visitas dobrou. Foram, em ordem decrescente de acessos: Portugal, EUA, Japão, Angola, Moçambique, Reino Unido, Irlanda, Alemanha, Espanha, Itália, Suíça, Cabo Verde, Holanda, Chile, Canadá, Argentina, França, México, Bélgica e Austália. Os cinco posts mais lidos são Coevolução e Seleção Sxual no Caso da Vespa Tarada, Por que todo mundo deveria ser fã de Darwin, Luz, Vaga-lumes e Ação … Sexual, Lamarck: a Verdadeira idéia errada, Vídeos sobre evolução da sexualidade humana. Gostaria de agradecer ao Carlos e ao Átila por concretizarem a criação do ScienceBlog Brasil e sempre me apoiarem, e também agradecer a todos os SciencebrothersBr e a outros blogueiros de ciência brasileiros pelo belíssimo movimento de divulgação e educação científica via net.

E pra comemorar com chave de ouro em clima de comemorações do Ao de Darwin temos um bolo cientificamente concebido com cinco camadas, cada uma representando um Reino, com o Beagle, um ninho de tentilhões, uma tartaruga e muito mais num inusitado concurso de bolos de aniversário de Darwin. E ainda veremos um programa especial do Newsnight Review contanto com Dawkins, a escritora Margaret Atwood, o reverendo Richard Coles e a poeta descendente de Charles Darwin Ruth Padel (autora do podcast Darwin, My Ancestor), juntos com Martha Kearney discutindo a importância do Origem das Espécies, a vida de Darwin e o legado cultural e filosófico do Darwinismo. Eles falam também do filme sobre Darwin e de duas exposições que acontecem na Inglaterra.
 

Podcasts Sobre Darwin e o blogando o Origem

O presente evolutivo em comemoração aos 150 do Origem das Espécies dessa vez vem em forma de áudio. A rádio da BBC 4 está com 4 podcasts especialmente voltados para as comemorações bi e sesquicentenárias Darwinistas. São dicas imperdíveis, muito interessantes e reveladoras.

O primeiro podcast chama-se In Our Time, que abrange 4 programas falando da vida e obra de Darwin, desde sua infância até sua morta e legado. Melvyn Bragg faz entrevistas com eminentes professores ligados ao Christi’s College onde Darwin estudou em Cambridge, com professores do Museu de História Natural de Londres e com curador do jardim da Down House onde ele morou no campo, criou os filhos e fez a maior parte dos trabalhos científicos.

O segundo podcast é o Dear Darwin, que são cinco cientistas de peso: Dr Craig Venter, Sir Jonathan Miller, Prof Jerry Coyne, Dr Peter Bentley e Prof Baruch Blumberg, cada um lendo uma carta sua dirigia a Darwin falando sobre seu legado e trabalho. E você o que incluiria numa carta a Darwin?

O terceiro podcast é o Hunting the Beagle, que é um programa em que o historiador marítimo Dr. Robert Prescott relata seu empenho de quase 10 anos à procura das pistas do paradeiro dos destroços do HMS Beagle.

O quarto podcast é o Darwin, My Ancestor, uma série de 4 programas em que a escritora Ruth Padel, tátara neta de Darwin descreve sua jornada na descoberta das facetas pessoas de seu antepassado, nosso parente, Charles Darwin.

Além dos podcasts eu recomendo os vários vídeos no homepage da BBC. E também recomendo o Blogging the Origin no ScienceBlog Americano. Trata-se de um blog de curta duração criado por John Whitfield, um divulgador de ciência, que nunca tinha lido o Origem das Espécies e publicou na época do Darwin Day um post para cada capítulo lido falando suas impressões ao ler esse livro sesquicentenário em pleno século XXI.

Abaixo veremos um vídeo comemorativo dos 150 anos da Seleção Natural, completado o ano passado graças à cartinha bombástica que Wallace mandou pra Darwin, dando origem à publicação conjunta em 1858 e catalisando a publicação do Origem das Espécies.

Origem das Espécies Faz 150 Anos Hoje

Hoje, dia 24 de novembro de 2009 estamos comemorando os 150 anos do lançamento da primeira das seis edições do livro “Sobre a Origem das Espécies por Meio da Seleção Natural ou a Preservação de Raças Favorecidas na Luta pela Vida” de Charles Darwin, agora disponível online com as anotações de seu terceiro filho Francis Darwin. Como o dia 24 de novembro de 1859 foi um marco evolutivo para a humanidade, é com imenso prazer que o MARCO EVOLUTIVO oferece presentes variados e interessantes para todos. São sites, livros inéditos, vídeos e muito mais.


O “Origem das Espécies” está sendo celebrado hoje em todo mundo. Ele é simplesmente o livro que através de uma minuciosa reunião de fatos e áreas mostrou a possibilidade de se explicar a origem e manutenção da biodiversidade e da distribuição dos seres vivos sem a necessidade de nenhum passe de mágica. “Há uma grandeza nessa visão da vida” escreveu Darwin.

