“Por dentro da ciência” do Instituto Americano de Física (18/02/09) (2° Boletim)

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19 de fevereiro de 2009

A Nova Rede (de Distribuição de Energia)

O plano de estímulo para a modernização da [infra]estrutura elétrica é grandemente popular

Por Phillip F. Schewe
ISNS

O plano de estímulo para a economia de US$787 bilhões, assinado ontem pelo Presidente Barack Obama visa a criação de empregos e dar um “pontapé inicial” na regeneração da economia. Uma grande parte desse plano está na ênfase nas questões relacionadas com a energia: modernização da rede de energia elétrica, investimentos na pesquisa básica sobre energia, o desenvolvimento de novas baterias e células solares, e na promoção do uso eficiente da energia. Em outras palavras: o presidente está apostando que a futura saúde da economia da nação e o desenvolvimento de energia verde estão intimamente relacionados.

A Comissão de Finanças do Senado, fundamental na aprovação dos projetos de investimentos que compõem o pacote de estímulo à economia, fornece um sumário das quantias específicas, inclusive o seguinte, destinado ao sistema de energia:

• O melhoramento do sistema de transmissão de energia nacional fica com US$ 30 bilhões. Destes, US$ 11bilhões serão destinados a modernizar a rede de transmissão de eletricidade. Os investimentos na rede incluem verbas para a ampliação do sistema de linhas de transmissão, um sistema que, nos últimos vinte anos, tem ficado aquém das demandas de consumo de eletricidade, e torná-la mais confiável: a maior parte dos “apagões” teve origem na rede de transmissão.

Outras verbas do pacote de estímulo que são relacionadas com o melhoramento da rede incluem:

• Garantias de empréstimos para projetos de energia renovável ficam com US$ 6 bilhões. Muitos dos mais notáveis esforços para energias renováveis, tais como energia solar e eólica, percorreram grandes distâncias nos últimos anos, no aumento da eficiência e diminuição de custos, mas ainda respondem somente por uma pequena parte do “menu” da energia elétrica nacional. As garantias de empréstimos devem alavancar desenvolvimentos maiores e tornar possível a economia de escala que vem com um maior volume de negócios.

• Aumentar a eficiência energética dos edifícios federais e dos estados e municípios, fica com US$ 4,5 bilhões e US$6,3 bilhões, respectivamente. Perto de 70% da eletricidade é consumida em edifícios, para coisas tais como iluminação, aquecimento, refrigeração e ventilação. Começar com um programa massivo de melhoramentos nos edifícios governamentais dará o exemplo do que pode ser realizado. A meta é que grande parte ou todo esse investimento retorne, ao longo do tempo, na forma de economia dos gastos de energia e redução das poluentes emissões de carbono.

• Financiamentos para o manufatores para que desenvolvam e comercializem baterias mais eficazes, ficam com US$ 2 bilhões. A armazenagem química de energia em baterias é algo chave para coisas tais como telefones celulares e laptops, mas é também um componente crucial para a eletrificação de veículos.

• Projetos piloto para a captura de carbono ficam com US$ 3,4 bilhões. Mesmo com um forte programa de energia renovável em execução, a geração de eletricidade com combustíveis fósseis será um fato pertinente nos anos vindouros.  Configurar as usinas de energia de forma que o dióxido de carbono possa ser extraído do combustível, antes da combustão, e armazená-lo seguramente sob a terra ou no fundo do oceano, mitigaria grandemente a emissão de gases de efeito estufa.

• Centenas de milhares de dólares a mais beneficiarão a atualização da rede de transmissão de energia elétrica, na forma de pesquisa científica básica por novos materiais, na exploração de novos métodos alternativos de geração de energia e na qualificação de profissionais para os muitos empregos que acompanharão essa esperada “revolução verde”.

Vários interessados fizeram comentários sobre a parte referente à rede de transmissão do plano de estímulo. Por exemplo, a Corporação de Confiança na Eletricidade da América do Norte (North American Electricity Reliability Corporation = NERC), a organização que supervisiona a transmissão de eletricidade nos Estados Unidos, Canadá e partes do México, endossou a provisão do pacote de estímulo para criar uma rede realmente “inteligente”. A NERC coordena as operações de uma rede de redes regionais que, por sua vez, integram as instalações e companhias fornecedoras de eletricidade — a mior parte delas, privada — que fornecem a eletricidade para residências e negócios.

Com efeito, a NERC serve como o “controle de tráfego aéreo” para a distribuição de eletricidade para centenas de milhões de pessoas. Em uma declaração recente, o presidente da NERC, Rick Sergel, sublinhou a importância do apoio federal para a construção de novas linhas de transmissão para transportar a carga crescente da eletricidade: “Nos apoiamos vigorosamente a ‘rede inteligente’ e provisões de garantias de empréstimos no pacote de estímulo à economia proposto e envisamos a futura discussão dos problemas que obstam o desenvolvimento dessa infraestrutura necessária, inclusive a localização e os custos para os projetos de transmissão”.

Muitas das provisões do plano de estímulo são apoiadas pelo IEEE ( = Institute of Electrical and Electronic Engeniers = Instituto de Engenheiros Elétricos e Eletrônicos), uma organização internacional de engenheiros. Em um relatório recente, por exemplo, o IEEE encorajou a evolução em larga escala da frota de veículos nacional na direção dos modelos híbridos, parcialmente elétricos. Esta abordagem sugere carros e caminhões dotados de motores à gasolina, mas cada vez mais acionados por um motor elétrico, especialmente para curtos deslocamentos.

A eletrificação dos transportes cumpriria uma série de metas: diminuição da necessidade de importação de petróleo; a exploração de motores elétricos que transmitem a energia aos eixos motrizes de modo mais eficiente do que os motores de combustão interna; e a localização e redução da poluição, através do uso da rede elétrica geral que irá, no devido prazo, requerer métodos novos e mais limpos para a produção de energia. Para que essa eletrificação dos transportes seja possível, a rede terá que crescer e evoluir. Muitos elementos do plano de estímulo visam diretamente tal evolução.

O Edison Electric Institute, uma associação de diversas companhias de energia elétrica privadas, endossa entusiasticamente o plano de estímulo. O presidente do Instituo Edison, Thomas R. Kuhn, em observações feitas a poucos dias, declarou que o plano seria especialmente útil para a solução de áreas críticas dos negócios de energia elétrica: promovendo a eficiência energética, permitindo a criação de uma rede de transmissão de eletricidade “inteligente”, o advento dos veículos eletro-híbridos e o desenvolvimento de tecnologias de geração de energia com baixa geração, ou mesmo sem geração, de rastro de carbono.


Este texto é fornecido para a media pelo Inside Science News Service, que é apoiado pelo Instituto Americano de Física (American Institute of Physics), uma editora sem fins lucrativos de periódicos de ciência. Contatos: Jim Dawson, editor de notícias, em jdawson@aip.org.

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