A maioria dos cientistas concorda: as atividades humanas estão causando mudanças climáticas

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Poluição atmosférica. Imagem da WikiPedia Commons

De vez em quando, eu recebo de um amigo um daqueles emails que circulam anonimamente pela web denunciando “a farsa do aquecimento global”, sempre supostamente assinado por “um importante grupo de cientistas”, cheios de títulos de PhD para cima. Outros, me mandam links para a entrevista do Doutor Ricardo Augusto Felício no Programa do Jô. Sem contar os que acreditam piamente nos “estudos” financiados e divulgados pelo The Heartland Institute (financiado, por sua vez, por companhias “idôneas” como a Phllip Morris e as “sete irmãs“)

O bordão é sempre o mesmo: “não há um verdadeiro consenso de que estejam realmente acontecendo mudanças climáticas e, mesmo que estejam, não há consenso que elas sejam causadas pela atividade humana”.

Pois bem, pessoal!… Para desfazer esse engano que a mídia adora alimentar quando está sem assunto, um grupo de cientistas de verdade (da Austrália, do Canada, do Reino Unido, da Finlândia, dos Estados Unidos e da Alemanha) resolveu verificar tudo o que foi publicado – em termos de artigos científicos submetidos à revisão pelos pares (“peer reviewed”) – entre 1991 e 2011.

Uma das participantes desse grupo, a professora Sarah Green, catedrática de química da Universidade Tecnológica do Michigan, tornou públicas as contagens de artigos que afirmam e que negam que as mudanças climáticas não só estão em curso, como são resultado da ação humana.

“Modestos” 97% (faço questão de dizer por extenso: noventa e sete por cento) dos cientistas concordam que as mudanças climáticas estão em curso e são antropogênicas!

Entre outros comentários, Green disse: “Achei fascinante ver o conjunto de implicações das mudanças climáticas identificados nos extratos dos artigos — muito além daquilo que costumamos ouvir sobre o assunto. Nesses artigos, tudo foi examinado, o que inclui: a produção de chá no Sri Lanka, as listras das salamandras, desnutrição infantil, frequência de queda de raios, a distribuição da espécie de cactos opuntia (e de pinheiros, bosques de kelp, javalis selvagens, pinguins, peixes árticos, leishmaniose canina e diversas outras espécies), atividade mitocondrial de transporte de elétrons em mariscos, absorção de cobre por peixinhos dourados, nevascas de efeito-lago, a velocidade de rotação da Terra e a prevalência de raposas peladas na Islândia”.

Green diz também ter encontrado vários artigos que tratavam sobre a mitigação dos efeitos das mudanças climáticas.

Os resultados dessa pesquisa estão no artigo publicado hoje em  Environmental Research Letters (Quantifying the consensus on anthropogenic global warming in the scientific literatureJohn Cook, Dana Nuccitelli, Sarah A Green, Mark Richardson, Bärbel Winkler, Rob Painting, Robert Way, Peter Jacobs e Andrew Skuce).

Então, quando alguém afirmar que não há consenso entre os cientistas sobre a existência de mudanças climáticas e que elas são causadas pela atividade humana, lembre-se que 97% (noventa e sete por cento) dos cientistas concordam; apenas 3% discordam… E esses 3% são o mesmo tipo de “cientista” que diz que cigarros não causam câncer (ou um eminente geógrafo e climatologista brasileiro).

(Via Eurekalert)

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