Publicado
13 de fev de 2013

O que é a meditação?
Há poucos anos atrás, o estudo científico da meditação era praticamente inexistente. Foi isso o que afirmou Philippe Goldin, um pesquisador da Universidade de Stanford, em uma palestra que ele deu sobre esse assunto na universidade. Entretanto, nos últimos anos, esse cenário mudou drasticamente. A meditação se tornou um dos assuntos mais “quentes” (e sexy) na psicologia e na neurociência. Ela é comumente associada ao Budismo, embora diversas culturas tenham desenvolvido e praticado ela ao redor do mundo desde tempos muito remotos (segundo a Wikipédia, desde que a humanidade existe praticamente O.O).
Ao contrário do que muitos pensam, a prática meditativa em si não precisa envolver crenças religiosas ou espirituais – apesar de exótica, ela não é necessariamente mística. Também diferente do que muitos acreditam, ela não é uma única coisa, tal como é simbolizado no esteriótipo de uma pessoa sentada no chão em uma posição de lótus (como na imagem acima) que tenta esvaziar a sua mente de pensamentos ou não pensar em nada. Na verdade, existem diversas “meditações” – tipos e variações de técnicas meditativas.
Diversos estudos têm demonstrado que a prática da meditação pode trazer muitos benefícios, tais como: nível maior de emoções positivas, redução de sintomas relacionados à depressão, raiva, ruminação mental, estresse, ansiedade, alteração do padrão de atividade cerebral, de conexões neurais, aumento da empatia, de bem-estar… essa é só uma pequena lista perto dos outros benefícios que essa avalanche de estudos tem encontrado. A melhor parte de pensar na meditação como uma aplicação prática para promover bem estar e saúde mental é a sua acessibilidade – tudo o que você precisa para começar a praticá-la é de uma mente, de um pouco de informação e de vontade de praticá-la!
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Publicado
27 de jan de 2013
Fonte: NERDWORKING
Autor: Felipe Novaes
Em resumo fazer zazen é parar de fazer tudo,
ficar de frente para a parede e sentar,
sendo apenas você mesmo que é somente o self, o eu, o si mesmo – Daissen
O
zen-budismo não é uma religião, tão pouco uma filosofia – ao menos não no estilo grego que conhecemos. Como li certa vez num post no
blog do monge Gensho, trata-se de um
pragmatismo dialético psicológico. E como tudo vindo do Oriente, é misterioso à primeira vista. Um de seus pressupostos mais intrigantes é o de que para vermos as coisas como são, devemos abdicar da dualidade constante que caracteriza nossas vidas – bom e ruim, escuro e claro, chato e legal, difícil e fácil – permeadas pela linguagem.
O Zen é uma via direta, sem intermediários, por isso ele não se detem muito em argumentações longas como provavelmente um filósofo grego faria com prazer. Entretanto, nossa mente ocidental clama por uma explicação sistemática sobre o que diabos os zen-budistas querem dizer com ausência de linguagem, experiência direta e ausência de dualidade. Quem pratica o zen diz constatar isso pela prática, mas como podemos saber se isso não é uma mera ilusão psicológica? Bom, a ciência é um bom método para isso. Passeando pelas bases de dados de artigos, encontrei um interessante estudo que buscou desvelar exatamente esse mistério.
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Publicado
8 de jan de 2013
Se você já precisou falar em público, tomar uma decisão muito importante ou tomar remédios para ter coragem de embarcar em um avião, você já sentiu na pele o que é a ansiedade. Toda vez que nos sentimos angustiados, tensos ou apreensivos por conta de como prevemos que eventos futuros ocorrerão ou interpretamos uma experiência atual como oferecendo riscos eminentes, estamos vivenciando um estado mental e afetivo conhecido na psicologia como ansiedade.
Todos nós vivenciamos a ansiedade diversas vezes ao longo de uma semana e até mesmo de um dia. Sentir-se assim é comum para a maioria das pessoas e necessário para que possamos nos adaptar às diferentes circunstâncias que vivemos. A ansiedade nos prepara física e psicologicamente para lidar com adversidades e para maximizar a nossa capacidade de sobrevivência. Entretanto, o nível de ansiedade que sentimos pode ser tão alto às vezes que, além de nos causar um grande sofrimento, nos impede de fazer as nossas coisas normalmente, como encontrar com amigos, ir ao trabalho, ter momentos prazerosos de lazer e dormir bem. Esse texto explora o que a terapia cognitiva tem a dizer sobre porque você, muitas vezes, não consegue controlar a sua ansiedade e é dominado por ela.
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Publicado
1 de jan de 2013
Publicado
25 de dez de 2012

