Mais uma ameaça à camada de ozônio: foguetes.

A Universidade do Colorado em Boulder avisa: [Lançamentos de foguetes podem requerer regulamentação para evitar danos à camada de ozônio](http://www.colorado.edu/news/r/13dcef625a8a43e2e6d4d0e06e10ac8f.html).
O fato é que o mercado para lançamento de foguetes e satélites está crescendo, e ninguém se lembrou de que eles também afetam a camada de ozônio. Com o banimento dos CFC, a indústria de lançamento de foguetes pode, em futuro breve, ultrapassar os aerossóis em termos de ameaça.
O professor Darin Toohey do Departamento de Ciências Atmosféricas e Oceânicas da UCB estima que, por volta de 2050, os lançamentos de foguetes (caso deixados sem regulamentação), podem causar mais destruição do ozônio do que jamais os CFCs produziram. Ele comenta que o Protocolo de Montreal, que baniu os CFCs, “deixou de fora a indústria espacial que deveria ter sido incluída”.
O pesquisador-chefe do estudo, Martin Ross da *Aerospace Corporation* de Los Angeles, lembrou que as agências do governo americano realizaram estudos para avaliar as perdas potenciais da camada de ozônio em face de uma frota de estimados 500 aviões supersônicos (uma frota que jamais veio a existir), poucos estudos foram feitos para avaliar os danos que poderiam ser causados pela frota mundial de foguetes.
******************
Comentário meu: já repararam que, depois que o Bush se foi, diversas questões referentes a meio ambiente (que devem ter ficado trancados em gavetas durante oito longos anos), resolveram aparecer?
Uma crise econômica mundial, duas guerras para lá de questionáveis e um atraso nas ciências que lembra a Idade Média… E o que falta para mandar Bush e seus sequazes para a Corte de Haia por crimes contra a humanidade?…

Pois é, dona Ruth de Aquino… De quem é mesmo o “besteirol”?

A mídia está bradando aos quatro ventos, hoje, uma sensacional inovação tecnológica. Vejam, por exemplo, esta notícia no G-1: [Capacete Eletrônico Usa **Força da Mente** para **Dar Vida a Robô**](http://g1.globo.com/Noticias/Tecnologia/0,,MUL1065665-6174,00.html) (os grifos são meus).
**”Força da Mente?…** Não seria mais adequado dizer: “campos eletromagnéticos do cérebro”?… O termo “mente” tem uma forte carga emocional que remete a coisas profundamente discutíveis, como “alma” e afins. E “dar vida” é meio forte para um robô que só reproduz **quatro** movimentos pensados pela pessoa que tem os “pensamentos lidos”.
E a coisa nem é tão nova assim… Já tinham conseguido ligar e desligar aparelhos eletrônicos a partir de “comandos” pensados, faz muito tempo. O fato do robô realizar os tais quatro movimentos é muito bonitinho, e coisa e tal… Quer dizer, simplesmente, que, em reação a um determinado padrão de ondas EM cerebrais **de uma pessoa cuja atividade cerebral foi previamente mapeada**, o robô executa movimentos **pré-programados**.
Interessante?… Sem dúvida! Uma linha de pesquisas promissora?… É claro!
Mas muito longe da suposta “telepatia *ex-machina*” que estão tentando impingir.
E agora, dona Ruth?… Quem é que está divulgando “besteirol”?

“Por dentro da ciência” do Instituto Americano de Física (30/03/09)

