Ajude a manter o “Domínio Público” na ar!

Divulgaram uma mensagem na comunidade de Astronomia do Orkut, alertando que o site Domínio Público estaria para ser desativado por falta de uso.
Vai ser mais uma derrota para as boas iniciativas em matéria de educação no Brasil, se isso realmente acontecer…
Então, divulgue, escreva para lá, faça o que puder…

Physics News Update nº 854

O Boletim de Notícias da Física do Instituto Americano de Física, número 854, de 23 de janeiro de 2008 por Phillip F. Schewe e Jason S. Bardi.
PHYSICS NEWS UPDATE
UM NOVO CÁLCULO EXPLICA O MECANISMO POR TRÁS DA DATAÇÃO POR CARBONO, em termos da maneira com que a massa dos mésons muda, à medida em que eles se deslocam através de um núcleo atômico. Acredita-se que os mésons (patículas tais como os píons {ou mesons PI} que contém um quark e um antiquark) sejam os mediadores da Força Nuclear {Forte} entre dois núcleons.
A datação por Carbono radiativo começou a ser feita em 1949 quando Willard Libby disse que a quantidade de Carbono-14 (o primo radiativo do Carbono-12) remanescente em um objeto (tal como uma árvore fossilizada) poderia dar uma estimativa de quão antigo o objeto era. A idéia era que o organismo, enquanto estava vivo, iria ingerir constantemente o raro Carbono-14 em quantidade suficiente para substituir os núcleos que decaíam abaixo de 14 (sendo os outros subprodutos um elétron e um neutrino).
Porém, assim que o organismo morria, a proporção entre C-14/C-12 começaria a diminuir exponencialmente, uma vez que o C-14 não estaria mais sendo substituído. A medição dessa proporção em termos de meias-vidas dos isótopos radiativos forneceria uma boa estimativa da idade do fóssil. Este processo tem sido empregado desde então pelos arqueologistas para medir a idade das coisas, ao menos das coisas que estiveram vivas.
Uma grande questão se apresentava: se a meia-vida radiativa do C-11 é 20 minutos, a do O-14 é de 1 minuto, a do O-15 é de 2 minutos e a do N-13 é de 10 minutos, por que a meia-vida do C-14 é de cerca de 3 bilhões de minutos (cerca de 5.730 anos)?
Foi isto que Jeremy Holt e seus colegas em Stony Brook, TRIUMF (o acelerador de partículas em Vancouver) e da Universidade do Idaho se propuseram a estabelecer.
Holt declara que a meia-vida anormalmente longa do C-14 tem sido um mistério para os teóricos por meio século. Uma teoria anterior, chamada de escala Brown-Rho (assim chamada por ter sido apresentada por Gerry Brown e Mannque Rho, em 1991), sugeria que as massas da maior parte dos mésons diminuía uniformemente quando eles atravessavam o denso material nuclear (na medida em que eles portam a Força Nuclear {Forte} – ver figura aqui ). Holt e seus colegas autores atualizam o assunto, dando conta, de maneira particularmente precisa, da observada longa vida do C-14. (Holt et al., Physical Review Letters, artigo em publicação e designado como uma “Sugestão do Editor”)
VELOCIDADE RECORDE NO GRAFENO.
Andre Geim e seus colegas na Universidade de Manchester observaram a maior mobilidade para um elétron em qualquer material eletrônico. Neste caso, os elétrons se moviam através de Grafeno, com uma mobilidade de 200.000 cm²/Volt-segundo.
O Grafeno só foi descoberto há poucos anos (por Geim: ver see PNU nº 769, matéria 1 ). Um material verdadeiramente bidimensional já é suficientemente espantoso, porém ainda menos usual era a facilidade observada com com que os elétrons se movem através do Grafeno.
Elétrons que se movem através de qualquer estrutura de cristal ficam interagindo constantemente com os átomos na estrutura, especialmente se houver irregularidades presentes. Isto faz com que os elétrons diminuam a velocidade. Sua massa efetiva será diferente para cada tipo de cristal. No Grafeno a massa efetiva dos elétrons é zero.
Uma outra maneira de descrever quantitativamente a viagem de um elétron através dos “becos” de um cristal é em termos de sua “mobilidade”, expressa em unidades de cnetímetros quadrados por Volt/segundo. A mobilidade do portador de carga é, talvez, a mais importante característica meritória para um material eletrônico, de forma que os pesquisadores procuram sempre por uma mobilidade maior. Para dar alguns exemplos: a mobilidade no Silício é 1.500, enquanto no GaAs é de 8.500. É por isso os circuitos nos telefones celulares são baseados no GaAs. Para o InSb a mobilidade é ainda maior: 80.000. O novo recorde de mobilidade de Gelm de 200.000 não vai fazere com que a indústria de eletônicos jogue no lixo o Si ou o GaAs em um futuro próximo.
Os problemas com os primeiros circuitos de Grafeno agora, diz Gelm, são, primeiro, que o Grafeno não pode ser fabricado em “wafers” de qualidade uniforme; e, segundo, que o protótipo de transistor-comutador de Grafeno (que passa de “desligado” para “ligado”) é muito lento.
Entretanto, Geim prediz que, a curto prazo (3 a 5 anos), o Grafeno pode emergir como a base para sensores químicos e para geradores de luz na faixa de TeraHerz – uma faixa de freqüências (e que ainda não foi conseguida de qualquer modo prático) onde os corpos humanos ficam transparentes – tornando possível máquinas de imageamento para segurança e medicina. (Morozov et al., Physical Review Letters, artigo em publicação)
POLÍTICA PRESIDENCIAL DOS EUA. Os políticos, embora tenham preocupações com assuntos tais como guerras, imigração e a economia, também têm um lado voltado para ciência e tecnologia. Para saber o que os candidatos estão dizendo sobre tópicos relacionados à ciência, visitem estes sites da Physics Today: http://blogs.physicstoday.org/politics08/ ou http://physicstoday.org