A armadilha da supressão do pensamento
Podemos sentir que controlamos nossos pensamentos quando quisermos. Se você quiser pensar, por exemplo, em uma casa, neste exato momento, você é capaz de imaginá-la detalhadamente. Mas apesar de sermos eficientes na arte de iniciar um pensamento, muitas vezes não somos igualmente bons na arte de encerrá-los ou suprimi-los. Nossos pensamentos nem sempre nos obedecem – quem nunca teve aquele pensamento que não saia da cabeça, por mais indesejável e desagradável que fosse?
O que este tipo de experiência parece indicar é que nem sempre temos o controle da nossa cognição. Se nossa capacidade de “mandar” no que iremos pensar fosse eficiente, alguns problemas que milhares de pessoas vivenciam nem deveriam existir. Um exemplo disso ocorre com pessoas que sofrem de insônia. Muitas pessoas com este problema vivenciam uma “enxurrada” de pensamentos que os induzem a um estado de agitação incompatível com o sono. Outro exemplo drástico de quem convive com este problema é quem enfrenta o Transtorno Obsessivo-Compulsivo, o famoso TOC. Nesta condição, as pessoas vivenciam diariamente pensamentos repetitivos e frequentes sobre um ou mais determinados conteúdos (ex: sujeira) que as levam a realizar ações compulsivas relacionados aos seus pensamentos obsessivos (ex: lavar a mão para evitar a sujeira). Por mais que elas tentem parar de ter estes pensamentos, eles continuam ressurgindo em suas mentes e causando sofrimento.
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Publicado
20 de nov de 2012
O Coursera é um projeto no qual você pode fazer cursos dos mais diversos temas (biologia, astronomia, estatística, economia, música, artes, história), ministrados por professores(as) das maiores universidades do mundo, de maneira totalmente gratuita e de quebra você ainda pode ganhar um certificado de que concluiu o curso satisfatoriamente e colocar no seu currículo! As aulas e avaliações dos cursos são realizadas totalmente pela internet e não envolvem qualquer custo para quem se interessar. Vale a pena visitar a página do Coursera e dar uma olhada nos cursos que serão ofertados (tem de tudo)!
Dois cursos são especialmente interessantes para os leitores deste blog. Um deles se chama Why We Need Psychology (Porque nós precisamos da psicologia). Neste curso, o professor Simon Green da Universidade de Londres fará uma introdução à psicologia, buscando demonstrar as implicações práticas do conhecimento produzido pela área e porque ela é uma área importante.
Outro curso, ainda mais interessante, é o chamado de Social Psychology (Psicologia Social), que será ministrado pelo professor Scott Plous da Universidade Wesleyan. No curso, o professor tentará responder à questões básicas sobre o comportamento social humano baseado nas pesquisas recentes da psicologia social. Estas são duas oportunidades únicas e raras para alunos de psicologia e admiradores da área de conhecer uma psicologia muito diferente da psicologia brasileira – é uma oportunidade de conhecer a psicologia que é ensinada e feita no resto do mundo! O melhor do Coursera é que você pode se inscrever no curso e ver e/ou fazer somente aquilo que o seu tempo lhe permitir. Se você não puder assistir a todas as aulas ou fazer todas as avaliações, não poderá afirma que “fez” o curso de fato, mas ao menos você pode acabar vendo alguma aula interessante ou aprendendo algo que você poderá buscar mais quando estiver com tempo. Você não tem nada a perder independente do que fizer, então não perca essa oportunidade de conhecer melhor a psicologia!
Publicado
25 de set de 2012
Autor: Victor Keller (autor convidado)*