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30 de março de 2009
Por Jim Dawson
Inside Science News Service
**A espantosa ciência de descer rapidamente escadarias**
Por que se leva todo o tempo que se leva para descer pelas escadarias durante uma evacuação de emergência em um prédio? Em um artigo intitulado “O que sabemos que não sabemos” (“What We Know We Don’t Know”), pesquisadores do Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia (NIST) analisaram cinco fatores que deveriam afetar a velocidade de uma evacuação: a largura da escadaria, o número de andares que as pessoas teriam que descer, o retardo no início da evacuação, a densidade da multidão na escadaria e a presença de bombeiros subindo a escadaria. Os pesquisadores do NIST declaram que o resultado mais notável de seu estudo foi que “todas essas variáveis de engenharia, facilmente mensuráveis, juntas respondiam por somente 13% da variação na velocidade dos ocupantes”. Em outras palavras, toda a engenharia do mundo só consegue ajudar um pouco em tornar as evacuações de prédios mais rápidas. “Fatores fisiológicos e de comportamento podem ser mais importantes para estabelecer a velocidade dos ocupantes”, dizem os pesquisadores. Na evacuação das torres do *World Trade Center*, depois que elas foram atingidas por aviões, o NIST descobriu que 6% das pessoas tinham “restrições de movimentos” que prejudicaram sua evacuação. O relatório do NIST “não serve de apoio a recentes preocupações acerca de uma maior lentidão nas velocidades de evacuação decorrentes de um aumento nas taxas de obesidade e menores níveis de preparo físico”, alertam os pesquisadores que dizem serem necessarios estudos mais profundos sobre isso. O estudo também afirma que os pesquisadores conseguiram uma melhor compreensão das questões de engenharia envolvidas, mas que é necessária uma melhor compreensão do comportamento humano para tornar as evacuações mais eficientes.
**Dejetos de fazendas estão tornando os cursos d’água em uma fonte de um potente gás de efeito estufa**
Terras de cultivo com solo enriquecido por fertilizantes, rico em nitrogênio, são levadas para dentro de milhares de pequenos cursos d’água e fazem com que esses criem e liberem níveis cada vez maiores de óxido nitroso, um potente gás de efeito estufa. Em um estudo realizado pela Fundação Nacional de Ciências e a Universidade de Notre Dame, em Indiana, cientistas descobriram que o óxido nitroso é “frequentemente produzido nos sedimentos de pequenos cursos d’água e que as taxas de produção são mais explicáveis pela concentração de nitratos nesses cursos d’água”. Os cientistas observaram que, por causa da ligação direta entre a produção de óxido nitroso em cursos d’água e a disponibilidade de nitratos nas terras de cultivo circunvizinhas, o manejo das terras nas fazendas deveria levar em conta a redução da quantidade de fertilizantes nitrogenados empregada, a recuperação das zonas ribeirinhas para que estas absorvam parte do nitrogênio, e a modificação de valas revestidas que aumentam a eficiência do despejo de nitrogênio nos cursos d’água. Estão em curso outros estudos para avaliar o efeito do nitrogênio em rios maiores e os cientistas estão preocupados com o fato de que os rios podem abrigar bactérias produtoras de óxido nitroso, o que aumentaria ainda mais as emissões deste gás.


Este texto é fornecido para a media pelo Inside Science News Service, que é apoiado pelo Instituto Americano de Física (American Institute of Physics), uma editora sem fins lucrativos de periódicos de ciência. Contatos: Jim Dawson, editor de notícias, em jdawson@aip.org.

Boa notícia para os pecuaristas

O nosso Igor publicou um post preocupante sobre Os Gases de Efeito Estufa do Gado Bovino Brasileiro. Embora eu tenha algumas dúvidas sobre alguns números apresentados, o problema existe e exige providências rápidas.

Um dos meios de contornar o problema é fornecer ao gado de corte uma alimentação mais adequada, de forma a diminuir a flatulência bovina. E boas notícias sobre isto estão sendo divulgadas, via EurekAlert: Óleos de Peixe reduzem as emissões de gases de efeito estufa em vacas com flatulência.

Na reunião da Society for General Microbiology em Harrogate, pesquisadores da University College of Dublin, relatam que a inclusão de 2% de óleo de peixe, rico em ácidos graxos Ômega 3, reduz a quantidade de metano emitida pelas vacas

Um dos pesquisadores, a Dra Lorraine Lillis, declarou que “O óleo de peixe afeta as bactérias geradoras de metano no rúmen das vacas, o que diminui as emissões. Uma melhor compreensão sobre quais espécies de micróbios são particularmente influenciadas pelas mudanças na dieta e estabelecer um relacionamento entre estas e a produção de metano pode levar a uma abordagem mais direta para a redução das emissões de metano por animais”.

A produção de metano pelos animais domésticos é um ponto crítico no controle de emissão de gases de efeito estufa — principalmente nos animais destinados ao corte, já que uma “conversão” generalizada da humanidade ao vegetarianismo é meio fora de cogitações — já que cerca de um terço das emissões anuais de metano, estimadas em 900 bilhões de toneladas, são originadas por bactérias metanogênicas que vivem no trato digestivo de ruminantes tais como vacas, ovelhas e cabras. Em certos países, como o Brasil (como se vê no post do Igor) e a Irlanda, onde, segundo a notícia, 50% das emissões de metano são de animais de fazenda, esse problema é ainda mais agudo.

