Corre um boato de que é possível localizar a fonte de uma fofoca
Link para o original: Rumor Has It An Algorithim Could Scope Out Gossip
Para localizar a fonte de uma fofoca, as redes sociais precisam ser complexas.
(Inside Science) – Lembra daquelas fofocas que corriam soltas no seu tempo de secundário? Pode ser que agora você possa descobrir quem as espalhava.
As pesquisas nos últimos anos têm explorado meios para identificar a origem de um rumor que se espalhou por uma rede, armada tão somente da informação sobre quem ouviu. Este tipo de estudos matemáticos têm outras utilidades além de descobrir as fontes de fofocas. Eles podem achar as fontes de memes nas redes sociais, tendências, virus de computador e epidemias.
Porém, segundo um estudo recentemente publicado, se você vai conseguir achar a fonte de um rumor, depende da complexidade da rede.
“A estrutura da rede define basicamente quando se pode ou não descobrir o autor”, declara Tauhid Zaman do the Massachusetts Institute of Technology (MIT) em Cambridge. “As pessoas ainda não se deram conta de que a complexidade da rede diz quando e se você pode ficar oculto”.
Se a rede for bem simples — uma onde todos se conheçam entre si, ou uma que for linear, onde Maria só conhece João que só conhece José que só conhece David, e por aí afora — é impossível descobrir a origem de um rumor. Se todos nessa rede ouviram o rumor, é impossível descobrir qual o caminho mais provável do rumor e chegar a sua origem; todos os caminhos são possíveis. Em uma rede mais complexa e realística, entretanto, há uma boa chance de descobrir a fonte.
“Se a rede não for suficientemente complexa, jamais encontraremos a fonte do rumor”, explica ele. “Mas se for só um pouco complexa, há uma chance de uma em três de encontrar”.
E se quisermos restringir a fonte do rumor para oito suspeitos, então, segundo a análise, a probabilidade de encontrar o culpado sobre para 99%.
O estudo, publicado em Operations Research, expande o trabalho de 2010 no qual Zaman e Devavrat Shah, também do MIT, foram uns dos primeiros a explorar o problema de encontrar a fonte de um rumor e destrinchar a matemática relativa em detalhe.
Muito embora outras pesquisas tenham se debruçado sobre como a informação se espalha ao longo do tempo, o busilis aqui é que não se sabe quando alguém ouviu o rumor em primeiro lugar. “Só sabemos que eles ouviram e que são ligados entre si”, explica Zaman. “A questão é descobrir quem foi a pessoa que começou com o rumor”.
Para descobrir a resposta – eles demonstram – se pode contar de quantas maneiras o rumor pode ter se propagado para cada uma das pessoas. Aquele que poderia espalhar o rumor pela maior quantidade de maneiras, é provavelmente aquele que começou com ele e os pesquisadores podem calcular a probabilidade.
O estudo de 2010 se focou em uma rede em árvore, cuja estrutura tem ramos, mas nenhum laço; onde ninguém tem um círculo de amizades. Por exemplo Alice conhece Bob, que conhece Carla, David e Emílio — mas nenhum desses últimos conhece Alice. Era um caso mais simples, específico, onde cada pessoa tinha a mesma probabilidade de passar o rumor para a pessoa seguinte.
Mas a análise é generalizante. Ela se estende para redes mais aleatórias, comprovando matematicamente que o método funciona para todas as redes em árvore. Uma vez que redes mais complexas e realísticas são mais difíceis de provar com matemática, segundo Zaman, os pesquisadores usaram simulações em computador para demonstrar que seus resultados se aplicam à maioria das outras redes.
Existe outra limitação. Se o rumor ainda não se espalhou muito e a rede contém algumas celebridades com um número enorme de amigos, o algorítimo apresenta a tendência de indicar essas pessoas populares. Porém, quando se leva em conta o número de amigos, os pesquisadores podem corrigir um pouco desta tendência, afirma Zaman. Embora não conseguissem comporvar matematicamente coisa alguma, suas simulações mostraram que o algorítimo ajustado trabalhava melhor com cenários realísticos
“Eu nem finjo que é um algorítimo revolucionário”, diz Zaman. “É uma ideia legal, mas de natureza teórica”.
