É melhor começar a construir a arca logo…

Eu e minha boca… Ontem, em uma discussão no Orkut sobre meio-ambiente, eu dizia:
“Pelo que eu tenho acompanhado nas manchetes de estudos ambientais pelo EurekAlert , da AAAS (American Association for the Advance of Science = Associação Americana para o Avanço da Ciência), o Protocolo de Kioto já veio tarde e, mesmo que tivesse sido cumprido ao pé da letra, os danos ao ambiente já são quase irreversíveis.
Não se trata mais de consertar os estragos que a chuva causou, mas de construir uma nova “Arca de Noé” para salvar o que puder…”
Hoje, aparece a seguinte notícia no “The Guardian”:


Como as mudanças climáticas vão afetar o mundo

Por David Adam
The Guardian

  • Quarta-feira, 19 de setembro de 2007
  • Os efeitos das alterações climáticas vão se fazer sentir antes do que os cientistas esperavam e o mundo precisa aprender a viver com os efeitos, disseram ontem os experts.
    Martin Parry, um climatologista do Met Office, falou que mudanças destrutivas nas temperaturas, regime de chuvas e agricultura, agora são previstas para acontecer muitas décadas mais cedo do que se pensava antes. Ele disse que populações vulneráveis tais como a do velho mundo e do terceiro mundo serão as mais fortemente afetadas, e que os líderes mundiais ainda não aceitaram que seus países terão que se adaptar para as prováveis conseqüências.
    Falando em um encontro para o lançamento do relatório completo sobre os impactos do aquecimento global, feito pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (Intergovernmental Panel on Climate Change = IPCC), o Professor Parry, co-diretor do grupo de trabalho do IPCC que escreveu o relatório, declarou: “Nós todos estamos acostumados a falar sobre esses impactos como vindouros, nas épocas da vida de nossos filhos e netos. Agora, sabemos que é conosco”.
    Ele acrescentou que os políticos desperdiçaram uma década, se focalizando apenas em meios de cortar as emissões, e somente agora acordaram para o fato da necessidade em se adaptar. “A mitigação ficou com toda a atenção, mas não é possível mitigar este problema. Nós agora temos uma escolha entre um futuro com um mundo danificado, ou um mundo severamente danificado”.
    A resposta internacional para o problema falhou em compreender as sérias conseqüências, tais como quebras de safras e falta de água, que agora são inevitáveis, disse ele. Países como a Grã-Bretanha precisam se concentrar em ajudar nações no mundo em desenvolvimento a suportar os impactos previstos, ajudando-as a introduzir tecnologia de irrigação e gerenciamento da água, colheitas resistentes a secas e novas técnicas de construção.
    Rajendra Pachauri, diretor do IPCC, declarou: “A produção de trigo na Índia já começou a diminuir, por nenhuma outra razão que não a mudança climática. Todo o mundo pensava que não tínhamos que nos preocupar com a agricultura indiana por muitas décadas. Agora sabemos que ela está sendo afetada agora”. Existem sinais de que uma mudança similar está acontecendo na China, ele acrescentou.
    O capítulo “sumário” do relatório de ontem foi publicado em abril, depois de discussões entre cientistas e políticos em cargos públicos sobre seu conteúdo. O Professor Parry declarou: “Governos não gostam de números, de forma que alguns números foram removidos dele”.
    O relatório avisa que a África e o Ártico suportarão a maior parte dos impactos climáticos, junto com pequenos arquipélagos como Fiji e os mega-deltas dos rios asiáticos, inclusive o Mekong.
    O relatório diz que eventos climáticos extremos têm grandes possibilidades de se tornarem mais intensos e mais freqüentes, e o efeito sobre os ecossistemas pode ser sério, com a morte de até 30% das espécies vegetais e animais em risco de extinção, se o aumento médio na temperatura global subir além da faixa entre 1,5 a 2,5 °C. As conseqüências da elevação das temperaturas já estão se fazendo sentir em todos os continentes, acrescenta ele.
    O Professor Parry declarou que será “extremamente improvável” que o aumento da temperatura média possa ser limitado a 2°C, como pensado pelos governos europeus. Isto colocaria mais 2 bilhões de pessoas em risco de falta de água e centenas de milhões mais se defrontarão com a fome. diz o relatório.

    Está de bom tamanho, ou a notícia podia ser pior?… Eu devia ficar calado…

    Errando nas contas

    Através do EurekAlert, notícia de um estudo da Universidade de Chicago sobre “como confundir o trouxa do consumidor”.