Para quem, como eu, não está disposto a trocar o bife por um peixinho, a solução é brilhante: basta dar o peixe para o gado…

A mediocridade passa a ser obrigatória no Brasil

Como é que eu posso me juntar ao coro de apupos à jornalista Ruth de Aquino, se ela parece ser uma lídima porta-voz da sociedade brasileira?

Alguém duvida disso?… Então dê uma olhadinha nesta notícia reproduzida no Jornal da Ciência da SBPC (que ainda não suscitou comentário algum… talvez por medo de soar “elitista”…):Câmara proíbe aluno de cursar duas faculdades públicas ao mesmo tempo.

Não é sensacional?… Primeiro, foi o famigerado sistema de “cotas” — um “atestado de falência” para o ensino público e as políticas sociais. E uma tremenda “enganação” para com os candidatos a um diploma de curso superior: nem precisa dizer que, quem não aprendeu antes do vestibular, não será depois que vai aprender… E — sejamos francos — de semi-analfabeto com diploma de curso superior, o Brasil já está cheio (a OAB que o diga!…)

Pois o nosso sábio Legislativo — eleito livremente pela sociedade brasileira e seu representante legítimo — acaba de “tirar o sofá da sala”, mais uma vez…
Será que, em nome de tanto “igualitarismo”, vamos “progredir” em outros campos, também?… Por exemplo, no futebol. Já que é profundamente injusto que um “pereba” como eu nunca vá ter a oportunidade de jogar pelo timinho da Nike pela Seleção Brasileira, que tal aprovar uma legislação compensatória,.obrigando todas as equipes a ter uma “cota” de “pernas-de-pau”? Assim satisfaríamos as inúmeras famílias brasileiras que acham que seus rebentos são “craques”, mas nunca tiveram uma chance.

O que a Ruth de Aquino falou, é o que o “povão” pensa! É chato, é ridículo, é uma mostra de ignorância sobre como se faz pesquisa científica, mas é um retrato da opinião pública (ou, pelo menos, da “opinião que se publica” — como diria o Barão de Itararé).

E, se a ciência no Brasil continuar dependendo da SBPC para defendê-la, eu vou dizer o que Brecht disse pela boca de Galileu: “Infeliz do povo que precisa de heróis”.

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“Por dentro da ciência” do Instituto Americano de Física (23/03/09)

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23 de março de 2009
Por Jim Dawson
Inside Science News Service
Andar mais devagar para manter os sapatos secos

Andar em uma calçada molhada depois de uma chuvarada, deixa a parte de cima dos sapatos encharcadas — de acordo com os cálculos apresentados no encontro da semana passada da Sociedade Americana de Física em Pittsburgh. Uma equipe de pesquisadores que normalmente trabalha com nanopartículas e laseres, estudou o fenômeno para descobrir como evitar molhar as meias quando dão suas caminhadas da hora do almoço.

Jake Fontana da Universidade Kent State em Ohio cobriu um piso com uma fina camada de água e montou uma câmera de alta velocidade para gravar a caminhada. A câmera revelou que, quando o sapato faz contato com o chão molhado, ele levanta uma cunha de água com o salto. O líquido flui ao longo da parte de baixo do sapato, na medida em que o pé balança para a frente e é chutado para cima no topo do arco do sapato. A água é lançada para fora no ângulo exato – 75 graus – que faz com que ela se derrame na ponta do sapato quando o o pé vem para baixo para um novo passo.

O pequeno número de gotas lançado por cada passo se acumula – andar por meio quilômetro derrama cerca de meio litro de líquido em cima do calçado. “Uma solução seria fazer sapatos mais parecidos com pneus de automóveis, com ranhuras que empurrem a água para fora e para longe da direção do passo”, diz Fontana. Uma solução mais simples, diz ele, é andar um pouco mais devagar para modificar a dinâmica do fluido.

