“Por Dentro da Ciência” do Instituto Americano de Física (05/12/08)

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5 de dezembro de 2008

Um Diagnóstico de AVC mais Rápido Ajuda os Médicos a Ajudarem os Pacientes

Pesquisa Clínica Demonstra que um Tomógrafo Computadorizado (TC) Portátil no Pronto Socorro Torna o Diagnóstico Mais Rápido

Por Jason Socrates Bardi
Colaborador do ISNS

Chicago, Illinois, EUA – Médicos de Massachusetts relatam, nesta semana, uma maneira de auxiliar pessoas vítimas de AVC (Acidente Vascular Cerebral), a terceira maior causa de óbitos nos EUA. Em um estudo apresentado na maior conferência médica do mundo, os médicos mostram que ter um TC portátil disponível no Pronto Socorro pode auxiliar a acelerar o diagnóstico e permitir o melhor tratamento possível para pessoas vítimas de AVCs.

O diagnóstico rápido pode ajudar as pessoas a se recuperarem de AVCs, segundo os médicos, porque aumenta a oportunidade de que elas sejam eligíveis para o tratamento com o medicamento t-PA, o único medicamento aprovado pela U.S. Food and Drug Administration (FDA) para AVCs.

A droga pode aumentar enormemente a capacidade de recuperação de um paciente com AVC, porém sua eficácia diminui rapidamente em um curto lapso de tempo. Um teste clínico, realizado em 2004 pela instituição National Institutes of Health descobriu que as pessoas tratadas com t-PA nos primeiros 90 minutos após a ocorrência do AVC mostravam a maior melhora, mas o mesmo estudo descobriu que não havia benefício obtido com o mesmo tratamento depois de várias horas. Os protocolos clínicos vigentes recomendam a administração de t-PA somente em um intervalo máximo de 180 minutos da ocorrência do AVC.

“O tempo é essencial”, declara David Weinreb, cujo relatório apresentado no encontro da Sociedade Radiológica da América do Norte (RSNA), nesta semana em Chicago, mostra uma maneira potencial de acelerar as coisas.

Um dos principais gargalos é o fato de que o t-PA não pode ser administrado a alguém antes que seja feito um diagnóstico por meio de TC. TC, ou tomografia computadorizada, é uma técnica comum que emprega Raios-X para imagear em camadas o cérebro. Os médicos podem usar as imagens para dar um diagnóstico definitivo de um AVC e de sua causa.

A causa de um AVC é uma peça de informação crucial porque nem todos os AVCs são iguais. A maioria acontece porque se forma um coágulo que oclui uma veia importante no cérebro — de modo similar a um infarto, onde um coágulo oclui o fluxo sanguíneo para o coração. A droga t-PA é uma terapia eficaz para as pessoas com este tipo mais comum de AVC, porque ela dissolve a obstrução e ajuda a restaurar o fluxo sanguíneo normal no cérebro.

Entretanto, os médicos não podem sair aplicando t-PA para todas as vítimas de AVCs. Cerca de 5% dos AVCs são causados por hemorragias cerebrais (em lugar de oclusões). Dar t-PA a uma pessoa que sofreu este tipo “hemorrágico” de AVC pode piorar seus problemas. A TC pode determinar se há sangramento e, se os médicos puderem se certificar rápido o suficiente de que não há sangramento, eles podem administrar t-PA.

Requisitar uma TC pode ser inevitável, mas não é algo sem problemas. Isto pode retardar o diagnóstico e fazer com que as pessoas passem da “janela” de 3 horas de eletividade para o tratamento com t-PA. Demoras como estas são uma das razões pelas quais muito poucas pessoas que sofrem AVCs são elegíveis para o tratamento com a droga, diz Weinreb. Isto é particularmente verdadeiro para pequenos hospitais comunitários que não possuem TCs dedicados a seus Pronto Socorros, tal como o caso do Hospital North Shore Medical Center em Salem, Massachussets, onde Weinreb e Stahl realizaram seu estudo.

Não obstante, Weinreb e Stahl descobriram que a disponibilização de um TC portátil, de menor porte, reduzia o tempo necessário para a obtenção de um imageamento pedido por um médico do PS pela metade (de uma média de 34 para 15 minutos). Eles estimam que isto aumentaria em 86% o número de vítimas de AVC atendidas dentro da janela de três horas e qualificadas a receber o t-PA.

“O advento de um maior número deste tipo de dispositivo, mais portátil, como esse, obviamente abre novas oportunidades para om tratamento de pacientes; porém devemos prosseguir com um entusiasmo cauteloso”, adverte Maryellen Giger, uma professora de radiologia e Diretora do Comitê de Física Médica da Universidade de Chicago, que não participou do estudo.

“Os TCs tradicionalmente pertencem ao setor de radiologia, onde são duramente testados e operados por especialistas em imageamento”, acrescenta Giger. “Se pusermos esses dispositivos sobre rodas e os ficarmos levando a outras áreas, precisamos nos assegurar que os mesmos níveis de segurança e qualidade de interpretação das imagens sigam junto, de sala para sala”.


Este texto é fornecido para a media pelo Inside Science News Service, que é apoiado pelo Instituto Americano de Física (American Institute of Physics), uma editora sem fins lucrativos de periódicos de ciência. Contatos: Jim Dawson, editor de notícias, em jdawson@aip.org.

Discussão - 1 comentário

  1. Isis disse:

    essa semana o AVC estava em voga devido ao sofrido pela atriz Solange Couto. interessante essa nova perspectiva. boa semana!

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