    University of Chicago Press Journals
    Quando 2 + 2 não é igual a 4: Como os consumidores erram nos cálculos dos preços de vendas
    Responda rápido: Você está passando pela vitrine de uma loja e vê um cartaz onde se lê: “desconto de 20% sobre o preço original, mais um desconto adiconal de 25% sobre o preço com desconto”, Agora, me diga: de quanto é o desconto total? Os consumidores freqüentemente pensam, erradamente, que o desconto é de 45% sobre o preço original, quando, de fato, o desconto real é de 40%. Um novo estudo que provoca reflexão e vai aparecer na edição de outubro do Journal of Consumer Research (Jornal de Pesquisa do Consumidor), explora o motivo pelo qual os consumidores freqüentemente pensam que um duplo desconto é melhor do que um desconto único da mesma magnitude total.
    “Os varejistas freqüentemente usam a estratégia dos duplos descontos para suas promoções normais ou para induzir os consumidores a adquirir um cartão de crédito da loja. Tais erros de julgamento sobre o efeito líquido total dos descontos sobre descontos (…) têm implicações sobre várias estratégias de marketing, inclusive anúncios, promoções, fixação de preços e políticas para o público”, escrevem Haipeng (Allan) Chen (Universidade de Miami) e Akshay R. Rao (Universidade de Minnesota).
    Estudos anteriores mostraram que até professores de matemática freqüentemente têm problemas no cálculo de porcentagens. Na primeira experiência, os pesquisadores descobriram que 59 % dos entrevistados – estudantes de uma grande universidade – adicionavam erradamente as duas porcentagens para calcular o desconto total. Somente 26% dos estudantes acertaram a resposta.
    Como nem todos estavam inclinados ao efeito de erro de cálculo, os pesquisadores, então, tentaram identificar as situações que ajudam a confundir os cálculos. Primeiro, eles incentivaram um grupo de participantes, oferecendo $2 pela resposta correta. A taxa de erro de cálculo foi de 26%, comparada aos 44% de erro para estudantes aos quais não foi oferecido dinheiro por respostas corretas.
    Os participantes também se mostraram menos inclinados a erros de cálculo quando os problemas eram mais simples, ou os resultados pareciam ilógicos. Estudantes aos quais se apresentou um preço inicial de $100, a partir do qual deveriam calcular os descontos duplos, erraram menos do que aqueles a quem se apresentou um preço inicial de $80. Similarmente, os pesquisadores pediram aos participantes para calcular uma dupla porcentagem de 70% e 45%, ou um aumento de preços nas mesmas porcentagens. Os que erradamente somavam os números eram confrontados com um decréscimo de 115% e tinham maior tendência a errar, do que aqueles confrontados com um aumento de 115% (“explicado” como um aumento nos preços da gasolina).
    “Já que este erro de cálculo pode potencialmente influenciar o julgamento das pessoas em várias situações, o impacto de tais erros no bem-estar dos consumidores pode ser substancial”, afirmam Chen e Rao.
    Os pesquisadores também apontam as implicações políticas deste tipo de erro de cálculo de porcentagens fora do âmbito do consumo, tal como quando uma melhoria de 70% nos resultados de avaliações escolares em um estado é seguida de uma piora de 60%, o que é considerado “positivo”, embora o resultado líquido seja uma piora geral das médias em 32%.

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    Para que eu me dei ao trabalho de traduzir uma matéria aparentemente tão óbvia?

    Alguém aí já parou para pensar nas “taxas de inflação acumuladas” anuais?… E percebeu que são juros compostos?…
    Entenderam por que as taxas de inflação “caem” e cada vez o seu dinheiro compra menos?…


