Publicado
16 de maio de 2008

Para finalizar o Festival de Vídeos sobre a Evolução da Sexualidade Humana veremos o documentário The Nature of Sex . 
São seis vídeos que buscam pistas para nossa própria sexualidade em nossos parentes próximos e no passado distante. Assim como o documentário passado este é ricamente ilustrado e elucidativo, além de ser bem abrangente.
No
primeiro vídeo, de quase 10 minutos, veremos o Homo Habilis, as pressões que ele enfrentou na savana e faremos comparações com a sociedade de Babuinos. Depois veremos o comportamento sexual do Chimpanzé e traçaremos paralalos com o cio humano.
No
segundo vídeo, de 10 minutos, veremos o Homo Erectus, seu modo de caça, sua saída da África e o contínuo aumento do cuidado parental. Veremos também a origem do seio. Manteremos aquele olhar de auto-estranhamento ao analisarmos a família do ponto de vista evolucionista.

No
terceiro vídeo, de 10 minutos, veremos as origens do favorecimento de parentes. Ao analisarmos as características que escolhemos nos parceiros amorosos veremos a origem do nariz. Como em nossa espécie tanto homens quanto mulheres escolhem, veremos as pressões seletivas para indicadores como tamanho e força corporal, e fertilidade e cuidado da prole.

No
quarto vídeo, de 10 minutos, veremos a origem de olhos grandes e lábio como sinalizadores, e que assim como ambos os sexos escolhem eles competem. Veremos um curioso desfile de beleza masculino e seus paralelos com os cuidados estéticos do Bowerbird. E descobriremos que não há apenas indicadores de cuidados parentais, mas sim indicadores estéticos de bom gosto. Além de ver as sutilidades não-verbais da vigilância de acasalamento.
No
quinto vídeo, de 10 minutos, veremos o investimento feminino na prole e as tendências para evitar o incesto nas crianças em kibutz.

Veremos também qual é a profissão mais antiga do mundo e que não somos tão diferentes de muitos outros animais.
No
último vídeo, de 3 minutos, veremos nossas semelhanças com os Bonobos e por fim sua mensagem de paz e amor.
Reserve uma horinha para ver esses vídeos interessantes e evolutivamente relevantes e ainda treine seu inglês.
Publicado
13 de maio de 2008

Um dos maiores ensinamentos evolutivos é que devemos tentar ao máximo olhar para os seres vivos – inclusive para o animal humano – com o mesmo estranhamento que um biólogo marciano olharia. Ou seja, abandone seu antropocentrismo! Com esse sentimento podemos capturar as verdades evolutivas por trás do óbvio ao nosso redor, inclusive da letra de funk acima.
Desde Darwin e Wallace e os primórdios da seleção natural a questão sobre a consciência ou acaso das pressões seletivas era muito controvertida. O próprio Darwin salientou que “Muitos escritores têm compreendido mal, ou têm criticado o termo Seleção Natural. Alguns têm mesmo imaginado que a Seleção Natural induz à variabilidade, quando pelo contrário envolve somente a conservação das variações acidentalmente produzidas, quando são vantajosas ao indivíduo nas condições de existência em que vive. […] Outros têm objetado que o termo seleção envolve uma escolha consciente nos animais que tornaram modificados; e tem-se mesmo argumentado que sendo as plantas isentas de qualquer vontade, a Seleção Natural não lhes é aplicável!”

Como a palavra “acidentalmente” deixa bem claro as pressões seletivas da Seleção Natural não envolvem qualquer tipo de consciência – para desespero dos criacionistas de designers inteligentes. O algorítimo darwiniano é nada mais do que uma receita que independe do substrato, dadas as condições e ingredientes certos ela sempre funcionará mecanicamente. Essa é a famosa perigosa idéia de Darwin esmiuçada por Daniel Dennett (1995).