********************
PHYSICS NEWS UPDATE é um resumo de notícias sobre física que aparecem em convenções de física, publicações de física e outras fontes de notícias. É fornecida de graça, como um meio de disseminar informações acerca da física e dos físicos. Por isso, sinta-se à vontade para publicá-la, se quiser, onde outros possam ler, desde que conceda o crédito ao AIP (American Institute of Physics = Instituto Americano de Física). O boletim Physics News Update é publicado, mais ou menos, uma vez por semana.
**************
Como divulgado no numero anterior, este boletim é traduzido por um curioso, com um domínio apenas razoável de inglês e menos ainda de física. Correções são bem-vindas.

Physics News Update nº 853

O Boletim de Notícias da Física do Instituto Americano de Física, número 853, de 11 de janeiro de 2008 por Phillip F. Schewe e Jason S. Bardi.
PHYSICS NEWS UPDATE
ESPECTROSCOPIA SEM PRECEDENTES, UTILIZANDO A MELHOR ESCALA JÁ FEITA PARA A LUZ.
Os físicos do NIST-Boulder realizaram um novo poderoso estudo espectroscópico de uma amostra de gás, utilizando pentes de freqüência. O trabalho do NIST, que pode, muito bem, modificar a maneira de fazer espectroscopia, é particularmente remarcável porque ele fornece o espectro completo do gás, em uma ampla região do espectro e com uma precisão de freqüência que pode chegar a 1 Hz (para freqüências de espectro da ordem de 2 x 1014 Hz).
O feito espectroscópico do NIST é equivalente a enviar, simultaneamente, 155.000 lasers individuais de freqüência singela através da amostra e medir a amplitude e o desvio de fase de cada laser individual. Além disto, o espectro é medido rapidamente, usando um dispositivo sem peças mecânicas móveis.
A invenção do processo de pente óptico de freqüência foi um grande passo adiante na tecnologia de laser. John Hall (NIST) e Ted Haensch (Max Planck) ganharam o Prêmio Nobel em 2005 por seu trabalho pioneiro nesta área. (Para um tutorial [em inglês, é claro] sobre pentes de freqüência, veja esta página do NIST)
No processo do pente, um laser de pulsos emite luz, não em uma única freqüência, mas em uma série de freqüências. Um espectro de freqüências desse laser composto se parece com um pente, com as emissões de luz em intervalos de freqüência regulares, que cobrem a faixa infravermelha do espectro eletromagnético [ou, como está virando moda dizer: “luz”]. O pente de freqüências é uma ferramenta ideal para a espectroscopia por várias razões. Sua luz cobre uma grande parte do espectro óptico e a freqüência de cada linha individual do pente pode ser conhecida com uma precisão de 1 Hz.
Quando se faz passar um pente de freqüências através de uma célula de gás, uma dada linha, tal como qualquer feixe laser, vai ser absorvida quando for ressonante com qualquer um dos vários níveis de energia quântica do gás. O desafio com os pentes de freqüências é descobrir quais dentre as cem mil linhas do pente são absorvidas e quais não são.
Para resolver este problema, os pesquisadores do NIST pegam o pente usado para a espectroscopia e o misturam com um segundo pente de freqüências cuidadosamente planejado. Este conjunto de pulsos de luz resulta em um pulso de “batimento de freqüência” que pode ser medido com dispositivos eletrônicos convencionais. A partir desse pulso de batimento de freqüência, a absorção e o desvio de fase de cada linha individual do pente podem ser observados separadamente. Este trabalho representa, de longe, o maior número de “dentes” em um pente de freqüências já observado individualmente.
A presente experiência do NIST procura pelos efeitos de absorção por um gás de 155.000 linhas do pente, intervaladas de 125 nm em comprimento de onda. A precisão de 1 Hz do NIST deve ser comparada com a precisão de dezenas de MHz que caracteriza outras técnicas de espectroscopia. Os pesquisadores do NIST acreditam que este novo trabalho pode mudar o modo de realizar espectroscopias. (Coddington, Swann, Newbury, Physical Review Letters, 11 de janeiro de 2008; este é um dos artigos em destaque pelos editores da PRL)
OCULTAMENTO ACÚSTICO.
Simulações em computador e o emprego da teoria de dispersão de ondas demonstraram que, ao contrário do anteriormente previsto, deve ser possível produzir uma cápsula tridimensional material, invisível para as ondas de som, analogamente ao “ocultamento óptico”, o processo pelo qual as ondas de luz são guiadas em torno de um objeto e re-focalizadas na outra ponta e na mesma direção (sem qualquer reflexão de luz que traia a posição) de forma a tornar o objeto “invisível”.
Um ocultamento óptico ainda não foi conseguido, porém os pesquisadores esperam ser capazes de fazê-lo. Pode a mesma coisa ser feita com ondas de som?
Em princípio, não há razão para que isso não possa ser feito. O líder de um grupo de cientistas que está examinando a questão, Steven Cummer da Duke University, diz que vários dos princípios que dizem respeito à canalização de ondas de luz em torno de um objeto, podem ser também aplicáveis a ondas de som. Certamente, existem diferenças. As ondas de som oscilam na direção de seu movimento, enquanto os campos elétrico e magnético que compõem as ondas de luz, oscilam perpendicularmente à direção de movimento da onda.
