Acende a luz e para para organizar!!
Salve, Pessoal!
Cansou, torrou, esgotou a paciência. Eu não vou mais traduzir os artigos do Times de Londres sobre a cagada da Scotland Yard no caso Jean Charles de Menezes. Eu não vou mais discutir sobre a Lulambança, a não ser para dizer que, mais uma vez, um elo que deveria ser invstigado, não vai, por causa das “conveniências”.
O primeiro caso, foi na época do linchamento político do Collor. Saiu uma pequenina nota, no meio da página que tratava do caso, dando grande destaque às declarações deste e daquele político. A nota dizia que o avião do PC Farias (o famoso “Morcego Negro”) tinha feito um último percurso, antes de ficar meses estacionado em Brasília: uma viagem a Santa Cruz della Sierra, Cali e Medelin. Para quem sabia (como eu) que o Collor, no tempo em que era deputado, era conhecido como “Fernandinho do pó”, a notícia parecia uma ponta de uma meada que iria dar em conseqüências extraordinárias. Pois bem… Foi a última vez que eu ouvi falar no assunto…
Agora, descobriram que o Valério trabalhou para o PSDB, mais exatamente para o Azeredo e patota, em Minas Gerais. Como é que o PT ficou sabendo do Valério? Mistério… Teoricamente, ele é amigo de longa data do Delúbio… Mas existe um fato que ninguém está querendo remexer: lembram-se por que a Senadora Heloisa Helena foi expulsa do PT (ela e mais dois deputados)? Porque ela se recusou a aceitar o Henrique Meirelles para Diretor do Banco Central. E não foi só porque ele tinha sido um dos Diretores do Banco de Boston: ele era “tucano” de carteirinha! Oficialmente filiado ao PSDB! É, no mínimo, uma coincidência interessante que já deveria ter sido investigada… Mas não vai ser. O mero fato do Pallocci ter sido denunciado como envolvido no caso do assassinato do Celso Daniel fez a Bolsa cair e o dólar subir… Apesar desse envolvimento ser conhecido desde que o Pallocci foi indicado para Minsitro.
Outro assunto que já encheu definitivamente meu saco: tem um monte de gente pedindo que os militares dêm um novo golpe de estado, para “por ordem na casa”.
Não funcionou em 1964 e não vai funcionar agora… Primeiro, porque os próprios militares não querem. A grande maioria dos militares jamais esteve ligada ao processo de tomada de decisões, durante o período da “ditadura”. Levamos a fama e nenhum proveito. Só se lembram dos “desaparecidos” e dos “exilados” – os soldados e policiais mortos pelos “combatentes da liberdade”, alguns executados barbaramente, a porrada, não contam. Só quem matou e torturou foram “os militares” (a sentinela do 5°BI de Lorena, SP, explodido por um carro-bomba, era um “japinha” de dezessete anos, que queria ser professor…). Segundo: para por o que, no lugar? Um bando de generais otários que vai ser, de novo, enrolada pelos economistas e sociólogos. Nenhum general (de qualquer força) atual é tão bobo. Sabe o tamanho da ‘batata quente” e não vai por as mãos nela.
O pânico é mau conselheiro. Esse é o título de um tópico na Comunidade Orkut “Questões Militares – Brasil”, da autoria deste nada modesto blogger. Nele, eu traço um paralelo entre a cagada feita pela Scotland Yard e o faniquito dos brasileiros. E digo, textualmente: “Quem está disposto a entregar sua liberdade, em troca de sua segurança, tem nome: “Escravo!” O povo brasileiro tem que se conscientizar de que esse bando de corruptos safados foi posto lá por um bando de otários que queria se beneficiar com as promessas que eles fizeram. Toda vítima de “conto do vigário” é um vigarista burro que foi tapeado por um vigarista mais esperto que contou com a ganância do “pato”.
Em resumo, Deus não é brasileiro! Se foi, há muito tempo ele cruzou a fronteira pelo Rio Grande e foi viver como “ilegal” nos EUA, ou então, teve seu passe vendido para o Real Madrid. O problema é nosso, do povo inteiro, e a gente tem que resolver com as leis que tem. Se acharem que as leis não estão boas, elejam legisladores decentes… E não quem vai puxar a brasa para a sua (minha, deles) sardinha…
Se (como diz o título deste BLOG) “quem faz, não sabe”, trate de aprender a fazer! Chega de arrumar “bodes expiatórios” e dar uma de mulherinha “dona-de-casa”: “chama ‘o homem’ para resolver”… Essa casa tem “homem” (e, eu desconfio de que, a maioria deles, são do sexo feminino) e não precisa “chamar” ninguém, seja de fora, seja de farda…
Quem policia a polícia?