Então podemos pensar que o “Vou te dar muita pressão” não passa de um absurdo criacionista, pois Darwin mostrou concretamente que o sujeito da oração (sem duplo sentido religioso heim! Eu quis dizer “frase”) não é indeterminado nem está oculto, é inexistente. Darwin ainda acrescenta que “No sentido literal da palavra, não há dúvida que o termo Seleção Natural é um termo errôneo; mas quem jamais criticou os químicos, por se servirem do termo afinidade eletiva falando de diferentes elementos? […] Todos sabem o que significam e o que querem exprimir estas expressões metafóricas e que são quase necessárias para a concisão.”
Mas será que todo termo evolucionista “seleção” está tão isento de vontade própria assim? Mas é claro que não! E foi o próprio Darwin quem matou a charada descobrindo a Seleção Sexual. Ao contrário do sentido totalmente casual e mecânico do “seleção” da Seleção Natural, a Seleção Sexual envolve sim uma vontade direcional. Mas não uma vontade direcional divina, uma vontade literalmente animal. Essa vontade intencional própria é uma das maiores pressões seletivas na evolução dos animais, pois são as mentes dos próprio animais que exercem pressão evolutiva em outros animais.
As mentes, enquanto funcionamento do sistema nervoso, são tão materiais quanto o funcionamento do liquidificador. O interessante é que um simples processo mecânico não-intencional pôde originar aparatos complexos e intencionais como as mentes animais (que maravilha de idéia perigosa). E são as escolhas por livre e espontânea vontade dessas mentes que são o obvio sujeito oculto por trás da frase de funk.
Agora que percebemos que o “eu” oculto no “Vou te dar muita pressão” não é divino, mas sexual olhamos com outros olhos o óbvio sentido sexual da letra. Além disso, as pressões seletivas intencionais não estão só restritas às escolhas que os animais fazem intra-especificamente como na seleção sexual, pois até quando se relacionam com outras espécies sejam animais ou plantas estão “dando muita pressão” também. Mas, é claro que as forças são maiores na difícil vida intra-específica grandemente abarcada pela Seleção Sexual.
Chegado o estranhamento, vamos aos indícios. Se existe uma diferença qualitativa da pressão metaforicamente seletiva da Seleção Natural para a pressão literalmente seletiva da Seleção Sexual esperaríamos encontrar adaptações mais refinadas, complexas e mais bem esculpidas fruto das pressões intencionais.
Aqui veremos um vídeo sobre como a paisagem passiva das florestas pressionou o canto das aves florestais para sons mais simples, com notas longas bem demarcadas e com menos variação de notas – características sonoras que escapam às barreiras refletoras de sons das folhas. Veremos também como a pressão seletiva é diferente no alto na floresta do chão dela. Em quanto que neste vídeo veremos como a paisagem psicológica intencionalmente ativa das aves moldou as mais requintadas cores e exibições de corte.
Depois desse texto você nunca mais ouvirá o Bonde do Tigrão do mesmo jeito. Porque o simples ato de escolher ouvir sempre ou nunca mais ouvir essa música já é “dar muita pressão” literalmente.
Referência
Carvalho, E. M. M. (Org.) (1986). O Pensamento Vivo de Darwin. São Paulo: Martin Claret.
Dennett, D. (1995). A perigosa Idéia de Darwin. Rio de Janeiro: Rocco.
Publicado
28 de abr de 2008

A evolução da vida no planeta Terra já é um tema muito interessante. A sexualidade humana então, é audiência garantida de adolescentes em diante. Quando ambos os temas estão juntos e em forma de vídeos bem estruturados e ricamente ilustrativos então, ninguém segura. Porque afinal, da perspectiva evolucionista a reprodução é mais importante do que a própria sobrevivência.

Pois bem, este primeiro Festival de Vídeos sobre a Evolução da Sexualidade Humana reune as seis partes de um documentário muito interessante do
Evolution que aborda as origens do sexo abrangendo desde o nascimento da reprodução sexuada até a sexualidade humana. É uma perspectiva abrangente: comparativa com os outros animais e que engloba todas culturas humanas.
Reserve um tempinho do seu dia para vislumbrar esse documentário e aproveite para treinar seu
English listening. O
primeiro vídeo tem 10 minutos; o
segundo, o
terceiro e o
quarto têm 11 mim, o
quinto têm quase 9 mim e o
último não têm nem 5 mim. É quase uma hora de pura divulgação científica de qualidade sobre um tema mais do que picante: o SEXO.
Publicado
22 de abr de 2008

Hoje podemos fazer coisas impensadas. Ao olharmos para o espelho há alguns séculos atrás era impensada, simplesmente inconcebível, a noção de que viemos dos macacos. Motivo de muita chacota.
Hoje, que sabemos que não viemos dos macacos que Somos Macacos, podemos vislumbrar no mesmo espelho rastros da noção de “si mesmo” em nossos parentes mamíferos. Justamente estudando o auto-reconhecimento, seu desenvolvimento e acontecimento.

