Manifesto Lixo Eletrônico

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O Twitter está bombando esses últimos dias com a divulgação do Manifesto Lixo Eletrônico (acompanhe aqui em tempo real o que se passa por lá).

Tudo isso por que?


  • Porque, vergonhosamente, o Brasil não possui uma política nacional de manejo, destinação, tratamento e reciclagem de resíduos sólidos. Atualmente, tudo vai para o lixão, ou na melhor das hipóteses, para aterros sanitários. [Em São Paulo (região de Perus), por exemplo, há um aterro sanitário que recebe dinheiro pela venda de créditos de carbono – primeiro mundo.]
  • Porque, vergonhosamente, na tentativa de produzir uma Política Nacional de Resíduos Sólidos, por algum motivo desconhecido da humanidade, os deputados federais desse país retiraram o artigo que falava especificamente sobre logística reversa e reciclagem de lixo eletrônico.

  • Porque os lixos eletrônicos apresentam em sua composição metais pesados como o cádmio, o mercúrio, o chumbo e o lítio, que, na melhor das hipóteses pode causar dores de cabeça infernais e, na pior, pode levar pessoas contaminadas à morte (por câncer, por exemplo).
  • Porque, exemplos do exterior, como os EUA, mostram que os lixos eletrônicos, principalmente computadores e impressoras, são os principais responsáveis pela contaminação por metais pesados dos solos dos aterros sanitários.
  • Porque a reciclagem do lixo eletrônico é cara, e não existem empresas especializadas
    nesse processo. Geralmente, o melhor a se fazer mesmo é desmotar tudo, separar as peças e destinar cada coisa para uma empresa de reciclagem diferente, ou seja, é necessário uma pessoa para desmontar, levar o plástico para quem recicla plástico, as baterias para quem recicla baterias e assim por diante.

As boas notícias dessa história toda é que, se você não sabe o que fazer com o seu computador enquanto a lei de resíduos sólidos não vem, tem quem saiba. Em São Paulo, por exemplo, há o CDI, uma ONG com a missão espetacular de inclusão digital.

O CDI recebe computadores usados e que não tem mais valor para seus doadores, recupera peças, desmonta tudo, monta computadores novos e distribui para quem precisa. As peças que não servem mais ou não tem mais conserto, são enviadas para uma empresa certificada, que se responsabiliza pela destinação do lixo. [Entretanto, não consegui saber que empresa é essa…].
As más notícias são:

  • Atualmente, a maioria do lixo eletrônico acaba mesmo parando em lixões ou são
    exportados para outros países (o que é ilegal, mas acontece).
  • Poucas empresas fabricantes de computadores, impressoras, celulares, cartuchos de tinta, e outros lixos eletrônicos recebem de volta artigos velhos.
  • Já existem computadores verdes, sem metais pesados e que economizam energia elétrica, mas são geralmente mais caros, como tudo o que é verde e orgânico.

Por essas e outras, assine já o Manifesto do Lixo Eletrônico, AQUI e divulgue para amigos e parentes.

Fala leitor: vídeo sobre as árvores da Marginal Tietê

O Rafael Tadeu comentou no post anterior sobre as árvores e as obras da Marginal Tietê e postou o link de um vídeo. Eu acho que o vídeo vale a pena ser postado e comentado, então lá vai ele.


Minhas considerações

O vídeo é muito bem feito, mas do mesmo jeito que há exageros do lado do governo, também há do lado dos produtores do vídeo.

Os políticos

“melhorar a qualidade de vida”, aumentando os investimentos em transporte individual invés de transporte coletivo? É ruim, hein?

“esverdear, o que não é mal, para a beleza da cidade, para tudo o mais” – tudo mais o quê, governador? Para o ambiente? Para a saúde das pessoas? Para o aumento da área de lazer da cidade (se é que o parque vai poder ser visitado, invés de ser como na Marginal Pinheiros)?

