Da importância da Pré-Escola

Duas chamadas no EurekAlert para o mesmo estudo. Uma é “Habilidades acadêmicas precoces, não o comportamento, predizem com mais certeza o sucesso nos estudos”, da Northwestern University. A outra, mais completa e com o link para o paper, é a abaixo traduzida.
American Psychological Association
Habilidades acadêmicas e de atenção precoces das crianças predizem com mais certeza o futuro sucesso nos estudos
Problemas de comportamento e falta de habilidades sociais não estão ligados aos resultados futuros
WASHINGTON – As crianças que entram no Jardim de Infância com conhecimentos de matemática elementar e habilidades de leitura, são os melhores candidatos a se saírem bem nos estudos mais tarde, mesmo que tenham vários problemas sociais e emocionais, afirmam pesquisadores que examinaram os dados de seis estudos sobre quase 36.000 alunos de pré-escolar. Os pesquisadores também descobriram que habilidades relacionadas como a atenção também são importantes.
Estas descobertas estão relatadas na edição de novembro de Developmental Psychology, publicada pela American Psychological Association (APA).
Pela primeira vez, pesquisadores compararam resultados de seis estudos longitudinais de larga escala, comparando dois grupos representativos de crianças dos EUA, dois estudos multi-localizados de crianças norte-americanas, um estudo focalizado em crianças da Grã-Bretanha, e um estudo focalizado em crianças do Canadá, para avaliar em que as habilidades pré-existentes na entrada para a escola e comportamentos davam as melhores indicações sobre melhores rendimentos em provas de leitura e matemática, à medida em que essas crianças progrediam nos estudos. As capacidades cognitivas e as características socio-demográficas foram mantidas constantes para descontar suas influências.
A partir de uma meta-análise dos resultados, o economista Greg J. Duncan, PhD, da Northwestern University e 11 co-autores, descobriram que o domínio de conceitos precoces de matemática, tais como o conhecimento de números e a compreensão da ordem dos números, eram a melhor fonte de previsão de sucesso posterior. O domínio de linguagem precoce e habilidades de leitura, que incluíam vocabulário, conhecimento das letras e compreensão da fonética, eram o segundo em importância. Também as habilidades relacionadas com a atenção, que incluíam a capacidade de controlar comportamento hiperativo, de se concentrar em completar uma tarefa e ser motivada a aprender, contribuíam para o desempenho posterior. Surpreeendentemente, dificuldades em conviver com colegas de turma, comportamentos agressivos ou disruptivos, e comportamentos depressivos ou reclusivos, não afetavam o aprendizado posterior.
As habilidades de “pronto para a escola” e comportamentos foram medidos no ingresso nas escolas (em torno dos 5 anos de idade) e as realizações posteriores foram medidas entre os 7 e 14 anos. Mesmo depois de verificar as habilidades cognitivas pre´-existentes das crianças, os autores descobriram que as habilidades precoces em matemática eram indícios fortes de bom desempenho posterior em matemática e prediziam com a mesma eficácia os resultados posteriores em resultados com leitura que as habilidades precoces de leitura. Estes e outros padrões foram similares para meninos e meninas, e também para crianças de alta classe média e de famílias pobres.
Os autores também descobriram que as habilidades precoces de atenção tinham um papel nos desempenhos futuros. Porém, problemas precoces de comportamento e a falta de habilidades sociais não afetavam grandemente os resultados futuros nesta amostra. Eles advertem que seus estudos são obtidos a partir de populações genéricas e que crianças com diagnósticos de problemas clínicos nessas áreas podem não se encaixar nesse padrão.
A falta de associações entre comportamentos sociais e emocionais, e o desempenho futuro foi a maior surpresa e não pode ser atribuída a diferenças nas maneiras com que as habilidades acadêmicas e sociais precoces foram medidas, descobriram os pesquisadores. “Talvez os profesores sejam capazes de assegurar que o comportamento problemático de uma criança não afete o desempenho dela ou dele,” notou Duncan, porém acrescentou, “fomos incapazes de avaliar se o comportamento problemático de uma criança pode ter afetado o que seus colegas de turma aprenderam.”
Os resultados são consistentes com as recomendações de painéis de experts sobre o desenvolvimento precoce de habilidades de matemática e leitura, para aumentar o rendimento dessas habilidades durante os anos pré-escolares. “Nossos resultados não são direcionados a quais tipos de currículos pré-escolares são mais eficazes para promover essa prontificação para a escola,” afirmou Duncan. “Mas sabemos com certeza que currículos com base emjogos, em oposição aos do tipo ‘exercícios-e-prática’, projetados com as necessidades de desenvolvimento das crianças em mente, podem auxiliar as habilidades acadêmicas e de atenção de maneiras que são atraentes e divertidas.”

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Artigo: “School Readiness and Later Achievement,” Greg J. Duncan, PhD, Amy Claessens, PhD, Mimi Engel, Northwestern University; Chantelle J. Dowsett, PhD, e Aletha C. Huston, PhD, University of Texas-Austin; Katherine Magnuson, PhD, University of Wisconsin-Madison; Pamela Klebanov, PhD, Princeton University, Linda S. Pagani, PhD, Universite de Montreal; Leon Feinstein, PhD, e Kathryn Duckworth, University of London; Jeanne Brooks-Gunn, PhD, Columbia University; Holly Sexton, University of Michigan; Crista Japel, Universite de Quebec a Montreal; Developmental Psychology, Vol. 43, No. 6.
(O texto completo do artigo está disponível no APA Public Affairs Office e em http://www.apa.org/journals/releases/dev4361428.pdf )

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