No vídeo da National Geographic abaixo veremos que os grandes símios estão mais próximos de nós do que imaginávamos. Sua memória instantânea é melhor que a nossa, eles possuem centenas de palavras e uma forma de linguagem, tanto que até podemos formar inúmeras frases com o
lexograma interativo de bonobos. Os grandes símios usam ferramentas mais complexas do que as que poderíamos imaginar e, além disso, são capazes de auto-reconhecimento.

O teste padrão para o auto-reconhecimento é conhecido como o teste do espelho. É um teste em que o indivíduo é marcado despercebidamente antes de ser apresentado a um espelho. Se durante o experimento ele tocar a marca do espelho não terá se percebido. Porém se ele tocar a marca em seu próprio corpo ele terá apresentado o auto-reconhecimento.
Metade das crianças de até dois anos se reconhecem no espelho e todos os grandes símios: chimpanzés, bonobos, gorilas e orangotangos, em algum momento da vida se reconhecem no espelho também.
O aparecimento evolutivo na noção de si mesmo está correlacionado com altas formas de empatia e comportamento altruísta. Recentemente as fronteiras do auto-reconhecimento no espelho se expandiram: Capacidade antes relacionada apenas com os grandes símios foi encontrada em golfinhos e em 2006 nos elefantes asiáticos.
Esqueçam do vídeo a idéia de procurarmos o ingrediente secreto que torna os humanos, humanos e os grandes símios apenas símios. Pois não estamos dominando o planeta, muito menos deixando nossos parentes símios para tráz. Estamos matando nossos próprios parentes cruelmente.
Publicado
16 de abr de 2008

A seleção sexual é muito subestimada. Sempre que pensamos em problemas ancestrais pensamos na sobrevivência, quase nunca na reprodução. A nossa sorte é que ainda temos aves – nossos queridos dinossaurinhos – no planeta Terra para nos mostrar os poderes da seleção sexual.
Por si mesma a seleção sexual já nos surpreende demais, porém mais surpreendente é o que os indivíduos podem fazer com as adaptações evolutivamente moldadas pela seleção sexual. E não estou falando sobre belas penas colorias mas sim de sons maravilhosos.
Os seres humanos não são os únicos que imitam os sons dos outros animais, muitos pássaros o fazem. Todos estão carecas de saber dos papagaios e suas habilidades para imitar vozes humanas, latidos, miados, assovios, etc.
Os pássaros imitadores possuem um ouvido musical fenomenal e um aparato vocal bem complexo com ressoadores desenvolvidos que, juntos com mecanismos cognitivos de aprendizagem sonora e memória, os permitem reproduzir com perfeição quase qualquer som no ambiente.
É fácil pensar na imitação solucionando problemas de sobrevivência. Os pássaros podem aprender o canto de um predador de seus competidores e imitá-lo sempre que encontrar uma boa fonte de alimento, afugentando os outros e ficando assim com tudo para si. E isso realmente acontece. Mas é no canto de corte que o repertório fica rico, complexo e variado. Os cantos de corte são sempre mais trabalhados do que os outros sinais sonoros cotidianos.

Um pássaro que levou isso ao extremo é o Lyre Bird ou pássaro lira, graças ao formato de lira de sua plumagem caudal. Ele vive na Austrália e é um dos melhores imitadores dentre os pássaros. Ele é capaz de imitar cantos de cerca de 20 espécies diferentes fora muitos sons que vem aparecendo nas florestas.
Sir David Attenborough, famoso apresentador de programas sobre natureza e seres vivos e um forte defensor destes, esteve na Austrália e nos conta tudo de mais belo na habilidade do Lyre bird e tudo de mais preocupante.