+ tenho alguns problemas com EIA/RIMA. Supostamente eles são a ferramenta legal que possibilita ou não a construção de uma obra no local onde há fauna e flora (originais ou não). Tenho problemas porque sei quanto tempo esses documentos demoram para ser elaborados (muito pouco) e sei quais são os tipos de pressão que uma empresa de consultoria recebe para realizá-los (muitos).

+ parque linear e ciclovia me parecem decisões tão boas para a marginal! O trânsito vai provavelmente continuar, o número de carros vai provavelmente aumentar, mas uma ciclovia é uma alternativa para quem quer deixar o carro em casa. Só espero que a ciclovia seja bem planejada e não um caminho que “leve nada a lugar nenhum”.

Os produtores do vídeo

+ tenho para mim que se alguém usava o canteiro central da marginal para caminhar, como o vídeo sugere, no mínimo tinha arriscado sua vida para atravessar a pista local, o que é muito perigoso. Fora que respirar o excesso de aerosóis que deve ter na marginal não vale a caminhada.

+ cobrar do governo manejo de fauna??? Que fauna???

+ dizer que a poluição vai aumentar e que a temperatura vai subir sem nenhum estudo científico adequado é uma tentativa enganosa de convencer pessoas de que a obra é ruim. A obra é ruim. Mas não por esses motivos. E, se não gosto de ser enganada pelos políticos, também não gostaria de ser enganada pelos manifestantes e organizações civis.

E você? O que achou do vídeo? Exagerei?

O causo das obras da Marginal Tietê

O post passado, sobre as árvores da Marginal do Tietê que estão sendo derrubadas para a ampliação da via, causou alvoroço nos comentários e trouxe outros aspectos da polêmica obra.

Veja, dizer que as árvores do Tietê não são empecilho para que a obra
aconteça (porque vão ser transplantadas, substituídas e um parque linear está no projeto) não quer dizer que a obra deva ser feita ou vá trazer soluções para o caos do trânsito na cidade. A obra tem problemas
muito maiores do que as árvores que hoje ocupam a Marginal, mas não são
as árvores que poderiam barrar a construção ou até mesmo, não são elas que seriam um bom jeito de unir a população em torno do
problema.

O problema gira em torno de um imenso nó da cidade de São Paulo, já discutido no post anterior e referendado por alguns colegas do Twitter: o trânsito. O trânsito, que não é só exclusividade da cidade de São Paulo mas de todos os centros urbanos de grande adensamento populacional, nasceu há muito tempo. Muito mesmo. Antes de qualquer um desses prefeitos, governadores e presidentes em quem nós, mais jovens, tenhamos sonhado em votar. O problema do trânsito é derivado de uma política pública de adoção dos automóveis como meios de transporte e da gasolina, derivada do petróleo como nosso meio de energia para movimentar esses automóveis. Foi uma escolha política, que beneficiava algumas relações comerciais e algumas relações pessoais e sociais.

Fato é: eu vejo duas escolhas para a resolução de um problema de trânsito – uma solução rápida, barata e que a curto prazo não vai mais funcionar, e uma lenta, gradual, com investimento alto em diversos setores, que deve funcionar a longo prazo.

A primeira é fácil! Usa-se o espaço disponível (que já é pouco e elimina o canteiro central), faz-se túneis, viadutos, pontes, outro andar de marginal, sei lá! Qualquer solução que busque aumentar a área para aumentar o fluxo de carros. Essa alternativa funciona por um tempo: tempo suficiente para outros carros invadirem as ruas, a frota aumentar, e tudo ficar insuportável de novo – que parece ser a saída adotada pela prefeitura e governo do Estado de São Paulo.

A segunda é muito mais difícil. Requer educação da população, investimento em transporte público de qualidade e em ciclovias, alternativas inteligentes para o transporte de suprimentos para a cidade, principalmente os atualmente feitos por caminhões, soluções para períodos de feriados e férias, ALÉM DE obras que facilitem o transporte de carros nos dias de semana.

