“Por Dentro da Ciência” do Instituto Americano de Física (24/11/08)

Inside Science News Briefs
24 de novembro de 2008
Por Jim Dawson
Inside Science News Service

Não Siga as Galinhas na Estrada

Dirigir atrás de um caminhão que transporta galinhas de uma granja para um abatedouro pode ser uma péssima idéia, de acordo com os pesquisadores da Escola Bloomberg de Saúde Pública da Universidade Johns Hopkins em Baltimore. Em um artigo publicado no Journal of Infection and Public Health, os cientistas encontraram “um aumento no risco de contaminação por bactérias patogênicas, tanto do tipo suscetível como do resistente às drogas, nas superfícies e no ar dentro dos carros que viajavam atrás de caminhões que transportavam broiler chickens[nota do tradutor: eu não conhecia o que era uma broiler chicken, e, pelo que eu entendi na WikiPedia, é uma espécie híbrida, criada para produção em escala industrial, meio parecida com os “Chester” e semelhantes — os biólogos são particularmente bem vindos para trazer maiores esclarecimentos]. Os pesquisadores realizaram o estudo na Península Delmarva, uma área costeira atlântica, partilhada pelos estados de Delaware, Maryland  e Virginia.  Essa região tem uma indústria avícola florescente e uma das maiores densidades de broiler chickens por hectare dos EUA.

As galinhas são transportadas, quase sempre, em caixas abertas sobre a carroceria aberta de caminhões, sem qualquer barreira eficaz para impedir que os patógenos sejam liberadas no ambiente, constataram os pesquisadores. Estudos anteriores já tinham constatados que as caixas abertas ficavam contaminadas com fezes e bactérias. Para o estudo da Johns Hopkins, a pesquisadora biomédica Ana Rule e seus colegas coletaram amostras do ar e das superfícies de carros que viajavam a uma distância de dois a três carros de distância, atrás dos caminhões de galinhas, por uma distância de 17 milhas. Os carros foram conduzidos com os aparelhos de ar condicionado e ventilação desligados e com as janelas abertas. As amostras colhidas dentro dos carros mostraram concentrações maiores de bactérias, inclusive de cepas resistentes a antibióticos, que poderiam ter sido inalados. Também foram encontradas bactérias em uma lata de refrigerante dentro do carro e na maçaneta externa da porta do carro.

“Nosso estudo demonstra que existe um real potencial de exposição, especialmente durante os meses de verão, quando as pessoas dirigem com as janelas abertas”, declarou Rule. “O verão é igualmente uma época de tráfego pesado em Delmarva por causa dos veranistas que vão para os balneários”.

Música, Rítmo e o Cérebro

As pessoas em todas as culturas se mexem ao ritmo de músicas e os pesquisadores de vários ramos da ciência estão usando essa aparentemente irresistível resposta à música para estudar como o cérebro humano interage com o ritmo e o tempo. O musicólogo finlandês Petri Toivianen, em um encontro ocorrido neste mês na Sociedade de Acústica da América em Miami, Flórida, descobriu, em um estudo, que o tipo de tempo que uma pessoa ouve, dispara uma resposta fisico-rítmica específica. “Níveis de pulsação diferentes [na música] são associados com diferentes padrões de movimentos”, disse Toivianen em um sumário de seu trabalho. Toivianen trabalha na Universidade de JyVaskyla (é o nome da cidade). “Mais comumente, o movimento dos antebraços tende a ser sincronizado com os movimentos de um tempo, o movimento dos braços com o período de dois tempos e o movimento do tórax com um período de quatro tempos”. Ele também descobriu que os movimentos das pessoas, ao menos daquelas em seu grupo de estudos, “tendia a ser melhor sincronizado com os tempos” quando o andamento da música era de dois tempos por segundo. Se fosse mais rápido ou mais lento, as pessoas tinham mais dificuldades em seguir precisamente o tempo.

