O Brasil e o combate à AIDS

De vez em quando é bom ver uma notícia que fala bem de alguma política do go­ver­no do Brasil, notadamente quando é veiculada pelo EurekAlert. Esse é o caso desta notícia, divulgada pela Universidade Brown: “Brazil Proves Developing Coun­­tries Can Use Generic Medicines To Fight HIV/AIDS Epidemic”. É isso mes­mo: “O Brasil prova que países em desenvolvimento podem usar medicamentos genéricos para combater a epidemia de HIV/AIDS”.

O Brasil pressionou as companhias farmacêuticas a baixarem seus preços e começou a produzir medicamentos contra a AIDS em fábricas públicas, como nesta linha de produção na Farmanguinhos.

O estudo, que te­ve como autora principal a Dra. Amy Nunn, pro­fes­­sora as­­­sistente de pesquisa em me­­dicina da Es- co­­­­la de Medicina Warren Al­pert  da Uni­ver­sidade Brown, será publicada na edição de julho/agosto de Health Affairs e tem como co-autores Fran­cisco Bastos, da Funda­ção Oswaldo Cruz, Elize da Fonseca, da Univer­sidade de Edinburgo na Escócia, e, como autora sênior, Sofia Gruskin, pro­fessora associada de saúde e direitos humanos na Escola de Saúde Pública da Universidade Harvard em Boston (onde começou a pesquisa).

O estudo enfatiza que o sucesso no combate a AIDS começa pela batalha do governo brasileiro pela produção de medicamentos genéricos, contrariando os interesses da grande indústria farmacêutica internacional, e pelas campanhas de informação do público, especialmente os dos chamados “grupos de risco”.

Segundo a notícia, “O exemplo [do governo brasileiro] motivou vastas mudanças nas políticas de saúde pública globais e de ajuda externa relacionada com a saúde global, tendo as ações do Brasil dado o exemplo de como tornar as políticas [de combate à epidemia] de HIV/AIDS mais eficazes”.

A professora Gruskin disse que “o Brasil também foi ponta de lança para importantes mudanças referentes à saúde global, políticas de comércio e proteção internacional dos direitos humanos referentes a medicamentos, e que o país forçou a haver uma maior transparência nos preços globais dos medi­ca­mentos”.

Como exemplo dessas mudanças: desde 2003, os Estados Unidos e outros países desenvolvidos que tinham se oposto às políticas do Brasil, investiram bilhões de dólares anualmente no fornecimento de medicamentos genéricos contra a AIDS para a população dos países em desenvolvimento.


Gripe suína H1N1: algumas dicas

Eu tentei me manter afastado do assunto, uma vez que não sou médico, nem biólogo, muito me­­nos versado em saúde pública. Mas, na qualidade de cidadão interessado — e preocupado, já que não sou diferente de ninguém — e como tenho acompanhado tanto o noticiário na grande mídia, como fontes mais – digamos – “especializadas” (blogs de ciências e noticiário direto do Centers for Disease Control and Prevention = CDC), me sinto no direito de dar meus palpites so­bre essa ameaça de pandemia.

Essa gripe vai chegar ao Brasil?

Provavelmente, sim! Aliás, eu me arriscaria a dizer que “com certeza, sim!” Vigiar portos e aeroportos é muito bom e uma providência indispensável. Mas não é suficiente… O Brasil tem uma enorme (e pouquíssimo vigiada) “fronteira seca” com todos os países hispâ­nicos da América do Sul, à excessão de Chile e Equador. Por mais que se vigie os portos e areoportos, mais cedo ou mais tarde essa epidemia acaba entrando pelo interior de um des­ses países que, sem demérito implícito algum, têm muito menos recursos de saúde pública que o Brasil.

O governo pode tomar alguma providência para impedir?

Claro que não! Os Estados Unidos não puderam evitar que cruzasse a fornteira do Rio Grande, muito menos o governo brasileiro poderá evitar…

Já que não dá para impedir, dá para reduzir os efeitos?

Dar, dá… E, pelo que eu vejo, as providências cabíveis já estão sendo tomadas. O mai­or problema é que os dados disponíveis sobre a doença ainda são poucos, e as tais “provi­dências cabíveis” são muito genéricas: vigiar portos e aeroportos, isolar casos suspeitos, au­mentar os estoques de medicação, mobilizar os recursos da saúde pública, entre outras.

E essas providências serão suficientes?

A resposta mais honesta é: “Ninguém sabe!” Na verdade, sempre que há uma pandemia, depois que ela passa, fica muito fácil descobrir o que poderia ter sido feito, mas não foi… A julgar pelos dados mais recentes, a situação parece sob controle. Desde que o alerta foi emitido, o mundo registrou vários casos isolados em (até agora) 17 países. O lugar onde apareceu o maior número de infectados foi em Nova York, com 50 casos registrados e ne­nhuma morte até agora.