Com efeito, outros pesquisadores vêm desenvolvendo algorítimos para descobrir fontes de rumores em cenários mais realísticos, contou Lei Ying da Arizona State University em Tempe, o qual, juntamente com Kai Zhu, desenvolveu um algorítimo que lida com uma rede mais realística, chamado de gráfico aleatório Erdos-Renyi.
“Claro que os resultados são ainda iniciais”, comentoui Ying acerca do trabalho de Shah e Zaman. “Dada sua rede, eles são capazes de quantificar a probabilidade de detecção — o que é uma contribuição muito significativa para a teoria”.
De fato, o estudo de 2010 ajudou a inspirar toda esta área de pesquisa referente a rumores, inclusive seu próprio trabalho, declarou Ying.
“Quando li o artigo pela primeira vez, imediatamente fiquei interessado pelo problema. Agora eu tenho vários estudantes debruçados sobre isto”, disse ele. Por exemplo, Ying está explorando casos ainda mais realísticos, como aqueles onde não se sabe o quanto o rumor se espalhou.
“São aplicações muito importantes”, diz ele. “Vivemos em um mundo cada vez mais conectado. A difusão de informações acontece todos os dias”.
Marcus Woo é um escritor de ciências freelance, residente na área da Baía de San Francisco, que já escreveu para Wired, BBC Earth, BBC Future, National Geographic News e outras publicações. Seu Tweeter é @sucramoow.
O que é mesmo “inteligência”?
Físico propõe uma nova abordagem para o conceito de inteligência
Crédito da imagem: Cortesia de Alexander Wissner-Gross
Um conceito radical pode causar a revisão das teorias que abordam o comportamento cognitivo
Por:
(ISNS) — Uma simples equação, fundamentada nos princípios básicos da física, pode descrever a inteligência e estimular novas abordagens em campos tão diversos quanto as finanças e a robótica – é o que diz uma nova pesquisa.
Chris Gorski é um editor do Inside Science News Service.
[1] O tradutor acha que esses tais cosmólogos deveriam procurar um psiquiatra urgentemente…
A vitória dos Trolls
University of Wisconsin-Madison
A vitória dos trolls: comentários rudes nos blogs ofuscam o brilho da ciência online
BOSTON – Os trolls estão ganhando.
Escolha um post acerca de qualquer aspecto da ciência – qualquer um – role até os comentários do blog e deixe o pau cantar:
- “Eu fico imaginando quanto dinheiro de impostos foi gasto com este estudo ‘profundo’?”
- “Eu acho que se pode pegar todos esses estudos feitos por cientistas da cabeça grande, 99% deles socialistas e comunistas, e enfiar eles onde o sol não brilha.”
- “Bah!… Lá vêm os histéricos do mito das mudanças climáticas de novo…”
- “Este artigo é 100% propaganda babaca.”
- “Falando de palermas, se você existisse nos anos 70, quando também havia cientistas, a grande novidade era a chegada de uma nova era glacial. E não me venha com essas m€Ʀ** de emissões de carbono.”
Essas grosserias, gostem ou não, são agora o prato principal de nossa dieta de notícias e, no reino das notícias de ciência online, as diatribes, esculachos e insultos estão cobrando seu pedágio sobre a percepção pública da ciência e da tecnologia, de acordo com um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Wisconsin-Madison.
Dirigindo-se aos cientistas presentes aqui hoje (14 Fev 2013) na reunião anual da Associação Americana para o Progresso da Ciência (American Association for the Advancement of Science – AAAS), a pesquisadora de comunicação científica da UW-Madison, Dominique Brossard, relatou os resultados de um estudo que mostram que o tom dos comentários pode, por si só, influenciar a percepção dos riscos advindos da nanotecnologia, a ciência da manipulação de materiais nas menores escalas.
