“Por dentro da ciência” do Instituto Americano de Física (15/10/09)

Inside Science News Briefs

15 de outubro de 2009
Por Jim Dawson
Inside Science News Service

EU PERGUNTEI: EM QUE VOLUME ESTÁ SEU iPOD!?

WASHINGTON (ISNS) — Depois de pedir a um grupo de estudantes secundaristas para ouvir o rock “Summer of 69” de Brian Adams em seus iPods ou outros aparelhos pessoais de som, os pesquisadores da Universidade do Sul do Mississippi em Hattiesburg verificaram o volume dos aparelhos e descobriram de cerca de 55% dos secundaristas atuais podem vir a sofrer perdas permanentes na audição.

Em um artigo a ser apresentado no próximo encontro da Sociedade de Acústica da América, os pesquisadores afirmam que 57% dos estudantes ajustou seus players em volume “muito alto“ (mais do que 85 decibéis). Vinte e seis por cento ajustaram seus aparelhos para níveis “altos”, entre 70 e 85 decibéis, e apenas 19% escutavam em volumes moderados, abaixo de 70 decibéis.

“Nenhum dos examinados apresentou perda de audição significativa”, disseram os pesquisadores acerca dos 31 estudantes testados, “mas se deve observar que esses indivíduos possuem [aparelhos de som pessoais] a menos de três anos e, portanto, ainda não sofreram uma exposição suficiente para causar perdas de audição permanentes”.

Os pesquisadores observam que qualquer coisa acima de 85 decibéis por mais de 8 horas é considerado perigoso. Quando se permitia aos estudantes escolherem as próprias músicas, o rock era tocado em até 107 decibéis, enquanto que o rap chegava a100 db. Os volumes médios mais altos, no entanto, foram os usados pelos estudantes que ouviam música pop [88db] e country [89db].

UM HOMEM PODE FALAR COMO UMA MULHER?

Quando os homens tentam imitar a voz de uma mulher, tipicamente elevam suas vozes a um timbre mais alto e, no fim, acabam soando como um homem imitando uma mulher. Na verdade, treinar um homem para “soar” como uma mulher é tremendamente difícil e não tem muito a ver com o timbre, de acordo com um artigo de James Dembowski, pesquisador na Universidade Texas Tech em San
Antonio. “Embora seja verdade que as mulheres tendem a ter vozes mais agudas do que os homens, para uma mulher soar feminina é preciso bem mais”, diz Dembowski em uma versão popular de seu artigo bem mais técnico que será apresentado no encontro da Sociedade Acústica da América em San Antonio, Texas.

O trabalho de Dembowski se baseia em um estudo de um caso de mudança de sexo de masculino para feminino. “Depois do tratamento hormonal e do procedimento cirúrgico, ela veio à clínica interessada em desenvolver uma voz mais feminina”, relata o cientista. Ele descobriu que a mulher, identificada como Srta. J., falava muito depressa, enquanto algumas pesquisas mostravam que as mulheres tendem a falar mais devagar do que os homens 

Durante seis meses, uma equipe de pesquisadores diminuiu o ritmo de sua fala, abrandou o “rosnado” – um som gutural produzido pelos homens quando deixam o timbre cair no fim de uma frase – e trabalharam sobre os padrões de ênfase da Srta. J. Dembowski diz que os homens enfatizam os sons variando o volume das palavras que falam, enquanto as mulheres o fazem mudando o timbre ou melodia.

Mulheres que mudam de sexo não encontram o mesmo grau de dificuldade, porque a terapia hormonal faz com que a voz fique mais grave. A voz não muda na transição de homem para mulher, segundo ele. Será, então, possível ensinar a um macho biológico a soar como mulher de maneira convincente?

“Sim, mas dá um enorme trabalho”, conclui Dembowski.

AS BALEIAS TRAVAM CONVERSAS POLIDAS

Os cientistas estão começando a serem capazes de identificar individualmente as baleias, com base no padrão único dos cliques que elas produzem para se comunicarem com as outras baleias, e uma extensão dessa pesquisa descobriu que as baleias, quando estão em grupo, parecem variam os intervalos desses cliques para evitarem que uma interrompa a outra.

Natalia Sidorovskaia, da
Universidade de Louisiana em Lafayette, se pergunta em um artigo: “Um dos aspectos intrigantes da identificação individual é o estudo da comunicação social e das boas maneiras acústicas, ou seja: as baleias são boas ouvintes, ou uma interrompe a outra?”  

Para estudar os cliques das baleias, que são rápidos e aparentemente confusos quando se sobrepõem, o grupo de pesquisa de Sidorovskaia desenvolveu ferramentas para descobrir os ritmos dos cliques de cachalotes e baleias-bicudas, e associar estes com os indivíduos. A conclusão, que vai ser apresentada na próxima semana no encontro da Sociedade Acústica da América em San Antonio, Texas, foi que “as baleias são ouvintes educadas: não interrompem uma à outra”.


Este texto é fornecido para a media pelo
Inside Science News Service, que é apoiado pelo Instituto Americano de Física
(American Institute of Physics), uma editora sem fins lucrativos de periódicos de ciência.
C

Contatos:  InsideScience@aip.org.

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