Matéria publicada no The Times de Londres, sobre o assassinato de Jean Charles de Menezes (matéria de capa do The Times on-line).
17 de agosto de 2005
Relatório “vazado” enumera “mancadas” que a polícia deu quando atirou no suspeito de ser homem-bomba
Por Daniel McGrory and Stewart Tendler
A SCOTLAND YARD cometeu uma “série de erros catastróficos” que levaram policiais armados, que caçavam os homens-bomba de 21 de julho, a matar a tiros um brasileiro inocente, é o que foi revelado na noite passada.
O vazamento do depoimento dos policiais que tomaram parte na malfadada operação, revela que Jean Charles de Menezes foi dominado por um dos componentes da equipe de vigilância, antes de ser alvejado oito vezes, quando se sentava em um vagão do metro.
Documentos e fotografias da Comissão Independente de Queixas da Polícia também revelam que um dos componentes da equipe à paisana, que deveria ser o responsável pela identificação do suspeito, estava “aliviando necessidades fisiológicas”, no momento em que Menezes saiu de seu apartamento, em 22 de julho, de forma que ele não podia afiançar que eles estariam seguindo Hussain Osman, um dos supostos homens-bomba. Também fica implícito que Menezes poderia ter sido capturado vivo.
Sir Ian Blair, o Comissário da Polícia Metropolitana, vai ter que se explicar sobre como uma sofisticada operação policial saiu-se tão incrivelmente errada.
Uma investigação da ITV News afirma que, quando o Sr. Menezes, 27, foi abordado pela polícia no trem da Linha Norte na estação de Stockwell, ele não teve qualquer atitude agressiva. As afirmações da polícia que, na ocasião, o eletricista estava “se comportando de modo errático”, são presumivelmente falsas.
As mancadas começaram quando o Sr. Menezes saiu de seu apartamento em Tulse Hill, na Zona Sul de Londres às 9:30h. O agente disfarçado que deveria estar identificando qualquer um que saísse dos apartamentos, admitiu que abandonou seu posto, de forma que não pode comunicar observações ou fazer imagens de vídeo.
Seu conselho foi: “Seria bom que alguém mais desse uma olhada”, para se assegurar que eles tinham seguido o homem certo. Aparentemente, nenhum outro policial tirou uma foto dele, apesar do Sr. Menezes ter tido que tomar um ônibus. Mesmo assim, o “Gold Command” na Scotland Yard, que dirigiu esta operação, declarou um “código vermelho” e passou a responsabilidade para o CO19 ─ a equipe armada.
Esta equipe armada tinha recebido fotografias dos supostos homens-bomba, ainda assim, ninguém percebeu que o Sr. Menezes não guardava qualquer semelhança com eles. O relatório declara que a equipe armada foi avisada que poderiam ser necessárias “táticas não usuais” e que “tinham sido acionados para interceptar o suspeito e, se houvesse uma oportunidade de abordá-lo, mas o suspeito não cooperasse, poderiam atirar para matar (no original: “a critical shot may be taken”. )
As fitas do Circuito Interno de Vigilância do Metro mostram que o Sr. Menezes estava usando uma jaqueta fina de jeans que não poderia esconder uma bomba, e que não levava uma sacola. Longe de correr da polícia, ele não percebeu que qualquer pessoa o estivesse seguindo e até pegou um dos jornais gratuitos, antes de usar seu bilhete de múltiplas viagens para passar pelas roletas. Ele só começou a correr quando viu seu trem parando na estação. No dia do incidente, a Scotland Yard disse que “a roupa e o comportamento na estação do Sr. Menezes fez aumentar suas suspeitas”. Foi somente quando o Sr. Menezes entrou no trem que um policial da vigilância guiou quatro policiais armados para dentro do mesmo vagão.
Um homem que estava sentado de frente para ele teria declarado: “Em poucos segundos eu vi um homem entrando pelas portas duplas a minha esquerda. Ele estava apontando uma pequena arma preta na direção da pessoa sentada a minha frente”.
“Ele apontou a arma para o lado direito da cabeça do homem. A arma estava a umas doze polegadas (cerca de trinta centímetros) da cabeça do homem quando o primeiro tiro foi disparado”.
O relatório revela que um dos policiais do grupo de vigilância agarrou o Sr. Menezes antes de atirarem nele. “Eu agarrei o homem de jaqueta de jeans abraçando-o com ambos os braços em torno de seu tórax, colando seus braços a seus flancos”, diz um dos depoimentos.