O estudo, agora publicado no Journal of Computer Mediated Communication, foi financiado pela Fundação Nacional de Ciências (National Science Foundation – NSF). A amostragem foi tomada em um segmento representativo de 2.338 americanos em uma experiência online, onde a civilidade dos comentários no blog foi manipulada. Por exemplo, o estudo mostrou que a introdução de xingamentos nos comentários pré-existentes em um post de um blog de um jornal – originalmente com comentários equilibrados – podia exacerbar para cima ou para baixo as percepções do risco, dependendo da predisposição individual quanto à ciência da nanotecnologia.
“Parece que nós não temos realmente uma clara norma social acerca do que se espera [em termos de civilidade] online,” declara Brossard, professor de Comunicação de Ciências da via da UW-Madison, em contraste com fóruns públicos online, onde normas prescritas para decoro ajudam a manter a civilidade das discussões. “No caso dos posts dos blogs, é um velho-oeste”.
Para a nanotecnologia, que se desenvolve rapidamente e já faz parte de mais de 1.300 produtos comerciais, a exposição a comentários grosseiros online é uma das muitas variáveis que podem influenciar a percepção de risco associada à mesma.
“Quando as pessoas se deparam com um assunto pouco familiar, tal como a nanotecnologia, elas frequentemente se baseiam em outro valor existente – tais como a religiosidade ou a deferência pela ciência – para fazerem um julgamento”, explica Ashley Anderson, uma doutora associada ao Centro de Comunicação sobre Mudanças Climáticas na Universidade George Mason e a principal autora do recém-publicado estudo no Journal of Computer Mediated Communication.
Leitores muito religiosos – revela o estudo – eram levados a ver a nanotecnologia como algo arriscado quando expostos a comentários rudes, em comparação com leitores menos religiosos, observou Brossard.
“Os Blogs já fazem parte da nova paisagem da mídia há algum tempo, mas nosso estudo é o primeiro a examinar os efeitos potenciais dos comentários dos blogs sobre a percepção do público sobre a ciência”, diz Brossard.
Enquanto que o tom dos comentários em um blog podem ter um impacto, a simples discordância em posts pode também fazer oscilar a percepção: “A discordância aberta adiciona outra camada. Ela influencia a conversação”, explica ela.
O Professor Dietram Scheufele de Comunicação de Ciências da Vida na UW-Madison, outro coautor do estudo, observa que a Web é o primeiro lugar onde as pessoas buscam informações detalhadas e discussões sobre os aspectos da ciência e da tecnologia. Por conta desta tendência, “os estudos sobre a mídia online estão se tornando cada vez mais importantes, porém compreender o ambiente da informação online é particularmente importante para as questões de ciência e tecnologia”.
Nada como ouvir a voz da mamãe…
[ Traduzido de: Phone Call With Mom Soothes Brain Like A Hug ]
Fazer contato com a mamãe, mesmo que seja pelo telefone, libera o “hormônio do carinho” no cérebro.
13 de maio de 2010
Por Devin Powell
Inside Science News Service
Uma nova pesquisa indica que uma conversa com a mamãe pode produzir o mesmo hormônio calmante no cérebro que um abraço.
Crédito: foh.gov |
WASHINGTON (ISNS) — O psicólogo Seth
Pollak espera que você tenha ligado para sua mãe no Dia das Mães — não por causa dela, mas por você mesma. A nova pesquisa dele indica que, para as filhas, uma conversa por telefone com a mãe pode produzir o mesmo hormônio calmante no cérebro que um abraço.
O hormônio em questão é a oxitocina — o hormônio dito “do carinho” ou “do amor”, que é liberado durante o contato físico entre entes queridos. Acredita-se que ele tenha um papel de reforço nos laços sociais que nos unem. O estudo de Pollak é o primeiro a mostrar que este hormônio pode ser liberado em resposta não só a um carinho, mas também a uma palavra gentil.