Tai Chi melhora o equilíbrio de sobreviventes de derrames

Vítimas de derrames cujo senso de equilíbrio tenha sido prejudicado, podem readquirir alguma estabilidade e diminuir o risco de quedas praticando Tai Chi, a arte marcial chinesa que envolve movimentos extremamente lentos. A pesquisadora de fisioterapia da Universidade de Illinois em Chicago Christina Hui-Chan, cujo estudo anterior mostrou que o Tai Chi podia melhorar o equilíbrio dos idosos, realizou um estudo similar com 136 sobreviventes de derrames em Hong Kong. Todos os participantes tinham sofrido um derrame pelo menos seis meses antes e estavam tendo problemas de equilíbrio. Os participantes foram divididos em dois grupos: um foi treinado em Tai Chi por 12 semanas e o outro cujos membros aprenderam exercícios de respiração, alongamento e outros que não envolviam o equilíbrio.

Os dois grupos foram então testados quanto a sua capacidade em manter o equilíbrio enquanto mudavam de posição o peso, inclinando-se em diferentes direções, e ficar de pé em superfícies móveis que simulavam um ônibus lotado. “O grupo do Tai Chi se saiu particularmente melhor em condições que requeriam o uso do equilíbrio e seu controle”, declarou Hui-Chan. As melhoras foram observadas apenas seis semanas após o treinamento de Tai Chi. A pequisa está sendo publicada em Neurorehabilitation and Neural Repair.


Beber moderadamente aumenta significativamente o risco de ferimentos

Embora seja de conhecimento geral que pessoas muito bêbadas correm muito mais riscos de sofrer acidentes ou se envolverem em brigas que resultam em ferimentos, uma nova pesquisa sobre ferimentos tratados em um Pronto Socorro na Suíça indica que até um consumo moderado de álcool aumenta muito o risco de danos pessoais. Na média, um em cada quatro ferimentos tratados no PS estavam relacionados com o álcool, declarou o pesquisador de saúde pública Kerve Keundig. Os ferimentos alcançam um pico nas noites de sexta-feira e sábado, onde mais de 80% dos ferimentos são relacionados com o álcool. O estudo descobriu que o risco de ferimentos aumenta mesmo depois do consumo de pequenas doses de álcool. Keundig, do Karolinska Institutet da Suécia, sugere que os programas de prevenção dêem ênfase aos riscos e consequências do consumo moderado de bebidas. A pesquisa foi financiada pela Fundação Nacional de Ciências da Suíça e várias outras agências governamentais.


Este texto é fornecido para a media pelo Inside Science News Service, que é apoiado pelo Instituto Americano de Física (American Institute of Physics), uma editora sem fins lucrativos de periódicos de ciência. Contatos: Jim Dawson, editor de notícias, em jdawson@aip.org.

Mais uma vez, na contramão…

Com profundo desprazer, leio que o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) concedeu US$ 197 milhões para a construção de duas usinas termoelétricas a carvão no Brasil (uma no Ceará e outra no Maranhão) [notícia do G-1 aqui].
Como triste ironia, na hora em que o mundo inteiro discute fontes alternativas de geração de energia, logo em dois estados com grande potencial para isso (eólica no Ceará e maremotriz no Maranhão) vão construir usinas termoelétricas a carvão… E sem sequer a má desculpa da proximidade com jazidas de carvão — o que me leva a suspeitar ainda mais do que pode estar por trás dessa decisão tosca.
Tudo bem que não temos um Steven Chu para o Ministério das Minas e Energia… mas precisava ser um Lobão?…

Uma nova classe de partículas?


DOE/Fermi National Accelerator Laboratory

Partícula estranha surpreende físicos da CDF no Fermilab

IMAGEM:Experiências revelaram a existência de inesperadas estruturas formadas de quarks — batizadas de partículas X e Y — que não são os mésons e bárions usuais.
Crédito: Fermilab

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Batavia, Illinois.– Cientistas da experiência CDF do Laboratório Nacional do Acelerador Fermi do Departamento de Energia anunciaram ontem (17 de março) que encontraram indícios de uma partícula inesperada cujas curiosas características podem revelar novas maneiras pelas quais os quarks podem se combinar para formar matéria. Os físicos da CDF batizaram a partícula de Y(4140), com referência a sua massa de 4140 MeV. Os físicos não previam sua existência porque a Y(4140) parece não dar a mínima para as regras conhecidas da natureza para juntar quarks e antiquarks.

“Ela deve estar tentando nos contar alguma coisa”, disse o co-porta-voz da CDF, Jacobo Konigsberg da Universidade da Flórida.. “Até agora, não estamos certos sobre o que, mas fiquem seguros que continuaremos prestando atenção”.