“Então eu o empurrei de volta para o banco onde ele estava sentado antes… Eu ouvi um disparo de arma de fogo muito perto de minha orelha esquerda e caí no chão do vagão”.
Na noite passada Harriet Wistrich, advogada da família do homem morto, disse que ainda há “muito mais perguntas do que respostas” sobre a conduta da polícia. A família pede por uma investigação completa.
Rosangela Rebelo, uma prima que mora na cidade natal do morto, Gonzaga, disse: “A família sempre acreditou no que os primos que viviam com ele em Londres, diziam, ao invés da versão da polícia sobre os eventos. Eu nunca acreditei que ele tivesse corrido para fugir. A família continua esperando por justiça. Eles mataram um homem inocente”.
CONTRADIÇÕES
Polícia: Menezes usava uma roupa suspeita. Provado pela investigação: ele estava usando uma fina jaqueta de jeans.
Polícia: atitude suspeita no caminho para a Estação de Stockwell. Provado pela investigação: nada de estranho em seu comportamento.
Polícia: abordado na estação e se recusou a obedecer às instruções. Provado pela investigação: abordado pela primeira vez quando já estava sentado no trem.
Polícia: Menezes pulou a catraca da estação. Provado pela investigação: não pulou nada; apenas correu para pegar o trem.
Polícia: efetuou oito disparos sobre ele. Provado pela investigação: onze disparos efetuados; três erraram o alvo.
Mentiras, covardia, decisões tomadas por um idiota com um posto de comando dado por um político de merda. Jean Charles foi assassinado porque o filho da puta que deveria estar vigiando a porta do prédio “saiu para dar uma mijadinha”…
Atualizando em 18/8:
O Times publicou, hoje, que o púsutla do Sir Ian Blair (Chefe da Scotland Yard) tentou impedir a instauração do inquérito, alegando que isso “iria prejudicar o trabalho da Polícia”. Com certeza! Se a verdade fosse conhecida, eles perderiam o “direito” de sair matando a torto e a direito! E essa é a “melhor polícia do mundo”… Que sábios são os britânicos: não deixam seus policiais andarem armados. Porque, se andassem armados, a ROTA ia ser considerada aliada da “Amnesty International”…
Polícia de merda por polícia de merda, voltemos ao Brasil. Impressionante como a polícia do Pará encontra rápido assassinos, quando quem morre é um estrangeiro…
E a Polícia Federal! Que rapidez em achar o dinheiro roubado do Banco Central em Fortaleza! Já as malas do Valério…
Quem policia a polícia?…
Deu na Imprensa Internacional
Salve, Pessoal!
Você não está sentindo orgulho de ser brasileiro?! A imprensa internacional toda está publicando:
Le Monde (França): Lula apresenta suas desculpas aos brasileiros pelos escândalos de corrupção
The Times (Londres): Presidente do Povo se Penitencia por Propinas e Corrupção
The New York Times: Assessor do Líder do Brasil Admite que o Partido usou financiamento ilegal (pelo menos essa não é de primeira página)
Atualizando em 14/8:
Quem mandou eu dar idéia a quem não tinha? A edição deste sábado traz, na primeira página, a matéria A Oposição Brasileira protege o Presidente do Escândalo, por enquanto .
The Washington Post: Lula pede desculpas aos brasileiros pelo escândalo
Eu não vou me dar ao trabalho de traduzir os artigos. O Le Monde apenas dá um resumo das últimas notícias e da pesquisa Datafolha que indica Lula perdendo um 2° turno contra José Serra.
O Times de Londres é um pouco mais ácido. A notícia começa com seguinte parágrafo: “O primeiro presidente esquerdista fez ontem uma tentativa desesperada para salvar seu governo, indo à televisão para se desculpar sobre um grande escândalo de propinas e financiamento de campanha”.
O The New York Times dá menor destaque, na parte das notícias internacionais, mencionando também a pesquisa Datafolha.
O Washington Post termina a notícia com o dado de que a Bolsa e a Moeda caíram, junto com a popularidade do Presidente.
Na quarta feira, quando eu fui para o Rio, todas as manchetes falavam do roubo da Agência do Banco Central em Fortaleza (segundo a WikiPedia, o 2° maior assalto a Bancos em toda a história…)
Depois disso tudo, eu vou estranhar que uma das pontes no meu coração esteja entupida? Para corno, todo castigo é pouco…