Isso mudou pra sempre nossa visão do mundo natural, pois segundo Dennett no livro “A Perigosa Idéia de Darwin”,  Darwin unificou as esferas da vida, significado e propósito com as esferas de espaço e tempo, causa e efeito, mecanismo e lei física. Por conseqüência encontramos um lugar mais humilde e menos antropocêntrico na natureza. Todos os seres vivos estão conectados e nenhum é melhor do que o outro, todos são especiais e os mais evoluídos do seu ramo.

O Origem, longe de ser a palavra final, abriu uma amplo e fértil programa de investigação que ao longo desses 150 anos unificou todas as diferentes disciplinas das ciências da natureza de geologia à biogeografia, de biologia molecular ao comportamento explicando inúmeros fenômenos por meio de uma mesma matriz evolucionista integradora. E mais recentemente a tendência é essa mesma integração unificar as disciplinas das Ciências Humanas.

Darwin sempre se referiu à sua teoria no singular, mas Mayr no livro “Biologia Ciência Única” mostrou que são pelo menos cinco as diferentes teorias expostas no “Origem das Espécies”. (1) A Evolução: o fato de as espécies mudarem ao longo do tempo; (2) Origem comum: a descendência compartilhada por todos os seres vivos; (3) Multiplicação das Espécies: as espécies dão origem a outras espécies; (4) Gradualismo: a mudança evolutiva ocorre pela transformação gradual da população; (5) Seleção Natural: a reprodução diferencial ao longo das gerações. Muito ainda falta para completarmos a revolução darwinista, então busque como contribuir nessa grandiosa mudança.
Pense grande hoje assim como fizemos no Dia de Darwin para vislumbrar essa mudança e aproveite os presentes abaixo.

O primeiro presente é uma dica de blog sensacional. Nesse Ano de Dariwn a blogosfera brasileira ganhou um presentão. O Prof. Dr. Nélio Bizzo, biólogo e estudioso da história de Darwin, do evolucionismo e de suas relações com a educação, professor titular da Faculdade de Educação da USP fez um blog depois de muitos pedidos: “Blog do Bizzo”. Desde fevereiro de 2009 ele escreve sobre evolução e mostra “lados pouco evidentes das opiniões destacadas em diversos veículos de comunicação de massa”. Trata-se de um blog de conteúdo mais do que reconhecido e altamente recomendado para todos os envolvidos com a área biológica. Seja bem vindo professor!! E vamos todos darwinistas do mundo unidos zelar pelo desenvolvimento pleno da revolução darwinista!

Os dois presentes internacionais são: o link dos resumos do “150 Years after Origin: Biological, Historical and Philosophical Perspectives” na University of Toronto, para todos os interessados em teoria história e filosofia do Darwinismo; e o link do “Evolution of Evolution 150 Years of Darwin’s ‘On the Orign of Species'” um site muito legal e interativo que mostra vídeos e textos sobre Darwin e sua influência na Antropologia, Astronomia, Biologia, Geologia e Ciências Polares.

Como estamos comemorando o aniversário de um livro nada melhor do que indicações de livros comemorativos e altamente relevantes para a compreensão da revolução darwinista, muitos dos quais são lançamentos recentes. Dentre os livros nacionais temos “Charles Darwin Em um Futuro não tão distante”, organizado pela Dra. Maria Isabel Landim e pelo Dr. Cristiano Rangel Moreira, uma iniciativa nacional colaborativa entre muitos autores ilustres, já comentado aqui.

Temos o lançamento de “Além de Darwin” de nosso ScienceBrother Reinaldo do Chapéu, Chicote e Carbono 14, um livro abordando de forma clara uma vastidão de assuntos interessantes sobre biologia evolutiva. Veja o próprio Reinaldo escrevendo sobre seu livro.
Temos também o lançamento de “A Goleada de Darwin” do Dr. Sandro de Souza, ele mostra de maneira muito divertida que se o debate entre evolucionistas e criacionistas fosse um partida de futebol o darwinismo ganharia de goleada, ele explica gol por gol.

Dentre os livros internacionais traduzidos temos “A Origem das Espécies de Darwin Uma Biografia” da Janet Browne, um excelente levantamento histórico sobre a concepção, a publicação e o legado do nosso aniversariante do dia. Temos ainda o lançamento de “A Causa Sagrada de Darwin” de James Moore e Adrian Desmondtions */ p.MsoNormal, li.MsoNormal, div.MsoNormal {mso-style-parent:””; margin:0cm; margin-bottom:.0001pt; mso-pagination:widow-orphan; font-size:12.0pt; font-family:”Times New Roman”; mso-fareast-font-family:”Times New Roman”;} @page Section1 {size:612.0pt 792.0pt; margin:70.85pt 3.0cm 70.85pt 3.0cm; mso-header-margin:36.0pt; mso-footer-margin:36.0pt; mso-paper-source:0;} div.Section1 {page:Section1;} –> os dois maiores biógrafos de Darwin. Nesse livro eles apresentam uma teses inteiramente nova de que muito da inspiração para as principais descobertas veio da sua postura moral anti-escravidão. Eu já comentei sobre esse livro no post dos Eventos sobre Darwin quando divulguei a palestra que James Moore deu em Salvador, vale a pena assitir o vídeo recomendando o original desse livro.