    Physics News Update nº 839

    O Boletim de Notícias da Física do Instituto Americano de Física, número 839, de 17 de setembro de 2007 por Phillip F. Schewe PHYSICS NEWS UPDATE
    OBJETO MACROSCÓPICO RESFRIADO POR RÁDIO. Há muito tempo se usa lasers para resfriar átomos em armadilhas. Usando-se uma luz ligeiramente defasada com os níveis quânticos de energia internos dos átomos, a luz pode progressivamente frear os átomos, quase os fazendo parar. O mesmo princípio pode ser aplicado a objetos maiores, feitos de trilhões de átomos, tais como um fino cantilever de Silício.
    Embora o resfriamento de um cantilever — especificamente o movimento oscilatório do cantilever — já tenha sido obtido anteriormente, os cientistas do Laboratório do NIST, em Boulder, Colorado, foram os primeiros a fazê-lo usando circuitos de simples rádio-freqüência.
    Na experiência do NIST, um cantilever com tamanho de mícrons foi resfriado da temperatura ambiente até 45°K por um processo chamado de refrigeração capacitiva, no qual o cantilever, bombardeado com ondas de rádio, freia (ou seja, vibra menos), transferindo sua energia para o circuito ressonante de rádio-freqüência que o circunda.
    Um dos cientistas do NIST, Kenton Brown, afirma que a vantagem potencial existente é que o resfriamento do cantilever pode ser conseguido com a tecnologia padrão de rádio-freqüência, em lugar de elementos ópticos de precisão ou lasers, tornando mais fácil inserir todo o aparato em um chip e imergir o chip em um ambiente criogênico.
    Por que resfriar o cantilever (pense em um trampolim pequenininho, vibrando para cima e para baixo) em primeiro lugar? Porque um cantilever frio o bastante pode demonstrar comportamento quântico em um objeto macroscópico. Além do interesse fundamental em tal feito, ele pode pavimentar o caminho para detectores ultra-sensíveis. (Brown et al., Physical Review Letters, artigo em publicação; website do Laboratório da Divisão de Tempo e Freqüência do NIST)
    UMA MUDANÇA NA REFLETIVIDADE, ULTRA RÁPIDA E EXCEPCIONALMENTE GRANDE, pode ser conseguida com lasers de femtossegundos. Em uma recente experiência, pulsos curtos de laser, atingindo um alvo de sal orgânico, momentaneamente transformaram o material de isolante (um mau refletor de luz) em um semi-metal (bom refletor de luz). Uma mudança na refletividade desse grau — mais de 100% — nunca tinha sido conseguida em um material fotônico; as mudanças foto-induzidas são, usualmente, de poucos por cento.
    O pulso laser nem tem que ser particularmente intenso para causar essa mudança. Assim, o trabalho sobre essa foto-resposta gigantesca começou como uma colaboração Tokio-Kioto, mas agora inclui o LBL e Oxford. O novo avanço é que a mudança na refletividade pode ser causada em dezenas de femtossegundos, ao invés de 150 nseg.
    Os novos resultados serão relatados nesta semana no encontro “Fronteiras na Óptica” em San Jose por Jiro Itatani, que tem uma comissão conjunta no LBL e na Agência Japonesa de Ciência e Tecnologia. Ele afirma que essas dramáticas mudanças na refletividade serão úteis para criar comutações ultr-rápidas óptico para óptico. (Vide website do encontro)
    EXPLICANDO UMA VERSÃO PLASMÔNICA DA EXPERIÊNCIA DE YOUNG. Quando uma luz bate em um dispositivo metálico de aberturas abaixo do comprimento de onda, podem ser criados plasmons de superfície. Um fenômeno eletromagnético tal como a própria luz, os plasmons se propagam no plano do metal, porém com um comprimento de onda menor, algumas vezes consideravelmente menor, do que a luz incidente.
    Da mesma forma que a luz pode ser acoplada aos plasmons de superfície, esses plasmons que se propagam entre as aberturas podem, também, serem reconstituídos como luz. O efeito geral é que luz “de banda larga” pode passar por pequenos orifícios.
    Se, então, limitarmos o número de aberturas a duas, teremos a versão plasmônica da famosa experiência de Young, aquela experiência do início do século XIX na qual a luz que passava por duas fendas em um anteparo, produzia um padrão de interferência — revelando a natureza ondulatória da luz.
    Diversas experiências foram agora realizadas nesta exata versão da experiência de Young. No encontro “Fronteiras na Óptica”, C. H. Gan, da Universidade da Carolina do Norte (Charlotte), relata sobre novas previsões teóricas sobre as propriedades de coerência da luz transmitida através das fendas.
    Suas simulações detalhadas, realizadas com os colaboradores G. Gbur da UNC-Charlotte e T.D. Visser da Universidade Livre de Amsterdam (Vrije Universiteit), mostram como os plasmons que passam entre as aberturas resultam em uma correlação entre os campos luminosos emitidos pelas aberturas.
    Gan mostra como este efeito pode ser sintonizado (tal como fazendo variar o tamanho ou o espaçamento entre as fendas) para obter graus variáveis de coerência espacial (ou seja, o quanto as ondas estão “em fase”) com as ondas luminosas emergentes reconstituídas.
    Esta “capacidade de sintonia” (“tunability”), por sua vez, tem potencial a ser explorado em novas formas de captação de imagens por relacionamento-por-coerência, tais como a microscopia de espalhamento de coerência variável (“variable coherence scattering microscopy”).
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    PHYSICS NEWS UPDATE é um resumo de notícias sobre física que aparecem em convenções de física, publicações de física e outras fontes de notícias. É fornecida de graça, como um meio de disseminar informações acerca da física e dos físicos. Por isso, sinta-se à vontade para publicá-la, se quiser, onde outros possam ler, desde que conceda o crédito ao AIP (American Institute of Physics = Instituto Americano de Física). O boletim Physics News Update é publicado, mais ou menos, uma vez por semana.
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    Como divulgado no numero anterior, este boletim é traduzido por um curioso, com um domínio apenas razoável de inglês e menos ainda de física. Correções são bem-vindas.

    A ameaça do Crime Organizado

    Não… Eu não vou falar da “versão brasileira do Trem-Bala”, nem do Congresso Nacional… A coisa é mais séria do que parece. Olhem só esta notícia do “The Guardian”:
    Bilhões de dólares em propinas são pagos anualmente, vão para os bolsos de funcionários públicos nos países ricos
    Julian Borger, editor diplomático
    Quarta-feira, 12 de setembro de 2007
    The Guardian