No caso óptico, o ocultamento vai requerer um material (na verdade um meta-material) específico, com um índice de refração altamente anisotrópico (que varie largamente de acordo com a direção através do material). Na prática, o índice de refração para ondas eletromagnéticas depende da permissividade, uma medida da resposta do material a um campo elétrico aplicado, e da permeabilidade, sua resposta a um campo magnético aplicado (para um relato sobre a demonstração de materiais com índice negativo, veja Boletim PNU n° 476, matéria n°1).
D([“mb”,”limitation of electromagnetic cloaking, he says, is that it requires\u003cbr /\u003eportions of the wave to move faster than the speed of light (in full\u003cbr /\u003eaccordance with special relativity); this can be done for very\u003cbr /\u003elimited frequency ranges but not for wider ranges, limiting the\u003cbr /\u003eapplicability of optical cloaking. \u0026nbsp;This limitation does not apply\u003cbr /\u003eto sound waves moving through matter. \u0026nbsp;Furthermore, the acoustic\u003cbr /\u003eproperties of most materials means that sound waves might not be\u003cbr /\u003eabsorbed as readily in acoustic cloaking as light waves are absorbed\u003cbr /\u003ein optical cloaking (in which case the cloaking would be something\u003cbr /\u003eless than perfect). \u0026nbsp;Applications of acoustic cloaking come easily\u003cbr /\u003eto mind:\u003cbr /\u003ehiding submarines from sonar, for example. \u0026nbsp;Another potential\u003cbr /\u003epractical application might be in architecture, where acoustic\u003cbr /\u003econsiderations (reducing noise) might not have to be sacrificed in\u003cbr /\u003ethe interest of structural integrity. \u0026nbsp;Among Cummer*s collaborators\u003cbr /\u003eare David Smith of Duke (one of the early pioneers in the field of\u003cbr /\u003enegative-index materials) and John Pendry of Imperial College (the\u003cbr /\u003eearly theorist of negative-index studies). \u0026nbsp;(Cummer et al., Physical\u003cbr /\u003eReview Letters, 11 January 2008; \u0026nbsp;considered an editor*s Suggested\u003cbr /\u003earticle in PRL)\u003cbr /\u003e\u003cbr /\u003e***********\u003cbr /\u003ePHYSICS NEWS UPDATE is a digest of physics news items arising\u003cbr /\u003efrom physics meetings, physics journals, newspapers and\u003cbr /\u003emagazines, and other news sources. \u0026nbsp;It is provided free of charge\u003cbr /\u003eas a way of broadly disseminating information about physics and\u003cbr /\u003ephysicists. For that reason, you are free to post it, if you like,\u003cbr /\u003ewhere others can read it, providing only that you credit AIP.\u003cbr /\u003ePhysics News Update appears approximately once a week.\u003cbr /\u003e\u003cbr /\u003eAUTO-SUBSCRIPTION OR DELETION: By using the expression\u003cbr /\u003e\u0026quot;subscribe physnews\u0026quot; in your e-mail message, you\u003cbr /\u003ewill have automatically added the address from which your\u003cbr /\u003emessage was sent to the distribution list for Physics News Update.\u003cbr /\u003eIf you use the \u0026quot;signoff physnews\u0026quot; expression in your e-mail message,\u003cbr /\u003ethe address in your message header will be deleted from the\u003cbr /\u003edistribution list. \u0026nbsp;Please send your message to:\u003cbr /\u003e\u003ca onclick\u003d\”return top.js.OpenExtLink(window,event,this)\” href\u003d\”mailto:listserv@listserv.aip.org\”\u003elistserv@listserv.aip.org\u003c/a\u003e\u003cbr /\u003e(Leave the \u0026quot;Subject:\u0026quot; line blank.)\u003cbr /\u003e\u003cbr /\u003e\u003c/div\u003e”,0] ); //–>Os equivalentes acústicos desses dois parâmetros são a densidade de massa e a compressibilidade (a resiliência) do fluido ambiente (usualmente ar ou água) no qual o objeto se encontra. Cummer diz que, a curto prazo, o ocultamento acústico pode ser mais prático do que o ocultamento óptico. Uma das limitações do ocultamento eletromagnético, declara ele, é que requer que partes da onda se movam mais rápido do que a velocidade da luz (em total concordância com a Relatividade Restrita); isto pode ser feito com amplitudes de freqüência muito limitadas, porém não para amplitudes maiores, o que limita a aplicabilidade do ocultamento óptico. Esta limitação não se aplica a ondas de som que se propagam pela matéria. Além disto, as propriedades acústicas da maior parte dos materiais significam que ondas de som podem não ser absorvidas tão prontamente como o são as ondas de luz no ocultamento óptico (caso no qual o ocultamento óptico seria menos do que perfeito).
As aplicações do ocultamento acústico vêm à mente facilmente: esconder submarinos do sonar, por exemplo. Outra aplicação prática potencial pode ser na arquitetura, onde considerações sobre a acústica (redução de ruídos) não precisarão ser sacrificados em favor da integridade estrutural. Entre os colaboradores de Cummer estão David Smith da Duke (um dos primeiros pioneiros no campo de materiais com índices negativos) e John Pendry do Imperial College (o teórico inicial dos estudos sobre índices negativos). (Cummer et al., Physical Review Letters, 11 de janeiro de 2008;
este é outro dos artigos em destaque pelos editores da PRL)


