Aparentemente, nada a ver…

Via EurekAlert, um artigo me chamou a atenção:
Pesquisadores da Universidade de Minnesota descobrem que as palavras de um CEO podem antecipar inovaçõs futuras em uma companhia
Muitos acionistas gostariam de poder olhar em uma bola de cristal e predizer o desempenho de uma firma. Pesquisadores da Universidade de Minnesota descobriram que eles precisam de algo bem menos místico para prever as futuras inovações das firmas. “A resposta reside nas palavras do CEO,” afirmou Rajesh Chandy, professor de marketing da Carlson School of Management. “Pela simples contagem de frases dirigidas ao futuro nos relatórios anuais, podemos predizer as inovações futuras em uma firma.” [Nota do tradutor: o anglicismo “CEO” está tão consagrado, que eu não me dei ao trabalho de traduzir para “Presidente”, “Presidente Executivo”, ou qualquer outro título em português. No final, quer dizer: “quem manda”]
Na publicação “Managing the Future: CEO Attention and Innovation Outcomes” (“Gerenciando o Futuro: Resultados da Atenção e Inovações do CEO”), a ser publicada no Journal of Marketing, Chandy e os co-autores Manjit Yadav, da Texas A&M University, e Jaideep Prabhu do Imperial College, London University, mostram que os CEO que focalizam sua atenção em eventos futuros, bem como nas atividades externas à firma, levam suas firmas a uma adoção e invenção de tecnologias mais precoce, assim como um maior e mais rápido desenvolvimento de inovações. Em contraste, mais atenção a operações internas leva a uma detecção, adoção e implementação mais lenta de novas tecnologias.
As palavras, não só as ações, do CEO estabelecem o tom para inspirar, impelir e motivar inovações pelos empregados de uma firma. Para investigar sua teoria, Chandy e seus co-autores estudaram dados empíricos, coletados da industria de online banking, ao longo de um período de oito anos, para determinar o desempenho delas quanto à rapidez de detecção, velocidade de desenvolvimento e amplitude da aplicação da tecnologia. Contando o número de palavras e frases com referência ao futuro em cartas aos acionistas, durante esse período de tempo, eles foram capazes de predizer o nível de inovação da firma até cinco anos depois.
“A pressão diária de dentro da corporação tende a ocupar a maior parte do tempo de um CEO, sobrepujando sua capacidade de atenção”, explica Chandy. “Entretanto, porque o CEO estabelece o tom e a cultura, não raciocinar adiante e para fora da firma tem conseqüências altamente negativas para a inovação”.
Os pesquisadores alertam os CEO para direcionar sua atenção para o que está fora de suas firmas, em lugar dos problemas internos, cuja solução estará melhor colocada em outras mãos. “A tentação em se focalizar em incêndios dentro a firma pode levar a esquecer seu trabalho”, afirma Chandy. “Um CEO que focaliza o quadro geral, não as picuinhas, vai influenciar o processo de inovação e os resultados futuros da firma mais do que um que tenha um foco mais no cotidiano”.
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Extrapolando de negócios particulares para negócios públicos, talvez seja este um dos problemas da Administração Pública. Não que os erros do passado não devam ser corrigidos, mas está faltando “pensar no futuro”.
Talvez, se “deixássemos para lá” os erros do passado (leia-se: ficar buscando os “culpados” pelo atual estado de coisas) e nos concentrássemos no que temos que fazer no futuro, não seríamos tão surpreendidos pelo presente…
Criticar as falhas que já aconteceram, é muito fácil… (ninguém precisa ser cozinheiro para saber se a comida está com bom sabor…) Planejar o futuro é que exige verdadeiros estadistas.

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