    O crime organizado internacional se transformou em um monstro de 2 trilhões de dólares que ameaça perverter a democracia por todo o mundo e alimenta níveis já perigosos de desigualdade global, alerta um recente estudo.
    Enquanto o mundo se torna mais rico, o incansável crescimento do crime organizado emerge como um dos maiores riscos para o futuro do planeta, ombreando com o aquecimento global e a escassez de água potável, de acordo com a pesquisa “Estado do Futuro”, realizada pela Federação das Associações das Nações Unidas.
    Os ganhos anuais das quadrilhas de criminosos por todo o mundo são aproximadamente iguais ao PIB da Grã-Bretanha, ou duas vezes o orçamento mundial para defesa. Metade dessa quantia é paga como propina, o que tende a tornar os ricos e poderosos cada vez mais prósperos.
    As 225 pessoas mais ricas do planeta, atualmente, ganham o mesmo que os 2,7 bilhões dos mais pobres, o que equivale a 40% da espécie humana, afirma o relatório. E, embora a democracia esteja em alta, com quase metade da população do mundo vivendo, atualmente, em sistemas democráticos, ela corre o risco de ser demolida por uma cultura de propinas.
    “As implicações que o mundo tem que compreender, é que decisões governamentais podem ser compradas e vendidas”, afirma Jerome Glenn, chefe do projeto do milênio das Associações e um dos autores do relatório. “O que acontece se o crime organizado decidir que, em vez de comprar e vender cocaína ou heroína, vai comprar e vender decisões governamentais? Isto é uma ameaça à democracia”.
    Contrariamente ao estereótipo da “banana republic”, somente uma pequena parte das propinas políticas, pagas todos os anos, vão para os funcionários públicos no mundo em desenvolvimento. O relatório, publicado nesta semana, afirma que “a vasta maioria das propinas são pagas a pessoas nos países mais ricos” onde a tomada de decisões é “vulnerável a vastas somas de dinheiro”.
    Grande parte da renda, mais de 520 bilhões de dólares, que flui através do mercado negro mundial, vem de falsificações e pirataria. O tráfico de drogas é o segundo maior ganhador, com um movimento estimado em 320 bilhões de dólares. O tráfico de pessoas é uma indústria pequena, em comparação, com um valor abaixo de 44 bilhões de dólares, mas que pode ser tido como o mais pernicioso. De acordo com a ONU, cerca de 27 milhões de pessoas se encontram em situação de escravidão, muito mais gente do que na época do pico do comércio de escravos africanos. A maioria das vítimas, desta vez, são mulheres asiáticas.
    O relatório diz: “A violência dos homens contra as mulheres continua a causar mais vítimas do que as guerras, hoje em dia”. Uma em cinco mulheres em todo o mundo será vítima de estupro ou tentativa de estupro durante sua vida. A situação é tão ruim que as escolas deveriam ensinar artes marciais às meninas para auto-defesa, diz o relatório.
    “Nós temos Departamentos de Defesa, por todo o mundo, protegendo as pessoas. Qual é o Departamento que defende as mulheres?” pergunta o Sr Glenn.
    A pesquisa, entretanto, afirma que, para a maioria das pessoas, o mundo está se tornando “um lugar melhor” e deve continuar melhorando na próxima década, com o crescimento da renda, expectativa de vida e acesso à saúde e à educação.
    A economia global cresceu 5,4% em 2006, ganhando longe do crescimento populacional de pouco mais do que 1%. “Mantida esta taxa, a pobreza mundial será cortada pela metade entre 2000 e 2015, alcançando a meta de desenvolvimento da ONU para a redução da pobreza global, exceto na África sub-Sahariana”, prediz o relatório.
    De acordo com a OMS, a expectativa de vida média no mundo deve crescer de 48 anos, para os nascidos em 1955, para 73 anos, para os nascidos em 2025.
    Paz
    E, a despeito das contínuas atrocidades no Iraque, Afeganistão e Darfur, o mundo está se tornando, de modo geral, um lugar mais pacífico, de acordo com o relatório. Na África, o número de conflitos caiu de 16 em 2002 para apenas 5 em 2005.
    Misturando todos esses dados em uma medida geral de bem-estar, os autores do relatório derivaram um índice para o futuro. Ele se inclina, de maneira reconfortante, para cima pelos próximos dez anos, mas as principais ameaças a este otimismo parecem vir de efeitos como níveis de miséria, aquecimento global, falta de água e o crime organizado. Este último pode ser o mais perigoso, por causa de sua capacidade de subverter a tomada de decisões e porque existem poucas iniciativas internacionais combinadas para combater esta ameaça.
    “Está na hora de uma campanha internacional de todos os setores da sociedade para desenvolver um consenso global para ação contra [o crime organizado transnacional] que chegou a um ponto onde sua crescente influência interfere com a capacidade dos governos agirem” , diz o relatório.
    Nele se aponta o fato de que a estimativa global de entre 13 e 15 milhões de futuros órfãos criados pela AIDS representam uma gigantesca fonte de “soldados” em potencial para as quadrilhas de criminosos. “Não há nada que possa deter isso”, diz o Sr Glenn.
    “Não há qualquer estratégia global”.
    Em números
    211 milhões: O número global de pessoas afetadas por desastres naturais a cada ano
    225: O número de pessoas cuja renda é a mesma dos 2,7 bilhões de pessoas mais pobres
    18%: Proporção de analfabetos, comparados com os 37% em 1970
    1 em cada 5: Proporção de mulheres que serão vítimas de estupro ou tentativa de estupro
    US$1.000.000.000.000: O custo da corrupção mundial em 2006

    Precisa falar algo mais?…

    Mais más notícias vindas dos mares

    Através do EurekAlert, uma notícia da Instituição Oceanográfica Woods Hole alerta sobre os efeitos da chuva ácida sobre o ambiente dos mares. (Não vou transcrever na íntegra, apenas destacar alguns parágrafos importantes).

