Agência Espacial Européia estende a missão Envisat

[ Traduzido daqui: ESA extends Envisat satellite mission ]


Artist's impression of Envisat
O Envisat (concepção artísitca)

5 de junho de 2009

Os Estados Membros da ESA votaram unanime­mente pela extensão da missão Envisat até 2013. O Envisat – o maior satélite do mundo e o mais sofisticado já construído – vem propor­cionando aos cientistas e utilizadores opera­cionais dados inestimáveis para monitoramento e previsões globais desde seu lançamento em 2002.

“A decisão de estender as operações da missão Envisat, tomada durante o último encontro da Direção do Programa de Obser­vação da Terra da ESA, é um reconhecimento do sucesso da missão, em termos do grande número de usu­ários científicos e operacionais atendidos, e do bom estado técnico do satélite após sete anos de funcionamento”, declarou o Gerente da Missão Envisat, Henri Laur.

O Envisat – sigla para ENVIronmental SATellite (Satélite Ambiental) – tem uma singular combinação de 10 instrumentos diferentes que coletam dados acerca da atmosfera, das terras, dos mares e das superfícies geladas da Terra – fornecendo aos cientistas o quadro mais detalhado, até hoje, do estado do planeta.

ESA’s global land cover map
Mapa da cobertura global do Envisat

Os dados do Envisat jamais tiveram tanta procura como hoje em dia e muitos dos serviços estabelecidos dependem da obtenção dos dados em tempo quase-real (near-real time = NRT). Os dados estão sendo cada vez mais empre­gados em aplicações de rotina, tais como o monitoramento das calotas de gelo sobre os mares, vazamentos de petró­leo e repressão à pesca ilegal, que precisam do acesso mais rápido possível aos dados, de forma a permitir a rápida to­ma­da de decisões.

Os dados em NRT do Envisat possibilitam fornecer diaria­mente temperaturas da superfície do mar, mapas de incêndios por todo o mun­do, previsões de níveis de radiação UV e de ozônio, tudo acessível através da página Today’s Earth check-up no website da ESA.

Outro motivo para a extensão da missão foi a necessidade dos cientistas de po­de­rem acessar dados que cubram longos períodos de tempo, a fim de identificar e analisar tendências e mudanças climáticas de longo prazo (tais como as con­cen­trações de gases de efeito-estufa, temperaturas da superfície do mar, ní­veis dos mares e extensão das calotas de gelo sobre os mares).

Interpreted Envisat interferogram
Interferograma do Envisat do terremoto em L’Aquila

O Envisat obtém isso mantendo a continuidade do fluxo de dados  que começou, no início dos anos 1990, com os saté­lites anteriores da ESA, ERS-1 e ERS-2. Com a prorrogação, o Envisat vai cobrir a lacuna nos dados que existiria até o lançamento dos satélites da série Sentinel que farão parte da iniciativa Global
Monitoring for Environment and Security (GMES)
(Monitoramento Global para Ambiente e Segu­rança).

O Sentinel-1 vai assegurar a continuidade do imageamento por radar. O Sentinel-3 vai dar continuidade às funções de altímetro por radar e sensores ópticos do Envisat. E a mis­são precussora do Sentinel-5 vai dar continuidade aos sensores atmosféricos do Envisat.

A missão Envisat gera uma grande quantidade diária de dados, através da rede de estações de aquisição e centros de processamento, que se estende por toda a Europa. O acesso aos dados do Envisat tem recebido contínuos up­grades desde seu lançamento, disponibilizando uma crescente quantidade de dados online inteiramente de graça.


Discussão - 1 comentário

  1. Rodrigo Caxias disse:

    A grande questão é saber se esse volume e a possibilidade de acesso por grande parte da população se constituirá futuramente em formas de intervenção da sociedade no sentido de alteração dessa realidade. Acho que os blogs científicos tem muito desse papel: aglutinar e potencializar ações políticas tanto entre leigos quanto entre leigos e pesquisadores.

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