Physics News Update nº 851

O Boletim de Notícias da Física do Instituto Americano de Física, número 851, de 21 de dezembro de 2007 por Phillip F. Schewe e Jason S. Bardi.
PHYSICS NEWS UPDATE
UM FLUXO PERSISTENTE DE ÁTOMOS BOSONICAMENTE CONCENTRADOS EM UMA ARMADILHA TOROIDAL, que foi conseguido pela primeira vez, oferece aos físicos uma melhor oportunidade para estudar o parentesco entre os Condensados de Bose-Einstein (BEC) e superfluidos.
Ambos envolvem o estabelecimento de um conjunto no qual vários átomos se juntam em uma única entidade quântica. Mas eles não são exatamente a mesma coisa. Em um banho de Hélio líquido a baixas temperaturas, por exemplo, quase 100% dos átomos estão em um estado de superfluido, mas apenas cerca de 10% estão no estado BEC (em um BEC milhões de átomos se tornaram, de uma certa forma, um único átomo). Mas os físicos geralmente acreditam que a maior parte ou todo um BEC é superfluido.
Os cientistas foram capazes de criar vórtices quânticos em amostras de BEC, um indício que os BEC são superfluidos. Porém, até agora os pesquisadores não tinham sido capazes de fazerem um BEC se mover por um caminho em um fluxo persistente, um outro sinal de superfluidez.
A nova experiência, realizada pelo Prêmio Nobel William Philips e seus colegas do NIST-Gaithersburg e do Joint Quantum Institute of NIST e da University of Maryland, resfriaram átomos de Sódio em uma armadilha toroidal, puseram-nos em movimento com luz laser e observaram um fluxo por inteiros 10 segundos, quando o Condensado começou a se desfazer por que os delicados parâmetros magnéticos e ópticos, ajustados para conter os átomos, sairam de seus ajustes ideais.
Um dos cientistas do projeto, Kristian Helmerson, diz que átomos neutros fluindo em um recipiente toroidal podem ser empregados em um sistema atômico análogo ao Dispositivo Supercondutor de Interferência Quântica (Superconducting Quantum Interference Device, ou, abreviadamente, SQUID, que é usado como um sensível detector de magnetismo); este dispositivo BEC, sensoreando, não o magnetismo, mas pequenas mudanças na direção, poderia servir como um giroscópio sensível, possivelmente para emprego na navegação. (Ryu et al., Physical Review Letters, artigo em publicação)
O TAMANHO DO NÚCLEO DE HÉLIO-8 foi medido. Para ser mais preciso, o raio da carga do isótopo mais pesado do Hélio (com dois prótons e seis nêutrons) foi medido pela primeira vez.
O raio da carga diz o quanto a carga dos prótons se espalha pelo espaço. O novo trabalho, conduzido por uma colaboração Argonne-Chicago-GANIL-Windsor (Canada)-Los Alamos, chegou a um valor de 1,93 fm (1 fermi = 10-15m).
Para comparação, o raio da carga do isótopo He-6 é 2,068 fm; ou seja, o isótopo mais leve tem, na verdade, um raio de carga maior, resultado do efeito de ligação da força nuclear forte. He-8 é muito raro, difícil de fazer e representa o material mais rico em nêutrons conhecido na Terra. Agrupamentos de Hélio ainda mais pesados, tais como He-10, não são entidades realmente ligadas — elas só podem ser consideradas “ressonâncias”.
Para a nova experiência, foi produzido He-8 por meio do bombardeio de um alvo de Carbono com um feixe de 1 GeV de íons de C-13. O raio de carga dos respectivos isótopos — He-4, He-6 e He-8 — é determinado pela comparação das sutis mudanças nos espectros das três diferentes espécies de átomo de Hélio. As medições espectroscópicas envolvem apenas a força eletromagnética entre os elétrons e o núcleo desses átomos, e não a força nuclear forte que mantém este núcleo unido. Entretanto, uma vez que se determina a distribuição das cargas, isso pode ser usado para inferir coisas acerca das forças de ligação que estão em funcionamento no núcleo.
A idéia corrente sobre a distribuição de prótons e nêutrons (ilustrada na figura em http://www.aip.org/png/2007/291.htm), sugere que o núcleo de He-4, composto por dois prótons e dois nêutrons (uma unidade conhecida como “Partícula Alfa”) forma o núcleo padrão, enquanto que, no He-6, os dois nêutrons extra (supõe-se) ficam orbitando o núcleo-padrão [“core”] como uma espécie de “halo”. Neste modelo, o núcleo-padrão Alfa oscila um pouco em torno do centro de massa conjunto com o par de nêutrons do halo. Isto permite que o núcleo-padrão oscile um pouco menos no caso do He-6, o que permite que o raio de carga do He-8 seja um pouco menor.
Um dos pesquisadores, Peter Mueller, diz que a corrente teoria nuclear realizou um excelente trabalho ao predizer o raio de carga do He-8, dando confiança aos que criam modelos para núcleos maiores. (Mueller et al., Physical Review Letters, 21 de dezembro de 2007; ver também website do laboratório)
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PHYSICS NEWS UPDATE é um resumo de notícias sobre física que aparecem em convenções de física, publicações de física e outras fontes de notícias. É fornecida de graça, como um meio de disseminar informações acerca da física e dos físicos. Por isso, sinta-se à vontade para publicá-la, se quiser, onde outros possam ler, desde que conceda o crédito ao AIP (American Institute of Physics = Instituto Americano de Física). O boletim Physics News Update é publicado, mais ou menos, uma vez por semana.
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Como divulgado no numero anterior, este boletim é traduzido por um curioso, com um domínio apenas razoável de inglês e menos ainda de física. Correções são bem-vindas.