A matéria, tal como a conhecemos, é composta de blocos de construção chamados quarks. Os quarks se encaixam de várias formas bem conhecidas para construir outras partículas: mésons, feitos de um par quark-antiquark, e bárions, feitos de três quarks. Até agora, não ficou claro do que, exatamente, a Y(4140) é feita.

IMAGEM: O Tevatron produz normalmente cerca de 10 milhões de colisões próton-antipróton por segundo, criando algumas vezes partículas conhecidas como mésons B. Os cientistas da CDF descobriram indícios de que alguns mésons B decaem, inesperadamente, em uma estrutura de quarks intermediária chamada de Y(4140).
Crédito: Fermilab.

Clique aqui para maiores informações

A partícula Y(4140) decai em um par de outras partículas, a J/psi e a phi, o que sugere aos físicos que ela pode ser uma composição de quarks charm e anticharm. No entanto, as características desse decaimento não se enquadram nas expectativas convencionais para este arranjo. Outras possíveis interpretações, além de uma simples estrutura quark-antiquark, são: partículas híbridas que também contenham glúons, ou mesmo combinações de quatro quarks.

Os cientistas da CDF observaram as partículas Y(4140) no decaimento de uma partícula muito mais comumente produzida que contém um quark bottom, o méson B+. Peneirando trilhões de colisões próton-antipróton no Tevatron do Fermilab, os cientistas da CDF identificaram uma pequena amostragem de mésons B+ que não decaiam no padrão esperado. Análise posteriores mostraram que os mésons B+ estavam decaindo em Y(4140).

A partícula Y(4140) é o membro mais novo de uma família de partículas com características similarmente desusadas observadas nos vários últimos anos por experimentadores no Tevatron do Fermilab, assim como no Laboratório KEK no Japão e no Laboratório Nacional SLAC, também do Departamento de Energia, na Califórnia.

“Nós congratulamos a CDF pelo primeiro indício da existência de um novo e inesperado estado Y que decai em J/psi e phi”, declarou o físico japonês Masanori Yamauchi, um porta-voz da experiência Belle do KEK. “Esse estado pode ser relacionado com o estado Y(3940) descoberto pela Belle e pode ser outro exemplo de um hádron exótico que contém quarks charm. Nós vamos tentar confirmar a existência desse estado com nossos próprios dados da Belle”.

Os físicos teóricos estão lutando para decodificar a verdadeira natureza dessas combinações exóticas de quarks que recaem fora da atual compreensão dos mésons e bárions. Enquanto isso, os físicos experimentais continuam alegremente a procurar por mais dessas partículas.

“Estamos ampliando nossos conhecimentos peça por peça”, declarou o porta-voz da CDF Rob Roser do Fermilab, “e, com peças suficientes, vamos entender como esse quebra-cabeças se encaixa”.

A observação da Y(4140) é o assunto de um artigo enviado pela CDF para Physical Review Letters nesta semana. Além de anunciar a descoberta da Y(4140), a colaboração CDF apresenta mais de 40 novos resultados na Conferência Moriond sobre Cromodinâmica Quântica, na Europa, esta semana, inclusive a descoberta da produção eletrofraca do quark top e um novo limite no bóson de Higgs, em consonância com os experimentadores da colaboração DZero do Fermilab. Ambas experiências estão seguindo ativamente vastos programas de física, inclusive medições sempre mais precisas dos quarks top e bottom, bósons W e Z, e a busca por novas partículas e forças.

“Graças ao desempenho notável do Tevatron, esperamos aumentar grandemente nossos dados de amostragem no próximo par de anos”, declarou Konigsberg. “Vamos estudar melhor o que descobrimos e — esperamos — realizar novas descobertas. É um período bastante excitante aqui no Fermilab”.

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“Por dentro da ciência” do Instituto Americano de Física (18/03/09)

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18 de março de 2009
Bolhas e garrafas de cerveja: uma combinção explosiva
Uma câmera de alta velocidade revela a física por trás do truque de bar
Por Devin Powell
Colaborador do ISNS

(Pittsburgh, Pennsylvania) — Você pode pensar que espatifar garrafas de cerveja seja uma atividade incivilizada que deveria ser relegada aos cowboys de um spagestern ou os bêbados de uma noite de São Patrício. Porém, no encontro deste ano da Sociedade Americana de Física em Pittsburgh, um grupo de cientistas demonstrou como quebrar uma garrafa com as mãos nuas. O segredo para o truque, dizem eles, é o poder explosivo das bolhas.

