Não bastava o CO2 e agora vem o O3
Ozônio gerado pela atividade humana vai prejudicar as culturas, de acordo com estudo do MIT
Produção pode ser reduzida em mais de 10% até 2100
Descobertas esperadas e inesperadas
Os resultados para os impactos das mudanças climáticas e aumento das concentrações de dióxido de carbono (presumindo que os negócios continuem como hoje, sem restrições de emissões) trouxe poucas surpresas. Por exemplo, o dióxido de carbono e os aumentos de temperaturas beneficiariam a vegetação em grande parte do mundo.
Os efeitos do ozônio são decididamente diferentes.
Sem restrições às emissões, o crescente consumo de combustíveis [fósseis] vai empurrar a média de ozônio mundial para cima em 50% até 2100. Este aumento terá um impacto desproporcionalmente grande na vegetação porque as concentrações de ozônio em muitos lugares vai subir além do nível crítico, onda os efeitos adversos são observados nas plantas e ecossistemas.
As culturas serão as mais duramente atingidas. As previsões dos modelos mostram que os níveis de ozônio tendem a ser maiores nas regiões onde as culturas são plantadas. Além disto, as culturas são particularmente sensíveis ao ozônio, porque são fertilizadas. “Quando as culturas são fertilizadas, suas estromas se abrem e absorvem mais ar. E quanto mais ar inspirarem, mais danos por ozônio ocorrem,” diz Reilly. “É mais ou menos como sair e fazer exercício pesado em um dia rico em ozônio.”
Qual é o efeito total das três mudanças ambientais? Sem restrições às emissões, o crescimento das florestas e pastagens diminui um pouco, ou mesmo aumenta, por causa do clima e dos efeitos do dióxido de carbono. Mas as colheitas das culturas vão cair no entorno de 40% pelo mundo todo.
Entretanto, essas quebras de safra não se traduzem diretamente em perdas econômicas. De acordo com o modelo econômico, o mundo se adapta, alocando mais terra para as culturas. Esta adaptação, no entanto, tem seu custo. O uso de recursos adicionais traz uma perda econômica global de 10 a 12% do valor total da produção das culturas.
O ponto de vista regional
As estimativas globais não contam, entretanto, toda a história, à medida em que os impactos regionais variam significativamente.
Por exemplo, as regiões temperadas do Norte se beneficiam das alterações climáticas por que as temperaturas mais altas estendem sua estação de crescimento. No entanto, as perdas de safra associadas com altas concentrações de ozônio serão significativas. Em contraste, os trópicos que já são quentes, não se beneficiam de um maior aumento na temperatura, mas não são tão duramente atingíveis pelos danos do ozônio porque as emissões precursoras do ozônio são menores nos trópicos.
Resultado final: regiões tais como os Estados Unidos, China e Europa vão ter que importar comida e fornecer essas importações será um benefício para os países tropicais.
Reilly alerta que as projeções do estudo sobre o clima podem ser otimísticas demais. Os pesquisadores estão incorporando, agora, uma simulação climática mais realística em suas análises.
Os colaboradores de Reilly são do MIT e do Marine Biological Laboratory. A pesquisa foi apoiada pelo Departamento de Energia, a Agência de Proteção Ambiental, a Fundação Nacional de Ciências, a NASA, a Administração Nacional Oceanográfica e Atmosférica (NOAA) e o MIT Joint Program on the Science and Policy of Global Change.
Ele faz parte da MIT Energy Initiative (MITEI), uma iniciativa multidisciplinar do MIT projetada para auxiliar a transformar o sistema de energia global para fazer face aos desafios do futuro. A MITEI inclui pesquisa, educação, gerenciamento da energia no campus e atividades externas, uma abordagem interdisciplinar que cobre todas as áreas de fornecimento e demanda de energia, segurança e impacto ambiental.
Bom… Quem está dando essas notícias são cientistas responsáveis e de uma instituição de renome. Não são “ecochatos”, nem “ecolôs” (achei engraçadíssima esta expressão “eco + gigolô”), nem o Al Gore!
Só gostaria de saber se o Luboš Motl ainda continua com aquele selinho no Blog dele, contando os dólares “desperdiçados” no Protocolo de Kioto e chamando isso de junk science… (Não!… não me contem… foi apenas retórica…)
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