Falando em pseudo-ciência…

Os médicos estão sempre me surpreendendo com sua capacidade de observar o óbvio e, a partir daí, tirar conclusões imbecis…
Senão, vejamos esta notícia, originária da BBC-Brasil, reproduzida n'”O Globo” de hoje:

BBC
Dieta medieval era ‘mais saudável’, diz estudo
Publicada em 18/12/2007 às 09h21m
BBC
LONDRES – Um estudo realizado por um médico britânico sugere que a dieta das pessoas que viveram durante a Idade Média era mais saudável que a atual. Segundo a pesquisa, realizada na região rural de Shropshire, no leste da Inglaterra, a dieta medieval, menos gordurosa, rica em verduras e com menos açúcar, era mais saudável para o coração que os alimentos processados e gordurosos consumidos nos dias de hoje.
“A dieta, combinada com o volume de trabalho, fazia o homem medieval sofrer menos risco de doenças cardíacas e diabetes que hoje em dia”, afirma o médico Roger Henderson, responsável pela pesquisa.
Segundo o estudo, um camponês medieval comia em média dois pães, 220 gramas de carne ou peixe e quase dois litros de cerveja por dia, o equivalente a cerca de 3,5 a quatro mil calorias. Além disso, a jornada diária de trabalho era de 12 horas, em média.
A Idade Média é definido por historiadores como o período entre 476 e 1453, que segue a Antigüidade e precede a Era Moderna. [a notícia vai adiante…]

É claro que o “bom doutor” se lembra de que “a vida dos camponeses medievais era mais difícil e a expectativa de vida era menor por causa das doenças e epidemias que assolaram o período”. E ainda menciona: “Naquela época, se alguém passasse dos 30 anos estava bom, mais de 40 já estava bem velho”. O que ele parece que não sabe é por que as especiarias tinham tanto valor na Europa: para esconder o cheiro e o gosto de podre dos alimentos…
Evidentemente, não há grandes estatísticas sobre a incidência de diabetes e doenças cardiovasculares na Idade Média… Ele tira conclusões sobre o que deveria acontecer na Idade Média com base nos atuais dados de nutricionismo.
Só resta saber se o “bom doutor” se lembrou que o diabetes e as doenças cardiovasculares costumam “atacar” depois dos 40 os homens modernos e, como ele não tem um “grupo de controle” na época medieval, suas conclusões são mera especulação…
Enquanto isso o gordo cardiopata, com episódios de diabetes eventuais, aqui olha bestificado para a “sapiência” dos modernos Esculápios e dá graças a Deus que a cirurgia não depende dos médicos para progredir… A tecnologia atual nasceu sempre fora da “medicina”…
Eu, sinceramente, gostaria de saber o que mais os médicos aprendem nas Faculdades, além de escrever de modo ilegível e em “marciano hierático”…
A curar, certamente não é… Isso fica por conta dos bioquímicos e cirurgiões…

Falência! [final]

Sabe aquela sensação que você tem quando descobre que nem os “disparates” que você diz são originais?…
Pois é… Estou eu aqui gastando meu “latim” e minha indignação, quando bastava ler mais atentamente o “Diário do Professor”, do Declev… Está tudo lá… A noção de que o sistema de ensino vigente afugenta, em vez de atrair os alunos; uma argumentação (bem melhor fundamentada do que a minha) sobre o erro em dar mais ênfase a certas matérias; relatos de experiências criativas que funcionaram, mas não tiveram continuidade; comentários de quem sofre na carne o que eu repito: a maior parte do tempo dos professores deveria ser empregada fora da sala de aula, preparando aulas, estratégias, abordagens multisiciplinares integradas e na atualização e expansão dos próprios conhecimentos… e vai por aí…
Se eu sou maluco, “ponto fora da reta”, um visionário que “fala do que não entende”, pelo menos, eu estou bem acompanhado.
Lá, também, encontro o desespero de um professor dedicado quando confrontado com alunos que fazem questão de não aprender… Será que minha proposta de que isso pode ser corrigido com a universalização da pré-escola é mesmo válida?… Ou a questão vai ainda mais fundo: abrange toda a escala de valores vigentes na atual sociedade?…
Então, me calo por aqui… Não que eu tenha esgotado o assunto: apenas “me manquei” que o “sapateiro” aqui estava indo muito “além das sandálias”.
Vou voltar ao meu “forte”: traduzir artigos de ciência, política, economia (por falar nisso: O New York Times deste domingo tem seis artigos que discutem se os EUA estão à beira, ou já enfiados em uma recessão…) e outras mazelas internacionais, para a gente, aqui em Pindorama, perceber que nós, tupiniquins, não somos nem piores, nem melhores que ninguém.
Dixit.