A oxitocina vem sendo usada como medicamento para induzir as contrações uterinas e o parto de crianças há décadas, mas só recentemente os cientistas descobriram seu papel em nossa vida social diária. Nossos cérebros a produzem quando brincamos com um cão e ela parece também nos ajudar a lembrar das feições das pessoas próximas as nós. Uma pequena dose de oxitocina torna as pessoas que partiicipam de jogos em laboratórios de psicologia, mais confiantes nas outras e mulheres grávidas com maiores níveis em seus organismos tendem a ser mais afetuosas com o recém-nascidos.
Em 2005, Pollak descobriu que crianças criadas nos orfanatos romenos – abandonadas em berços sem contato físico – não produziam a mesma quantidade de oxitocina quando tocados por suas mães adotivas nos Estados Unidos, quanto a produzida por crianças bem cuidadas. Ele suspeita que essa deficiência pode explicar porque essas crianças apresentam mais tarde problemas de relacionamentos em suas vidas.
Estudos feitos com animais mostam que o contato físico íntimo entre os bichos, seus parceiros e parentes próximos pode liberar o hormônio. A fêmea dedicada e monógama do rato-da-pradaria – que forma um casal para toda a vida – tende mais a trair seu parceiro com estranhos quando lhe é injetada uma substância bloqueadora da oxitocina.
O último estudo de Pollak na Universidade de Wisconsin em Madison explorou o papel das palavras no estabelecimento de laços saudáveis entre mães e filhas.
“Nós estamos fazendo uma pergunta sobre evolução”, diz Pollak, cuja pesquisa foi publicada em Proceedings of the Royal Society
B. “É possível que a evolução de nossa linguagem tenha relação com a oxitocina?”
Ele causou estresse em 61 garotas com idades de 7 a 12 anos, fazendo-as falar perante uma audiência e resolver problemas de matemática diante de uma banca examinadora. Depois desse suplício, algumas garotas recebiam um abraço de suas mães, enquanto outras recebiam uma chamada telefônica. As amostras de urina de ambos os grupos de meninas mostrou uma queda generaizada nos níveis e hormônios do estresse e um aumento de oxitocina.
Um outro grupo de meninas que passou a tarde vendo um filme infantil, por outro lado, não mostrou qualquer mudança nos níveis hormonais quando contatadas pelas mães.
Acredita-se que a oxitocina aja sobre o sistema nervoso parassimpático, enviando uma sensação de segurança que acalma o estresse – embora ainda não se compreenda inteiramente quais partes do cérebro e do corpo sejam os alvos da oxitocina.
“Há cerca de 10 anos atrás, o slogan da AT&T era ‘procure e toque alguém'”, lembra Pollak. “Acontece que, quando alguém que nos é próximo nos chama, em termos neuro-biológicos isso tem o mesmo efeito de um abraço”.
Se a voz da mamãe tem o mesmo efeito sobre seu filhos machos, ou se a voz do papai faz o mesmo por suas crias, ainda não se sabe porque machos e fêmeas respondem de modo diferente ao hormônio.
Scott Young, que estuda a oxitocina no Instituto Nacional de Saúde Mental em Bethesda, Maryland, diz que os resultados são coerentes com os obtidos em estudos anteriores, mas alerta que este é apenas o primeiro estudo a relacionar a liberação de oxitocina pela voz.
“Todo este campo é muito recente, toda essa coisa relacionada com o comportamento social”, diz Young. “Seria bom ter alguns outros estudos que confirmem as experiências realizadas”.
Nota do Tradutor: entendeu agora, amigo, por que sua mulher adora tanto aquela insuportável da sua sogra?…
Como pegar uma idéia boa e esculhambá-la com politicagem barata
Dia Mundial Sem Carro
Uma iniciativa louvável, né?… Não se você deixar na mão de idiotas que gostam de dar a bunda dos outros barretadas com o chapéu alheio.
