Viagem ao fundo do mar

Livremente traduzido de: A New Look Beneath the Waves: Ocean Observatories Initiative Gets Underway
A Fundação Nacional de Ciências (NSF) e o Consórcio para a Liderança Oceânica (Consortium for Ocean Leadership) assinam acordo de cooperação para criar uma vasta rede de observatórios submarinos
Posicionamento geográfico dos observatórios previstos pela Iniciativa dos Observatórios Oceânicos (OOI). |
5 de outubro de 2009
A Fundação Nacional de Ciências (National
Science Foundation = NSF) e o Consórcio para a Liderança Oceânica (Consortium for Ocean Leadership = COL) firmaram um acordo de cooperação para a construção e o início da operação da Iniciativa dos Observatórios Oceânicos (Ocean Observatories Initiative = OOI), para proporcionar aos cientistas condições de observação dos mares sem precedentes.
A OOI proporcionará uma rede de sensores submarinos para a observação de complexos processos oceânicos, tais como variabilidade em função do clima, circulação oceânica e acidificação dos oceanos em várias áreas costeiras, em alto mar e no fundo do mar.
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Como parte da OOI, será construida uma rede de boias de fundeio para a contínua coleta de dados. |
O contínuo fluxo de dados de centenas de sensores da OOI será integrado por uma sofisticada rede de processamento de dados e ficará livremente disponível para cientistas, responsáveis por políticas, estudantes e o público em geral.
Arden L. Bement, Jr., diretor da NSF, declarou: “Por meio do
Recovery Act [NT: o pacote de estímulo à economia de Barack Obama], vamos por pessoas para trabalhar hoje, a fim de encontrar as respostas para alguns dos principais desafios científicos e ambientais com que nos defrontamos”.
E explica: “Os oceanos governam um incrível leque de fenômenos naturais, inclusive nosso clima, e tem impacto direto sobre a sociedade em milhares de formas. Novos enfoques são cruciais para nossa compreensão das mudanças que estão em curso nos oceanos do mundo. A OOI vai instalar as tecnologias mais recentes nos lugares onde elas possam melhor servir aos cientistas, criadores de políticas e o público em geral”.
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Um nodo regional da OOI ficará localizado na Cordilheira submarina Axial na Placa de Juan de Fuca. |
E Julie Morris, diretora de divisão para ciências oceânicas da NSF, acrescenta: “Levar um grande projeto para a fase de construção requer um planejamento rigoroso. A notável cooperação da equipe da OOI está traduzindo um sonho longamente acalentado em uma nova realidade para a comunidade de pesquisas oceânicas”.
As ferramentas avançadas para sensoreamento e pesquisas ocânicas são um avanço significativo sobre as antigas técnicas. Veículos autônomos e de controle remoto vão mais fundo e operam por mais tempo do que os submarinos. Os coletores submarinos de amostras realizam em minutos o que levava horas para fazer em laboratório. Os cabos de telecomunicações ligam os locais dos experimentos diretamente a computadores nos escritórios de pesquisa em terra. No alto mar, os satélites coletam os dados de boias a velocidades sempre crescentes.
Situadas em áreas críticas dos oceanos, costeiras e de alto mar, as instalações da
OOI vão mudar radicalmente a taxa e a escala da coleta de dados dos oceanos. O observatório em rede poderá se focalizar em questões científicas a nível globar, regional e costeiro, assim como poderá servir como base de operações para novos tipos de instrumentos e veículos autônomos.
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Ilustração de um sistema regional de boias de fundeio que será usado pela OOI. |
Robert Gagosian, presidente e CEO do COL, declara: “A OOI é uma oportunidade sem precedentes, assim como um enfoque totalmente novo, para o avanço de nossa compreensão sobre como os oceanos funcionam e interagem com a atmosfera e a terra firma. Ela vai permitir aos cientistas responder questões complexas – questões sobre as quais, há poucos anos, só se podia sonhar — acerca da saúde futura de nosso planeta, tais como o papel dos oceanos nas mudanças climáticas. É instigante ser parte desse enorme passo adiante nas ciências oceânicas”.
A fase de cosntrução, com pouco mais de cinco anos de duração, será inicialmente financiada com verbas do American Recovery and Reinvestment Act
(ARRA) de 2009 e começa neste mês.
As verbas do primeiro ano do Acordo de Cooperação vão financiar várias atividades de construção, inclusive o projeto executivo e a construção de protótipos dos componentes costeiros e oceânicos (dipositivos de fundeio, boias e sensores), licitação do contrato do cabeamento submarino primário, término da construção de uma estação terrestre de energia e processamento de dados e o desenvolvimento do software para a interface dos sensores com a rede.
As verbas nos anos subsequente servirão para a implementação dos sistemas costeiros, de alto mar e do fundo do mar, sendo que os primeiros dados deverão ser produzidos no início de 2013, até o completo funcionamento do sistema em 2015.
A OOI é gerenciada e coordenada a partir do Escritório do Projeto OOI no Consórcio para a Liderança Oceânica em Washington, D.C., sendo três as principais organizações responsáveis pela construção dos componentes da rede:
- A Instituição Oceanográfica Woods Hole (Woods Hole Oceanographic Institution = WHOI) e seus parceiros, Universidade do Estado do Oregon e a Instituição Scripps de Oceanografia (Scripps Institution of Oceanography), responsáveis pelos dispositivos de fundeio costais e globais e seus veículos autônomos associados. A companhia Raytheon também é parceira da WHOI e fornece gerenciamento de projetos e apoio de engenharia de sistemas.
- A Universidade de Washington é responsável pelos sistemas de cabeamento no fundo do mar e pelos dispositivos de fundeio na placa tectônica Juan de Fuca.
- A infraestrutura cibernética da OOI será implementada pela Universidade da California em San Diego.
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Diagrama da infraestrutura cibernética da Iniciativa dos Observatórios Oceânicos. |
Em 2010 o programa acrescentará uma equipe de integração com as escolas e o público, como uma quarta organização responsável pela imp´lementação, que vai tirar vantagem da tecnologia e a visão científico-educacional da OOI.
Tim Cowles, diretor do programa OOI no Consórcio para a Liderança Oceânica, arremata:”Essa parceria representa a realização de mais de uma década de planejamento e trabalho duro de centenas de cientitas oceânicos e reflete o empenho da Fundação Nacional de Ciências com novas abordagens para documentar os processos oceânicos. A equipe do projeto OOI está feliz de desempenhar um papel nesse conjunto sem igual de sistemas de observação. Estamos construindo uma infraestrutura que vai transformar as ciências oceânicas”.
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