Physics News Update nº 850

O Boletim de Notícias da Física do Instituto Americano de Física, número 850, de 13 de dezembro de 2007 por Phillip F. Schewe e Jason S. Bardi.
PHYSICS NEWS UPDATE
AS DEZ MELHORES NOTÍCIAS DE FÍSICA DE 2007, em ordem cronológica, durante o ano:
Luz, freada em um Condensado de Bose-Einstein (BEC), é passada por outro BEC (PNU nº 812, matéria 1);
Tunelamento de elétron em tempo real pode ser observado com o uso de pulsos de attossegundos (PNU nº 818, matéria 2);
Resfriamento a laser de um objeto do tamanho de uma moeda, em, ao menos, uma dimensão (PNU nº 818, matéria 1);
O melhor teste já realizado da Segunda Lei de Newton, usando um pêndulo de torsão giratório (PNU nº 819, matéria 1);
Primeiros resultados da Sonda Gravity-B, a medição do efeito geodésico — o encurvamento do espaço-tempo nas vizinhanças e causado pela Terra — com uma precisão de 1%, com uma precisão ainda maior por vir (PNU nº 820, matéria 2);
A experiência MiniBooNE no Fermilab resolve um mistério dos neutrinos, aparentemente descartando a possibilidade de uma quarta espécie de neutrino (PNU nº 820, matéria 1);
O Tevatron, em sua busca para observar o Bóson de Higgs, atualizou a massa do quark top e observou diversos novos tipos de eventos de colisão, tais como os em que um só quark up é produzido, e os em que são produzidos, simultaneamente, um Bóson W e um Z, ou dois Bósons Z (PNU nº 821, matéria 1);
O mais curto pulso de luz, um jato de 130 attossegundos de luz no extremo ultravioleta (PNU nº 823, matéria 1);
Com base nos dados gravados pelo Observatório Auger, os astrônomos concluem que os raios cósmicos de maior energia vêm de núcleos galáticos ativos (PNU nº 846, matéria 1); e
A observação de Pares de Cooper em isolantes (PNU nº 849, matéria 1)
EFEITO FOTOELÉTRICO DE ALTA INTENSIDADE.
Os físicos no Free-electron LASer em Hamburgo (FLASH) realizaram uma experiência de efeito fotoelétrico em um comprimento de onda de extremo ultravioleta, 13 nm, e intensidades ultra-altas de fótons. No processo, eles removeram elétrons de átomos de Xenônio, algumas vezes, 21 deles.
O efeito fotoelétrico — no qual luz ultravioleta ou extremo ultravioleta, ao incidir sobre uma superfície de metal, chuta os elétrons para fora — foi usado por Albert Einstein para argumentar em favor da existência de luz em forma quantizada, o que atualmente chamamos de fótons. A explicação, que ganhou para Einstein o Prêmio Nobel em 1921, é um marco na primitiva teoria quântica, já que sugeria que a luz em um comprimento de onda fixo consistia de fótons com uma energia fixa (quantizada).
Na experiência de Hamburgo, a radiação do laser de elétrons livres (free electron laser =FEL) é trazida a um foco (3 mícrons de largura por 350 mícrons de comprimento) dentro de uma célula que contém gás de Xenônio. A irradiância do feixe laser, a quantidade de potência por unidade de área, foi de 1016W/cm², um recorde para luz ultravioleta extremo.
A luz ejeta elétrons do Xenônio e os íons resultantes são detectados. Neste caso, foram detectados íons com até 21 elétrons removidos. Esta foi a primeira vez em que um número de elétrons tão grande como 21 foi removido durante uma experiência fotoelétrica e os resultados surpreendentes não estão bem explicados pela quantização da luz e dos fótons como partículas de luz. (Sorokin et al., Physical Review Letters, 23 de novembro de 2007)
A VOYAGER 2 CHEGA À HELIOSFERA.
Tal com a sua irmã, a Voyager 1, fez a anos atrás, a Voyager 2, agora, foi longe o bastante do Sistema Solar para encontrar a Heliosfera, onde o vento das partículas solares se encontra com o meio interestelar.
Já sabíamos que a superfície dessa zona de fronteira tem formato irregular, por causa das medições anteriores da Voyager 1 (PNU nº 778, matéria 1).
A Voyager 1 está, atualmente, a cerca de 9,8 bilhões de milhas (cerca de 16 bilhões de km) da Terra e viajando a uma velocidade de 38.000 milhas por hora (cerca de 61.000 km/h). A Voyager 2 está a cerca de 7,8 bilhões de milhas (cerca de 12,5 bilhões de km) e viajando a uma velocidade de 35.000 milhas por hora (pouco mais do que 56.000 km/h). A Voyager 1 pode estar mais rápida e mais longe, e chegar mais cedo, porém o instrumento de medição de plasma da Voyager 2 ainda está funcionando, ao contrário do da Voyager 1.
A Voyager 2 confirma que a camada de fronteira é irregular e descobriu que a temperatura logo além da fronteira é cerca de dez vezes mais fria do que se esperava. (Resultados relatados no encontro, nesta semana, da American Geophysical Union em San Francisco.)
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PHYSICS NEWS UPDATE é um resumo de notícias sobre física que aparecem em convenções de física, publicações de física e outras fontes de notícias. É fornecida de graça, como um meio de disseminar informações acerca da física e dos físicos. Por isso, sinta-se à vontade para publicá-la, se quiser, onde outros possam ler, desde que conceda o crédito ao AIP (American Institute of Physics = Instituto Americano de Física). O boletim Physics News Update é publicado, mais ou menos, uma vez por semana.
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Como divulgado no numero anterior, este boletim é traduzido por um curioso, com um domínio apenas razoável de inglês e menos ainda de física. Correções são bem-vindas.

