Celulares em sala de aula…

University of Nottingham

Telefones celulares ajudam os alunos

Pergunte a um professor qual é invenção mais irritante dos últimos anos e eles, freqüentemente, vão dizer: o telefone celular.

Exasperados pelas distrações e os problemas que eles criam, muitos diretores determinaram que os alunos devem mantê-los desligados dentro da escola. Outros dizem para deixá-los em casa. [N.T: no Brasil, em diversas cidades, como o Rio de Janeiro, o uso deles em sala de aula é proibido por Lei]

Entretanto, pesquisadores de educação da Universidade de Nottingham acreditam que já é tempo de reavaliar o banimento dos celulares — porque, dizem eles, os celularer  podem se transformar em um poderoso meio auxiliar para o aprendizado.

A Dra. Elizabeth Hartnell-Young e seus colegas chegaram a esta conclusão depois de estudar as conseqüências de permitir aos alunos de cinco escolas secundárias a usarem seus próprios celulares ou a nova geração dos ‘smartphones’ durante as aulas.

Durante a experiência de nove meses, alunos com idades de 14 a 16 anos usaram seus telefones para uma vasta gama de atividades educacionais, inclusive a criação de vídeos curtos, lembretes de trabalhos para casa, gravar um professor lendo um poema e cronometrando experiências com os cronômetros dos celulares. Os “smartphones”, que podem se conectar à Internet, também permitiram aos alunos acessar websites de revisão, logar no sistema de email da escola, ou transferir arquivos digitais entre suas casas e a escola.

A pesquisa envolveu 331 alunos de escolas em Cambridgeshire, West Berkshire e Nottingham.

“No começo do estudo, até os alunos freqüentemente se surpreendiam com a idéia de que celulares poderiam ser usados para aprender”. é que disse a  Dra Hartnell-Young na conferência anual da Associação Britânica de Pesquisa Educacional, em Edinburgo, no dia 11 passado. “Depois da experiência de mãos-à-obra, quase todos os alunos disseram ter gotado do projeto e se sentiram mais motivados”.

Alguns professores também tiveram que reavaliar seus pontos de vista, muito embora o pessoal que tomou parte no estudo já fosse defensor de novas tecnologias em seus colégios. “Os estudantes gostam de celulares e sabem como usá-los”, disse um deles. “Usar esta tecnologia deu a eles maior liberdade de se expressar, sem necessidade de constante supervisão”.

Outros professores descobriram que alunos a quem faltava autoconfiança foram os que mais ganhaream com o projeto. Mesmo assim, eles reconheceram que um maior uso de telefones celulares nas escolas pode se provar problemático.

O aumento na tentação de furtar telefones foi uma das preocupações. “Eu pensei: bem… quatro desses “smartphones” vão acabar no eBAY amanhã”, disse um dos professores.

O temor acabou por se mostrar infundado, mas alguns professores continuaram preocupados com o fato de que os telefones podem ser uma fonte de distração para alguns alunos. E permitir o acesso dos alunos ao sistema de emails da escola via celulares também apresenta problemas com a segurança dos dados, se houver vazamento das senhas, lembraram eles.

Os sindicatos dos professores tem receios similares e apoiou o banimento dos celulares nas escolar. “Os alunos, nos dias de hoje, vêm para escola com celulares, MP3 players e jogos portáteis, enquanto que os professores preferiam que eles trouessem uma caneta, apenas”, disse no mês passado Chris Keates, secretário geral do sindicato NASUWT.

A Dra Hartnell-Young diz que as preocupações dos professores são compreensíveis. “Embora o objetivo eventual seja levantar o banimento total dos celulares, não recomendamos uma mudança imediata e em todas as escolas”, disse elea.

“Ao contrário, nós acreditamos que os professores, alunos e toda a comunidade devem trabalhar em conjunto para o estabelecimento de políticas que venham a permitir o uso dessa poderosa ferramenta nova para o aprendizado, de maneira segura. Esperamos que, no futuro, o uso dos telefones celulares seja tão natural como o uso de qualquer outra tecnologia na escola”.

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Observação do tradutor: é!… e o inferno pode congelar e o Capeta morrer de pneumonia….

Discussão - 5 comentários

  1. Ulisses Adirt disse:

    Trabalho em um colégio (particular) que não permite (por "falta" de recursos) que os professores utilizem nada além do giz. Como ensino História e gosto que meus alunos tenham, tb, um contato visual com a matéria, gravo algumas fotos no meu celular e envio via bluetooth aos alunos. A experiência tem sido bem positiva.

  2. Cristiano Dalbem disse:

    é a velha história da "arma que não mata, mas sim seu portador". todos parecem se preocupar com instrumentos de repressão quando deveriam mesmo é se focar em uma real formação de caráter dos jovens.

  3. Lutar contra a tecnologia nunca foi uma boa escolha... hoje nas faculdades os notebooks estão cada vez mais populares (inclusive dentro de salas) e ainda vejo que vai aumentar muito com os ultraportáteis.

  4. Isis disse:

    Tá vendo? Todas as criações científicas e tecnológicas - ou científicas-tecnológicas - podem ser usadas para o "bem" e o "mal". Esses professores implicantes... (brincadeira)

  5. João Carlos disse:

    (Desculpem a demora...)
    Como sempre, e uma questão de ensinar os usos adequados da tecnologia... O grande problema está mais na noção de "boas maneiras" do que nos aparelhos, em si.

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