********************
PHYSICS NEWS UPDATE é um resumo de notícias sobre física que aparecem em convenções de física, publicações de física e outras fontes de notícias. É fornecida de graça, como um meio de disseminar informações acerca da física e dos físicos. Por isso, sinta-se à vontade para publicá-la, se quiser, onde outros possam ler, desde que conceda o crédito ao AIP (American Institute of Physics = Instituto Americano de Física). O boletim Physics News Update é publicado, mais ou menos, uma vez por semana.
**************
Como divulgado no numero anterior, este boletim é traduzido por um curioso, com um domínio apenas razoável de inglês e menos ainda de física. Correções são bem-vindas.

Physics News Update nº 852

O Boletim de Notícias da Física do Instituto Americano de Física, número 852, de 3 de janeiro de 2008 por Phillip F. Schewe e Jason S. Bardi.
PHYSICS NEWS UPDATE
AMEBAS ANTECIPAM MUDANÇAS CLIMÁTICAS.
Uma nova experiência mostra que amebas diminuem sua movimentação em sincronia com mudanças adversas periódicas no ambiente e irão, como se antecipando um evento, diminuir o movimento até quando as condições adversas não ocorrerem.
Uma equipe de cientistas da Universidade de Hokkaido e dos Laboratórios de Engenharia de Ondas ATR, no Japão, cultivaram Micetozoários Physarum Polycephalum (um membro do clan das amebas) em uma camada de flocos de aveia em lagar. A cada dez minutos o ar era tornado ligeiramente mais frio e mais seco, o que resultava na diminuição da movimentação das amebas por um caminho estreito. Então, as melhores condições do ar eram restauradas e a movimentação retornava ao que era antes. Depois de vários ciclos, as amebas reduziam a movimentação mesmo quando as condições adversas não se materializavam.
Posteriormente, quando os organismos já tinham sido tapeados em antecipar mudanças climáticas iminentes várias vezes, elas deixavam de reduzir a movimentação sem uma verdadeira mudança nas condições. Um dos pesquisadores, Toshiyuki Nakagaki de Hokkaido, alerta para o fato de que amebas não possuem cérebros e isso não é um exemplo do clássico comportamento de “reflexo condicionado” Pavloviano.
Não obstante, isto pode indicar um maior indício de de uma sensibilidade primitiva ou “inteligência” baseada no comportamento dinâmico das estruturas tubulares desdobradas pela ameba. (Saigusa et al., Physical Review Letters, 11 de janeiro de 2008)
DEMOLINDO VÍRUS
Um novo estudo está tentando estabelecer os modos intrínsecos de vibração dos capsídeos — as cascas de proteínas das partículas de vírus que embalam seu material genético — com vistas a rompê-los e, desta forma, matar os vírus patogênicos. Se as freqüências de ressonância dos capsídeos puderem ser estabelecidas, então será possível que ondas de luz ou som possam ser usadas para romper os capsídeos da forma com que alegadamente o cantor de ópera Enrico Caruso estilhaçava copos de vinho, sustentando uma nota na exata freqüência de ressonância do vidro.
Esta abordagem de ataque aos vírus é uma alternativa a tratá-los com substâncias químicas, que não são sempre eficazes; além disto, as substâncias químicas podem causar danos a células sadias, ou os vírus podem passar por mutações e vencer as defesas químicas. Daí a importância de desfazer os vírus com processos mecânicos.
Eric Dykeman e Otto Sankey, físicos da Arizona State University, estão modelando vibrações de capsídeos a nível atômico para comparar com as experiências que estão sendo realizadas por K.T. Tsen na ASU, nas quais pulsos laser de picossegundos são defletidos por capsídeos. Os capsídeos que são feitos em sua maior parte de complexos aglomerados de proteínas, tipicamente absorvem algo da luz laser, um processo que os faz vibrar. O resto do feixe laser, com sua energia algo diminuída, terá sua freqüência diminuída. Isto permite que os observadores deduzam a freqüência de ressonância dos capsídeos. Induzindo o pulso laser de curta duração de modos diferentes, todo um catálogo de freqüências de ressonância pode ser obtido.
Sankey diz que as simulações realizadas até agora, sugerem que as freqüências de ressonância para seu vírus escolhido, o vírus satélite de necrose de tabaco (ver aqui a animação da vibração), estão nas vizinhanças de 60 a 90 GHz. (Dykeman e Sankey, Physical Review Letters, artigo em publicação)
********************
PHYSICS NEWS UPDATE é um resumo de notícias sobre física que aparecem em convenções de física, publicações de física e outras fontes de notícias. É fornecida de graça, como um meio de disseminar informações acerca da física e dos físicos. Por isso, sinta-se à vontade para publicá-la, se quiser, onde outros possam ler, desde que conceda o crédito ao AIP (American Institute of Physics = Instituto Americano de Física). O boletim Physics News Update é publicado, mais ou menos, uma vez por semana.
**************
Como divulgado no numero anterior, este boletim é traduzido por um curioso, com um domínio apenas razoável de inglês e menos ainda de física. Correções são bem-vindas.