Falência! [2]

Vou começar minha diatribe seguinte, tomando como base o questionamento do Professor Declev Dib-Ferreira, em seu artigo O que é uma boa escola?, no Diário do Professor.

Portanto, a “boa” escola seria aquela que conseguiria fazer aprender aqueles que não aprenderiam apesar da escola, aqueles que não têm o que citamos que os bons têm: aquelas condições extra-escolares que fazem de um aluno, um bom aluno.
Esta sim, seria uma boa escola, que atenderia a todos, sem eliminação da massa e sobrevivência dos ”mais fortes e mais adaptados”. Uma escola para uma nova sociedade.
Fazer seres competitivos é fácil.
Difícil é fazer pra todos.

Aí, vem a pergunta: como?… Não podemos nos esquecer que as crianças têm vários graus diferentes de habilidades de aprendizado (por menos “politicamente correto” que isso possa parecer, é um fato que não podemos ignorar). Se soubéssemos ao certo se isso tem fundo genético, congênito, ambiental, ou uma combinação dos três, seria mais fácil lidar com as disparidades. Mas o fato é que não sabemos e, ao que tudo indica, não saberemos tão cedo. Portanto, é aceitar o fato e procurar a melhor maneira de lidar com ele…
Dizem as mais recentes pesquisas na área da neurociência que essas habilidades começam a se desenvolver na tenra infância, no mesmo passo em que as crianças começam a aprender coisas básicas, tais como falar, andar e controlar os esfíncteres (desculpem… sem referências). O certo é que, quanto mais cedo começar o aprendizado “formal”, mais fácil ele se torna. E é nesta fase em que começam a aparecer os “superdotados”. No entanto, a idade prevista para o início do aprendizado é entre os 5 e 6 anos, quando o “estrago” já está feito. Nesta idade, as crianças já são mais “parecidas” com o ambiente em que cresceram e, convenhamos, a maior parte desses “ambientes” não é nada favorável aos estudos e ao aprendizado de nada que preste…
Por isso eu dou tanta importância à pré-escola. O hábito de passar algumas horas (ou até a maior parte delas) do dia em um ambiente onde as “brincadeiras” são direcionadas à socialização e ao aprendizado, principalmente o “disfarçado” de forma lúdica, não priva as crianças do divertimento a que têm direito e pode ajudar muito a criar a noção de que “escola é divertido”.
E é aqui que eu entro com mais um de meus “achismos”. Eu tenho observado, acompanhando a educação de meus filhos e de meu neto (já que não posso confiar nas minhas memórias de infância) que, nestes últimos vinte e poucos anos, uma coisa não mudou: há uma brusca transição da pré-escola para a educação básica. O caráter “lúdico” é, de repente, removido e se procura incutir nas crianças uma preocupação de “levar os estudos a sério”. A bendita “nota”, “conceito”, ou o que for, começa a ser “importante” e “passar de ano” uma “obrigação”. Eu não tenho nada contra ensinar as crianças sobre “responsabilidade individual”, mas será que essa transição brusca tem mesmo algum significado?… Me lembra muito a “Classificação Etária” para diversas atividades. Por exemplo: um jovem com 17 anos e 364 dias é “inaceitável” para receber uma Carteira de Motorista e ainda é “legalmente inimputável”. No dia seguinte, ele já pode sair dirigindo e já pode ser legalmente responsabilizado por todas as ilegalidades que cometer… E, o que era um direito, “o soberano exercício do sua cidadania” (leia-se: voto), a partir dos 16 anos, passa a ser uma “obrigação”, cujo não-cumprimento acarreta as penalidades da Lei…
O contra-argumento de “em algum lugar tem que se traçar uma linha divisória”, para mim, é falta de argumento… Como se costuma dizer, na Infantaria, “o Regulamento é a Primeira Linha de Defesa do incompetente”…
Como toda transição, essa também pode ser feita de modo suave e não-assustador para as crianças. Bruno Bettelheim (em “Parents Good Enough” = “Uma vida para seu filho”) aponta o fato de que a maior parte do desentendimento entre as gerações e á incapacidade dos adultos em verem o mundo com os olhos de uma criança. Para alguém com cinco a seis anos de idade, o universo inteiro tem uns quatro… E adolescentes acham que o “amanhã” sempre vai existir e, portanto, tudo pode ser postergado. Exigências de “ser responsável”, como se isso fosse uma noção nata, é de uma total estupidez. Isso de “responsabilidade” é uma capacidade adquirida e deve ser ensinada, não com palmatória, mas com exemplo e incentivo.
Só que isso dá mais trabalho e exige um acompanhamento individual mais próximo, o que acarreta a necessidade de turmas menores, o que, por sua vez, acarreta uma necessidade de mais professores, mais pedagogos, e até de profissionais de fonoaudiologia, psicologia infantil e (é até ridículo mencionar isto…) oftalmologistas…
Mas, se a idéia é criar novas safras de cidadãos melhores do que as já existentes, não há como dissociar o apoio de saúde, o transporte, a alimentação, e – muito importante – o acompanhamento por assistentes sociais das famílias. “Escola” tem que ser mais do que um prédio com salas de aula e professores dentro. Tem que ser um local que preste diversos serviços sociais, inclusive a instrução. Utopia?… Vendo as condições atuais do que passa por “escola” neste Brasil, a idéia parece realmente utópica… Mas nem sequer é nova: a proposta original dos CIEPS, trazida ao Brasil por Darcy Ribeiro, era exatamente esta (não aquela “máquina eleitoreira” de construir prédios pré-fabricados — e outra “heresia”: projetados como o nariz de quem os projetou… [sim… eu sei quem foi e o conheço pessoalmente] — à vista de ruas movimentadas que se fez no Estado do Rio de Janeiro).
(continua…)

