Roda de Ciência: Internet na Academia

Considerando-se que eu nasci na metade do século passado (no tempo em que, para se fazer uma ligação telefônica entre o Rio de Janeiro e Niterói, se passava um bom tempo esperando a telefonista completar a ligação) e que o assunto momentoso da scif-i da época era a humanidade sendo dominada pelos “cérebros eletrônicos”, o assunto para mim tem um sabor nostálgico.
Eu ainda me lembro do sentimento de “maravilhoso” que me ocorreu, ao visitar o CNEN e descobrir que a entidade tinha acesso aos Bancos de Teses (ainda em processo de montagem, em âmbito mundial) e perceber o potencial de disseminação do saber: o acesso instantâneo a todas as fontes de referência!
Eu ainda não tinha um computador pessoal, mas já me maravilhava com a simples possibilidade da existência da “Information Highway” (como o governo americano tentou batizar a Internet). A “Aldeia Global”, prevista por MacLuhan, parecia cada vez mais real.
Para quem dependia do “snail mail” (também conhecido como “Correio”) para se corresponder com parentes e amigos distantes, tudo parecia um sonho…
Só que, como tudo no mundo, a Internet acabou por apresentar um lado positivo e um negativo. Não vou entrar no mérito da quantidade de cretinices e falsas informações, lixo, “spam”, virus e outras chatices menos votadas, que existem. Tudo isso é um pequeno preço a pagar pelos ArXives e outras facilidades.
Mas uma das primeiras coisas que eu aprendi, ao ingressar no “mundo cibernético”, foi que os computadores tinham uma característica semelhante aos automóveis: a maior parte dos defeitos se originavam no “burrinho” (a peça que fica entre o assento e o volante…) E que um dos piores defeitos era a possibilidade do anonimato e da falsa identidade. Basta ver quanta idiotice e desinformação circula por aí (NB: “desinformação” é um jargão militar. Significa uma informação deliberadamente falsa ou meia-verdade distorcida para esconder uma realidade inconveniente).
Também não vou entrar no mérito das teses e pesquisas feitas com “copy & paste”. O degas aqui já faturou muito $$$ prestando “assessoria” para montagem de teses e monografias para incompetentes. Isso é a segunda profissão mais antiga do mundo…
Eu acabo de ler o livro “O Senhor deve estar brincando, Sr. Feynman” e, guardadas as devidas proporções, é gratificante perceber que um físico com Prêmio Nobel fez constatações muito parecidas com as minhas. Mas isto vai ser assunto para outros artigos do “Chi vó, non pó”.
Eu só quero deixar uma “agulhada” final: por que será que os Acadêmicos só se importam com os efeitos da Internet na Academia? Até agora, eu não vi pessoa alguma se referindo ao que a, tão propalada, “Inclusão Digital” pode trazer de bom ou mau ao ensino fundamental e médio…
Gente!… A ciência tem que sair da Torre de Marfim, senão os fundamentalistas religiosos vão ganhar!… E teremos outra “Idade Média”, combinada com o pesadelo de “1984”…
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