Tadinho do Papai Noel…

Salve, Pessoal! Como a falta do que fazer é muita e eu gosto de praticar minhas habilidades de tradução, lá vai mais uma de um artigo do The New York Times, da edição de ontem, sobre a diminuição das calotas polares. Leiam e vejam se observam a mesma coisa que eu…

29 de Setembro de 2005
Em uma tendência de derretimento, menos gelo disponível no Ártico
Por ANDREW C. REVKIN
A camada flutuante de gelo marinho no Oceano Ártico encolheu, neste verão, ao que provavelmente foi seu menor tamanho em pelo menos um século de registros feitos, continuando a apresentar uma tendência na direção de menos gelo no verão, conforme relatou ontem uma equipe de “experts”.
Esta mudança é algo difícil de explicar sem atribuí-la, em parte, ao aquecimento global por interferência do homem, disseram os membros da equipe e outros “experts” sobre a região.
A mudança parece, também, estar inclinada a se tornar auto-sustentável: a maior superfície de águas abertas absorve mais energia solar que, de outra forma, teria sido refletida de volta ao espaço pelo brilhante gelo branco, disse Ted A. Scambos – um cientista do Centro Nacional de Dados sobre Neve e Gelo em Boulder, Colorado – que compilou os dados juntamente com a NASA.
“Os ‘feedbacks’ no sistema estão começando a tomar conta”, disse o Dr. Scambos.
Os dados foram disponibilizados no site do Centro: www.nsidc.org.
As descobertas são consistentes com as recentes simulações computadorizadas que mostram que um acúmulo de emissões de gases associados ao efeito-estufa provenientes de chaminés e canos de escape, poderia levar a um Ártico profundamente transformado, lá para o final deste século, quando grande parte do Oceano que era preso na banquisa de gelo, vai se tranformar em águas abertas durante os verões.
As áreas de águas abertas no verão podem ser um benefício para as baleias e os bacalhaus e o recesso do gelo poderia criar atalhos nas rotas de navegação entre o Atlântico e o Pacífico.
Mas uma hoste de problemas está, também, pela frente. Uma das conseqüências mais significativas do aquecimento do Ártico serão fluxos aumentados de águas derretidas e icebergs, das geleiras e banquisas, e, com isso, um aumento acelerado nos níveis dos mares, ameaçando as áreas costeiras. A perda do gelo marinho também pode ser danosa para os ursos polares e os caçadores de focas Esquimós.
A calota de gelo do Ártico sempre cresce no inverno e encolhe no verão. A área média do mínimo, desde 1979 quando começou o preciso mapeamento por satélite, até 2.000 era de 2,69 milhões de milhas quadradas, um tamanho semelhante ao território dos Estados Unidos, sem o Alaska. A nova mínima de verão, medida em 19 de setembro, ficou 20% abaixo disso.
Antes de 1979, os cientistas estimavam o tamanho da calota de gelo com base em realtórios feitos por navios e aviões.
A diferença entre a área média de gelo e a área registrada neste verão foi de cerca de 500 mil milhas quadradas, uma área cerca de duas vezes o estado do Texas, disseram os cientistas.
Este verão foi o quarto de uma série em que a área da calota de gelo ficou bem abaixo da média histórica – disse Mark C. Serreze, um cientista sênior e professor na Universidade de Colorado em Boulder.
O Dr. Scambos disse que as sucessivas reduções da calota de gelo “tornam bastante certo que um declínio de longo prazo está em andamento”.
Segundo o Dr. Serreze, o ciclo natural na atmosfera polar, chamado de “Oscilação Ártica” que contribuiram para redução do gelo ártico no passado, não parece ter sido um fator presente nos muitos últimos anos.
Ele disse que o papel da acumulação das emissões de gases associados ao efeito-estufa tem se tornado mais e mais aparente, com temperaturas crescentes no ar e no mar. Ainda assim, muitos cientistas dizem que não é possível estabelecer que parte das mudanças no Ártico são causados pelos níveis de dióxido de carbono e outras emissões de fontes humanas, e o quanto são as oscilações climáticas usuais.
O Dr. Serreze e outros cientistas dizem que maiores instabilidades podem estar pela frente e que a área da calota de gelo pode até aumentar em alguns anos. Mas os cientistas acharam poucos indícios de que outros fatores, tais como um aumento na nebulosidade no Ártico, em um mundo em processo de aquecimento, possa reverter a tendência.
“Com toda essa água escura aberta, você começa a ver um aumento na armazenagem de calor no Oceano Ártico”, disse o Dr. Serreze. “Quando chega o outono e o inverno, isso torna mais difícil o crescimento do gelo e, na próxima primavera, você acaba com uma calota menor e mais fina. E fica mais fácil perder mais ainda no ano seguinte”.
O resultado, disse ele, é que o Ártico está “se tornando um lugar profundamente diferente do lugar que nós nos acostumamos a pensar”.
Outros “experts” em gelo e clima árticos discordaram de detalhes. Por exemplo, Ignatius G. Rigor da Universidade de Washington, disse que a mudança estava provavelmente ligada a uma mistura de fatores, inclusive as influências do ciclo atmosférico.
Porém ele concordou com o Dr. Serreze em que a influência dos gases associados ao efeito-estufa têm que estar envolvidos.
“A idéia do aquecimento global tem que ter um papel importante nesse cenário”, disse o Dr, Rigor. “Eu penso que nós temos um estado climático diferente no Ártico agora. Todos esses ‘feedbacks’ estão começando a influenciar diretamente e realmente estão sumindo com o gelo no fim do verão”.
Outros “experts” expressaram alguma cautela. Claire L. Parkinson, uma “expert” em gelo oceânico no Centro Goddard de Vôos Espaciais (da NASA) em Greenbelt, Mariland, dise que uma pletora de de mudanças no Ártico – inclusive temperaturas mais altas, derretimento dos gelos perenes e a reução da calota de gelo marinho – são consistentes com o aquecimento de origem humana. Mas ela enfatizou que o complexo sistema está, ainda, longe de ser completamente compreendido.
William L. Chapman, um pesquisador de gelo marinho na Universidade de Illinois Urbana-Chamapaign, disse que é importante ter em mente que o tamanho da calota de gelo pode variar tremendamente, em parte por causa das mudanças nos padrões de ventos, que podem fazer com que a calota de gelo se acumule de um lado do litoral ártico ou se afaste do outro.