A experiência começou em uma festa na Universidade de Nova York há dois anos, onde o matemático Sunny Jung estava bebendo a bebida da noite: cerveja Corona que vem em uma garrafa transparente de vidro. Ele e seus colegas do Instituto de Tecnologia de Massachussets, Universidade de Nova York e Universidade Estadual de Kent State University tentavam reproduzir um truque visto no Youtube: encher uma garrafa de vidro com água, deixando um pouco de ar no topo; prender o gargalo com uma das mãos, sacudir vigorosamente e dar um forte tapa com a palma da outra mão na boca da garrafa. Se fosse feito corretamente, o fundo da garrafa seria violentamente espatifado.

Uma explicação para o truque é que a mudança de pressão na garrafa, causada pelo golpe com a mão, seria a responsável pela explosão. Mas quando o grupo de cientistas tentou repetir a façanha com água desgaseificada — uma água pura sem bolhas — a garrafa continuou intacta, embora a mão golpeasse com a mesma força. As bolhas no líquido eram um elemento crítico para causar uma explosão.

As bolhas já foram responsabilizadas por outros cenários de destruição líquida. Quando a água de desloca depressa e muda de pressão, bolhas se formam e explodem, liberando ondas de choque em miniatura — um fenômeno conhecido como cavitação. Quando muitas bolhas explodem simultaneamente, a força combinada da cavitação pode ser enorme. Um predador, chamado camarão-pistola, por exemplo, dispara bolhas sobre sua presa com um rápido estalo de sua garra especial. Quando os peixes se movem através da água, eles geram bolhas que explodem e marcam suas escamas com pequenas indentações; o mesmo acontece com os hélices de aço de embarcações e submarinos.

Para verificar se a cavitação explicava o truque com a garrafa de cerveja, a equipe instalou uma câmera de alta velocidade e um microfone, e repetiu a experiência em um laboratório. Eles observaram que, quando a garrafa de cerveja batia na mão, todo o líquido corria rapidamente para cima. Milhares de novas bolhas apareciam pelo líquido na medida em que a pressão da água em movimento diminuía.

Quando o líquido refluía para baixo, as bolhas se juntavam no fundo e implodiam. Nesse momento, o microfone captou um ruido de alta-freqüência — soa como cascalho sendo sugado por uma bomba — diz o membro da equipe Jake Fontana. Oitenta milissegundos depois da “assinatura acústica” da cavitação, a garrafa explodiu.

“A força de todas essas bolhas que implodiam, ficou concentrada em uma pequena área”, diz Fontana. Medindo o quão rápido a garrafa devia ser sacudida para cima para quebrar, ele calculou, em uma estimativa grosseira, que a pressão gerada na borda inferior seja de aproximadamente 1.000 psi, a mesma pressão que um mergulhador sentiria a uns oitocentos metros de profundidade no oceano.

Christopher Brennen, que estuda a cavitação no Instituto de Tecnologia da Califórnia, concorda com a explicação. Com base em seus próprios cálculos, ele suspeita que a estimativa grosseira da equipe pode ter subestimado a verdadeira pressão gerada pelas poderosas bolhas.

O truque parece não funcionar em outros recipientes de vidro, tais como tubos de ensaio. A garrafa de cerveja, com seu fundo chato e gargalo estreito, parece ter o formato ideal para concentrar as bolhas. Se você quiser tentar a experiência por conta própria, a equipe sugere que você calce luvas protetoras, compre uma cerveja barata com uma garrafa fina e realize a experiência sobre um balde para recolher a espetacular bagunça resultante.


Este texto é fornecido para a media pelo Inside Science News Service, que é apoiado pelo Instituto Americano de Física (American Institute of Physics), uma editora sem fins lucrativos de periódicos de ciência. Contatos: Jim Dawson, editor de notícias, em jdawson@aip.org.