Para a segunda escolha, não bastam investimentos em dinheiro, mas investimentos no social, no ambiental e no econômico, que permeiem outros setores que não só o de transportes. A logística da cidade deveria ser realinhada como um todo, para permitir um fluxo mais eficiente de abastecimento e de transporte de resíduos. As pessoas deveriam ter a disposição um transporte público de qualidade, com pontualidade e preços justos, que servisse toda a cidade com eficiência. As ruas e avenidas deveriam ser pensadas de modo a permitir um fluxo rápido para quem usa transportes públicos e também para permitir o uso de bicicletas. Projetos específicos para facilitar o escoamento de pessoas em períodos de férias e feriados deveriam ser estudados e implementados. 

Mesmo com um imenso investimento financeiro por parte do governo, nada disso seria útil se as pessoas que ocupam a cidade não forem educadas para usar transporte público sem preconceitos, para pensarem duas vezes antes de tirarem seus automóveis de casa e andarem a pé ou de bicicleta, para se educarem para o trânsito defensivo e não ofensivo.

Para isso, também é necessário investimento na área de segurança. E, nesse sentido, talvez fossem necessários menos investimentos na área de saúde. E a qualidade de vida de todos aumentaria muito.

Sinto que sonhei… E você? Acha que isso é possível, ou só fazendo uma nova São Paulo?

O causo das árvores da Marginal Tietê

Até onde vale a pena “brincar” com a natureza em detrimento do progresso? 

Com essa pergunta, do @interney, lá no Twitter, é que eu tiro o pó desse teclado, as aranhas desse mouse e recomeço a blogar.

A pergunta do Sr. Edney era um chamado para a leitura de um post do Cris Dias, sobre as obras na marginal do Tietê. Para a construção de 23 Km de extensão de cada um dos lados da via, além de novas pontes e viadutos (aqui), o canteiro central, que abriga hoje cerca de 4589 árvores adultas, deixará de existir. Dessas árvores, 935 serão transplantadas. As demais, algumas já condenadas, outras não, serão ou estão sendo derrubadas (aqui e aqui).

Minha discussão sobre esse assunto começou lá no twitter. Eu escrevi “dizer que as árvores da marginal são “natureza” é discutível.” E é mesmo. As árvores da marginal estão bem longe de ser um exemplo de mata ciliar, que é um tipo de mata original da várzea de rios. Aliás, o rio também não é mais o mesmo faz tempo. Assim como o Pinheiros, do qual já escrevi um pouco aqui, perdeu seus meandros ao longo dos anos, e foi perdendo cada vez mais a mata original, dando lugar não só a marginal, mas também a prédios comerciais e residenciais. 

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Fonte da fotografia: Wikipedia

Dizer que as árvores da marginal são sumidouros de carbono também não é verdade. Árvores adultas retêm uma quantidade mínima de carbono. Árvores jovens, das que estão sendo prometidas pelo governo em substituição as que serão cortadas agora, essas sim podem contribuir para a diminuição da concentração de gás carbônico (mas só um pouquinho… 15 mil árvores retêm apenas algumas toneladas de carbono e não podem ser responsabilizadas por nada em termos de aquecimento global).

Uma questão interessante dessa história toda é a permeabilidade da via. Fato é que uma área de asfalto não absorve nada de água de chuva. A troca da área de gramado e árvores para maior área asfaltada, sem dúvida trará problemas de permeabilização de água. Mas acredito que já existam técnicas na engenharia civil capazes de auxiliar o escoamento de água (a verificar).

Agora, há uma outra coisa interessante nessa história. Fiz ainda a pouco uma perguntinha no Twitter: View image

Qual é, na sua opinião, o maior problema da cidade de São Paulo, hoje em dia?

Tive até agora 10 respostas. Nove delas, relacionadas à transporte: uma sobre ônibus fretado (@clauchowi), dois sobre transporte público (@carloshotta e @nelas) e seis sobre trânsito e mobilidade urbana (@djmisscloud, @UREU, @dbonis, @robertaavila, @docouto, @Joao_Gil). Também tive uma resposta sobre desigualdade social e miséria (@kekageorgino). 

