Mais um alerta sobre resistência a antibióticos

Via EurekAlert:

BMJ-British Medical Journal

Estamos enfrentando uma pandemia global de resistência a antibióticos, alertam os experts

Recursos vitis da medicina moderna, tais com cirurgias complexas, transplantes de órgãos e quimioterapia para o câncer, estão ameaçados se o problema de resistência a antibióricos não for atacado urgentemente, alertam os experts no bmj.com.

É necessária uma resposta coordenada em escala global para enfrentar as crescentes taxas de bactérias resistentes causada pelo uso e abuso de antibióticos, ou “vamos voltar à era pré-antibióricos”, escreve o Professor Otto Cars e seus colegas em um editorial.

Todos os antibióticos “gastam” um pouco da eficácia do próprio antibiótico, diminuindo sua eficácia em usos futuros, escrevem os autores, e os antibióticos não podem mais ser considerados como uma fonte renovável.

Eles alertam para o fato de que os antibióticos existentes estão perdendo seu efeito em um ritmo alarmante, enquanto o desenvolvimento de novos anitbióticos está declinanado.  Mais de uma dúzia  de novas classes de antibióticos foram desenvolvidos entre 1930 e 1970, mas, desde então, somente duas novas classes foram desenvolvidas.

De acordo com o Centro Europeu para Prevenção e Controle de Doenças, a mais importante ameaça de doenças na Europa vem dos microorganismos que se tornaram resistentes a antibióticos.  Já em 2000,  a Organização Mundial de Saúde vem pedindo um esforço concentrado para enferentar o problema da resistência antimicróbica para impedir a “catástrofe sanitária de amanhã”.

Então, por que tão pouco foi feito para enfrentar o problema da resistência, perguntam os autores?

Receitam antibióticos em excesso e esses ainda são ilegalmente comercializados no balcão em alguns países da Comunidade Européia, bem como a auto-medicação com sobras de medicamentos é comum.

Existem relatos  alarmantes de conseqüências sérias de resistência a antibióticos vindos de todo o mundo. No entanto, ainda existe uma grande carência de dados sobre a magnitude e os danos causado pela resistência a antibióticos, ou o seu impacto econômico sobre as pessoas, serviços de saúde e a sociedade em geral. Os autores sugerm que isso pode explicar porque tenha havido tão pouca resposta a esse risco sanitário por parte dos políticos, trabalhadores da área de saúde e consumidores.

Além disso, afirmam os autores, existem significativos desafios, mas poucos incentivos, para o desenvolvimento de novos antibióticos.

Os autores acreditam que se deve dar prioridade aos antibióticos mais urgentemente necessários e se dar incentivos ao desenvolvimento de bactericidas com novos mecanismos de ação. Além disso, “o uso de novos antibióticos deve ser salvaguardado por regulamentos e normas que assegurem seu uso racional, para evitar repetir os erros cometidos com o abuso dos antigos”, afirmam eles.

Eles alertam que a principal força par mudar o curso dos acontecimentos é a redução da demanda pelos consumidores — as pessoas devem ser instruíds a compreender que sus escolhas de antibióticos vão afetar a possibilidade de tratar com eficácia as infecções bacterianas dos outros.

Porém, ressaltam eles, a responsabilidade principal pela coordenação e pelos recursos permanece com os governos nacionais, a OMS e outros organismos internacionais envolvidos.

Não só existe uma urgente necessidade por informações atualizadas sobre os níveis de resistência aos antibióticos, como também de indícios de intervenções eficazes para a prevenção e controle da resistência a antibióticos a níveis nacionais e locais, ao mesmo tempo que se precisa de um foco mais dirigido sobre as doenças infecciosas, concluem os autores.

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Concordo… Mas parece que eu perdi o ônibus em alguma parada no meio do caminho… Quando os autores falam de “responsabilidade” e mencionam “outros organismos internacionais envolvidos”, seria isso um eufemismo para “a indústria faramcêutica multinacional”?…
Se for, podem esperar deitados em suas macas e rezar para não apanharem uma infecção hospitalar daquelas… Há muito tempo que os “braços” dessas indústrias, as de artigos de limpeza doméstica, vem usando e abusando de antibióticos para limpeza caseira…

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