Falência! [1]

Eu pretendia abordar o assunto em uma única matéria, mas já percebi que não vai ser possível. Tem a ver com o péssimo desempenho dos estudantes brasileiros na avaliação do PISA, com discussões em grupos no Orkut, com discussões no “Roda de Ciência”, tudo sobre educação — ou antes: a falta de educação — no Brasil.
Mas tem a ver, também, com a situação da política brasileira, com a política econômica brasileira e internacional, e com um monte de outras coisas — aparentemente sem relação entre si — que passam pela repercussão do filme “Tropa de Elite”, pelas mudanças climáticas, e por um monte de exemplos de “Chi vó, non pó” que andam por aí.
Como eu tenho que começar por algum lugar, vamos começar pelo PISA, que foi comentado aqui, na matéria “Que raios de ensino é este?”, pelo Adilson J A de Oliveira, em seu artigo “O nosso ensino de ciências continua muito precário”, no “Por dentro da Ciência”, e pela Ana Cláudia Lessinger, no “Via Gene”, nos artigos “A ciência foi pro espaço… no mau sentido” e “e nem nos damos conta…” (esses foram os que eu vi… provavelmente há muitos outros…)
Eu tenho ainda uma observação a acrescentar: Ah!… Se fosse só a ciência!…
Só que não é!… Não é uma questão só sobre o ensino de ciências: a coisa é muito mais grave. É sobre o ensino, em geral… É sobre a inversão de valores que insiste em continuar acontecendo: para os responsáveis pelas políticas de ensino, o que importa são números: tantas crianças matriculadas em uma ponta, tantas outras com um certificado de conclusão na outra; e que se dane se realmente houve aprendizado entre uma ponta e outra!…
Aí, para esses senhores, o “número” mais significativo é a “evasão escolar” (computada como a diferença entre o número de crianças que entra por uma ponta e o das que sai pela outra). “Qualidade”?… O que é isso?…
E tome de “políticas afirmativas”… “Progressão automática”… Claro, se o “coitadinho” do estudante repetir o ano, porque não aprendeu as matérias, ele é capaz de abandonar os estudos e teremos mais um caso da terrível “evasão escolar”… “Ensino a distância”, não para realmente qualificar os professores, mas para promover uma farta distribuição de diplomas de licenciatura àqueles que, em falta dos verdadeiros licenciados, dão aulas sobre o que não conhecem (afinal, com os salários que o ensino público remunera seus professores, a maioria dos verdadeiros licenciados vai para o ensino particular…) E, para por a cereja no topo do “sundae”, “Quotas” nas Universidades Públicas para os “estudantes” oriundos desse sistema público de formação de analfabetos funcionais… (quando não é maior ainda o descaramento: financiamento de cursos superiores em instituições particulares, de qualidade para lá de duvidosa, que será pago pelos “depromados” com suas receitas de salários de empregos públicos cuja exigência seja 2º grau, ou venda de sanduíche natural na praia…)
É, por acaso, de estranhar que a Ordem dos Advogados do Brasil tenha instituído uma prova para (des)qualificar a miríade de “Bacharéis em Direito” que são despejados todo ano no mercado de trabalho e não sabem sequer redigir uma Petição Inicial sem separar o sujeito do predicado por (nem digo uma vírgula, mas) um ponto parágrafo? (estão achando mentira?… Pois lembrem-se do ofício, assinado por um Delegado da Polícia Federal, dirigido a um juiz no Estado da Bahia, solicitando autorização para a escuta telefônica dos adversários políticos do extinto ACM: o predicado dos sujeitos no primeiro parágrafo aparecia no segundo, precedido de um verbo no gerúndio…)
Pois eu afirmo que no dia em que o Conselho Federal de Medicina resolver fazer a mesma coisa, vai ser uma catástrofe!… (Eu já tive a oportunidade de ajudar um ex-colega Médico da Marinha a montar seu currículo e reparei no seu histórico acadêmico: não havia uma média superior a 6 em todo o histórico… e não era de uma Faculdade de Medicina famosa, não…)
E outra coisa que eu posso afirmar: uma quantidade assustadora de Teses e Monografias não são da autoria dos pretensos “fomandos”. Eu sei… eu já ajudei muitos deles a transformar a algaravia que eles produziam, em um texto coerente (embora destituído de conteúdo: basta fazer bastante citações de autores laureados…)
O Mauro Rebelo, em um excelente artigo do “Você que é biólogo”, intitulado Acordo de cavalheiros”, desmistifica a própria área, dita “séria” da ciência. Diz ele:

Fazer ciência básica virou fazer ‘qualquer coisa’. O cientista é uma pessoa diferenciada pela sua capacidade de observação. Observar, identificar, hipotetizar, testar, reportar e explicar. Mas também é humano. Isso quer dizer que pode errar nesse processo, mas pior do que isso, pode deixar o processo científico, que deveria ser amoral como a natureza, ser influenciado por crenças e emoções. A pior coisa que pode acontecer à um cientista é se tornar tendencioso. E como mostra Ioannidis no seu fabuloso artigo ‘porque a maior parte das pesquisas publicadas são falsas’ (Why most published research findings are false) os cientistas se tornaram tendenciosos. Muitos deles adeptos da crença no Deus Dinheiro e na Santa Indústria de Fármacos.
Os cientistas começaram a focar nas respostas (número de artigos publicados, número de projetos aprovados, de teses defendidas, de patentes registradas) e foram perdendo a habilidade mais peculiar à atividade científica: fazer boas perguntas! Uma leitora fã do Zen e um amiga fã do Jostein Gaarder já falaram disso esse ano pra mim e tenho cada vez mais pensado no assunto: Uma boa pergunta é mais importante que a resposta!

E quem vai ensinar isso, Mauro?… Quem vai ensinar nossos estudantes a “fazerem boas perguntas” se eles não são ensinados a “fazerem perguntas” — ao contrário: são ensinados a “decorebarem” conteúdos programáticos ocos, para repetí-los em “provas” e “testes” que avaliam mais se o “professor” sabe redigir questões ou não… (Querem exemplos?… Eu dou!… Uma prova de história, para o 2º ano colegial, questão – tipo “preencher lacuna”: “Os Estados Unidos lançaram a Bomba Atômica em _____”; resposta da minha filha: Hiroshima e Nagasaki – errado!… Segundo a “professora” [que arrotava “30 anos de magistério”] seria “Japão”… Hiroshima e Nagasaki provavelmente são subúrbios de Belo Horizonte… E “em Japão” é dose!…)
E o nosso onipresente Krishnamurti Andrade ainda reclama dos alunos dele!… Como se a “culpa” pelo analfabetismo e a incapacidade de fazer “regra de três” fosse somente devida à falta de interesse dos alunos… Pois eu lhe digo uma coisa, Krishnamurti: você tem muita sorte de ainda encontrar um ou outro aluno que se interesse por Física!… Para a periferia que você atende, as opções são, quase sempre, jogar futebol fora do Brasil (até na Islândia tem brasileiro enganando que joga bola…), ou cair na marginalidade de uma vez (nem que seja na “marginalidade transformada em virtude” de ser “apadrinhado de político”)… Física é um “luxo” ao qual brasileiros pobres não podem se permitir… Você até pode ser a honrosa excessão que confirma a regra. Eu conheço um filho de peão e lavadeira (ambos analfabetos), negro, cuja infância se dividiu entre o colégio público e o trabalho como engraxate nas ruas de Corumbá, que fez Serviço Militar como Marinheiro em Ladário, MS, estudou como um desesperado, passou para a Escola Naval, fez carreira como Oficial e, com seu soldo, sustentou os estudos de seus irmãos. Ele é a excessão: todos os amigos de infância dele morreram ou entraram para o narcotráfico e contrabando na fronteira.
E a Emenda Constitucional da Heloisa Helena, incluindo a pré-escola na Educação Pública Básica, aprovada e sancionada após quatro anos na “gaveta”, só aguarda ser posta em funcionamento… Mas os recursos oficiais são poucos (principalmente para alimentar os “Caixa 2” dos partidos, governo e oposição…)
Nada a ver?… Muito ao contrário. E não sou eu que digo por “achismo”: queiram ver A importância da Pré-escola; um estudo da Universidade de Minnesota, com foco em Chicago…
(depois eu volto ao assunto… ainda tenho muito o que “espernear”…)