Reproduzido da página do G1: (os grifos são meus)
Fiscalização intensa
A fiscalização foi intensa na manhã desta terça-feira (22) no
Centro do Rio, onde o estacionamento foi proibido em algumas
ruas por
causa do Dia Mundial Sem Carro. Agentes da CET-Rio,
Guarda Municipal e da Secretaria Especial de Ordem Pública
(Seop) começaram cedo o trabalho. Com a proibição, muita gente
optou por deixar o carro em casa e seguir de ônibus, metrô ou
trem para o Centro. Com isso, o trânsito ficou melhor em
diversos pontos da cidade.
A conclusão do parágrafo é patética: se nem com a remoção de uma porrada de carros, o trânsito melhorasse, estava na hora de demolir o centro da cidade e construir outro. Grande novidade!…
Mas o parágrafo começa traindo nas entrelinhas o verdadeiro móvel: onde se lê “fiscalização intensa”, leia-se “oba! mais umas multinhas!” Porque se fosse para a Prefeitura gastar algo em prol da sociedade, o “entusiasmo” das “otoridades” seria bem outro (meu neto estuda em uma Escola Municipal… preciso dizer mais?…)
Segunda mentira deslavada: ninguém “optou” por deixar o carro em casa; “foi constrangido”, isso sim! E o que diz o Código Penal a respeito?
Constrangimento ilegal
Art. 146 – Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, ou depois de lhe
haver reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade de resistência, a não fazer o que
a lei permite, ou a fazer o que ela não manda:Pena – detenção, de três meses a um ano, ou multa.
Como é que fica esse negócio de “fazer o que ela [a lei] não manda”? No meu entender, a “violência” fica caracterizada com a ação excepcional da fiscalização e a restrição, também excepcional, do número de vagas disponíveis – sem falar da “grave ameaça”… Ou bem há uma legislação que restringe a circulação de carros particulares no centro da cidade (como há em São Paulo), ou não há. No momento em que o poder público se vale de uma “otoridade”, bem ao gosto dos tão xingados governos da ditadura militar, que, de resto, ninguém lhe conferiu, para constranger o cidadão, alguma coisa está podre… Ou há regras nesse jogo, ou não há: o que não pode haver é uma mudança das regras só porque o prefeito quer parecer “preocupado com o meio ambiente” e, a título de “dar o exemplo”, vai demagogicamente para o trabalho de bicicleta, mas, antes, cuida de estar em boa companhia: você também não vai poder ir de carro!
Trânsito e poluição nos centros das grandes cidades são questões sérias e merecem medidas até drásticas.
Não medidas “para inglês ver” e obter espaço na mídia (que deveria, também, ter vergonha na cara e não publicar asneiras).
PS: Me ocorreu que eu posso ser mal entendido por estar sempre defendendo os proprietários de carros particulares. Então, eu quero sugerir um outro cenário.
Ninguém vai discutir que os ônibus contribuem enormemente para a poluição, certo?… E, se juntássemos às restrições de tráfego de carros particulares, uma restrição aos ônibus?… Com uma “fiscalização intensa” em cima daqueles com motor desregulado, pneus carecas, suspensão defeituosa, ou simplesmente em péssimas condições de conservação?…
Será que a população pedestre (e a prefeitura, por falar nisso…) ia topar?…
Como elas sabem se eles vão ser bons pais?
Seleção de Parceiros: Como ela sabe se ele vai tomar conta dos filhos?
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New Haven, Connecticut — Por todo o reino animal, cores berrantes e comportamentos elaborados servem como “anúncios” para atrair parceiras. Mas o que esses anúncios prometem e o que há de verdade nessa propaganda? Os pesquisadores em Yale teorizam que, quando os machos têm que ajudar na criação de suas crias, os sinais emitidos pelos machos serão consistentemente honestos — e que eles podem devotar mais energia para cuidar das crias do que em serem atraentes.