“Por dentro da ciência” do Instituto Americano de Física (16/03/09)

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16 de março de 2009
Por Jim Dawson
Inside Science News Service
Estresse danifica uma área crítica do cérebro

Altos níveis de estresse, tais como os experimentados por soldados em combate, parecem causar um encolhimento dos neurônios e uma redução nas conexões sinápticas em uma parte chave do cérebro relacionada com depressão e súbitas mudanças de ânimo — é o que diz um artigo de um grupo de pesquisas liderado por Tibor Hajszan, um cientista da Universidade Yale, em New Haven, Connecticut. Usando um modelo animal para Transtorno por Estresse Pós-traumático (TEPT), os pesquisadores descobriram que as reduções das sinapses relacionadas com o estresse no hipocampo estão diretamente relacionadas à emergência do comportamento depressivo. As mudanças relacionadas com o estresse causam uma redução real das áreas afetadas no cérebro e as desconexões resultantes entre as sinapses no cérebro “pode ter importantes consequências comportamentais”, declara Hajszan. A boa notícia trazida pela pesquisa é que parece ser possível restaurar as sinapses em questão de minutos ou horas, “o que abre novas excitantes avenidas para o desenvolvimento de anit-depressivos de rápida ação que podem dar alívio imediato dos sintomas depressivos”, prossegue Hajszan. Sua equipe está realizando novos estudos para estabelecer a ligação entre os efeitos do estresse no cérebro e os soldados que retornam do Iraque e Afeganistão com diagnósticos de lesões traumáticas cerebrais leves ou síndrome pós-concussiva. O estudo está na edição corrente de Biological Psychiatry.

Crianças nas lojas influenciam fortemente as compras dos pais

Pais que levam seus filhos consigo quando vão fazer compras em supermercado, normalmente subestimam em até metade a quantidade de itens que eles compram para agradar as crianças. Pesquisadores do departamento de marketing da Universidade de Viena, Áustria, observaram sem interferir 178 pais fazendo compras com seus filhos entre as idades de 3 a 14 anos em supermercados austríacos e descobriram que os pais subestimam significativamente o número de compras induzidas pelas crianças. Os pesquisadores observaram que mais pedidos de compras eram feitos quando as crianças eram mais moças, quando os produtos eram colocados ao nível dos olhos das crianças e quando seus movimentos não ficavam restritos por estarem sentadas no banquinho do carrinho de compras. Muitos negociantes estão cientes desse fenômeno, dizem os pesquisadores, e colocam estrategicamente doces e pequenos brinquedos nas prateleiras de baixo. Eles descobriram também que os pais tendem a conceder mais às demandas das crianças se o produto puder ser consumido dentro do mercado e provavelmente manterá a criança ocupada. A melhor maneira para os pais reduzirem o número de pedidos de compras dos filhos é por a criança sentada no carrinho de frente para os pais, restringindo assim seu campo de visão, afirmam os pesquisadores. “Crianças sentadas no carrinho também tendem a incomodar menos os pais com pedidos de compras”, declarou o pesquisador de marketing Claus Ebster. O estudo foi publicado no Journal of Retailing and Consumer Services.

Moscas podem disseminar bactérias resistentes a drogas

Moscas domésticas que se juntem perto de instalações de avicultura, onde os antibióticos são maciçamente empregados, podem contribuir para a dispersão de bactérias resistentes a dorgas e aumentar o potencial de exposição de pessoas a essas bactérias, afirmam os cientistas da Escola de Saúde Pública Bloomberg, em Baltimore, da Universidade Johns Hopkins. Estudos anteriores estabeleceram uma ligação entre o emprego de antibióticos na avicultura e o encontro de bactérias resistentes a drogas em trabalhadores rurais, produtos de consumo de origem avícola e no meio ambiente do entorno dos estabelecimentos de avicultura. Mas este estudo pesquisou as moscas que vicejam nos dejetos da produção avícola e encontrou dois tipos de bactérias resistentes a antibióticos tanto nas moscas como nos dejetos. “Embora não tenhamos quantificado diretamente a contribuição das moscas para os riscos de exposição das pessoas, nossos resultados sugerem que moscas em áreas de produção intensiva podem disseminar eficazmente organismos resistentes por grandes distâncias”, declarou Ellen Silbergeld, a pesquisadora líder do estudo. Robert Lawrence, diretor do Centro Johns Hopkins para um Futuro Vivível, declarou que “um aumento de bactérias resistentes a antibióticos é uma grande ameaça à saúde pública e os legisladores deveriam restringir e banir rapidamente o uso de antimicrobianos para uso não terapêutico em animais destinados à alimentação”.


Este texto é fornecido para a media pelo Inside Science News Service, que é apoiado pelo Instituto Americano de Física (American Institute of Physics), uma editora sem fins lucrativos de periódicos de ciência. Contatos: Jim Dawson, editor de notícias, em jdawson@aip.org.

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