O que você pensa sobre si mesmo, mas não sabe
A visão que temos sobre nós mesmos, conhecida como a autoestima, tem um grande impacto em nossas vidas. Ela influi na nossa visão de mundo e, consequentemente, no nosso comportamento. Esta influência é bem conhecida na psicologia clínica, pois é um elemento associado a diversos transtornos mentais como a depressão e alguns transtornos de personalidade (e.g. narcisismo).
A autoestima pode ser entendida como a avaliação que possuímos sobre nós mesmos, podendo variar entre uma avaliação mais positiva ou negativa. Pessoas com uma autoestima muito positiva normalmente se consideram mais capazes e competentes para lidar com as situações, enquanto que pessoas com uma autoestima mais negativa normalmente pensam que são menos capazes e preparadas para lidar com as situações e responsabilidades.
Se quisermos saber qual é a avaliação consciente, ou explícita, que uma pessoa possui sobre si mesma, poderíamos pergunta-la diretamente por meio de questões como: você gosta de si mesma? Você se considera alguém capaz e competente? Existem vários instrumentos validados que medem a autoestima explícita (por exemplo, a Escala de Rosenberg).
Entretanto, como a pesquisa que faz uso de medidas implícitas tem evidenciado, as pessoas nem sempre serão capazes ou estarão dispostas a relatar as suas avaliações. Muitas vezes, não temos consciência de diversas avaliações que possuímos ou, se as percebemos, muitas vezes podemos nos sentir desconfortáveis com relatá-las. A partir desta linha de pesquisa, diversos pesquisadores passaram a se perguntar se as pessoas possuem avaliações sobre si mesmas das quais elas não tem consciência, mas que mesmo assim poderiam enviesar a percepção e o comportamento delas. Esta linha de pesquisa indicou que a nossa autoestima inconsciente, ou implícita, pode nos influenciar de maneira considerável.
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Publicado
18 de set de 2012

O bom samaritano
“Antes sede bondosos uns para com os outros, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo.”
– Efésios 4:32, Bíblia Sagrada.
Se alguém lhe pedir para pensar nas pessoas mais bondosas que você já ouviu falar, é provável que venha à sua mente, junto com alguns membros da sua própria família, alguns famosos representantes religiosos como, por exemplo, a Madre Teresa de Calcutá. Por sinal, a Madre Teresa foi usada em um estudo, já comentado aqui no blog, onde os participantes que tinham lido uma parte da biografia da Madre Teresa se demonstraram posteriormente mais prosociais com um desconhecido do que participantes que tinham lido uma parte da biografia da Margaret Thatcher. Ela se engajou frequentemente em diversos projetos sociais e por meio da ampla divulgação de suas ações generosas ao redor do mundo, ela se tornou praticamente um sinônimo de bondade.
Religiões extremamente difundidas atualmente, como a da Madre Teresa (católica), incentivam explicitamente os seus seguidores a agirem de maneira benevolente com os seus próximos (como na passagem que iniciou este texto), mas será que a religiosidade de alguém como a Madre Teresa de Calcutá tem alguma relação com a constante benevolência que ela demonstrou ao longo de sua vida? Será que pessoas religiosas como ela são mais generosas do que pessoas menos religiosas?
Para tentar responder à estas perguntas, Ara Norenzayan e Azim Shariff publicaram na revista Science um artigo que buscou sistematizar o que conhecemos atualmente sobre a origem e a evolução da prosocialidade religiosa, ou seja, o suposto efeito facilitador que a religiosidade exerce na generosidade que as pessoas costumam exibir.
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Publicado
8 de set de 2012
Se você se interessa pelo estudo da cognição humana, assim como eu, hoje você terá um presentinho aqui no blog!
Minha última descoberta na web foi o projeto GoCognitive.
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Publicado
30 de ago de 2012

Gerson A. Janczura
O professor Gerson A. Janczura estuda a memória humana no Laboratório de Processos Cognitivos da Universidade de Brasília (UnB). Sendo um dos pioneiros da área, Gerson teve um papel importante na introdução e expansão da psicologia cognitiva no Brasil. Nesta entrevista que ele gentilmente nos cedeu, o professor explorou um pouco do conhecimento que possuímos hoje acerca de como a memória humana funciona, de como somos capazes de formar memórias falsas, das intervenções práticas que a psicologia cognitiva pode subsidiar e das dificuldades que a psicologia cognitiva enfrenta para ganhar espaço no Brasil.

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