É lindo ver em ação toda a habilidade de imitação do Lyre bird, mas seu canto é flagrante sobre a situação deplorável do desmatamento nas florestas, quiçá no planeta todo. É triste ver o Lyre bird imitando o som da destruição de seu próprio habitat. Vem do comportamento animal na própria floresta a canção do fim das florestas. Veja o vídeo.
Publicado
13 de abr de 2008

Há muito tempo estamos domesticando animais, pelo menos por 12 mil anos com o cachorro, e assim convivendo mais intimamante com outras espécies. Muito mais recentemente, a partir de Darwin e da Etologia no século XX, estamos estudando o comportamento dos animais bem de perto, o que permite um conhecimento mais intimo de suas habilidades. O engraçado é que agora que temos bem claro que somos animais primatas as continuidades entre humanos e outros animais não precisam mais ser escondidas. Não seria muito engraçado se descobríssemos que, assim como o animal humano, os outros animais sentem cócegas e dão risadas? Seria mais engraçado ainda, se pudessos fazer cócegas neles ouvindo suas gargalhadas assim como ouvimos as risadas humanas.

Pois exatamente isso que o neurocientista Prof. Jaak Panksepp investigou e conseguiu fazer em ratos. Intrigado com o comportamento dos ratos quando mauseados ele resolvou instalar um aparelho que torna audível os ultrasons emitidos por eles. A surpresa foi ouvir a risada dos ratos e perceber que eles realmente estavam gostando das cócegas. Vejam o vídeo.
Publicado
5 de abr de 2008

Nós não viemos dos grandes macacos, nós somos grandes macacos. Nós, símios, somos parentes muito próximos uns dos outros! Somos mais de 99% geneticamente idênticos aos Chimpanzés! Sempre que eu pergunto para humanos quem é mais primitivo: nós ou os Chimpanzés, a resposta é unânime: Eles, é claro! Mas assim como nós não viemos dos macacos, eles não estão evoluindo em direção aos humanos. Porque não somos os mais evoluídos, não somos o ápice da evolução!

Cada ser vivo existente no planeta é o mais evoluído do seu ramo. Se olharmos nossa árvore filogenética primata veremos cada macaco no seu galho, literalmente. Cada um é o mais evoluído do seu ramo. Veja estamos todos no mesmo nível. Não somos mais especiais do que eles. E com certeza temos muito o que aprender com eles ainda.
Se somos todos macacos, somos parentes próximos uns dos outros e somos tão evoluídos e especiais quanto eles, por que estamos exterminado nossa família!? Por que caçamos símios filhotes para servir como animais de circo ou de companhia?

Precisamos alargar nosso antropocentrismo para um simiocentrismo antes que seja tarde! Já não basta sermos os únicos representantes do gênero Homo vivo no planeta, estamos caminhando para sermos mais órfãos ainda. O antropocentrismo é nossa pior macacada e tem contribuído para que menosprezemos e eliminemos milhares de espécies do planeta. É hora de assumirmos uma visão muito mais humilde sobre nós mesmos e adotarmos o simiocentrismo como um primeiro passo a para a conservação da biodiversidade na Terra.
Visando trazer a público o estado lamentável que se encontra a conservação dos nossos parentes mais próximos e direcionar soluções foi criado o Manifesto for APES and NATURE. O site visa coletar no mundo todo 1 milhão de assinaturas pela causa dos grandes primatas e de todo seu ambiente. Leia o Manifesto abaixo, entre no site assine e divulge para os outros primatas conhecidos seus.

MANIFESTO: Um Milhão de Pessoas para os Grandes Símios e seu Ambiente
“As florestas tropicais desaparecem num ritmo desenfreado e, com elas, as últimas populações de grandes símios. Todos os especialistas são unânimes: se não fizermos nada, gorilas, chimpanzés e bonobos terão desaparecido até a metade do século 21. Para os orangotangos, a situação é ainda mais dramática: é possível que, em 20 anos, eles só existam em zoológicos.

Hoje em dia, uma mobilização é imprescindível para cessar este Ecocídio! Salvar os grandes símios é salvar as florestas tropicais, um ecossistema essencial para o planeta. O desaparecimento em grande escala de tais florestas, resultante da exploração ilimitada, coloca em perigo não apenas a sobrevivência deste ecossistema e de sua biodiversidade, mas também a dos povos indígenas que dependem delas; ela significa ainda graves problemas ambientais.
A desflorestação é hoje uma das maiores causas de emissão de gases do efeito estufa e por consequência do aquecimento global. O desaparecimento da floresta tropical será sem dúvida o prelúdio do desaparecimento do Homo sapiens, a espécie humana moderna. É tempo de reagir e de agir… antes que seja tarde demais!