Physics News Update nº 849

O Boletim de Notícias da Física do Instituto Americano de Física, número 849, de 5 de dezembro de 2007 por Phillip F. Schewe e Jason S. Bardi.
PHYSICS NEWS UPDATE
PARES DE COOPER EM ISOLANTES.
Pares de Cooper são extraordinárias liagações entre elétrons com cargas iguais através das sutis flexões de um cristal. Eles servem como a espinha dorsal do fenômeno da supercondutividade, mas agora também foram observados em um material que não só não é um supercondutor, como é, na verdade, um isolante.
Uma experiência na Universidade Brown mediu a resistência elétrica em uma placa tipo “queijo suíço” de átomos de Bismuto, feita pela aspersão de uma nuvem de átomos sobre um substrato com buracos de 27 nm de largura, espaçados a cada 100 nm.
Filmes de Bismuto feitos dessa maneira são supercondutores se a amostra tiver uma camada de vários átomos de espessura, mas é isolante se a película tiver uns poucos átomos de espessura, devido aos efeitos sutis que emergem da geometria restritiva. Os estados supercondutivo e isolante são facilmente distinguidos; à medida em que a temperatura é abaixada além da temperatura de transição (2°K), a resistência cai a zero para o Bismuto supercondutor, enquanto que no Bismuto isolante a resistência se torna extremamente alta.
Os Pares de Cooper certamente estão presentes na amostra supercondutora; eles se arregimentam para criar uma supercorrente não resistiva. Mas como os pesquisadores sabem que os pares estão presentes também no isolante?
Por causa de um teste adicional. Por meio da observação do que acontece quando um campo magnético externo é aumentado. A resistência deveria variar periodicamente, com um período proporcional à carga dos objetos elétricos em questão. A partir da periodicidade, neste caso proporcional ao dobro da carga do elétron, os físicos da Brown puderam deduzir que eles estavam observando objetos com dupla carga se movendo pela amostra. Em outras palavras, existem Pares de Cooper no isolante. Isto só é válido nas temperaturas mais baixas.
Um dos pesquisadores, James Valles, diz que já existiam indícios prévios da presença de Pares de Cooper em algumas películas relacionadas com supercondutores, mas que, nesses casos, os indícios da existência de Pares no estado isolante era ambígua e não direta como na observação registrada no laboratório da Brown. Ele afirma que um isolante bosônico (no qual os portadores das cargas são pares de elétrons) auxiliará a explorar mais ainda o estranho parentesco entre isolantes e supercondutores. (Stewart et al., Science, 23 de novembro de 2007)
UMA LUA COMO A NOSSA RARAMENTE SE FORMA.
As interpretações de observações recentes na faixa do infravermelho podem mudar nossas opiniões sobre a Lua. Cerca de 4,5 bilhões de anos atrás, nossa Terra foi literalmente arrasada, vítima de um impacto gigantesco com um objeto do tamanho de Marte. A colisão que foi poderosa o bastante para vaporizar as rochas e lançar uma maciça pluma do manto da Terra no espaço, não foi de todo má, no entanto.
O objeto que se chocou com a Terra logo se mesclou a ela, dando-lhe uma rotação rápida, enquanto que pedaços do manto da Terra se estabeleciam em um disco em torno de nosso planeta. Dentro de um ano, ou coisa parecida, formou-se a Lua, a partir desses escombros. As rochas que sobraram continuaram a circular em torno do Sol pelo próximo milhão de anos, colidindo ocasionalmente e criando um fluxo de poeira, até que a gravidade e a radiação solar limparam tudo.
Muitos cientistas se interessam em saber o quão comuns são tais impactos em outros jovens sistemas solares, porque a poderosa mistura do efeito de marés, provocado pela gravidade da Lua, pode ter tido um papel importante em criar as condições favoráveis para a origem da vida na Terra.
Recentemente, Nadya Gorlova, da Universidade da Flórida, e seus colegas do Observatório Steward em Tucson, Arizona, e do
European Southern Observatory, em Santiago, Chile, relataram no The Astrophysical Journal que isto pode não ser um fato comum, absolutamente.
Usando o Telescópio Orbital Spitzer, criogenicamente resfriado, Gorlova e seus colegas observaram o aglomerado estelar NGC 2547, que tem 30 milhões de anos de idade. Eles selecionaram este aglomerado por causa de sua idade. O processo de formação de planetas acaba em aproximadamente 50 milhões de anos, tornando as oportunidades para a ocorrência de um impacto gigantesco pouco prováveis fora deste intervalo. A outra vantagem é que o NGC 2547 é velho o bastante para que a nuvem original, da qual são feitos os sistemas planetários, se tenha dissipado (isto leva de 3 a 10 milhões de anos).
Focalizando em radiações na faixa de comprimento de onda de 8 mícrons, eles poderiam detectar o calor que seria de se esperar de poeira em uma distância de uma unidade astronômica (1 AU) de uma estrela do tipo solar. O aglomerado NGC 2547 já havia sido anteriormente pesquisado por espectroscopia, de forma que eles poderiam cruzar os dados para se assegurar que as emissões que eles detectassem não seriam devidas a gases (o que seria evidente nas linhas do espectro de emissão).
Das cerca de 400 estrelas no aglomerado NGC 2547, eles só encontraram uma que exibia indícios de poeira devida a um impacto maciço. A partir disto, eles concluíram que colisões, tais como a que fez surgir nossa Lua, não acontecem em todos os sistemas. Isto significa que luas como a nossa podem ser raras. (The Astrophysical Journal, 20 de novembro de 2007)
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PHYSICS NEWS UPDATE é um resumo de notícias sobre física que aparecem em convenções de física, publicações de física e outras fontes de notícias. É fornecida de graça, como um meio de disseminar informações acerca da física e dos físicos. Por isso, sinta-se à vontade para publicá-la, se quiser, onde outros possam ler, desde que conceda o crédito ao AIP (American Institute of Physics = Instituto Americano de Física). O boletim Physics News Update é publicado, mais ou menos, uma vez por semana.
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Como divulgado no numero anterior, este boletim é traduzido por um curioso, com um domínio apenas razoável de inglês e menos ainda de física. Correções são bem-vindas.

