Acidificação dos Oceanos e diminuição das calotas polares

Salve, Pessoal! Mais uma notícia, desta vez do Le Monde, dando conta das lambanças climáticas. La vai:

A acidificação dos oceanos ameaça a cadeia alimentar do Oceano Austral LE MONDE | 01.10.05 | 14h20 • Atualizado em 01.10.05 | 14h20
A acidificação dos oceanos vai desestabilizar, de hoje a 2030-2050, os ecossistemas marinhos? Sem dúvida, se acreditarmos em um estudo internacional publicado na quinta-feira 29 de setembro na revista “Nature” e realizado por uma dezena de laboratórios alemães, americanos ou, ainda, franceses. Segundo eles, o crescimento da taxa de dióxido de carbono na atmosfera vai provocar, em um prazo mais ou menos breve, uma acidificação dos mares tal que certos organismos com esqueletos externos não poderão nele subsistir. No decurso do século XX, o pH médio dos oceanos despencou de 0,1 unidade. Esta tendência vai se acelerar no decorrer do século XXI e é prevista uma baixa do pH de 0,3 a 0,4 unidades de hoje até 2100.
“Em função de diferentes cenários de desenvolvimento”, explica Patrick Monfray, co-autor dessa publicação e pesquisador no Laboratório de Geofísica e Oceanografia Espaciais (CNRS, IRD, CNES e Universidade de Toulouse-III), “nós demonstramos que a acidez dos oceanos vai crescer até o ponto em que, nas altas latitudes polares, certos organismos dotados de conchas calcárias, vão estar em uma água tão ácida que ela será capaz de dissolver suas carapaças”. Se as emissões de CO2 não forem dominadas (cenário chamado “Business as usual”=”Negócios como os usuais”), esse pónto será atingido cerca de 2030, estima o Sr. Monfray. Se, ao contrário, a concentração de gás carbônico se estabilizar em 650 ppm (partes por milhão), chega-se a ele em torno de 2050.
Os organismos cujas conchas são formados de calcita não deverão ser os primeiros a serem afetados. Em contrapartida, aqueles com o esqueleto externo constituído de aragonita (CaCO3 ou carbonato de cálcio) estão particularmente ameaçados.
É notadamente o caso dos moluscos planctônicos chamados pterópodes. Ora, esses organismos se revestem de uma importância particular. “Eles formam um elo importante da cadeia alimentar do Oceano Austral”, explica Patrick Onfray. “Potencialmente, isso pode gerar fenômenos em cascata em grande escala”, que afetarão uma grande faixa de espécies (cetáceos, salmôes, etc.).
Estes fatos são ainda mais preocupantes já que, perdurando a tendência atual, o fenômeno vai atingir, em torno de 2100, não somente as altas latitudes, mas, igualmente, as zonas mais meridionais como o Pacífico Norte. A publicação destes trabalhos vem de encontro àquilo que diversas pesquisas recentemente puseram em evidência: importantes modificações na repartição da fauna planctônica.
ENXUGAR OS EXCESSOS
No Atlântico Norte, por exemplo, certos planctons migram para o norte, sob o efeito do reaquecimento das águas da superfície (ver matéria do Le Monde de 20 de setembro de 2004). Entre uma acidez crescente ao Norte e o aumento da temperatura mais ao Sul, a dinâmica dessas espécies será realmente profundamente perturbada a curto prazo.
Os recifes de coral – nichos de uma abundante biodiversidade – poderão sofrer também com a acidificação dos mares, acrescentam os pesquisadores. Ainda assim, este ponto continua em discussão. Um estudo controvertido, publicado em dezembro de 2004 na revista “Geophysical Research Letters”, concluía que os corais poderiam, ao contrário, se benefeiciar do aquecimento. Com efeito, se a baixa do pH tende a reduzir o conteúdo de aragonita na água do mar (e, portanto, desacelerar os fenômenos de calcificação) o aumento da temperatura da água contrabalancearia esta tendência.
Mesmo se estas discussões permaneçam na comunidade científica, a acidificação dos oceanos é objeto de inquietudes crescentes. Porque ela conduz, por outro lado, à redução da capacidade dos oceanos em absorver o CO2 produzido pela atividade humana. Quanto mais o oceano ficar ácido, menos será capaz de enxugar os excessos produzidos pelo homem.
Em suma, explica o Sr. Onfray, este é um caso de “realimentação positiva”, Ou seja, este efeito tampão do oceano não pode ser negligenciado porque as águas da superfície absorvem mais de um terço dos rejeitos de gás carbônico engendrados pela queima de combustíveis fósseis.
Stéphane Foucart
(Quadro anexo ao artigo)
Forte redução da calota glacial ártica
A calota glacial ártica ficou fortemente reduzida este ano e isso pelo quarto verão consecutivo, indicaram na quarta-feira 28 de setembro os cientistas americanos. Este fenômeno, atribuído ao aquecimento do clima vai, provavelmente, se acelerar. “Dado o baixo nível recorde dos gelos este ano, no fim de setembro, 2005 vai, praticamente com certeza, ultrapassar 2002 em ter a mais fraca calota de gelo no Ártico em um século”, declarou Julienne Stroeve do Centro Americano de Dados sobre Neves e Gelo (NSIDC). “Neste rítmo, o Ártico não terá mais gelo, durante a estação do Verão, bem antes do fim deste século”, acrescentou ela. A zona gelada do Oceano Ártico fica normalmente reduzida a seu mínimo em setembro, no fim do verão. Em 21 de setembro de 2005 a banquisa não tinha mais do que 5,32 milhões de km2, ou seja, a mais tênue superfície jamais medida pelos satélites, precisaram os cientistas em um comunicado. Os “experts” do NSIDC calcularam que a calota glacial do Ártico vai se reduzir em 8% em média, a cada decênio. – (AFP.)
Artigo publicado na edição de 02.10.05

Quando será que os idiotas vão ver que estão pondo fogo na própria casa???

Discussão - 1 comentário

  1. Leonor Gomes disse:

    axo ke acabaste de me ajudar pra um trabalho LOl bjx

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