Aquecimento global, uma questão ainda em aberto

Salve, Pessoal! Tomei a liberdade de traduzir um artigo publicado no New York Times, que julguei ser de interesse geral. Lá vai:
24, de junho de 2005
Pesquisadores Dizem que Indícios nos Oceanos Apontam para um El Niño de um Milhão de Anos
Por KENNETH CHANG
Da última vez em que a Terra se aqueceu, o Oceano Pacífico pode ter ficado preso em um padrão do tipo “El Niño” que durou mais de um milhão de anos, revelaram ontem os cientistas.
“Isto é uma indicação de que temos que nos focalizar em como “El Niño” pode mudar com o aqueciemento global”, disse o Dr. Michael W. Wara, que realizou uma pesquisa durante seu curso de pós-graduação na Universidade da Califórnia em Santa Cruz. As descobertas foram publicadas ontem no Web Site do Journal Science.
Durante a primeira metade da era conhecida como Período Plioceno, entre 4,5 até 3 milhões de anos atrás, as temperaturas globais apresentavam uma média cerca de 5° F (cerca de 2,8°C) mais altas do que as temperaturas médias atuais. Assim sendo, os cientistas procuram no Período Plioceno por indícios sobre como a tendência atual de aquecimento global podem afetar o clima.
As águas da superfície do Pacífico Oeste estão, agora, usualmente cerca de 10°F (5,5°C) mais quentes do que as do Pacífico Leste. Mas, durante o fenômeno “El Niño”, os ventos de Leste para Oeste desaparecem em as águas mais quentes se espalham na direção Leste, causando uma mudança nos padrões climáticos.
O Dr. Wara e seus colegas estudaram as camadas de plâncton retiradas do miolo de duas sondas de perfurações feitas no fundo do oceano, uma do Pacífico Oeste, próximo da Indonésia, e uma do Pacífico Leste, próxima das Ilhas Galápagos.
As camadas são compostas principalmente por carbonato de sódio, mas, ocasionalmente, contém um átomo de Magnésio em substituição a um de Cálcio. Essas substituições ocorrem com mais freqüência em águas mais quentes, portanto, medindo-se a quantidade de magnésio se pode calcular a temperatura na qual o plâncton viveu.
Os dados indicaram que são um indício de que as temperaturas das águas do Pacífico Leste e Oeste eram mais próximas durante o Plioceno, tal com durante um “El Niño”, disseram os pesquisadores.
Em um paper publicado na Science, três meses atrás, entretanto, dois pesquisadores da Universidade de Oxford, na Inglaterra, usando a mesma técnica em amostras dos mesmos núcleos de sonda, chegaram à conclusão oposta. Os cientistas de Oxford disseram que, durante o Plioceno, as águas do Pacífico Leste eram muito mais frias.
A Dra. Rosalind E. M, Rickaby, uma das autoras do paper anterior, sugeriu que os resultados apresentados pela equipe de pesquisadores de Santa Cruz podem ter sido distorcidos pela presença do magnésio na cápsula das células. Os pesquisadores de Santa Cruz replicaram que suas conclusões eram mais embasadas porque teriam realizado um número muito maior de medições.
O Dr. David Lea, um professor de Ciências Geológicas da Universidade da Califórnia em Santa Bárbara, declarou: “Ponderando os fatos, eu penso que os indícios provavelmente dão mais apoio ao segundo paper, mas não penso que isso seja definitivo”. O Dr. Lea, que não esteve envolvido com qualquer uma das equipes, disse que, a medida em que os cientistas analisarem as amostras mais acuradamente e procurarem em locais adicionais, o caso ficará mais esclarecido.
© The New York Times, 2005
Em resumo, as amostras são poucas e os resultados contraditórios. Mas as conseqüências de um “El Niño” de um milhão de anos, não é uma matéria de menor importância.

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