Os dados iniciais vindos do México — que falam de óbitos de 1 em cada 10 casos — ainda não estão confirmados oficialmente. Isso quer dizer que podem estar acontecendo três coi­sas, isoladamente ou em conjunto:

1. Nem todos os casos de gripe H1N1 no México foram registrados. Pode ter havido um nú­mero bem maior de casos (o governo mexicano só informou oficialmente à OMS 26 casos com 7 mortes). Os jornais falam de milhares de casos e dezenas de mortes.

2. A população atingida no México pode ser mais vulnerável do que a média mundial. É um dado que, se for verdadeiro, vai demorar muito para aparecer, se é que um dia vai…

3. A contaminação direta, dos porcos para as pessoas, é muito mais letal do que aquela de pessoa para pessoa. Antes que alguém pense que eu pirei, é só lembrar do vírus H5N1  avi­á­rio: mortal quando transmitido das aves para as pessoas, mas nem chegou a se tornar transmissível de pessoa a pessoa; faltou uma mutação… Talvez a mutação que torna esse H1N1 transmissível de pessoa a pessoa, enfraqueça o vírus de alguma forma.

Mas esse vírus não é igual ao da “Gripe Espanhola”?

Não! Ele é do mesmo tipo, H1N1, mas não é o mesmo. Este atual parece ser um cruza­mento de duas espécies “suínas”, mais uma “aviária”, parentes da “Espanhola”. E é sem­pre bom lembrar: não estamos mais no primeiro quartel do século XX — os recursos de saú­de pública são muito melhores agora, inclusive e principalmente a comunicação! Tanto que a OMS emitiu uma alerta fase 5, antes que a gripe matasse alguém fora do México!

Que providências cada brasileiro deve tomar agora para se proteger?

Em primeiro lugar, não vá ao México! Se for possível, evite qualquer outro país onde foi relatado um caso. Mas se lembre que, por exemplo, foram relatados dois casos em Israel. E, se você tiver que ir a Israel, corre muito mais risco de ser detonado por um homem-bom­ba do que de pegar a gripe suína… Então, nada de frescura!

No caso de (ou seja: quando) a gripe chegar ao Brasil, com força de epidemia (é sempre bom lembrar), as precauções são as mesmas para qualquer gripe… Desta vez, as precau­ções vão ser mais levadas a sério, por conta da gravidade das consequências.

Não enriqueça desnecessariamente o dono da farmácia! Não saia comprando um lote de Tamiflu (“que nada!… Esse aqui é muito melhor e sai pela metade do preço!” — e tome um encalhe!…), não faça um estoque de máscaras, daquelas “de hospital”, nem se tranque em casa com medo. Se a situação ficar realmente grave, o governo vai divulgar as providên­cias que devem ser tomadas. (para os que “não confiam no governo”: “eles” são quem mais sofre — no bolso! — os efeitos de uma pandemia).

E se lembre: quando for para entrar em pânico, pode deixar que eu aviso! (A internet funciona de qualquer lugar do mundo… só que o vírus também…)

Atualizando em 1 de maio:

O Ministro da Saúde concorda comigo em duas coisas: a gripe vai chegar ao Brasil; e que é besteira sair fazendo estoques de medicamentos e máscaras (essas máscaras vendidas na farmácia não protegem você: protegem os outros de seus perdigotos…) Vide notícia do G-1: Temporão diz que chegada de vírus é inevitável, mas sem motivo para pânico.

“Por Dentro da Ciência” do Instituto Americano de Física (05/12/08)

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5 de dezembro de 2008

Um Diagnóstico de AVC mais Rápido Ajuda os Médicos a Ajudarem os Pacientes

Pesquisa Clínica Demonstra que um Tomógrafo Computadorizado (TC) Portátil no Pronto Socorro Torna o Diagnóstico Mais Rápido

Por Jason Socrates Bardi
Colaborador do ISNS

Chicago, Illinois, EUA – Médicos de Massachusetts relatam, nesta semana, uma maneira de auxiliar pessoas vítimas de AVC (Acidente Vascular Cerebral), a terceira maior causa de óbitos nos EUA. Em um estudo apresentado na maior conferência médica do mundo, os médicos mostram que ter um TC portátil disponível no Pronto Socorro pode auxiliar a acelerar o diagnóstico e permitir o melhor tratamento possível para pessoas vítimas de AVCs.

O diagnóstico rápido pode ajudar as pessoas a se recuperarem de AVCs, segundo os médicos, porque aumenta a oportunidade de que elas sejam eligíveis para o tratamento com o medicamento t-PA, o único medicamento aprovado pela U.S. Food and Drug Administration (FDA) para AVCs.

