Fazer comparações: a arte de raciocinar
Esta merece ser incluída na série “Isso todo o mundo já sabia”… Mas, como todas as questões tipo “todo o mundo já sabia”, nada melhor do que botar a coisa em termos de dados controlados em uma pesquisa científica.
Sob o título: “Vale a pena comparar: a comparação ajuda as crianças a entender conceitos matemáticos”, o EurekAlert traz a notícia de que os pesquisadores Bethany Rittle-Johnson, professora assistente de psicologia e desenvolvimento humano no Peabody College da Universidade Vanderbilt, e Jon Star, professor assistente da Escola de Pós-Graduação em Educação da Universidade Harvard, constataram que alunos que aprendem mais de um método para resolver equações, têm maior facilidade para resolver problemas que envolvem cálculos com essas equações. [Atualizando: há um segundo press-release sobre o assunto, com o título: “Você faz os cálculos — explicar os conceitos básicos por trás dos cálculos melhora o aprendizado das crianças”]
Parece óbvio, mas não é o que se vê nas salas de aula, de modo geral. Normalmente, os professores demonstram uma maneira de efetuar os cálculos e deixam por isso mesmo. O resultado é que esse ensino ex-catedra é absorvido sem que os alunos tenham que raciocinar — mal comparando: os alunos aprendem a abrir um furo com uma furadeira, mas não quando e onde um furo é necessário (o que leva ao ditado: “Para quem só tem um martelo, todo problema se parece com um prego”).
O mal é que muitos “professores” despreparados podem confundir “ensinar mais de uma maneira para solucionar um problema” com “encher a cabeça dos alunos com questões filosóficas”… Infelizmente, o bom-senso não é moeda corrente…
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