    Chuva ácida tem um impacto desproporcional nas águas costeiras
    A liberação de Enxofre e Nitrogênio na atmosfera por usinas de energia e atividades agrícolas desempenham um papel menor em tornar os oceanos mais ácidos em escala global, mas o impacto é grandemente ampliado nas águas mais rasas das costas dos oceanos, de acordo com nova pesquisa realizada por químicos atmosféricos e marinhos.
    A “acidificação” dos oceanos ocorre quando compostos químicos, tais como Dióxido de Carbono, Enxofre ou Nitrogênio se misturam às águas do mar, um processo que diminui o pH e reduz a armazenagem da Carbono.
    A acidificação dos oceanos prejudica a capacidade de organismos marinhos, tais como ouriços do mar, corais e certos tipos de plancton, de reclher Carbonato de Cálcio para produzir suas cascas exteriores duras ou “exoesqueletos”. Esses organismos fornecem alimento e habitat essencial para outras espécies, de forma que sua destruição pode afetar ecossistemas oceânicos inteiros.
    (para ler a íntegra da notícia em inglês e ver os gráficos, use o link do título do artigo)

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    Por enquanto, as conseqüências mais notáveis estão restritas ao Hemisfério Norte, onde o carvão ainda é o principal combustível para termoelétricas. Pelo jeito, as queimadas no Hemisfério Sul, ainda não conseguiram atingir a grau de poluição atmosférica do Norte Industrializado. Até quando?… Ninguém sabe.

    Bom… Já que ninguém topou a provocação…

    “Estar consciente de sua própria ignorância é um grande passo para o conhecimento”.
    Bejamin Disraeli, “Sybil”
    Eu adoraria iniciar este artigo com uma citação de Isaac Asimov, de um de seus artigos sobre a “relatividade do erro”, mas minha biblioteca ficou em Araruama… Nele, Asimov nos lembra que somos, desde a mais tenra idade, a aceitar “absolutos”: isto é “certo”; aquilo é “errado”.
    A título de exemplo, ele apresenta o caso hipotético de uma prova de matemática elementar, onde aparece a questão: “2+2=?”. Joãozinho responde “azul” e Mariazinha responde “3,99999…” Pelas regras em vigor, ambas as respostas estão “erradas”, mas a de Mariazinha está “quase certa”.
    Este tipo de classificação é nefasto. Incute nas crianças uma falsa certeza de que existem “verdades absolutas” e que, o que delas se afastar, por menos que seja, está “errado”. O grande problema é que o Universo não é feito de “certezas”. E, antes que algum matemático se levante com quatro pedras na mão, eu lembro que existem mais números irracionais do que racionais.
    Se eu fosse um fabricante de rodas de carroça e quisesse calcular o tamanho da barra chata para revestir a banda de rodagem de uma roda recém-fabricada, eu poderia medir o diâmetro da roda e aplicar a fração 22/7 para cortar a barra. O trabalho de ajuste com uma lima seria bem pequeno. 3,1416 é “errado”… menos “errado” do que 3,1415925536 (usando o mnemônico: “que o cabo é ponto terrestre, eu sabia desde que nasci”), mas não existe um valor “certo” para Π…
    A provocação do artigo anterior estava na passagem: Bom… Se os “Livros Sagrados” são duvidosos, só nos resta acreditar nas afirmativas dos sábios e aceitar esse novo “Deus”, a “Ciência”… E ninguém mordeu o anzol…
    É exatamente essa aura de “misticismo” que não podemos permitir que a ciência seja revestida.
    A ciência é a eterna pergunta, onde a solução de um problema leva, não a certezas, porém a mais questionamentos. É muito fácil rotular as coisas e fingir que elas fazem sentido (aliás, é o que os místicos vêm fazendo desde sempre…), mas chamar as propriedades dos quarks de “cores” (por semelhança ao processo de adição/ subtração das três cores básicas) e pregar-lhes rótulos de “up”, “down”, “strange”, “charm”, “top” e “bottom” (as primeiras propostas para os dois últimos eram “truth” e “beauty”, mas logo perceberam que “verdade” e “beleza” não se encaixavam muito bem na coisa…), não nos diz coisa alguma que possamos comparar com nossa experiência cotidiana.
    Eu quase me urinei de rir na cara de um médico que se saiu com a resposta sobre o que meu filho, febril e amuado, tinha: “um rotavirus de etiologia desconhecida”. E respondi: “O que quer dizer que você não faz a menor idéia do que seja!…”
    Mas parece que aos nossos acadêmicos falta a seriedade de transmitir, principalmente à onipresente mídia, a não-conclusividade de suas conclusões… Que “teorias”, por embasadas que sejam em experimentos, são apenas isso: “teorias”.
    É claro que existem “teorias” e “teorias”… Da mesma forma que a resposta do Joãozinho de que “2+2 = azul”, existem “teorias” que são obviamente ridículas, em face das provas de que estão erradas. E quem prefere acreditar nessa resposta, porque a de Mariazinha não é, a rigor, correta, que se dane!… Deixem esses “casos perdidos” recorrerem a seus “Livros Sagrados”, onde se “prova” que o valor de Π é exatamente 3,000 (as rodas das carroças deles vão se escangalhar rapidamente…)
    Quem sabe o maior incentivo para quem está ainda aprendendo o básico, não seja exatamente a idéia de que nenhuma conclusão é, ainda, definitiva e que se pode ir ainda mais longe, extraindo da Natureza mais segredos. Que ainda não chegamos (e, provavelmente, nunca chegaremos) ao “porto seguro” do conhecimento absoluto sobre tudo, mas que sabemos onde fica o Norte e podemos traçar as rotas do progresso com uma segurança sempre maior.
    E que essa “incerteza”, onde os céticos enxergam apenas o acaso e os místicos, a presença divina, obedece a regras claras e nada misteriosas, e que o “sobrenatural” é apenas aquilo para o que ainda não se encontrou explicação — porque, assim que um “sobrenatural” for explicado, diversos outros “sobrenaturais” vão aparecer.
    Isso, quando mais não fosse, nos pouparia de contra-argumentar (à maneira de Bizâncio) os arreganhos obscurantistas daqueles que menosprezam a “ciência”, “porque ela não tem todas as respostas”… Afinal, eu sempre gosto de repetir: “Todo problema complexo tem uma resposta simples, elegante e errada”.
    Prefiro o bom e velho Einstein: «A hipocrisia do não-crente é, para mim, quase tão engraçada como a hipocrisia do crente.»
    (Por favor, comentários aqui )