Qualquer obra que permita maior fluxo de carros, menos congestionamento e maior mobilidade podem ajudar e muito, não só o bem-estar das pessoas que usam as marginais, como o meio ambiente. Menos trânsito = menos tempo de carros ligados = menos emissão de poluentes. Dizer que as obras da marginal não vão ajudar em nada é precipitado. Dizer que é melhor manter o canteiro central em detrimento da melhoria do fluxo de veículos, é um pouco duvidoso.

Restam duas dúvidas. A primeira sobre o paisagismo da área: vai ficar só concreto e asfalto ou vai sobrar verde para alegrar os olhos do paulistano? A segunda: até onde vale a pena brincar com a natureza em busca do progresso?

Produtos ecologicamente corretos e telhados verdes e brancos

Tenho alguns problemas quando o assunto é “produtos ecologicamente corretos”.
O primeiro deles é o preço. Sim… por diversos motivos, sejam eles por conta de baixa oferta pra muita procura, da dificuldade de produzir um produto “ecologicamente correto”, pela diminuição da produção associada a alguns produtos feitos de maneira sustentável ou por puro modismo, além de uma ou outra razões, o preço dos produtos ecologicamente corretos é sim mais caro – e muitas vezes excessivamente caro, exploratório, eu diria.
O segundo é a troca. Sim… muita gente troca bens por outros bens, mas esses “ecologicamente corretos”, se esquecendo que o consumo é o pior dos mundos quando a causa é ambiental. E o pior, às vezes a troca é bem mal feita. Por exemplo, troca-se um sofá produzido ali, bem na cidade vizinha, por um ecologicamente correto do Congo. E isso acontece com os mais diversos produtos – de batons à lençois de algodão orgânico. E não pára por aí.
O terceiro é a moda. De uma hora para outra os “produtos ecologicamente corretos” viraram moda, e até o que não é de fato ecologicamente correto ganhou uma nova roupagem, em “eco” no nome e “vamo que vamo”. Nem sempre a produção leva em conta fatores como cuidados com os trabalhadores e cuidados com a economia – além do suposto cuidado ambiental. (Já viram um tal refrigerante eco-coisa porque tem chá verde na composição? Esse é um exemplo.)
Todos os produtos ecologicamente corretos são assim? Claro que não! Mas é preciso saber bem e se informar melhor ainda sobre os produtos antes de pensar se é mesmo necessário adquirí-los.
E nessas, de ser bem crítica ao falar sustentabilidade, recebi um convite muito interessante e um mimo para os leitores do Rastro de Carbono. Tratam-se de quatro convites (para mim e três leitores do blog) para twittar, palpitar, avaliar, aplaudir ou vaiar a palestra One Degree Less, vulgo Um grau a menos que será proferida por Thassanee Wanick, presidente do Conselho Deliberativo da ONG GBC Brasil.
View imageA ONG não emite certificação própria de materiais, equipamentos, e serviços sustentáveis mas atua disseminando a cultura do sistema de certificação LEED. Nessa proposta, Wanick falará sobre os tetos verdes e brancos e como a adoção dessa prática simples pode ajudar na diminuição da temperatura média global. Verdade? Mentira? É isso que nós vamos avaliar.
A palestra acontecerá dia 18 de junho, quinta-feira próxima, às 19 horas, na Casa Cor. A palestra é de graça, mas para chegar à palestra, tem que entrar no evento, cujo ingresso custa R$ 35,00 de terça a sexta-feira, e tem outros preços para os outros dias da semana, além, é claro, de um preço promocional para quem quiser visitar mais de uma vez.
A Casa Cor acontece no Casa Hotel – Auditório
Av. Lineu de Paula Machado, 1075
Jockey Club de São Paulo
Eu, claro, vou aproveitar para tentar dar uma olhada nas últimas novidades em decoração e paisagismo “verdes”. Vou, obviamente, prestar bastante atenção nos itens que acho problemáticos em relação aos “produtos ecologicamente corretos”. Vou fotografar e dar pitacos tantos quanto meu tempo deixar.
Quer vir comigo?
Os três leitores que receberão em casa os ingressos para a Casa Cor, diretamente da GWA Comunicação Integrada que faz a divulgação do evento deverão apenas deixar nos comentários a resposta para uma simples pergunta: O que quero saber sobre telhados verdes e brancos? Os comentaristas serão sorteados por mim com ajuda do Random.org e os dados passados para a GWA que será a responsável pela distribuição dos ingressos. Os que infelizmente não puderem nos acompanhar, terão suas perguntas consideradas e algumas respondidas com o auxílio da palestra que assistiremos.
Bora comentar?