O Paradoxo do Celeiro e da Lança

Eu já traduzi o “Crackpot Index” do John Baez. Agora me deu na telha traduzir o “The Barn and The Pole”.
Atualizado em 1997 por PEG.
Atualizado em 1992 por SIC.
Original de Robert Firth.
Um Paradoxo da Relatividade Restrita: O Celeiro e a Lança
Estes são os materiais. Você possui um celeiro, com 40m de comprimento, com portas automáticas em ambas as extremidades, que podem ser abertas e fechadas simultaneamente por um comutador. Você também tem uma lança, com comprimento de 80m, que, é claro, não cabe dentro do celeiro.
Agora, alguém pega a lança e tenta passar correndo (quase à velocidade da luz) através do celeiro com a lança na horizontal. A Relatividade Restrita (RR) diz que um objeto em movimento se contrai na direção do movimento: isso se chama a Contração de Lorentz. Assim, se a lança é posta em movimento no sentido de seu comprimento, ela vai se contrair no referencial de um observador estacionário.
Você é o observador, sentado no telhado do celeiro. Você vê a lança vindo em sua direção e ela se contraiu para um pouco menos do que 40m, em seu referencial. (Ela realmente parece mais curta para você? Veja em Can You See the Lorentz-Fitzgerald Contraction? a surpreendente resposta. Mas, de qualquer forma, você iria medir seu comprimento como menos de 40m.)
Assim, quando a lança passar através do celeiro, vai haver um instante em que ela fica inteiramente dentro do celeiro. Neste instante, você fecha ambas as portas simultaneamente, com seu comutador. É claro, você as abre novamente, bem rapidinho, mas, ao menos momentaneamente, você ficou com a lança contraída fechada dentro de seu celeiro. A corredora emerge da porta de trás sem um arranhão.
Porém, considere o problema do ponto de vista da corredora. Ela vai observar a lança como estando estacionária e o celeiro se aproximando em alta velocidade. Neste referencial, a lança ainda mede 80m, e o celeiro tem menos de 20m de comprimento. Certamente a corredora estará com problemas se as portas fecharem quando ela estiver lá dentro. A lança certamente vai ficar presa.
Bom, afinal, a lança fica presa na porta ou não? Você não pode ter ambas as respostas. Este é o chamado “Paradoxo Celeiro-Lança”. A resposta está enterrada no uso errado do termo “simultaneamente” na primeira sentença da estória. Na RR, os eventos separados no espaço que parecem simultâneos em um referencial, não precisam parecer simultâneos em outro referencial. As portas que se fecham são dois eventos separados.
A RR explica que as duas portas jamais ficam fechadas ao mesmo tempo no referencial da corredora. De forma que sempre há espaço para a lança. De fato, a transformada de Lorentz para o tempo é
t’=(t-v*x/c2)/sqrt(1-v2/c2)
É o termo v*x no numerador que causa o problema aqui. No referencial da corredora, o evento mais distante (com um valor de x maior) acontece mais cedo. A porta mais distante se fecha primeiro. Ela se abre antes dela chegar lá e a porta mais próxima se fecha atrás dela. Salva novamente — de qualquer modo que você veja a coisa, conquanto que você se lembre que a simultaneidade não é uma constante na física.
E se as portas ficarem fechadas?
Se as portas forem mantidas fechadas, a lança obviamente vai se esmagar na porta do celeiro em uma das extremidades. Se a porta aguentar a ponta da frente da lança, esta ponta da lança vai entrar em repouso no referencial do observador estacionário. Não pode haver uma coisa tal como uma lança rígida na Relatividade, de forma que a ponta de trás não vai parar imediatamente e a lança vai ser comprimida além da Contração de Lorentz. Se alnça não explodir sob a pressão e for suficientemente elástica, ela vai entrar em repouso e começar a voltar a seu formato original, mas, como ela é grande demais para o celeiro, a outra extremidade vai bater na porta que ficou atrás e a lança vai ficar presa em um estado comprimido dentro do celeiro.
Referências: Spacetime Physics de Taylor e Wheeler é o clássico. As Lectures de Feynman, também são interessantes.

###

Nota tardia do tradutor: eu tinha traduzido “Special Relativity” por “Relatividade Especial”, mas modifiquei para “Relatividade Restrita” porque é como eu vejo a maior parte das referências a ela.