Nós, cidadãos da Terra, exigimos de nossos governos e das instâncias internacionais que aceitem como dever supremo a conservação e a proteção dos primatas e fazer todo o possível para:
– Exigir uma gestão durável e respeitosa do ambiente das florestas tropicais, o habitat dos grandes símios;
– Contribuir para a implementação da exploração de recursos minerais (ouro, petróleo, diamantes, coltan, ferro) respeituosas do ambiente e das populações locais;
– Eliminar a caça ilegal de grandes símios, o tráfico de ‘carne do mato’ a ela associado e de jovens indivíduos vendidos como ‘animais de companhia’;
– A fim de respeitar os pontos 2, 3 e 4 deste manifesto, realizar controles severos nas empresas que trabalham em zona tropical, especialmente aquelas em que a direção está estabelecida nos nossos países ocidentais respectivos;
– Garantir os financiamentos necessários para a aplicação das cláusulas 1 a 5, especialmente para o desenvolvimento de projetos de gestão durável com as populações locais.”
“Por Neuchâtel (Suisa), 4.4.2008”

Não fique de fora dessa macacada!!
Assine a lista! Não vá em circos que tenham animais! E tenha uma visão mais positiva de nosso sparentes!
Os outros macacos agradecem!
Primatas do mundo uní-vos!!
Agradeço ao Wall pela dica de site.
Publicado
28 de mar de 2008

A
Exposição Revolução Genômica assim como a do Darwin apresenta uma organização de palestras e debates gratuitos ao longo da exposição. Essa iniciativa de integrar a exposição a palestras é brasileira e já na Exposição Darwin foi muito elogiada por Niles Eldrege e outros.
As Atividades Culturais da Exposição Revolução Genômica são: Ciclo de palestras e debates, Mesas-redondas e Mostra de filmes, além de performances do Clã das Artes Cômicas apresentando artes circenses.
O Ciclo de Palestras e debates é fruto de uma parceria entre o Instituto Sangari e a Revista Pesquisa FAPESP. Essa parceria permitiu convidar alguns pesquisadores ilustres nacionais e internacionais para nos brindar com as mais diversas pesquisas sobre genômica e em outras áreas do conhecimento. O site de Pesquisa FAPESP cobrirá as palestras e também disponibilizará a íntegra das apresentações.
Esse Ciclo de Palestras e debates conta com duas temáticas centrais amplas e relevantes: o Ciclo I – Genômica: Modelando a Biologia do século XXI e o Ciclo II – As Ciências do século XX e as novas fronteiras do conhecimento no século XXI, o qual está detalhado no site da Revista Fapesp.
O Ciclo I Genômica: Modelando a Biologia do século XXI da Exposição Revolução Genômica tem como objetivo revelar a influência determinante da pesquisa em genômica na evolução da Biologia nas últimas décadas e em suas vastas promessas para o futuro. As palestras desse Ciclo I são apresentadas sempre aos domingos às 11h, e excepcionalmente aos sábados às 15h no Auditório do Pavilhão Armando de Arruda Pereira, a antiga sede do Prodam, Parque do Ibirapuera portão 10. As reservas devem ser feitas no site da exposição.
Já tivemos as palestras do Niles Eldrege, curador do Museu de História Natural de Nova York desde 1969, e a do Prêmio Nobel Oliver Smithies, geneticista da Universidade da Carolina do Norte, que ganhou o Nobel de fisiologia e medicina em 2007
abrindo esse Ciclo.
As próximas palestras são:
Nesse final de semana, sábado dia 29/03, Alan Templeton, pesquisador renomado da Universidade de Washington falará sobre “A evolução humana nos últimos 2 milhões de anos: genes”. Inclusive já está esgotada.