Temos também o lançamento de “A ilha de Darwin” de Steve Jones, que aborda a intensa vida científica de Darwin na Inglaterra abordando 11 dos sue 19 livros ao longo um período de 40 anos. Mesmo se Darwin não tivesse falado nada sobre evolução ele seria muito famoso e respeitado dada a diversidade e importância de seus inúmeros estudos e descobertas em campos diversos de geologia à botânica, passando pelo comportamento animal e humano.

A Editora UNESP lançou duas coletâneas de cartas de Darwin. A primeira é “ORIGENS” incluindo cartas de 1822 a 1859. E a segunda é “A EVOLUÇÃO” incluindo cartas de 1860 a 1870. Ambos os livros apresentam o lado pouco conhecido da comunicação entre cientistas ao redor de uma grande teoria. Esses livros e muitos outros editados por editoras universitárias e muitas outras estarão pela metade do preço na Feira do Livro da USP que começa amanhã no prédio da História e Geografia da USP. Aproveite essa chance única de comemorar o aniversário de um livro comprando vários outros.

Abaixo veremos o trailer do filme “Creation” sobre a vida de Darwin e a publicação do livro aniversariante e um vídeo celebrando o dia de hoje, o histórico dia em que o  célebre “Origem das Espécies” fez seus 150 aninhos. Parabéns ao “Origem” e a todos que mudaram seu modo de pensar e vida e a si mesmos devido a ele.

Origem das Espécies em Reggae

Hoje veremos uma iniciativa de homenagem a Darwin pelo Origem das Espécies muito interessante e inusitada. Dois acadêmicos, Prof Mark Pallen e doutorando Dom White, ambos da Birmingham University, tiveram a idéia de criar um novo estilo musical: o Genomic Dub. E nesse novo estivo eles fizeram reggae music do Origem das Espécies!!

O Genopmic Dub é uma empreitada série a com muito objetivos dentre os quais celebrar a vida e obra de Dariwn bem como os recentes sucessos na área da Genômica e da Biologia Evolutiva. Em sua página The Genomic Dub Collective, Pallen & White mostram como essa iniciativa pode integrar cultura e ciência criando um movimento que estimula o interesse geral pela ciência.

O álbum The Origin of Species in Dub eles incluíram trechos do Origem capítulo por capítulo e exploraram a temática da evolução humana na áfrica e o legado de Darwin. Abaixo veremos os 12 vídeos disponíveis essa incrível iniciativa científica e musical capaz de libertar nossa mente.
E pra fechar esse post descobri hoje que o apelido de infância de Charles Darwin era “Bobby”, algo bem reggae!!

150 anos de ‘A Origem das Espécies’ Uma Celebração

Finalmente entramos na tão esperada semana dos 150 anos da publicação do Origem das Espécies. Então se preparem, pois essa semana do dia 23 ao dia 27 de novembro de 2009 será um marco evolutivo no século XXI. Teremos palestras gratuitas, livros, música, vídeos, podcasts e muitos mais no sesquicentenário do Origem das Espécies aqui no MARCO EVOLUTIVO.


Começaremos com a programação de evento em São Paulo. Do dia 23 ao dia 27/11 sempre das 17h30 às 19h ocorrerá no Instituto de Biociências da USP o “150 anos de ‘A Origem das Espécies’: Uma Celebração”. Trata se de uma programação gratuita e imperdível de palestra, mesa-redonda, documentário e apresentação musical.

Na segunda, dia 23 o Prof. Dr. Nélio Bizzo, um dos maiores historiadores de Darwin no Brasil e autor do livro “Darwin: do Telhado das Américas à teoria da Evolução” e do livro “Evolução dos Seres Vivos” dará a palestra intitulada “Do ‘Big Species Book’ ao ‘Origin of Species’: O que mudou na obra publicada de Darwin?”

Na terça, dia 24 haverá uma mesa redonda em que o Prof. Cesar Ades falará sobre “Uma reflexão sobre o capítulo ‘Instintos'”. O Prof. Dr. João Morgante falará sobre “Wallace no ‘Origem'” e o Prof. Dr. Sasndro de Souza falará sobre as “Predições de Darwin”.


Na quarta e quinta, dias 25 e 26 haverá a apresentação do documentário da BBC “Charles Darwin e a árvore da vida” de nosso amigo Sir David Attenborough, seguido de comentários dos professores Dr. Diogo Meyer, um dos autores do livro “Evolução o sentido da Biologia” e a Dra. Maria Prestes.

Na sexta, dia 27 para encerramento haverá um recital de Música Oitocentista. Veja aqui a programação detalhada do evento do IB da USP.

No sábado, dia 28 haverá no Museu de Zoologia da USP, como continuação do ciclo de palestras da Exposição “Darwin: Evolução para Todos”, terá outra palestra do Prof. Dr. Nélio Bizzo intitulada “Charles Darwin: o postilhão dos Andes”. Aproveite que a semana do marco evolutivo sesquicentenário do Origem das Espécies só está começando.