A ideia de que os machos exibem suas melhores qualidades para atrair as fêmeas, não é nova, nem a ideia de que eles podem estar fazendo uma propaganda enganosa. Mas novas descobertas revelam que a honestidade na propaganda é um dos maiores fatores de sucesso da mesma, como verificado por Natasha Kelly, uma estudante de pósgraduação em ecologia e biologia evolutiva em Yale e principal autora do estudo.
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A cauda rodada de um pavão — ou o gestual e a postura agressivos de um sujeito em um bar — são “anúncios” ou comportamentos de acasalamento que custam um bocado de energia para manter. Quando a energia de um macho fica pesadamente focalizada em manter sua aparência, ele pode ter deixado bem pouca energia para cuidar das crias. Mas isso pode não ser importante, dizem os pesquisadores — para as espécies onde eles realmente não precisam cuidar dos filhos.
Pesquisas anteriores sugeriam que, em determinadas circunstâncias, os machos poderiam estar sendo desonestos acerca de suas habilidades como pais e ainda assim terem alto índice de sucesso reprodutivo. Este novo modelo, publicado na versão online de Proceedings of the Royal Society B,
examina a confiabilidade dos sinais de acasalamento emitidos pelos machos, quando eles têm que cuidar de suas crias — um aspecto que estava ausente nos estudos anteriores.
Existem várias espécies nas quais os machos poderiam, mas não têm que, ajudar na criação dos filhos — porque as fêmeas podem escolher os relapsos. Os pesquisadores de Yale se focalizaram nessas espécies, tais como o esgana-gata, na qual as fêmeas não podem se dar ao luxo de escolher os malandros e machos que não cuidem das crias, porque isso aumenta demais os riscos para a sobrevivência da progenia.
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“Este novo trabalho mostra que, quando os machos não conseguem escapar do custo de cuidar das crias, suas propagandas tenderão a informar de maneira confiável sua capacidade em prover cuidados para as crias”, declara a autora sênior Suzanne Alonzo, professora assistente de ecologia e biologia evolutiva em Yale.
“Esse item tem maior peso onde os machos são obrigados a dar proteção às crias”, explica Kelly. “Nesse caso, o cara quieto no canto pode estar fazendo a propaganda mais confiável sobre ser um bom par”.
Esta pesquisa foi financiada pela Fundação Nacional de Ciências e pela Universidade Yale.
Artigo: Proceedings of the Royal Society B, publicado online antes da versão impressa em 11 de junho de 2009,
doi: 10.1098/rspb.2009.0599
Suzanne Alonzo http://www.eeb.yale.edu/alonzo/index.htm
ecology and evolutionary biology http://www.eeb.yale.edu/
Natasha Kelly http://www.eeb.yale.edu/people/fourth.htm
A necessidade é a mãe da invenção — para pássaros, também
Gralhas-calvas demonstram que sabem usar ferramentas de modo inteligente e criativo
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Os pesquisadores da Universidade de Cambridge e da Queen Mary, Universidade de Londres, descobriram que as gralhas-calvas, um membro da família dos corvos, são capazes de usar e fabricar ferramentas, modificá-las para fazê-las funcionar e usar duas ferramentas em sequência. Os resultados serão publicados online nesta semana pela Proceedings of the National
Academy of Sciences.
“Esta descoberta é notável porque as gralhas-calvas não parecem fazer uso de ferramentas quando livres, mas elas rivalizam com chimpanzés e corvos da Nova Caledônia – conhecidos utilizadores de ferramentas – quando em cativeiro”, disse Chris Bird, o principal autor do estudo.
Em uma série de exeriências, as gralhas-calvas rapidamente aprenderam a largar uma pedra para derrubar uma plataforma e obter comida, e, subsequentemente, mostraram a capacidade de escolher o tamanho e o formato certos para a pedra, sem qualquer treinamento.
