É melhor começar a construir a arca logo…

Eu e minha boca… Ontem, em uma discussão no Orkut sobre meio-ambiente, eu dizia:
“Pelo que eu tenho acompanhado nas manchetes de estudos ambientais pelo EurekAlert , da AAAS (American Association for the Advance of Science = Associação Americana para o Avanço da Ciência), o Protocolo de Kioto já veio tarde e, mesmo que tivesse sido cumprido ao pé da letra, os danos ao ambiente já são quase irreversíveis.
Não se trata mais de consertar os estragos que a chuva causou, mas de construir uma nova “Arca de Noé” para salvar o que puder…”
Hoje, aparece a seguinte notícia no “The Guardian”:


Como as mudanças climáticas vão afetar o mundo

Por David Adam
The Guardian

  • Quarta-feira, 19 de setembro de 2007
  • Os efeitos das alterações climáticas vão se fazer sentir antes do que os cientistas esperavam e o mundo precisa aprender a viver com os efeitos, disseram ontem os experts.
    Martin Parry, um climatologista do Met Office, falou que mudanças destrutivas nas temperaturas, regime de chuvas e agricultura, agora são previstas para acontecer muitas décadas mais cedo do que se pensava antes. Ele disse que populações vulneráveis tais como a do velho mundo e do terceiro mundo serão as mais fortemente afetadas, e que os líderes mundiais ainda não aceitaram que seus países terão que se adaptar para as prováveis conseqüências.
    Falando em um encontro para o lançamento do relatório completo sobre os impactos do aquecimento global, feito pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (Intergovernmental Panel on Climate Change = IPCC), o Professor Parry, co-diretor do grupo de trabalho do IPCC que escreveu o relatório, declarou: “Nós todos estamos acostumados a falar sobre esses impactos como vindouros, nas épocas da vida de nossos filhos e netos. Agora, sabemos que é conosco”.
    Ele acrescentou que os políticos desperdiçaram uma década, se focalizando apenas em meios de cortar as emissões, e somente agora acordaram para o fato da necessidade em se adaptar. “A mitigação ficou com toda a atenção, mas não é possível mitigar este problema. Nós agora temos uma escolha entre um futuro com um mundo danificado, ou um mundo severamente danificado”.
    A resposta internacional para o problema falhou em compreender as sérias conseqüências, tais como quebras de safras e falta de água, que agora são inevitáveis, disse ele. Países como a Grã-Bretanha precisam se concentrar em ajudar nações no mundo em desenvolvimento a suportar os impactos previstos, ajudando-as a introduzir tecnologia de irrigação e gerenciamento da água, colheitas resistentes a secas e novas técnicas de construção.
    Rajendra Pachauri, diretor do IPCC, declarou: “A produção de trigo na Índia já começou a diminuir, por nenhuma outra razão que não a mudança climática. Todo o mundo pensava que não tínhamos que nos preocupar com a agricultura indiana por muitas décadas. Agora sabemos que ela está sendo afetada agora”. Existem sinais de que uma mudança similar está acontecendo na China, ele acrescentou.
    O capítulo “sumário” do relatório de ontem foi publicado em abril, depois de discussões entre cientistas e políticos em cargos públicos sobre seu conteúdo. O Professor Parry declarou: “Governos não gostam de números, de forma que alguns números foram removidos dele”.
    O relatório avisa que a África e o Ártico suportarão a maior parte dos impactos climáticos, junto com pequenos arquipélagos como Fiji e os mega-deltas dos rios asiáticos, inclusive o Mekong.
    O relatório diz que eventos climáticos extremos têm grandes possibilidades de se tornarem mais intensos e mais freqüentes, e o efeito sobre os ecossistemas pode ser sério, com a morte de até 30% das espécies vegetais e animais em risco de extinção, se o aumento médio na temperatura global subir além da faixa entre 1,5 a 2,5 °C. As conseqüências da elevação das temperaturas já estão se fazendo sentir em todos os continentes, acrescenta ele.
    O Professor Parry declarou que será “extremamente improvável” que o aumento da temperatura média possa ser limitado a 2°C, como pensado pelos governos europeus. Isto colocaria mais 2 bilhões de pessoas em risco de falta de água e centenas de milhões mais se defrontarão com a fome. diz o relatório.

    Está de bom tamanho, ou a notícia podia ser pior?… Eu devia ficar calado…

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