Perceberam?… Diversos especialistas estão dizendo “é o efeito-estufa!” Os outros dizem: “é possível que seja o efeito-estufa…” O curioso é que os que dizem que é só “possível” são os dos Órgãos do Governo, como a especialista da NASA.
Isso tudo porque o imbecil chapado do W. Bush se recusa a admitir que tem que aderir ao Protocolo de Kioto e os caras querem manter seus empregos públicos…
Tadinho do Papai Noel: daqui a pouco, tudo que vai restar de sua fábica de brinquedos e de sua casa vai ser a piscina…
Mas o que ninguém está falando, com clareza, é das conseqüências do efeito-estufa. Em uma primeira etapa, as calotas polares vão se derretendo. Isso faz com que o nível dos mares suba (e lá se vai minha casa em Araruama, junto com a cidade…) e, também, aumenta a umidade da atmosfera (se vocês acharam as gêmeas Catarina e Katrina interessantes, aguardem o que vem por aí…). No final, o mundo inteiro vai ficar coberto por núvens. Aí começa a segunda etapa. Essas nuvens vão refletir a radiação solar de volta para o espaço e a temperatura geral da Terra vai mergulhar rapidamente. As chuvas vão continuar a cair, cada vez mais fortes e os invernos vão ficar cada vez mais rigorosos. E as geleiras vão se expandir mais uma vez, tornando todas as áreas temperadas da Terra inabitáveis e os Trópicos em uma área fria e seca.
Esse foi o quadro pintado por Louis Agassiz em 1837, assumindo que o efeito-estufa tenha sido causado por um ciclo particularmente violento de vulcanismo, para a Idade do Gelo que, por pouco, não fez perecer uma certa espécie de macaquinhos muito promissores…
Mas eu confio em Mamãe Natureza: ela nunca vai à loucura; vai à forra… O mundo inteiro vai sofrer com isso, mas quem vai para o brejo primeiro são as vacas sagradas… E o Primeiro Mundo vai ficar no dilema da cigarra da fábula: não cantou? Agora dance! (E seus arsenais nucleares podem ser usados como supositório: se usarem, as terras que eles precisam vão ficar inabitáveis, também…)
Quem semeia “Tempestades no Deserto”, colhe furacões na Costa do Golfo…

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