Fala leitor: Recicoleta

Este post é, na verdade, um comentário do leitor Paulo Ribeiro a um outro post, o “Dá pra reciclar embalagem TetraPak?”
Devido a importância do tema e às buscas sobre esse assunto no Rastro de Carbono, com a autorização do Paulo, vou publicar o comentário dele aqui.
Fala leitor!
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Somos uma unidade para recebimento exclusivo de embalagens longa vida (leite, suco, massa de tomate, achocolatado, milho, outros) no RJ e ES.
Trabalhamos na conscientização, sensibilização e comercialização destas embalagens.
Nossa finalidade é aumentar a coleta destas embalagens e sensibilizar a população sobre a reciclagem, evitando sua destinação inadequada para aterros sanitário e lixões.
Recebemos as embalagens em qualquer quantidade, solto ou prensado, armazenamos e depois enviamos para o reciclador.
Pagamos um preço justo e igual para todos os envolvidos neste trabalho, além de dar todo apoio e ferramentas ( big bags, folhetos, faixas, palestras) que ajudem na divulgação deste trabalho.
Estamos também fazendo um trabalho de responsabilidade social, no qual podemos incluir igrejas, escolas, projetos sociais, associações, e outros, que é a troca de embalagens por caixa de leite, telhas ecológicas feitas a partir dos resíduos das embalagens longa vida, cadernos, canetas, e outros.
Visite nosso site www.recicoleta.com.br e saiba mais sobre este projeto.
Divulgamos também para a população o trabalho dos envolvidos neste projeto no site www.rotadareciclagem.com.br . Onde a pessoa coloca seu endereço e no mapa aparecem todas as cooperativas, comércios e pontos de entrega voluntária que trabalham com as embalagens longa vida próximo aquele endereço.
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Então é isso! Se você mora no Espírito Santo ou no Rio de Janeiro, colabore com esse projeto enviando suas caixinhas, divulgando a Recicoleta, se voluntariando ou usando sua criatividade para ajudar o Paulo!
Se você tem alguma dúvida sobre esse projeto, escreva para o Paulo, lá pelo site da Recicoleta!
E, se você tem um projeto parecido e quer divulgá-lo aqui, sinta-se à vontade para usar esse espaço!

E o que me resta é bem pouco

Post de alerta para o Dia da Mata Atlântica

Alvorada lá no morro, que beleza
Ninguém chora, não há tristeza
Ninguém sente dissabor
O sol colorindo é tão lindo, é tão lindo
E a natureza sorrindo, tingindo, tingindo
( a alvorada )

Rodoanel.png
Fonte fotografia
centro_imigrantes.png
Fonte fotografia

hopi hari.png
Fonte fotografia

Você também me lembra a alvorada
Quando chega iluminando
Meus caminhos tão sem vida
E O QUE ME RESTA É BEM POUCO
OU QUASE NADA, do que ir assim, vagando
Nesta estrada perdida

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Música: Alvorada, Cartola.

Pegada 26 – É melhor ser panda…

Um querido parceiro de trabalho me mandou o link para essa camiseta, ontem.
polar_panda.jpg
É… a situação tá tão feia lá no pólo Norte que tá mais vantajoso ser panda.
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Rumplo