Neste domingo dia 30/03, Alan Templeton, da Universidade de Washington falará dessa vez sobre “Usando a biologia evolutiva para estudar doenças arteriais coronarianas”.
Filme: Após a palestra desse domingo, haverá a exibição da fita O Enigma de Andrômeda, de Robert Wise, um clássico da ficção científica de 1971. Baseada no bestseller homômino do escritor Michael Crichton, a produção norte-americana conta a história de uma pequena cidade infectada por uma bactéria fatal e misteriosa trazida à Terra pela queda de um satélite espacial. Com duração de 131 minutos, o filme mostra a luta dos cientistas para encontrar a cura dessa estranha enfermidade.

No dia
13/04, Fernando Reinach, pesquisador em bioquímica e biologia molecular da USP e foi um dos coordenadores do projeto brasileiro de seqüenciamento do genoma da bactéria Xylella fastidiosa. Falará sobre
“Impactos da genômica na agricultura brasileira”.

No dia
18/05, Jan Hoeijmakers, pesquisador da genética molecular da Universidade Erasmus, em Roterndã, Holanda, que estuda os mecanismos de reparo do DNA e as consequincias para o envelhecimento, falará sobre
“Envelhecimento e longevidade: quanto duram seus genes?”

No dia
07/06, Andrew J. G. Simpson, bioquímico diretor executivo no Instituo Ludwing de Pesquisa sobre o Câncer e também foi um dos coordenadores do projeto brasileiro de seqüenciamento genoma da bactéria Xylella fastidiosa. Falará sobre
“Aspectos genômicos do câncer”

No dia
21/06, Robin Buell, do departamento de biologia vegetal da Universidade Estadual de Michigan estuda aspectos genômicos da biologia vegetal e das doenças das plantas. Falará sobre
“Arroz: um exemplo de como a genômica pode mudar as abordagens da ciência”.
No dia
06/07, Wen-Hsiung Li, pesquisador do departamento de ecologia e evolução da Universidade de Chicago e estuda mecanismos de evolução molecular e genômica, falará sobre
“Uma visão genômica da evolução humana”. 
E no dia 13/07, Michael Lynch, biólogo da Universidade de Indiana e estuda os mecanismos da evolução em diversos níveis gene, genoma e organismo, pesquisa a evcolução da complexidade do genoma e o papel de mutação e da recombinação na evolução. Falará sobre “Genomas e evolução”.
Aproveite sem moderação.
Publicado
23 de mar de 2008

As teorias que as ciências utilizam para compreender o mundo incluem mecanismos. Um mecanismo pode ser caracterizado como um conjunto de processos materiais por meio dos quais causas se conectam de modo que produzem um fenômeno natural. Os mecanismos são propostos pelas teorias como processos que estão por trás dos fenômenos que vemos na natureza e as ciências tipicamente explicam um determinado fenômeno elucidando o mecanismo que o produz (Meyer & El-Hani, 2005).

Existem dois tipos básicos de mecanismos em diferentes níveis de causação que podem ser usados para explicar fenômenos biológicos e, por conseguinte, dois tipos de explicações científicas que pode ser oferecidas a perguntas do tipo
“Por quê?”. Os níveis de causação distinguem-se por explicar fenômenos biológicos em termos de mecanismos que atuam em escalas temporais próximas ou distantes de sua ocorrência (Meyer & El-Hani, 2005). Essa foi a base que Mayr (1998) utilizou para propor uma distinção entre dois grandes ramos da Biologia, a Biologia das causas próximas ou mecanicista, e a Biologia das causas distais ou histórica (Mayr, 1998, 2005).

A Biologia mecanicista lida com a fisiologia e bioquímica do funcionamento de todas as atividades de organismos vivos, sobretudo com todos os processos celulares e genômicos. Em última estância tais processos de funcionamento podem ser explicados de maneira puramente mecanicista por química e física.

A Biologia histórica lida com todos os aspectos que abrangem a evolução. O conhecimento histórico não é necessário para a explicação de um processo de funcionamento puramente mecanicista. No entanto, é indispensável para a explicação de todos os aspectos do mundo vivo que envolvem a dimensão do tempo histórico (Mayr, 2005).