    Physics News Update nº 838

    O Boletim de Notícias da Física do Instituto Americano de Física, número 838, de 27 de julho de 2007 por Phillip F. Schewe e Ben Stein.[1] PHYSICS NEWS UPDATE
    BOLINHAS QUÂNTICAS (no original “Quantum dots”) ACÚSTICAS. Uma nova experiência no Laboratório Cavendish, na Universidade de Cambridge, é a primeira a carrear, de modo controlável, elétrons ao longo de um chip e observar suas caracteírstica quânticas. Uma bolinha quântica restringe os elétrons a uma região do espaço em um semicondutor tão pequena que é virtualmente adimensional. Isto, por sua vez, força um regime quântico; o elétron pode ter apenas certas energias discretas, o que pode ser útil, dependendo das circunstâncias, para a produção de luz laser ou para o uso em detectores e, talvez, até em futuros computadores.
    Uma bolinha quântica é usualmente feita, não pela moldagem do semicondutor em uma granulação fina, porém pela imposição de restrições nos possíveis movimentos dos elétrons, mediante a aplicação de voltagens a eletrodos próximos. Isto seria uma bolinha quântica estática. Também é possível fazer bolinhas quânticas dinâmicas — bolinhas móveis que são criadas pela passagem de ondas acústicas de superfície (surface acoustic waves = SAWs) que se movem através de um estreito canal através do plano de um circuito de chip especialmente projetado ( ver figura em http://www.aip.org/png/2007/289.htm).
    A própria onda acústica é gerada mediante a aplicação de microondas a eletrodos com extremidades intervaladas por sobre um material piezoelétrico, tal como GaAs. O campo elétrico aplicado entre as protuberâncias dos eletrodos induz uma onda de som a se propagar ao longo da superfície do material.
    Estas ondas acústicas têm a habilidade de capturar elétrons e conduzí-los (no original: “chauffer them”) ao longo da superfície.
    A pequena região que confina o elétron, mesmo enquanto ele se move, é, com efeito, uma bolinha quântica. Tais bolinhas quânticas com base acústica já foram feitas antes, porém, de acordo com o pesquisador Michael Astley de Cambridge, esta é a primeira vez que o tunelamento dos elétrons (mesmo de elétrons isolados) para dentro e para fora de bolinhas quânticas foi observada. Esta é uma parte importante no carreamento de elétrons, uma vez que se quer controlar os movimentos e os spins dos elétrons. Se, além disso, elétrons em dois canais acústicos muito próximos ficassem emparelhados, então isso poderia apresentas a oportunidade de criar algo da sorte de um qubit[2] móvel, que poderia estar no coração de um computador quântico.(Astley et al., Physical Review Letters, artigo em publicação; website do laboratório em aqui)
    CABELOS ENCARACOLADOS SE EMARANHAM MENOS DO QUE CABELOS LISOS. Os cabelos nas cabeças das pessoas (tipicamente entre 100.000 e 150.000 fios por cabeça), vêm em vários tons, graus de oleosidade e em vários graus de encaracolamento.
    Jean-Baptiste Masson, que trabalha para o Laboratório de Óptica e Biociências da Ecole Polytechnique da França, resolveu estudar o problema cientificamente. No front experimental, ele consultou cabeleireiros e fez com que eles constassem os emaranhados nos cabelos das pessoas. No front teórico, ele engendrou um modelo geométrico de cabelo, na esperança de explicar os resultados matematicamente. Emaranhados, definidos como grupos de cabelos que resistem ao penteamento, se provaram estar presentes quase que o dobro das vezes em cabelos lisos do que em cacheados.
    Masson explica isso dizendo que, embora cabelos lisos interajam entre si com menos freqüência, a interação se dá em grandes ângulos e que é o ângulo relativo entre os fios de cabelo que causam os emaranhados. Uma possível aplicação de seu trabalho em cabelos, diz Masson, é no projeto de produtos semlhantes ao velcro. Por exemplo, as propriedades do velcro poderiam ser modificadas pela adição de escamas extras à parte suave do velcro, ou por tornar a tensão dos fios maior — o equivalente a tornar os fios mais duros. Masson, cujo principal campo de pesquisas é a biofísica, espera que seu modelo geométrico possa ser também útil no estudo de polímeros e outros materiais filamentares no mundo biológico. (American Journal of Physics, agosto de 2007)
    *********************
    [1] Não foi um erro de Ctrl-C & Ctrl-V, não… O nome de Ben Stein aparece nessa edição.
    [2} “qubit” é uma apócope de “quantum bit” = “bit quântico”.
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    Como divulgado no numero anterior, este boletim é traduzido por um curioso, com um domínio apenas razoável de inglês e menos ainda de física. Correções são bem-vindas.