Que raios de ensino é esse?…

Uma notícia publicada em “O Globo” de hoje mostra a que ponto chegamos no sucateamento da educação no Brasil:

Estudo do MEC revela que 70% dos professores de ciências não têm formação na áreaRIO – Um estudo do Ministério da Educação (MEC) revela que sete em cada dez professores de ciências das escolas no Brasil não têm formação específica para lecionar a disciplina. A maioria fez faculdade em outra área e alguns não têm sequer diploma universitário. O problema se agrava entre os professores de física: 90% e 86% deles, respectivamente, não concluíram o curso apropriado. A pesquisa foi feita com base em dados de 2003 para turmas de 5ª a 8ª série do ensino fundamental (ou 6º ao 9º ano, onde o ensino fundamental dura nove anos). A projeção terá uma atualização em breve, quando o MEC concluir o novo Censo Escolar (Educacenso).
Especialistas avaliam que a má formação dos professores seja uma das principais causas do fraco desempenho dos estudantes brasileiros no Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), que deixou o Brasil em 52º lugar entre 57 países avaliados . O estudo, coordenado pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) foi divulgado foi divulgado na última quinta-feira.
A capacitação inadequada dos professores aliada à falta de infra-estrutura para aulas práticas e experimentação nas escolas também foram apontadas por especialistas como causas que contribuem para o fraco desempenho dos alunos e os resultados do ensino brasileiro. O secretário regional da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e diretor do Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (Iuperj), Adalberto Cardoso, considera que o país não deixa a desejar apenas no ensino de ciências, mas em ‘toda a educação fundamental’.
(A notícia prossegue…)

Vou me permitir grifar o início da matéria: (…) sete em cada dez professores de ciências das escolas no Brasil não têm formação específica para lecionar a disciplina. A maioria fez faculdade em outra área e alguns não têm sequer diploma universitário. O problema se agrava entre os professores de física: 90% e 86% deles, respectivamente, não concluíram o curso apropriado.
Agora, eu pergunto: de que adianta matricular um monte de crianças em escolas que não têm professores capacitados? Fica muito bonitinho nas estatísticas: “trocentos por cento das crianças em idade escolar freqüentam escolas”… E não aprendem chongas!
O governo finge que ensina, as crianças brincam de “ir à escola”, o IDH do país cresce e o governo faz propaganda… E os brasileiros continuam ignorantes com um “canudo” que não vale o papel onde foi escrito.
“… E cosi, male il Brazile vá…”
Atualizando: O Adilson publica uma matéria com base na mesma notícia, no seu “Por dentro da ciência”: O nosso ensino de Ciências continua ainda muito precário.

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