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Não só elas usaram pedras para resolver a tarefa, como se mostraram flexíveis em sua escolha de ferramentas, usando e modificando varetas para chegar ao mesmo objetivo. Quando a ferramenta adequada estava fora do alcance, elas usavam outra ferramenta para alcançá-la, demonstrando a capacidade de empregar sequencialmente as ferramentas. Em outros testes, as gralhas-calvas foram capazes de usar um gancho para “pescar” comida de um tubo diferente e até de, criativamente, entortar um pedaço de arame para fazer o gancho para alcançar a comida.
“Nós sugerimos que este é o primeiro indício sem ambiguidade de raciocínio animal, porque as gralhas-calvas fizeram um gancho na primeira tentativa e nós sabemos que elas não tinham qualquer experiência anterior em fabricar ferramentas a partir de arames, porque todos os pássaros foram criados em condições controladas”, declarou o Dr Nathan Emery, da Universidade Queen Mary de Londres, em cujo laboratório foram realizadas as experiências.
Essas descobertas sugerem que a habilidade das gralhas-calvas em usar ferramentas e em visualizar os formatos e propriedades adequados das mesmas, pode ser um sub-produto de uma forma sofisticada de inteligência física, ao invés de o uso de ferramentas evoluir como uma especialização adaptativa, como foi proposto a respeito do uso de ferramentas pelo corvo da Nova Caledônia.
O presente trabalho foi realizado na Universidade de Cambridge por Christopher Bird, um estudante de PhD, e seu supervisor,
Dr. Nathan Emery da Universidade Queen de Londres e foi financiado pela Royal Society, pelo Conselho de Pesquisas de Biotecnologia e Ciências Biológicas (BBSRC) e a Universidade de Cambridge.
Esse mundo está cheio de otimistas
Estudo da Universidade de Kansas indica que as pessoas são universalmente otimistas
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LAWRENCE, Kansas. – A despeito das calamidades advindas de recessões econômicas, guerras e fome, passando por uma epidemia de gripe que aflige o mundo, um novo estudo da Universidade de Kansas e do Gallup indica que as pessoas são otimistas por natureza.
O estudo, a ser apresentado hoje, 24 de maio de 2009, no encontro anual da Associação de Ciência Psicológica em San Francisco, descobriu que o otimismo é universal e sem fronteiras.
O estudo usou dados da Pesquisa Munidal da Gallup, onde foram ouvidas pessoas adultas (mais de 150.000 delas) em mais de 140 países, representando 95% da população mundial.
Oitenta e nove porcento das pessoas em todo o mundo esperam que os próximos cinco anos sejam tão bons ou melhores que sua vida atual, e 95% das pessoas esperam que sua vida nos próximos cinco anos seja tão boa como ou melhor que era sua vida a cinco anos atrás.
“Os resultados dão um fortíssimo indício de que o otimismo é um fenômeno universal,” disse Matthew
Gallagher, um doutorando na Universidade de Kansas e autor principal do estudo.
País a país, o otimismo é maior na Irlanda, Brasil, Dinamarca e Nova Zelândia, e mais baixo no Zimbabwe, Egito, Haiti e Bulgária. Os Estados Unidos ocupam a 10ª colocação entre os mais otimistas.
Fatores demográficos (idade e renda familiar) parecem ter efeitos apenas modestos nos níveis individuais de otimismo.
Está querendo alguma coisa “diferente”?… Seus problemas acabaram!
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ST. PAUL (19/05/2009) – Você anda farto de pizza, de jogar sempre o
mesmo joguinho no computador, ou aquela musiquinha não sai de sua
cabeça e você não aguenta mais? Se é esse seu caso, você pode estar
sofrendo de amnésia da variedade. Em uma nova pesquisa, Joseph Redden,
professor de marketing
na Escola Carlson de Administração da Universidade de Minnesota, pode
ter encontrado uma cura para sua “depre” por saciedade. Segundo ele:
“As pessoas se esquecem da abundância das diferentes experiências que
tiveram, e se concentram na repetição. Simplesmente pensar sobre a
variedade de músicas que a pessoa escutou, ou sobre as coisas gostosas
que já comeu, fará com que as pessoas voltem a apreciar essas
atividades”.
