Você faxinou sua casa hoje?…
Via EurekAlert:
National Institute of Standards and Technology (NIST)
Nanopartículas pela casa: Mais e menores do que as anteriormente detectadas
Partículas extremamente pequenas, na escala de nanômetros, são emitidas por aparelhos domésticos (principalmente os de cozinha) em quantidades abundantes, muito maiores do que as das nanopartículas maiores, detectadas anteriormente — revelam os pesquisadores do National Institute of Standards and Technology (NIST). As assim chamadas “partículas utra-finas” (“ultrafine particles” = UFP) variam de 2 a 10 nanômteros. Elas são emitidas por veículos motorizados e várias fontes domésticas, e começaram a atrair a atenção por causa de indícios crescentes de que podem causar doenças respiratórias e cardiovasculares.
Os pesquisadores do NIST realizaram uma série de 150 experiências, usando fornos a gás e elétricos, e torradeiras para estabelecer seus impactos no nível doméstico de nanopartículas. Estudos anteriores ficaram limitados a medir partículas com diâmetros maiores do que 10 nm, porém a nova tecnologia usada nas atuais experiências permitiu aos pesquisadores detectar partículas de até 2 nm — aproximadamente 10 vezes o tamanho de um átomo grande.
Esta faixa inexplorada entre os 10 e 2 nm contribuiu com mais de 90% de todas as partículas produzidas pelos tostadores a gás e elétricos abertos. Os fornos a gás e elétrico e a torradeira produziram a maior parte das UFP na faixa entre 10nm e 30nm.
O resultado dos testes deve afetar futuros estudos sobre a exposição de pessoas a partículas associadas a efeitos na saúde, principalmente porque a exposição a essas UFP no ambiente doméstico pode ser freqüentemente maior do que a exposição às mesmas em ambientes abertos.
Os pesquisadores vão continuar a pesquisar a produção de UFP por fontes domésticas. Muitos pequenos aparelhos domésticos, tais como secadores de cabelos, ferros a vapor e ferramentas elétricas, incluem elementos aquecedores que podem produzir UFP. As pessoas freqüentemente usam esses pequenos aparelhos a curtas distâncias por períodos relativamente longos, de forma que a exposição pode ser grande, mesmo que as emissões sejam baixas.
As experiências foram realizadas em uma casa-para-experiências com três dormitórios, construída no NIST e equipada para medir taxas de ventilação, condições ambientes e concentrações de substâncias contaminantes.
Artigo: L. Wallace, F. Wang, C. Howard-Reed and A. Persily. “Contribution of gas and electric stoves to residential ultrafine particle concentrations between 2 and 64 nm: Size distributions and emission and coagulation rates”. Environmental Science and Technology, DOI 10.1021/es801402v, publicado online em 30/10/2008.
Discussão - 2 comentários
Mas estas "partículas utra-finas" são o que exatamente? átomos e moléculas? ou partículas elementares?
Porque já é de se esperar que nos aparelhos elétricos, as partes metálicas oxidem, moléculas descolem da superfície, e vaguem pelo ar. Tanto quanto as tintas nos/e plásticos que os revestem, seja por efeito do calor, micro-erosão ou decaimento atômico.
Neste caso, isto não seria uma novidade, seria?
São moléculas ou agregados moleculares. A “novidade” é os meios de detecção dessas nanopartículas são relativamente novos e ninguém fazia idéia da quantidade (observe na notícia: 90% !) de nano-poeira que esses aparelhos geravam.
Um dos “efeitos colaterais” que eu (tabagista impudente 😛 ) espero que essa descoberta tenha, é uma melhoria nos cuidados contra a emissão desse tipo de poluição (sem contar a evidente satisfação de saber que aquela baranga que olha torto para meu cigarro aceso, está se envenenando muito mais com o seu secador de cabelos... 👿 )