Lá, como cá…

A gente reclama (e com razão) da violência no Brasil e dos péssimos serviços públicos. Por isso, eu adoro encontrar esse tipo de notícia nos jornais estrangeiros… Faz o tupiniquim se sentir um pouco menos selvagem.
No The New York Times:
Uma segunda menina é ferida por bala perdida
“Pela segunda vez em menos de 12 horas, uma menina é atingida por uma bala perdida na Cidade de Nova York. (…) Às 3:50 a menina estava voltando a pé, acompanhada por parentes, da casa de uma amiga, quando começou um tiroteio na esquina da Terceira Avenida com a Rua 116. (…)” (As duas meninas foram feridas de raspão e passam bem…)
No The Guardian:
Raiva contra os trens: Milhares ficam sem transporte, enquanto o preço das passagens sobe
“(…) A interrupção [dos serviços] – que vai afetar cerca de 150.000 passageiros na Inglaterra – acontece logo quando os preços das passagens, com grande impacto na inflação, sobem. (…) O preço das passagens [ferroviárias] sobe 11% hoje – mais do que o dobro da taxa de inflação.” (O jornal comenta que é provável a ocorrência de distúrbios civis provocados pela má qualidade e o aumento dos preços, ainda nessa quinzena).
No Le Figaro:
Mais de 40.000 automóveis queimados no ano passado
“(…) Imperturbável, o Ministro do Interior declarou que este foi um Reveillon “relativamente calmo”. Oficialmente, o número de carros incendiados na passagem do ano diminuiu, de 397 para 372. (…)


Na legenda da foto: “Com quarenta carros destruídos, Nantes detém o recorde de incêndios criminosos na noite do Reveillon
Contraditoriamente, a notícia declara em outra parte: “Na Região Parisiense, 102 carros foram incendiados na noite de São Silvestre”.
O mais interessante é que, logo no início, a notícia esclarece que os incidentes do Reveillon não estão contabilizados em 2007. Só serão considerados nas estatísticas de 2008… Já começaram bem, ao que parece…

A “evolução” da espécie humana

Traduzo, abaixo, uma notícia veiculada pelo EurekAlert, que vem se somar a duas outras divulgadas pelo Daniel no seu “What’s interesting this week” de 16 de dezembro (“Culture speeds up Human Evolution” do Sientific American, e “Modern times causing human evolution to accelerate“, do NewScientist). Eu peço especial atenção porque é uma constatação do óbvio, mas que pode ter profundas implicações – e do tipo desastroso – sobre as relações humanas.

University of Utah
Estão os seres humanos evoluindo mais depressa?
Descobertas sugerem que estamos nos tornando mais diferentes, não iguais
Pesquisadores descobriram indícios genéticos de que a evolução do ser humano está se acelerando – e não que tenha se detido ou prosseguido em um ritmo constante, como se pensava – o que indica que os seres humanos nos diferentes continentes estão se tornando cada vez mais diferentes.
“Nós empregamos uma nova tecnologia genômica para mostrar que os humanos estão evoluindo rapidamente e que o ritmo da mudança se acelerou nos últimos 40.000 anos, especialmente desde o fim da Era Glacial, a aproximadamente 10.000 anos atrás”, afirma o pesquisador chefe Henry Harpending, um distinto professor de antropologia na Universidade de Utah.
Harpending diz que existem implicações instigantes a partir do estudo, publicado online na 2ª feira 10 de dezembro no jornal Proceedings of the National Academy of Sciences:
— “Nós não somos o mesmo povo de 1.000 ou 2.000 anos atrás”, diz ele, o que pode explicar, por exemplo, parte da diferença entre os guerreiros invasores Vikings e seus pacíficos descendentes suecos. “ O dogma é que isso resulta de flutuações culturais, porém quase todas as características de temperamento que se examina, estão sob forte influência genética”.
— “As raças humanas estão se desenvolvendo em rumos que se afastam” diz Harpending. “ Os genes estão evoluindo rapidamente na Europa, Ásia e África, porém todos eles são peculiares a seu continente de origem. Nós estamos ficando menos parcidos, não nos miscigenando em uma única Humanidade mestiça”. Ele afirma que isto está acontecendo porque os seres humanos se dispersaram da África para outras regiões a 40.000 anos atrás, “ e, desde então, não tem havido muita troca de genes entre as regiões”.
“Nossos estudos negam a crença amplamente difundida de que os modernos seres humanos [estes que adotaram largamente ferramentas e artes avançadas] que apareceram a 40.000 anos atrás, não mudaram desde então e que nós somos ainda os mesmos. Nós demonstramos que os seres humanos estão mudando relativamente rápido em uma escala de séculos a milênios e que estas mudanças são diferentes em diferentes grupos continentais”.
O aumento da população humana de milhões para bilhões nos últimos 10.000 anos acelerou o ritmo de evolução porque “nós estamos em novos ambientes aos quais precisamos nos adaptar”, adicona Harpending. “E, com uma população maior, ocorreram mais mutações”.
O co-autor do estudo, Gregory M. Cochran, diz: “A história parece cada vez mais com uma novela de ficção científica na qual os mutantes surgem repetidamente e tomam o lugar dos humanos normais –algumas vezes pacificamente, sobrevivendo melhor a fomes e doenças, e outras vezes como uma horda de conquistadores. E nós somos estes mutantes”.
Harpending conduziu o estudo com Cochran, um médico do Novo México, auto-didata em biologia evolucionária e professor adjunto de biologia evolucionária na Universidade de Utah; o antropologista John Hawks, um antigo pesquisador pós-doutoral de Utah, agora na Universidade de Wisconsin, Madison; o geneticista Eric Wang da Affymetrix, Inc. em Santa Clara, Califórnia; e o bioquímico Robert Moyzis da Universidade da California, Irvine.