saciedade, o processo de consumir produtos ou repetir experiências até
o ponto em que eles fiquem menos do que agradáveis, é um grande
problema para consumidores e varejistas. Antigamente, o tempo e a
variedade eram vistos como as únicas maneiras de curar a saciedade. Em
seu novo artigo, a ser publicado no Journal of Consumer Research, Redden e os co-autores relatam que apenas se lembrar
da variedade pode curar a saciedade mais rapidamente. “A intuição nos
diz que, se o tempo passar, nós voltaremos a gostar de algo; nós
chamamos isso de ‘recuperação espontânea’ ”, explica Redden. “Só que
isso não é tudo. As pessoas não se recuperam totalmente por si
próprias apenas com a passagem do tempo. Se eu estiver farto de
chocolate, o simples ato de pensar em todas as outras sobremesas que
comi, desde a última vez que comi chocolate, ajuda a curar minha
saciedade. O tempo não parece fazer isso muito bem”.
dos três estudos realizados para essa pesquisa, Redden e seus colegas
pediram aos participantes para ouvir o refrâo de uma música favorita
por 20 vezes seguidas. Então, eles deviam classificar o clipe. Sem
surpresa alguma, depois de 20 repetições, sua apreciação pela música
diminuiu um bocado. Três semanas depois, os participantes voltavam e,
à metade deles, se pedia que se lembrassem de qualquer programa de
televisão que eles tivessem assistido desde a última sessão, enquanto à
outra metade se pedia que listassem todos os cantores e músicos que
eles tivessem escutado desde a sessão anterior. O grupo que fazia a
lista dos programas de TV ainda estava no mesmo grau de saciedade –
eles não gostavam da música. Porém, os que se lembravam da variedade na
categoria de música, estavam quase totalmente recuperados. “Os
comentários dos participantes foi o mais revelador”, lembra Redden.
“Aqueles que se lembravam de programas de TV, ficavam zangados
de verdade por ter uma música da qual gostavam ‘estragada’, mas os que
lembravam dos músicos, gostavam de participar de um estudo com música,
etc. Se alguma coisa parece ser ‘mais da mesma coisa’ as pessoas ficam
menos interessadas”.
saciedade é um atrito. Ela impede que as pessoas apreciem suas
atividades favoritas e impedem que os varejistas lucrem com negócios
repetitivos. Segundo Redden, “a solução para a saciedade é tirar um
tempo para apreciar toda a variedade que você dispõe. A receita é
simples: se os consumidores querem continuar aproveitando suas
experiências favoritas, eles devem simplesmente pensar em todas as
outras experiências relacionadas que tiveram recentemente. Então, da
próxima vez que você estiver farto de um saudável milk-shake e
estiver pensando em devorar um hamburger para variar, tente se lembrar
de todas as outras coisas que você bebeu depois do último milk-shake. Nossas descobertas nos dizem que o milk-shake vai ter um gosto um pouquinho melhor”.
trabalho de ensino e pesquisa de Joseph
Redden é focalizado na experiência de consumidores com saciedade,
variedade e quantidade. Seus trabalhos foram publicados em periódicos
tais como Psychology Today, Star Tribune e Vancouver Sun. O artigo “Variety Amnesia: Recalling Past Variety Can Accelerate Recovery from Satiation”, a ser publicado no Journal of Consumer Research tem como co-autores Jeff Galak (Carnegie Mellon) e Justin Kruger
(NYU). O artigo e mais informações sobre o Professor Redden podem ser encontrados em:
www.carlsonschool.umn.edu/marketinginstitute/jredden.
Instituto para Pesquisa em Marketing faz parte da Carlson School of
Management na Universidade de Minnesota. Fundado em 2005, o instituto
abriga pesquisas inovativas e rigorosas que ampliem a ciência e a
prática do marketing. Mais informações em:
www.carlsonschool.umn.edu/marketinginstitute.