    Cadê minha certeza que eu deixei aqui?…

    Ah!… Como tudo era bom e simples, antigamente. Tudo em seus lugares certos. Um Deus “todo-poderoso” tinha criado a Terra, bem no meio de tudo que havia, posto um Sol para iluminar o dia e uma Lua para não ficar escuro demais de noite. E um monte de luzinhas cintilando naquele telhado para nos orientar durante as viagens e prover maneiras de adivinhar o que ia acontecer no futuro…
    Os filósofos discutiam se primeiro existiu a idéia, ou se a idéia nasceu da constatação das coisas. Mas, em uma coisa todos eram unânimes: tudo está como sempre foi e nunca vai mudar. Existem coisas vivas que nascem, crescem, envelhecem e morrem. E existem coisas que não são vivas e não mudam nunca.
    Qualquer um podia constatar: existiam coisas duras, com formas definidas, coisas moles com formas maleáveis, coisas que não dava para segurar nas mãos, como a fumaça e os vapores, e aquela substância misteriosa, roubada dos Deuses, que era assustadora, mas extremamente útil: o fogo.
    A Natureza era razoavelmente previsível. Depois do calor do verão, começava o outono, vinha o frio do inverno e, na primavera, tudo o que parecia morto, ressuscitava. Isto é… quando os Deuses estavam bonzinhos… Se eles estivessem de mau humor, sempre havia como fazer umas cerimônias propiciatórias e, se não desse certo, bom… troca o sacerdote por outro…
    Aí, começaram a aparecer uns chatos, metidos a espertinhos, que não se limitavam a especular sobre os misteriosos caminhos dos Deuses, mas achavam que tudo o que existia tinha que ter um “motivo”, que tudo podia ser tratado como os carneiros no rebanho, contados, ou como as distâncias, medidas, ou como as cargas, pesadas. Aquilo que era domínio dos Magos, as relações numéricas ocultas, passou a ser objeto de “experiências”. Até os monges que deviam saber mais sobre a onipotência divina, se puseram a fazer especulações perigosamente blasfemas: era possível descobrir os segredos divinos!
    Um deles, o franciscano Roger Bacon, ousou mesmo desmentir o que era de conhecimento geral: nossos sentidos sempre têm razão!… Ousou afirmar que era necessário dissecar o que “todo o mundo sabia” e repetir as peripécias da Natureza em ambientes controlados por instrumentos de medição!
    E, dái para a frente, foi um “salve-se quem puder”. Um tal Galileu meteu as mãos em um instrumento que ampliava a visão e ousou olhar para o Céu! Não viu Deuses nem Anjos, mas veio com uma estória absurda de que a Terra não era o Centro do Universo… Que disparate!… Só faltava, agora, me aparecer um Charles Darwin e dizer que o homem não era criado à imagem e semelhança de Deus, mas um “macaco-que-deu-certo”.
    O próximo passo era inevitável: os Deuses eram desnecessários. Tudo podia ser explicado pelas interações entre minúsculas partículas invisíveis e as coisas não foram sempre iguais: todas mudam com o tempo.
    E agora?… Depois que o tal do Einstein mostrou (lá para os comparsas dele) que nem o tempo era confiável, onde é que vamos parar?… Afinal, o que vamos ensinar para nossos filhos para que eles sejam cidadãos de respeito? Bom… Se os “Livros Sagrados” são duvidosos, só nos resta acreditar nas afirmativas dos sábios e aceitar esse novo “Deus”, a “Ciência”…
    Mas – que coisa mais difícil!… Os cientistas jamais chegam a uma conclusão definitiva… Quer dizer, então, que os átomos (“não divisíveis”) não são a menor coisa que existe?… Como assim “o espaço é curvo”?… De onde veio esse universo que “explodiu” e continua se afastando (afastando do que?…)?… Espere um pouco: como assim? A tal da “evolução das espécies” nem sempre “evolui” para “melhor”?… Que raios quer dizer esse negócio de que uma onda é uma partícula e uma partícula é uma onda?… E essa tal de “incerteza”?… Quer dizer que eu, se bobear, posso, de repente, passar por dentro de uma parede e sair do outro lado?… Como não?… Você acabou de me dizer que um respeitável núcleo de Hélio faz isso toda hora e isso é a tal da “radiatividade”, à qual eu estou tão acostumado naquelas fotografias dos ossos dentro do corpo e tenho tanto medo, porque é veneno…
    Ah!… Sem essa!… Você quer que eu aprenda essas maluquices que você chama de “matemática” (matemática, para mim, é aquela chatice de “taboada”… 2+2=4, sempre… Heim?… Que negócio é esse de “na base dez”?…), para poder me enrolar…
    Não meu amigo, eu sou uma pessoa prática! Quero certezas e segurança! Quero a tranqüilidade para ensinar meu filho, como meu pai me ensinou e o meu avô ensinou para ele… Esse negócio de “raciocinar” dá muito trabalho e trabalho é o que não me falta! Afinal, alguém tem que pagar as contas do armazém. E eu não vejo por que vamos gastar um dinheirão com essas “pesquisas científicas” que só trazem mais dúvidas e perplexidades, se há tanta miséria por aí…
    O que?… Lá vem você com essa lenga-lenga de “se não fosse a ciência…”
    Esse computador?… É… ele é muito útil!… Eu passo o dia no MSN e no Orkut (mas não conta pro meu chefe, tá?…) discutindo sobre um monte de coisas… Não, “ciência” não… Isso é coisa de quem tem tempo para perder, estudando. Quando eu quiser saber sobre ciência, eu abro a página de meu jornal preferido e leio as reportagens. Lá, tudo está bem claro, em termos que eu posso entender… quer dizer, quase sempre… Eu ainda não entendi direito esse negócio de células-tronco, mas não deve ser boa coisa porque o Procurador-Geral está processando (é assim mesmo que diz?…) a tal Lei de Bio-não-sei-que-lá…
    Quer saber?… Eu preferia os bons tempos em que tudo o que se precisava saber, estava na tal da Bíblia. Meu vizinho diz que essa tal de “ciência” é “coisa do demônio” e que ele sabe as respostas para tudo. E quando não sabe, vai perguntar para o Pastor.
    Sabe de uma coisa?… Está bem!… Eu fico muito grato por vocês terem inventado a eletricidade para eu poder ver TV, mas, me desculpe… agora é hora do futebol. Vamos deixar esse “papo-cabeça” para outra hora, tá?…
    (Comentários aqui, por favor)