Não se trata de justificativa para discriminação

O novo estudo vem dos mesmos cientistas da Universidade de Utah – Harpending e Cochran – que criaram um “frisson” em 2005, quando publicaram um estudo que argumentava que a inteligência acima da média dos Judeus Ashkenazi – os de ascendência Norte Européia – resultava da seleção natural na Europa medieval, quando eles foram empurrados para profissões tais como financistas, mercadores, gerentes e coletores de impostos. Os mais inteligentes prosperavam, se tornavam ricos e tinham famílias maiores para transmitir seus genes. Entretanto, essa inteligência também era associada a doenças genéticas tais como as síndromes de Tay-Sachs e de Gaucher em judeus.
Aquele estudo e outros que lidavam com diferenças genéticas entre seres humanos – cujo DNA é mais de 99% idêntico – gerou receios de que tais pesquisas solapassem o princípio da igualdade humana e justificar racismos e discriminação. Outros críticos questionavama qualidade científica e argumentavam que a cultura tem um papel maior do que a genética.
Harpending diz que as diferenças genéticas entre as diversas populações humanas “não podem ser usadas para jsutificar discriminação. Os direitos na Constituição não são baseados na total igualdade. As pessoas têm direitos e devem ter oportunidades qualquer que seja seu grupo”.

Analisando os SNPs da aceleração evolucionária

Os estudo procurou por indícios genéticos de seleção natural – as evolução das mutações favoráveis dos genes – durante os últimos 80.000 anos, analizando o DNA de 270 indivíduos no International HapMap Project, um esforço para identificar variações nos genes humanos que causam doenças e servem como alvos para novos medicamentos.
O novo estudo procurou especificamente pelas variações genéticas chamadas “polimorfismo de nucleotídeo simples”, (conhecido pela sigla em inglês de “single nucleotide polymorphisms,” SNPs [pronounciado como “snips”]) que são mutações puntuais em cromossomos que estão se disseminando por uma significativa parte da população.
Imagine um passeio ao longo de dois cromossomos – o mesmo cromossomo de duas pessoas diferentes. Cromossomos são feitos de DNA, uma estrutura em forma de escada espiral, na qual cada degrau é feito de um “par básico” de amino ácidos, G-C, ou A-T. Harpending diz que no entorno de cerca de cada 1.000 pares básicos, haverá uma diferença entre os dois cromossomos. Isto é conhecido como um SNP.
Os dados examinados no estudo incluiam 3,9 milhões de SNPs de 270 pessoas em quatro populações: Chineses Han, Japoneses, Yorubas Africanos e Norte-Europeus, representados grandmente por dados dos Mórmons do Utah, diz Harpending.
Com o tempo, os cromossomos se quebram e se recombinam, aleatoriamente, criando novas versões ou variantes do cromossomo. “Se aparecer uma mutação favorável, então o número de cópias deste cromossomo aumenta rapideamente” na população porque as pesssoas com esta mutação têm mais chances de sobreviver e se reproduzir, diz Harpending.
“E se isto aumenta rapidamente, se torna comum em uma população em um curto prazo”, acrescenta.
Os pesquisadores tiraram vantagem disso para determinar se os genes nos cromossomos tinham evoluído recentemente. Os humanos têm 23 pares de cromossomos, com cada pai/mãe passando uma cópia de cada um dos 23. Se o mesmo cromossomo de vários indivíduos tiver um segmento com um padrão idêntico de SNPs, isto é um indício de que este segmento do cromossomo não se quebrou e recombinou recentemente.
Isso significa que um gene neste segmento de cromossomo deve ter evoluído recentemente e rápido; se tivesse evoluído a muito tempo, o cromossomo teria quebrado e recombinado.
Harpending e seus colegas usaram um computador para examinar os dados à procura de segmentos de cromossomos que tivessem padrões idênticos de SNP e, assim, não tivessem quebrado e recombinado, o que significa que eles teriam evoluído recentemente. Eles também calcularam o quão recentemente os genes tinham evoluído.
Uma descoberta chave: 7% dos genes humanos estão passando por uma evolução rápida e recente.
Os pesquisadores construíram um caso em em que a evolução humana tivesse acelerado para comparar os dados com o que deveriam ser os dados se a evolução humana tivesse sido cosntante:

  • O estudo descobriu que existe muito mais diversidade genética nos SNPs do que seria de se esperar se a evolução humana tivesse permanecido constante.
  • Se o ritmo no qual os genes estão evoluindo nos Africanos fosse extrapolado para 6 milhões de anos atrás, quando os humanos e os chimpanzés se separaram, a diferença entre os chimpanzés modernos e os humanos modernos teria que ser 160 vezes maior do que realmente é. Portanto o ritmo da evolução dos Africanos representa uma aceleração recente na evolução.
  • Se a evolução tivesse sido rápida e constante por um longo tempo, deveria haver muitos genes recentemente evoluídos que teriam se espalhado por todos. No entanto, o estudo revelou que vários genes ainda estão se tornando mais freqüentes na população, indicando uma recente aceleração evolucionária.