A droga pode aumentar enormemente a capacidade de recuperação de um paciente com AVC, porém sua eficácia diminui rapidamente em um curto lapso de tempo. Um teste clínico, realizado em 2004 pela instituição National Institutes of Health descobriu que as pessoas tratadas com t-PA nos primeiros 90 minutos após a ocorrência do AVC mostravam a maior melhora, mas o mesmo estudo descobriu que não havia benefício obtido com o mesmo tratamento depois de várias horas. Os protocolos clínicos vigentes recomendam a administração de t-PA somente em um intervalo máximo de 180 minutos da ocorrência do AVC.

“O tempo é essencial”, declara David Weinreb, cujo relatório apresentado no encontro da Sociedade Radiológica da América do Norte (RSNA), nesta semana em Chicago, mostra uma maneira potencial de acelerar as coisas.

Um dos principais gargalos é o fato de que o t-PA não pode ser administrado a alguém antes que seja feito um diagnóstico por meio de TC. TC, ou tomografia computadorizada, é uma técnica comum que emprega Raios-X para imagear em camadas o cérebro. Os médicos podem usar as imagens para dar um diagnóstico definitivo de um AVC e de sua causa.

A causa de um AVC é uma peça de informação crucial porque nem todos os AVCs são iguais. A maioria acontece porque se forma um coágulo que oclui uma veia importante no cérebro — de modo similar a um infarto, onde um coágulo oclui o fluxo sanguíneo para o coração. A droga t-PA é uma terapia eficaz para as pessoas com este tipo mais comum de AVC, porque ela dissolve a obstrução e ajuda a restaurar o fluxo sanguíneo normal no cérebro.

Entretanto, os médicos não podem sair aplicando t-PA para todas as vítimas de AVCs. Cerca de 5% dos AVCs são causados por hemorragias cerebrais (em lugar de oclusões). Dar t-PA a uma pessoa que sofreu este tipo “hemorrágico” de AVC pode piorar seus problemas. A TC pode determinar se há sangramento e, se os médicos puderem se certificar rápido o suficiente de que não há sangramento, eles podem administrar t-PA.

Requisitar uma TC pode ser inevitável, mas não é algo sem problemas. Isto pode retardar o diagnóstico e fazer com que as pessoas passem da “janela” de 3 horas de eletividade para o tratamento com t-PA. Demoras como estas são uma das razões pelas quais muito poucas pessoas que sofrem AVCs são elegíveis para o tratamento com a droga, diz Weinreb. Isto é particularmente verdadeiro para pequenos hospitais comunitários que não possuem TCs dedicados a seus Pronto Socorros, tal como o caso do Hospital North Shore Medical Center em Salem, Massachussets, onde Weinreb e Stahl realizaram seu estudo.

Não obstante, Weinreb e Stahl descobriram que a disponibilização de um TC portátil, de menor porte, reduzia o tempo necessário para a obtenção de um imageamento pedido por um médico do PS pela metade (de uma média de 34 para 15 minutos). Eles estimam que isto aumentaria em 86% o número de vítimas de AVC atendidas dentro da janela de três horas e qualificadas a receber o t-PA.

“O advento de um maior número deste tipo de dispositivo, mais portátil, como esse, obviamente abre novas oportunidades para om tratamento de pacientes; porém devemos prosseguir com um entusiasmo cauteloso”, adverte Maryellen Giger, uma professora de radiologia e Diretora do Comitê de Física Médica da Universidade de Chicago, que não participou do estudo.

“Os TCs tradicionalmente pertencem ao setor de radiologia, onde são duramente testados e operados por especialistas em imageamento”, acrescenta Giger. “Se pusermos esses dispositivos sobre rodas e os ficarmos levando a outras áreas, precisamos nos assegurar que os mesmos níveis de segurança e qualidade de interpretação das imagens sigam junto, de sala para sala”.


Este texto é fornecido para a media pelo Inside Science News Service, que é apoiado pelo Instituto Americano de Física (American Institute of Physics), uma editora sem fins lucrativos de periódicos de ciência. Contatos: Jim Dawson, editor de notícias, em jdawson@aip.org.

Mais sobre Galinhas e Poluição, no “Por Dentro da Ciência” do IAP

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26 de novembro de 2008

Com o Aumento da Demanda por Avicultura Orgânica, Cientistas da área de Alimentos Começam Estudos de Segurança

Por Jim Dawson
ISNS

O dramático crescimento, na última década, na popularidade da avicultura orgânica — principalmente por perus e galinhas — estimulou os pesquisadores de várias universidades a iniciar um extenso estudo sobre a segurança na produção e nos processos de transporte dessas aves para os mercados. A pesquisa, financiada por um fundo de cerca de US$ 600.000, ao longo de três anos, não se baseou em qualquer problema conhecido na indústria de avicultura orgânica, porem na falta de dados acerca das práticas correntes, explicou o bacteriologista e cientista da área de segurança de alimentos da Universidade do Arkansas, Steven Ricke, chefe da equipe de pesquisas.