Ao perguntarmos por que determinada espécie de ave do hemisfério norte inicia sua migração anual em determinada data, podemos obter duas respostas distintas e igualmente válidas, segundo os dois níveis de causação.
Uma delas nos dirá que a duração do dia, ao atingir um valor crítico, desencadeia uma resposta hormonal e neurológica que inicia a migração. A outra trará informações sobre como a resposta hormonal e neurológica veio a existir, e nos dirá que a espécie adaptou-se à variação

sazonal da disponibilidade de alimento sincronizando seu deslocamento com as estações do ano. O que se deu pela reduzida mortalidade das variedades que possuíam mecanismos hormonais e neurológicos com maior sensibilidade para a pista ecológica sazonal de migração (Ferreira, 2003).
Dadas as diferenças de enfoques, os dois campos da Biologia diferem na natureza das discussões mais frequentes. Em ambos os campos se fazem perguntas de tipo “O quê?” para obter fatos necessários para a análise.

Porém, a Biologia mecanicista explica
por quê um fenômeno ocorre principalmente por meio de uma resposta a uma pergunta sobre
como ele ocorre (Meyer & El-Hani, 2005). Esse enfoque é centrado na descrição causal do mecanismo responsável. Em uma escala de tempo reduzida, descrever parece perigosamente com explicar, mas se alargarmos temporalmente os fenômenos veremos cada vez mais a necessidade da busca pela razão de existência do que foi descrito (Ferreira, 2003).
Enquanto que a Biologia histórica explica por quê um fenômeno ocorre por meio de uma resposta a uma pergunta sobre para quê ele ocorre, ou seja, a explicação é centrada na razão de sua existência. A forma da resposta da Biologia histórica à pergunta “Por quê?” remete ao valor adaptativo e à história filogenética do grupo em questão.

Mesmo que seja possível descrever, em incomparáveis microdetalhes, todos os fatos causais da história de todas as girafas que já viveram no mundo, a menos que se suba um ou dois níveis e pergunte
“Por quê?” – caçando as razões endossadas pela Mãe Natureza -, não será possível explicar as regularidades manifestadas, tais como o pescoço comprido das girafas (Dennett, 1995).
Até no nível molecular não se pode fazer Biologia sem se perguntar quais as razões daquilo que está sendo estudado. É preciso perguntar “Por quê?”. Darwin não mostrou que não devemos fazer tais perguntas, ele nos mostrou como respondê-las. Darwin explica um mundo de causas distais com um princípio que é, sem dúvida, mecanicista porém no fundo totalmente independente de significado e propósito (Dennett, 1995).
Os dois níveis de causação e as duas Biologias não estão hierarquicamente estruturadas, são independentes e de um grande valor heurístico para uma visão integrada de qualquer aspecto da Biologia. Apesar dessa possível independência, é no trânsito entre esses níveis de causação, em termos de reflexões integradoras, que se encontra uma contribuição especialmente útil para a produção de novas hipóteses e de novos entendimentos, pois eles representam um arcabouço teórico e metodológico coerente e complementar para o estudo dos fenômenos biológicos.
Referências
Dennet, D. C. (1995). A Perigosa Idéia de Darwin: a evolução e os significados da vida. Rio de Janeiro: Rocco.
Ferreira, M. A. (2003). A Teleologia na Biologia Contemporânea. Scientiae Studia, v. 1, 2: 183-93.
Mayr, E. (1998). O desenvolvimento do pensamento biológico. Brasília: Unb.
Mayr, E. (2005). Biologia, Ciência Única. São Paulo:Companhia das Letras.
Meyer, D. & El-Hani, C. N. (2005). Evolução: o sentido da biologia. São Paulo: UNESP.
Publicado
17 de mar de 2008

Entender outros níveis de organização requer muita paciência e imaginação também. Se o professor não

ajudar, nem o mais didático dos esquemas é capaz de nos fazer entender as dinâmicas celulares, moleculares e bioquímicas. O problema é que estamos tão presos à visão da célula em corte e estática que acabamos achando que ela é realmente assim, bem como suas organelas. Estamos tão presos aos esquemas estáticos que acabamos perdendo a noção de funcionamento, de fluidez e de dinamicidade inerente aos processos celulares.

A melhor solução nesses casos está longe do microscópio e do livro e bem mais perto do campo de futebol e do movimento hippie.
ASSITA AO VÍDEO – Síntese Protéica Dinâmica
Você nunca mais imaginará a síntese protéica como antigamente.
Agradeço à colega Vivi pelo envio do vídeo