A seguir, os pesquisadores examinaram a história do tamanho da população humana em cada continente. Eles descobriram que os padrões de mutação observados nos dados dos genomas eram consistentes com a hipótese de que a evolução é mais rápida em populações maiores.

Mudança Evolucionária e História Humana: Vai um leite aí?

“O rápido crescimento da população tem correspondido a vastas mudanças nas culturas e na ecologia, que criam novas oportunidades de adaptação”, declara o estudo. “Os últimos 10.000 anos testemunharam uma rápida evolução nos esqueletos e na dentição das populações humanas, bem como o aparecimento de várias novas respostas genéticas a dietas e doenças”.
Os pesquisadores notam que as migrações humanas para os novos ambientes Eurasianos, criaram pressões seletivas que favoreceram uma menor pigmentação da pele (de forma a poder absorver mais luz solar pela pele para criar vitamina D), adaptação a climas frios e mudanças na dieta.
Porque a população humana cresceu de vários milhões, no final da Era Glacial, até os 6 bilhões atuais, mais genes favoráveis emergiram e a evolução acelerou, tanto em escala global, como nos grupos continentais de pessoas, diz Harpending.
“Temos que entender as mudanças genéticas para poder compreender a história”, ele acrescenta.
Por exemplo, na China e na maior parte da África, poucas pessoas podem digerir leite fresco quando se tornam adultas. No entanto, na Suécia e na Dinamarca, o gene que produz a enzima que digere a lactose permanece ativa, de forma que “quase todos podem beber leite fresco”, o que explica porque os laticínios são mais comuns na Europa do que no Mediterrâneo e na África, diz Harpending.
Ele agora está estudando se a mutação que permitiu a tolerância à lactose estimulou algumas das grandes expansões de população da história, inclusive quando os povos de idioma indo-europeu partiram do Noroeste da Índia e da Ásia Central, através da Pérsia e através da Europa, entre 4.000 e 5.000 anos atrás. Ele suspeita que o consumo de leite deu aos Indo-Europeus, tolerantes à lactose, mais energia, permitindo que eles conquistassem uma grande área.
Mas Harpending acredita que a aceleração da evolução humana “é um estado de coisas temporário, por causa dos novos ambientes desde a dispersão dos humanos modernos, a 40.000 anos, e especialmente após a invenção da agricultura a 12.000 anos atrás. Isto modificou nossa dieta e mudou nossos sistemas sociais. Se pegassem caçadores-coletores e, subitamente, lhes dessem uma dieta a base de milho, eles ficariam diabéticos com freqüência. Nós ainda estamos nos adaptando a isso. Vários novos genes que se observa estarem se disseminando pela população, estão envolvidos com nos auxiliar a prosperar com uma dieta rica em carboidratos”.

###

Uma curiosa mistura de fatos históricos, científicos e “achismos”… Eu cá, um pouco menos auto-didata em genética do que o Dr. Cochrane, fico em dúvida se pelo menos metade desta argumentação não é do tipo “o focinho que causa o rabo”.
Tomemos o exemplo, tão bem explorado, da tolerância à lactose. É claro que o pastoreio em regiões montanhosas, onde a agricultura é quase impossível e a caça é extremamente arriscada, é uma vantagem para a sobrevivência. Eu gostaria de ter alguns dados sobre essa característica entre nepaleses e tibetanos, por exemplo… Ou entre os Watusi e os Bantus…
Outro ponto que passa “batido” nessa pesquisa são os grupos de mestiços. Quais seriam os resultados da população afro-descendente no Brasil, por exemplo, onde os negróides são extremamente miscigenados com caucasóides?
Que mutações apresentam, por outro lado, os Afrikaans e os Australianos não-aborígenes? E – que me perdoe o eminente pesquisador – mas usar os Mórmons do Utah como representantes dos caucasóides é brincadeira!… Os Mórmons são extremamente endógenos; por que eles não estudaram os Amishes de uma vez?…
E o parágrafo sobre “não justifica discriminação” é perfeitamente dispensável… Não há Lei ou Decreto que torne um negróide em caucasóide: a bendita Constituição pode dizer o que quiser, mas a anemia falciforme vai atacar mais os povos oriundos de regiões onde abunda a malária – lá, isso é uma característica favorável!…
E essa dos Ashkenazi terem “um QI superior” por conta de sua tradição mercantil é a piada do milênio!… E os Ashkenazi que eram ourives e cortadores de gemas?… Têm maiores habilidades manuais e um QI mais baixo?… Ou “isso não conta; varre para debaixo do tapete!…”
O mais curioso é que esta “pesquisa” vem na esteira daquela “cincada” do eminente Dr. Watson

Sobre ScienceBlogs Brasil | Anuncie com ScienceBlogs Brasil | Política de Privacidade | Termos e Condições | Contato


ScienceBlogs por Seed Media Group. Group. ©2006-2011 Seed Media Group LLC. Todos direitos garantidos.


Páginas da Seed Media Group Seed Media Group | ScienceBlogs | SEEDMAGAZINE.COM