A meta da pesquisa, prossegue ele, é desenvolver o que é conhecido na indústrias de alimentos como um conjunto de “Boas Práticas de Agricultura” que assegurem a segurança da indústria orgânica.  Já que a avicultura natural e orgânica não emprega antibióticos ou outros medicamentos, acrescenta Ricke , uma conjunto de tais medidas é “mais importante ainda”.

A demanda por avicultura orgânica cresceu em 20% ou mais por ano, ao longo da última década, e promete continuar crescendo, embora a venda de aves orgânicas responda por apenas cerca de 2% de todo o mercado avícola, hoje, e continue no domínio de pequenas fazendas independentes e do pequeno agronegócio.

A avicultura orgânica e natural (também conhecida como “de quintal” ou “criada no pasto”)  é, atualmente, produzida e processada em instalações menores do que a avicultura “convencional” e isto é uma parte do atrativo para os consumidores. “Entretanto, a produção em pequena escala  usualmente não é integrada, o que permite um menor controle da qualidade do produto, o que inclui a segurança dos alimentos, do que nas indústrias de grande porte com produção integrada”, argumenta Ricke.  A produção integrada envolve todo um sistema que vai da incubação, crescimento e alimentação das galinhas,  e chega ao processamento e transporte dos produtos brutos e manufaturados.

O certificado de “orgânico” pelo governo federal [NT: dos EUA] exige que as aves sejam criadas sem antibióticos, alimentados com ração orgânica e que tenham acesso ao espaço aberto. A avicultura orgânica é caracteristicamente menor e muito mais cara do que avicultura em escala industrial (não-orgânica), porém s aves orgânicas e livres de antibióticos são criadas em condições mais naturais e são vistas por muitos como mais seguras para se comer.

Ricke é rápido em observar que não discute esse ponto de vista. “Eu não tenho qualquer preferência sobre um modo de produção ou outro”, declarou. “Eu estou abordando o caso de um ponto de vista estritamente científico”.  Ricke, diretor do Centro de Segurança de Alimentos da Universidade do Arkansas, Fayetteville, vai coordenar 13 especialistas em pesquisas, divididos em quatro equipes, que incluem cientistas da Universidade Texas A&M, Univesidade de West Virginia, das Universidades Cornell e Purdue, e um cientista do Centro Nacional para Tecnologia Apropriada, uma organização que desenvolve projetos de energia e alimentos sustenáveis a nível comunitário.

As equipes vão “analisar a complexa natureza dos problemas associados com a segurança alimentar na avicultura orgânica e natural”, explicou ele. Os especialistas em extensão agrícola envolvidos na pesquisa “têm estreito relacionamento com criadores e processadores a nível estadual e nacinal, bem como especialização em segurança alimentar e contam com especialistas em comunicação que são capazes de abordar essas questões complexas com os criadores, processadores e os distribuidores no atacado e varejo”.

O impacto da pesquisa pode ser “enorme”, declarou ele, “já que tem o potencial de atingir produtores em alta e baixa escalas, processadores, reguladores e acionistas que precisam de assistência na gerência da segurança alimentar”. Os resultados das pesquisas serão submetidas a revistas com revisão por pares, disse ele.


Este texto é fornecido para a media pelo Inside Science News Service, que é apoiado pelo Instituto Americano de Física (American Institute of Physics), uma editora sem fins lucrativos de periódicos de ciência. Contatos: Jim Dawson, editor de notícias, em jdawson@aip.org.


Comentário do Tradutor:

Curioso!… 😯 Ainda ontem o mesmo serviço de notícias publicou uma nota sobre “dirigir de janelas abertas, atrás de um caminhão que transporta galinhas”… Aquela nota não dizia explicitamente, mas, ao se referir a “bactérias resistentes a antibióticos”, claramente não estava falando de “aves orgânicas”.

No dia seguinte, a AIP publica um boletim exclusivamente sobre os “riscos à saúde-pública” (embora a expressão não seja usada em ponto algum do texto… está tudo nas entrelinhas…) da avicultura natural.
Pode ser que a eleição do Barack Obama seja um indício de mudança de atitude na política americana… Mas as Associações Científicas continuam apresentando uma atitude lamentável… Eles sabem bem de onde vêm os grants que garantem seus empregos… (Já repararam que eu parei de me interessar pelo “Press-Pac” Semanal da ACS?… Aquilo não era “divulgação científica”: era propaganda barata… 😥 )

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