O vídeo da caixa de pizza – um comentário

Ao escrever esse post, 41 pessoas opinaram em relação ao vídeo sobre a caixa de pizza. E, eu fiquei muito surpresa com o resultado da enquete até agora.
Está assim:
17 pessoas acharam interessante, mas não viram nada de ecológico na caixa, uma vez que, após o fim da pizza (no meu caso, em casa esse tempo é igual a aproximadamente 20 minutos) a caixa vai pro lixo de qualquer modo.
12 pessoas acharam pratico, facil de usar e bom porque poupa a lavagem dos pratos – essa resposta não carrega necessariamente nenhuma preocupação ambiental – pode ser apenas que alguém tenha achado prático e ponto. Isso não significa que algumas ou todas as pessoas que votaram não ficaram preocupadas com o meio ambiente e, por exemplo, votaram por se preocuparem com a economia de água.
10 pessoas acharam a proposta de reutilizar a embalagem, mesmo que só para guardar a mesma pizza que veio nela, sensacional.
2 pessoas não usariam a caixa como proposto, acharam feio, chato e bobo – ou outra coisa.
enquete.JPG
Quando eu vi esse vídeo pensei em dar minha opinião sobre o produto – como ultimamente ando meio de mau-humor, fatalmente minha opinião seria algo do tipo “meu!!! é lixo, velho!”. Por isso resolvi fazer a enquete.
Fiquei muito feliz com a diversidade das respostas.
Algumas pessoas pensam no meio ambiente antes – estão com os 3R´s (redução, reaproveitamento e reciclagem) na cabeça – e por isso, eu imagino, devem ter escolhido a resposta sobre o conceito por trás do produto ou, eventualmente, a resposta que sugere economia de água.
Outras, como eu, mau humoradas ou não, perceberam que, além de uma caixa de pizza, suporte para comer pizza e embalagem para pizza, o produto não tem mais utilidade além de alguma-coisa-de-pizza… e vai pro lixo mesmo – reciclável, é claro (mas só a tampa, se não estiver cheia de queijo – a parte de baixo, com gordura, vai pro lixo convencional ou pra vermicomposteira).
Outras ainda pensaram no aspecto prático da coisa – e podem ou não ter pensado no aspecto ambiental. Fato é: para ser um bom produto, tem que ser prático. Não adianta ser “verde” se não for prático – bom aviso aos navegantes e marketeiros em geral que insistem em empurrar para os “verdes” produtos “ecológicos” absolutamente inúteis ou difíceis de usar.
Muito obrigada pela opinião de todos! – mesmo que nós todos não sejamos tantos assim – já tinha sido alertada sobre a furada de fazer enquete em blogs, mas não resisti e devo fazer novamente.

