Não fui eu quem disse. Foi o London Times:
Alô, pessoal! Para quem acha que a violência no Brasil está fora de controle, que estamos a beira de uma guerra civil, e, principalmente, para os que advogam a proibição da comercialização das armas de fogo, como se isso fosse resolver os problemas da violência no Brasil, eu tive a paciência de traduzir esse pequeno artigo do The London Times:
19 de setembro de 2005
A Escócia no topo da lista dos países mais violentos do mundo
Por Katrina Tweedie
Um relatório da ONU rotulou a Escócia como o país mais violento do mundo desenvolvido, onde a probabilidade das pessoas serem atacadas é três vezes maior do que na América.
A Inglaterra e País de Gales registraram o segundo maior número de assaltos violentos, enquanto a Irlanda do Norte registrou o menor.
O estudo, baseado em entrevistas pelo telefone com vítimas de crimes de 21 países, descobriu que mais de 2.000 escoceses são atacados a cada semana, quase dez vezes mais do que os números oficiais da polícia. Isto inclui crimes não-sexuais de violência e ataques graves.
O crime violento dobrou na Escócia nos últimos 20 anos e os níveis, em termos de densidade demográfica, são comparáveis aos de cidades como Rio de Janeiro, Johannesburg e Tbilisi. (o grifo é do tradutor)
Os ataques têm sido alimentados por uma cultura de “bebida e lâminas” (N.T: no original: “booze and blades”) no Oeste da Escócia, que tirou mais de 160 vidas nos últimos cinco anos. Desde Janeiro, ocorreram 13 assassinatos, 145 tentativas de assassinato e 1.100 ataques graves, envolvendo facas no Oeste da Escócia. O problema é agravado pela violência do tipo sectário, com os hospitais relatando um número maior de atendimentos depois de partidas da “Old Firm”. (N.T: os clubes de futebol “Rangers” e “Celtic”).
David Ritchie, um consultor de acidentes e emergências na “Victoria Infirmary” de Glasgow, disse que esses números são uma desgraça nacional. “Eu fico embaraçado, como escocês, de que estejamos vendo este nível de violência. Os políticos têm que fazer algo a respeito deste problema. Isto é uma séria questão de saúde pública. A violência é um câncer nesta parte do mundo”, declarou ele.
O Superintendente Detetive-Chefe John Carnochan, chefe da unidade de redução da violência da Polícia de Strathclyde, disse que o problema era crônico e que a redução do acesso a bebidas e a limitação da venda de facas, ao menos reduziriam o problema.(o grifo é do tradutor)
O estudo, realizado pelo instituto de pesquisas criminais da ONU, descobriu que 3% dos escoceses foram vítimas de ataques, comparados aos 1,2% na América e aos somente 0,1% no Japão, 02,% na Itália e 0,8% na Áustria. Na Inglaterra e no País de Gales os números são de 2,8%.
A Escócia ocupa a oitava posição no total de crimes, 13ª em crimes contra o patrimônio, 12ª em roubos e 14ª em ataques sexuais. A Nova Zelândia foi a primeira em crimes contra o patrimônio e ataques sexuais, enquanto a Polônia é a 1ª em roubos.
O Condestável-Chefe Peter Wilson, presidente da Associação dos Chefes de Polícias da Escócia, questionou os números. “Deve ser quase impossível comparar o número de ataques, de um país para outro, com base em entrevistas por telefone”, disse ele.
“Nós temos realizado extensas pesquisas sobre o crime violento na Escócia, há alguns anos, e isso mostrou que, na vasta maioria dos casos, as vítimas de crimes violentos se conhecem. Nós aceitamos, entretanto, que, a despeito de suas chances de ser vítima de um ataque na Escócia sejam baixas, existe um real problema”.
Ora, ora… quem diria… quer dizer que miséria, falta de educação, de condições de cidadania, enfim, não são os únicos motivos para a violência urbana, afinal!…
E que quem não tem arma de fogo, usa arma branca, mesmo… (afinal, a vítima, no máximo, tem outra faca…)
Como eu já disse alhures: “todo problema complexo tem uma solução simples, elegante e errada!
Discussão - 2 comentários
Ae João Carlos, bem legais os textos do seu blog, principalmente esse sobre a criminalidade na Escócia.Sem dúvida, é uma medida bem sóbria proibir a comercalização de facas no país...de volta aos tempos de William Wallace eheheGrande abraçoGuilherme