    1 ano de “Roda de Ciência”

    O Meta-Blog “Roda de Ciência”, do qual este Blog é contribuidor, completou neste Agosto passado, um ano de existência.
    Nove temas estiveram em discussão:
    – Ciência x divulgação científica (agosto 06)
    – Internet na Academia: the good, the bad and the ugly (setembro 06)
    – Relação entre ciência e arte (outubro e novembro 06)
    – Falar e escrever simples (dezembro 06 e janeiro 07)
    – Ciência e religião (fevereiro 07)
    – Aquecimento global (março e abril 07)
    – Existem raças na espécie humana? (maio 07)
    – A rebelião nas Universidades (junho 07)
    – Ensino básico, criatividade e curiosidade (julho 07)
    O post comemorativo é este aqui.
    (quem quiser comentar, que o faça lá…)

    Já começou o bate-boca

    Notícia extraída do “The Guardian:
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    Chefe do Exército Britânico ataca os EUA como “em bancarrota intelectual” sobre o Iraque

    Peter Richards
    Saturday September 1, 2007
    The Guardian
    O antigo chefe do Exército Britânico criticou a política pós-guerra dos EUA, chamando-a de “bancarrota intelectual”.
    O General Sir Mike Jackson, que comandou o exército durante a guerra no Iraque, descreveu como “disparatada” (“nonsensical”) a alegação do antigo Secretário da Defesa dos EUA, Donnald Rumsfeld, de que as forças dos EUA “não realizam construção de nações”. Ele també contra-atacou as insinuações de que as forças britânicas tenham falhado em Basra.
    Mr Rumsfeld foi “um dos maiores responsáveis pela corrente situação no Iraque”, diz o General Jackson says em sua autobiografia, “Soldado”. Ele descreve a abordagem de Washington para o combate ao terrorismo global como “inadequada” por depender de poder militar. sobrepujando a diplomacia e a construção de nações.
    Na última semana, o General Jack Keane, um comandante americano recentemente de volta do Iraque, declarou que a situação no Sul do Iraque estava “se deteriorando” e que havia um “desengajamento geral” dos militares bitânicos em Basra. Mas o General Jackson disse ao Daily Telegraph, que está publicando em capítulos seu livro: “Eu nã acho essa afirmativa justa”.
    “O que aconteceu no Sul, como no resto do Iraque, foi que a responsabilidade primária pela segurança deveria ser transferida para os iraquianos, uma vez que as autoridades iraquianas e a coalizão estivessem satisfeitos com seu treinamento e seu desenvolvimento fosse apropriado”.
    “No Sul, nós tínhamos responsabilidade por quatro províncias. Três delas foram entregues, de acordo com essa estratégia”.
    Ele também criticou a decisão de entregar o controle do planejamento da administração do Iraque ao Pentágono e declarou que a dissolução do exército e das forças de segurança iraquianos foi “muita miopia”.
    O Pentágono declarou que pontos de vista diferentes são uma “característica das sociedades abertas e democráticas”.
    ***********************

    Nem os ingleses estão mais aguentando o Bush e seus trapalhões… Por isso e outras, Blair foi para o vinagre…

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