A pesquisadora da Florida Atlantic University , Summer Rankin, descobriu que as pessoas que escutam uma música podem prever mudanças no andamento, antes delas acontecerem, mesmo que não sejam familiares com uma determinada música. Uma análise das performances musicais exibiu um tipo particular de regularidade, chamada de estrutura fractal, disse ela em um sumário do estudo. Uma propriedade importante da série temporal de estrutura fractal, tal como uma performance musical, é que as mudanças passadas são extraordinariamente úteis para fazer previsões, mesmo em um futuro distante, declarou ela. De modo que, seja Jimi Hendrix ou a Banda dos Fuzileiros Navais executando o Hino Nacional Americano, os intérpretes “formatam suas performances de acordo com um princípio geral da natureza e as pessoas percebem essa estrutura temporal facilmente e naturalmente prevêem o que vai acontecer no futuro”, explica Summer.

Porque se mover ritmicamente em função de um tempo musical é uma parte ianta do comportamento humano, a perda dessa habilidade por uma pessoa que sofrer do Mal de Parkinson ou outras doenças que prejudicam os movimentos podem ser catastróficas, declarou o pesquisador John Iversen, do Instituto de Neurociências de San Diego, Califórnia.  Iverson, em um artigo apresentado no encontro da Sociedade de Acústica, declarou que, embora os pacientes com Parkinson freqüentemente tenham grande dificuldade em iniciar ou continuar ações mecânicas básicas rítmicas, tais como caminhar, a conexão entre a música e o movimento pode ser usada para ajudar a mitigar desordens motoras. Estudos antigos demonstraram que alguns pacientes de Parkinson podem ser “descongelados” e serem capazes de caminhar quando sincronizam seus movimentos com música. O mecanismo cerebral que permite que isso aconteça não é compreendido, explica Iversen, e sua pesquisa tenta resolver esse mistério. Seu estudo demonstra que, quando as pessoas ouviam quatro notas musicais idênticas, mas eram instruídas a imaginar que o tempo estava na primeira ou na segunda nota, seus cérebros reagiam aos tempos. A pesquisa sugere que “não só o som pode ajustar nossos movimentos, mas, em sentido oposto, há um mecanismo pelo qual os processos motores podem formatar nossa percepção auditiva”.  Diga ao seu cérebro que ele está ouvindo um tempo e ele ouvirá.

Mudanças Climáticas Podem Nos Expor a Poluentes Mais Danosos

Uma revisão de recentes estudos que abordam o impacto das mudanças climáticas na qualidade do ar, indica que as pessoas estão mais sujeitas a sofrer crescentes problemas de saúde porque estarão sujeitas a poluentes mais poderosos.  A revisão, realizada por dois cientistas da publicação Environmental Health Perspectives, diz: “As projeções sugerem que as mudanças climáticas vão aumentar as concentrações de ozônio na troposfera  . . . o que pode aumentar a morbidez e a a mortalidade”. Os autores da revisão, Kristie Ebi, consultora de várias organizações de saúde, e Glenn McGregor, da Universidade de Auckland, Nova Zelândia, descobriram que a exposição a elevados níveis de ozônio ao nível do mar “está associado com um maior número de internações por pneumonia, obstrução pulmonar crônica, asma, rinite alérgica e outras doenças respiratórias”. Usando estatísticas da Organização Mundial de Saúde, os pesquisadores notaram que, no ano de 2000, no mundo inteiro, ocorreram 800.000 óbitos e 7,9 milhões de “aos perdidos por incapacidades físicas” – uma medida que serve tanto para óbitos prematuros como para os tempos de incapacitação física – por problemas respiratórios, doenças pulmonares e câncer atribuído à poluição  do  ar urbano. A nota otimística no relatório é que a redução da emissão de gases de efeito estufa reduziria a ameaça da poluição por ozônio e “melhorar a saúde da corrente e das futuras populações”.


Este texto é fornecido para a media pelo Inside Science News Service, que é apoiado pelo Instituto Americano de Física (American Institute of Physics), uma editora sem fins lucrativos de periódicos de ciência. Contatos: Jim Dawson, editor de notícias, em jdawson@aip.org.

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