“As Maiores Descobertas Científicas”: A Lei de Murphy.

Este post faz parte da Blogagem coletiva “As Maiores Descobertas Científicas”

A “Lei de Murphy”, embora tenha sido popularizada com este nome, em uma “homengagem” ao engenheiro espacial americano (Major) Edward Aloysius Murphy, Jr, é uma velha conhecida de todo pesquisador e experimentalista. Sua abrangência é tão universal que não faltam exemplos históricos de sua atuação. O resultado mais recente de sua onipresença, com grande repercussão, foi a falha dos condutos de resfriamento de uma bobina do LHC que, se nos poupou de um “fim do mundo” espetacular com direito a um Buraco Negro que engoliria a Terra (começando pelo Hawaii…), foi apenas para nos permitir assistir o “estouro da boiada” proporcionado por Wall Street e mais uma demonstração da inépcia dos governantes.

Seu enunciado mais simples é: “Qualquer coisa que possa dar errado, dará”.

Estão achando que é gozação?… Não é não… Basta perguntar a qualquer pesquisador o quanto os imprevistos mais idiotas interferem nas pesquisas — desde coisas triviais, tais como a burocracia que cisma de empacar na aquisição de um item de material essencial, até a própria má vontade de Mamãe Natureza (como relatado por Mark Hay que teve sua experiência com peixes e corais arruinada pelo Furacão Denis). Some a isso as imprudências e imperícias habituais (como as relatadas pelo Mauro Rebelo neste post).

É muito bacana divulgar que tal ou qual pesquisador fez uma nova descoberta que esclarece um problema há muito estudado, ou que abre uma nova linha de pesquisa teórica ou tecnológica, mas a maior parte do trabalho em ciência e pesquisa é escornação para a coleta de dados, mais escornação para fazer algum sentido dos dados obtidos e — quem sabe?… — colocar mais uma pedrinha na parede da “Catedral da Ciência”.

E com a Lei de Murphy sempre à espreita, para desanimar os menos perseverantes…

Nesta Blogagem coletiva sobre as Maiores Descobertas Científicas, eu quero deixar a minha homenagem ao modesto pesquisador cujo trabalho não causou qualquer revolução na ciência… Principalmente àqueles, como Sir Fred Hoyle, que cunhou a expressão depreciativa “Big Bang” e foi um dos principais contribuidores para que o atual modelo cosmológico acabasse aceito, ao errar redondamente a estimativa do Fundo Cósmico de Microondas… mas ter desafiado Gamov e Alpher a provar sua existência.

Discussão - 5 comentários

  1. Igor Santos disse:

    Gostei desse artigo, fugindo das convencionalidades.
    Teria a lei de Murphy afetado o ataque de Hoyle de maneira avassaladora?

  2. João Carlos disse:

    É o que eu acredito, Igor... Hoyle detestava o “Big Bang” por achar a teoria terrivelmente “criacionista”. Cunhou a expressão como um pejorativo e o nome "colou"... Depois, para demonstrar que Alpher e Gamov não sabiam do que estavam falando, demonstrou como os elementos pesados podiam ser criados dentro das estrelas (mais um ponto para o “Big Bang”). Finalmente, ele argumentou que, se tivesse havido um “Big Bang”, os "ecos" ainda seriam identificáveis, só que na faixa de 25 K...
    A ironia final para Hoyle veio com seu livro “O Universo Inteligente” onde ele demonstra (ou pensa demonstrar...) que a vida nunca poderia ter surgido "por acaso" e que toda a "evolução aleatória" é um erro crasso de matemática... E forneceu farta munição para os "Criacionistas"... 😥
    Uma mente brilhante, associada a um fígado podre... E tome "Murphy" nele!... 😛

  3. Clarissa disse:

    A Lei de Murphy tira vantagem da nossa tendência de enfatizar o negativo e não perceber o que é positivo. Ela se baseia nas leis da probabilidade - a possibilidade matemática de que algo vai acontecer. é bem isso, se alguma coisa pode dar errado, por ter certeza de que ela vai dar! abraços

  4. Carlos Hotta disse:

    Eu só estou esperando o dia em que começarem a usar tecnologias baseadas na lei de Murphy...
    A propósito, saiu o resultado do sorteio do livro
    http://www.ediouro.com.br/as100maioresdescobertas/
    Veja em:
    http://lablogatorios.com.br/raiox/2008/10/18/e-os-ganhadores-dos-livros-foram/
    Valeu pela participação!

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