Memória… (sobre o que mesmo era esse post?… Ah! Sim…)


Northwestern University

Cérebros “Super Idosos” revelam os primeiros segredos da boa memória na velhice

CHICAGO — Pode ser que você tenha um avô com 85 anos que ainda se divirta todo dia com as palavras cruzadas do jornal, ou uma tia com 94 anos que nunca se esquece de um nome ou de uma fisionomia. Eles parecem ser imunes à falta de memória que costuma assolar as pessoas de sua idade.

Pesquisadores da Escola Feinberg de Medicina da Universidade Northwestern consideraram se os cérebros dos idosos que mantinham uma memória afiada com um laser — chamados “super idosos” — eram, de alguma maneira, diferentes do normal das pessoas. Assim, em lugar da abordagem usual, na qual os cientistas exploram sobre o que se passou de errado no cérebro de uma pessoa idosa quando ela perde a memória, eles investigaram o que acontece de certo em um cérebro idoso que se mantém em pleno funcionamento.

Agora, eles conseguiram uma resposta preliminar. Os cientistas examinaram os cérebros de cinco pessoas falecidas, consideradas “super idosas” por causa da sua alta performance em testes de memória quando tinham mais de 80 anos, e compararam esses cérebros aos de outras pessoas idosas que não chegaram a ser consideradas como portadoras de demência senil. Os pesquisadores descobriram que os cérebros “super idosos” tinham muito menos emaranhados neurofibrilares do que aqueles que tinham envelhecido normalmente.  Os emaranhados consistem de uma proteína chamada tau que se acumula dentro das células cerebrais e, se acredita, eventualmente as mata. Os emaranhados são encontrados em números moderados nos cérebros dos idosos e seu número aumenta significativamente nos portadores do Mal de Alzheimer.



Emaranhado neurofibrilar de proteína tau. Imagem da WikiPedia Commons


“Esta nova descoberta nos cérebros super idosos” é muito excitante”, declarou Changiz Geula, principal investigador deste estudo e professor-pesquisador no Centro de Neurologia Cognitiva e Mal de Alzheimer na Escola Feinberg na Northwestern. “Sempre se partiu do pressuposto que o acúmulo desses emaranhados fosse um fenômeno progressivo, associado ao processo de envelhecimento. Mas estamos vendo que alguns indivíduos são imunes à formação de emaranhados e que a presença desses emaranhados parece influenciar a performance cognitiva”. Indivíduos que têm poucos emaranhados apresentam uma performance superior, enquanto aqueles com mais emaranhados parecem ter um desempenho “normal” para suas idades, observou Geula.

Geula apresentou suas descobertas no encontro anual da Sociedade de Neurociência, no dia 16 de novembro (ontem) em Washington, D.C.



Placas senis em um cérebro afetado pelo Mal de Alzheimer. Imagem da WikiPedia Commons


O número de placas (senis) no cérebro dos “super idosos” era similar àquele encontrado nos cérebros dos idosos “normais”. A placa é um agregado de uma proteína chamada beta-amilóide que se deposita por fora das células cerebrais e interrompe a comunicação entre os neurônios. Da mesma forma que os emaranhados, as placas também são encontradas nos cérebros de pessoas idosas e são extremamente mais numerosas nos portadores do Mal de Alzheimer.

Geula declarou que o menor número de emaranhados nos “super idosos” parece ser uma diferença crítica na manutenção das habilidades da memória.

Alguns dos “ super idosos” acompanhados no estudo, realizaram tarefas associadas à memória com um desempenho semelhante a pessoas na faixa dos 50 anos. Por exemplo, depois de ouvirem uma narrativa, eles eram capazes de se lembrar dela logo após e de ainda se lembrar precisamente dos detalhes 30 minutos depois. Eles também se lembravam de uma lista de 15 palavras e rememoravam essas palavras igualmente bem quando testados depois de 30 minutos.

Geula declarou que as novas pesquisas vão se focalizar no que faz com que torna as células cerebrais nos  “super idosos” mais resistentes à formação de emaranhados. “Nós queremos ver o que protege os cérebros dessas pessoas contra os danos que causam a perda da memória”, disse ele. “Compreender as características genéticas e moleculares dos cérebros que os tornam resistentes, pode levar um dia à capacidade de proteger os cérebros comuns contra a perda de memória”.

A pesquisa de Geula fz parte de um estudo mais amplo sobre os “super idosos” que está sendo conduzido no Centro de Neurologia Cognitiva e Mal de Alzheimer da Northwestern (Cognitive Neurology and Alzheimer’s Disease Center = CNADC).  A meta do estudo é identificar pessoas com alta funcionalidade acim dos 80 e investigar quais são os fatores importantes para a manutenção da estabilidade nessa idade avançada. Alguns “super idosos” foram identificados e estão sendo acompanhados anualmente com testes de habilidades cognitivas. E o recrutamento para o estudo continua.

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Outros colaboradores do estudo da Escola Feinberg School são Marsel Mesulam, M.D.,  diretor do CNADC e professor Ruth and Evelyn Dunbar de Psiquiatia e Ciências do Comportamento; Sandra Weintraub, professora de psiquiatria e ciências do comportamento; Emily Rogalski, professora-assistente pesquisadora de medicina.

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