“Por dentro da ciência” do Instituto Americano de Física (10/11/08)

Inside Science News Briefs
10 de novembro de 2008
Por Jim Dawson
Inside Science News Service

Anuais versus Perenes — Não é uma questão de “Fundo de Quintal”

Os cientistas no Instituto de Biotecnologia em Gent, Bélgica, descobriram o que torna as planas “anuais”, o que significa que elas vivem uma estação de crescimento e morrem, ou “perenes”, o que significa que elas renascem a cada primavera. A diferença, de acordo com o trabalho do cientista Siegbert Melzer, se resume a dois genes críticos que induzem a floração que, quando inibidos, podem transformar uma anual em perene. O rápido crescimento de flores e, em seguida, de sementes, é a estratégia que a maioria das anuais usam para se propagarem de uma geração para a próxima e de uma estação de crescimento para a outra.  As anuais passam por “um rápido crescimento, após a germinação, e uma rápida transição para a floração e formação de sementes, economizando, assim, a energia necessária para a criação de estruturas permanentes”, diz uma declaração do Instituto acerca da pesquisa. “Elas germinam rapidamente depois do inverno, de forma que nascem antes das outras plantas, evitando, assim, a necessidade de competir por alimentos e luz. O truque é, basicamente, criar tantas sementes quanto possível em um tempo tão curto quanto possível”.

As perenes, em lugar disto, constroem “estruturas”, tais como botões, bulbos ou tubérculos que sobrevivem ao inverno, contendo células que ainda não estão especializadas e que, quando a nova estação de crescimento chegar, podem ser convertidos em caules e folhas. Uma anual usa todas as suas células não-especializadas para criar flores e, desta forma, após espargir suas sementes, morre. O crescimento das flores é disparado pela sensitividade da planta à duração do dia e da quantidade de luz solar. Quando a luz está no ponto certo, os “genes indutores da floração” são ativados. Desativando-se dois dos genes que induzem a floração na Arabidopsis thaliana, uma planta florescente cujo genoma foi inteiramente seqüenciado, os pesquisadores criaram plantas mutantes que “já não podem induzir a floração, mas… podem continuar a crescer vegetativamente ou florescer muito depois”. Uma vez que as plantas não usam todo seu estoque de células não-especializadas para fazer flores, elas se tornam perenes, capazes de continuar a crescer por um longo tempo. E, tal como perenes verdadeiras, as anuais alteradas mostram um crescimento secundário com formação de madeira.

Por que acontecem mais ataques cardíacos e derrames durante a manhã?

Ataques cardíacos e derrames ocorrem com mais freqüência durante a manhã, logo quando o relógio biológico das pessoas está “ligando” diversos sistemas físicos, se preparando para as atividades diárias. Os cientistas há muito tempo já conheciam esta ligação entre os ritmos biológicos e os ataques cardíacos, mas, agora, os pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade Emory descobriram que os ritmos diurnos das células que revestem os vasos sanguíneos podem ser parte do motivo. As células endoteliais nos vasos sanguíneos servem como uma interface entre o sangue e as artérias, controlando o tônus arterial e ajudando a impedir a formação de trombos que levam a ataques cardíacos e derrames, argumenta uma nota dessa escola de medicina. Essas células, que ajudam os vasos sanguíneos a relaxar, são criadas a partir de células progenitoras originadas na medula óssea.

Em seu estudo, Ibhar Al Mheid, um médico e pesquisador em cardiologia, mediu amostras de sangue retiradas de uma dúzia de pessoas saudáveis de meia idade, a cada quatro horas durante 24 horas. Foi descoberto que a capacidade de relaxamento dos vasos sanguíneos e do crescimento das células progenitoras atinge um pico à meia noite, cerca de quatro horas depois do pico no número de células endoteliais. “O revestimento de nossos vasos [sanguíneos] parece funcionar melhor à noite do que durante o dia”, declara Al Mheid. “A função endotelial fica particularmente deprimida nas primeiras horas da manhã”.

Estudos anteriores do ritmo biológico do coração humano, realizado por outros pesquisadores, mostra que vários fatores regulam a eficiência do próprio coração e que ele, na média, é mais capaz de tolerar estresse por volta das 5 horas da tarde e menos capaz de lidar com o estresse por volta das 9 da manhã.

Talvez os dinossauros não dançassem, afinal…

Uma notícia veiculada pelos geólogos da Universidade de Utah de que teriam encontrado uma “pista de dança de dinossauros” — uma área remota contendo ao menos um milhar de pegadas de dinossauros — foi contestada por um grupo de paleontologistas que visitou o local. Uma semana após a “pista de dança” ter sido alvo da atenção da mídia mundial, quatro chatos invejosos paleontologistas de outras instituições foram até a área dentro do Vermillion Cliffs National Monument na fronteira Arizona-Utah. Eles relataram que viram rastros de dinossauros ao irem para o local, porém nenhuma pegada na própria “pista de dança”.

“Simplesmente não há rastros ou características de rastros reais nesse lugar”, declarou o bolha Brent Breithaupt, diretor do Museu Geológico da Universidade do Wyoming. As depressões que os geólogos da Universidade de Utah interpretaram como pegadas fósseis são, mais provavelmente, buracos de erosão, disse a equipe de estraga-festas paleontologistas. Marjorie Chan, catedrática de geologia e geofísica em Utah, foi uma dos co-autores no artigo que descrevia as depressões como prováveis pegadas de dinossauros. Sua reação aos comentários dos sem-graça paleontologistas, ela declarou que, se os buracos são de erosão, eles são de um tipo extremamente incomum, comparados com os buracos de erosão na região.

Chan e Winston Seiler, que realizou a pesquisa como parte de sua tese de mestrado, disseram que não vão desdizer seu estudo que foi pulicado na Palaios, uma publicação internacional de paleontologia. Porém reconheceram que existem argumentos a favor das marcas serem buracos de erosão, em lugar de pegadas de dinossauros, e observaram que essa possibilidade foi citada em seu artigo. “A ciência é um processo evolutivo no qual buscamos a verdade”, declarou Chan. “Nós observamos o adequado processo científico de cuidadosos estudos comparativos com outros estudos publicados e pela revisão por pares. Nós fizemos uma considerável auto-crítica do projeto e chegamos a uma conclusão diferente da dos paleontologistas, mas estamos abertos ao diálogo e visamos contribuir para resolver a controvérsia”.


Este texto é fornecido para a media pelo Inside Science News Service, que é apoiado pelo Instituto Americano de Física (American Institute of Physics), uma editora sem fins lucrativos de periódicos de ciência. Contatos: Jim Dawson, editor de notícias, em jdawson@aip.org.

Discussão - 3 comentários

  1. Igor Santos disse:

    Qual seria a música da dança dos dinos?
    Não consigo tirar o charleston da cabeça...

  2. João Carlos disse:

    🙂 Um brontossauro (daqueles do Hotta) dançando Charleston?... Taí algo que eu daria tudo para ver!... 😀
    Eu já me contentaria com um foxtrot 😆

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