MSN Verde e mitos verdes

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Pois… eu não conhecia. Quem me indicou foi a @Oliveiral, lá pelo twitter. Ela também me pediu pra comentar, se eu pudesse, a matéria “5 mitos verdes“, e, como em 140 caracteres isso é impraticável, resolvi fazer um postzinho.
Mito número 1: Alimentos orgânicos são sempre a melhor opção.
Não, não são. E a matéria diz isso muito bem. Os alimentos orgânicos só valem a pena se forem comparados com alimentos convencionais (não-orgânicos) que foram produzidos à mesma distância da sua casa. Se você está em São Paulo e quer escolher entre um suco de uva orgânico produzido no Rio Grande do Sul e um suco de uva convencional produzido em Jundiaí, prefira o suco convencional, que emitiu menos gases do efeito estufa para serem transportados do local da produção até a sua casa.
A matéria só dá uma dica estranha, sobre ser tudo bem se você consumir frutas com cascas grossas que eles não deixam passar pesticidas. Lembre-se se você está optando por um produto orgânico não está optando porque ele não está contaminado com pesticida, mas também porque a produção dele respeita o meio ambiente – ter casca grossa ou casca fina, nesse caso, não ajuda em nada o meio ambiente e lavar bem frutas, legumes e verduras é fundamental independentemente da casca – aliás, se não for lavar pelos pesticidas, lave bem porque os alimentos orgânicos tendem a ter mais microrganismos nas cascas, folhas, raízes etc do que os convencionais.
Mito número 2: Carros híbridos são mais ecológicos.
Então… também não são mais ecológicos necessariamente. Até porque tudo vai depender de que tipo de energia o carro é capaz de hibridizar. Se ele for um híbrido de gasolina com querosene não vai ser ecológico nunca (óbvio que os carros híbridos disponíveis no mercado não hibridizam isso – é só um exemplo).
O híbrido para ser ecológico deve usar pelo menos um combustível renovável ou biocombustível. Nem um carro movido à gasolina e a eletricidade (a maioria dos carros híbridos é assim) vai necessariamente ser ecológico se a matriz energética do país onde ele vai rodar for em sua maioria proveniente de combustível fóssil – e, portanto, a eletricidade que abastece o carro for produto da queima de um combustível fóssil (como carvão, por exemplo). Leia mais sobre carros elétricos aqui e sobre carros híbridos aqui.
Óbvio que sempre melhor é ter um carro que use energia renovável ou bioenergia para funcionar mas fique atento aos carros que se dizem super cleans, movidos à hidrogênio, por exemplo. Já falamos dele aqui.
A matéria se limita a falar que é melhor pensar duas vezes antes de comprar um carro novo, seja ele qual for – o que eu concordo plenamente – mas falha em explicar o que são carros híbridos.
Mito número 3: Desligar o ar-condicionado do carro ao dirigir economiza combustível.
Desligar qualquer coisa ao fazer qualquer coisa geralmente economiza energia. No caso do ar-condicionado do carro, em algumas situações, ele gasta mesmo menos energia do que se você deixasse os vidros abertos – mas isso só se você estiver a uma velocidade tal que a resistência oferecida pelo vento é tão grande que seu gasto de combustível para manter a velocidade do carro é muito maior do que de deixar as janelas fechadas e ligar o ar-condicionado.
A situação é tão particular que o melhor mesmo é deixar o ar-condicionado desligado – mas não precisa morrer de calor por causa disso, fato.
Mito número 4: Se todos plantarem muitas árvores, o aquecimento global será revertido.
Eu espero que ninguém saiba que “ao ‘respirar’, as florestas ajudam a diminuir a temperatura e a quantidade de poluentes do ar e que suas folhas absorvem a luz do Sol, ajudando a resfriar o planeta” porque é uma groselha enorme. Ao ´respirar´as plantas emitem CO2 assim como nós. O que as plantas fazem de sensacional é FOTOSSÍNTESE e esse processo sim, tira CO2 da atmosfera e transforma em glicose, que no final das contas pode servir como energia para a planta realizar os mais diversos processos – como produzir flores, por exemplo, ou para crescer e acumular carbono na madeira – e então servir como um sumidouro de carbono.
E tudo também depende de onde a árvore será plantada – porque dependendo do lugar, ela vai causar mais transtornos do que trazer benefícios – por exemplo, se você resolver plantar uma árvore na sua calçada que amanhã vai derrubar os fios de eletricidade ou quebrar o asfalto da rua.
A matéria acerta ao dizer que geralmente as plantas ajudam a diminuir a temperatura do local onde estão, mas esquece de dizer que de nada adianta plantar árvores se as fontes de emissão de gases do efeito estufa não estiverem controlados.
Se você preferir apoiar algum programa ambiental, fiscalize se o trabalho está sendo bem feito e não lave suas mãos só porque deu dinheiro. Fora isso, pare com essa ideia de fazer neutralização de carbono quando você mesmo sabe que diminuir os gases estufas do planeta é um problema de AGORA, não de daqui a 20 anos quando a sua árvore estiver crescida.
Mito número 5: Viver uma vida verde é muito caro.
O que é caro, meu chapa, são os “produtos ecologicamente corretos” que andam empurrando para você. Viver uma vida verde é um estilo de vida que passa longe de “comprar”. E, se comprar, passa mais perto do “comprar com consciência” do que “comprar o que chamam de eco-qualquer-coisa”. A matéria acerta em focar esse ponto.
O não-consumo é irmão gêmeo da vida verde então é muito barato. Invés de comprar produtos, compre cultura, lazer. Isso sim vai te apresentar como viver verde é prazeroso.
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Escreveu também sobre isso: Blog Vivo Verde