Mais do que a vista alcança…

[ Livremente traduzido daqui: An ‘eye catching’ vision discovery  Ah!… Sim… Eu juro que a legenda das ilustrações é essa mesmo…]

Johns Hopkins Medical Institutions


IMAGEM:
Isto é um peixinho dourado.

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Quase todas as espécies têm alguma capa­cidade de detectar a luz. Ao menos três tipos de células na retina nos permitem ver imagens ou distinguir entre o dia e a noite. Agora, os pesquisadores da Escola de Medicina Johns Hopkins descobriram nos peixes um outro tipo de célula que pode sentir a luz e contribuir para o sentido da visão.

Conforme relatado na edição desta semana da Nature, 
a equipe de neurocientistas mostra que as células horizontais da retina, que são um tipo de células nervosas que, se pensava, só se comunicavam com células nervosas adja­centes – nem sequer com o cérebro – são fotossensíveis por si próprias.

Segundo diz King-Wai Yau, Ph.D., professor de
neurociência no Departamento Solomon H. Snyder de Neurociência na
Johns Hopkins: “Isto é estarrecedor! Por mais de 100 anos se sabe que os cones e bastonetes são responsáveis por sentir a luz e, portanto, pela visão. Então, a cerca de sete anos, foi descoberto um ou­tro tipo de sensor de luz na retina, revelando um terceiro tipo de célula fotos­sensível nos mamíferos, de forma que nos dispusemos a pesquisar se isso era verdade em outros vertebrados também”.

Focalizando a pesquisa no fotossensor de melanopsina, o qual é responsável por diferenciar o dia da noite, mas raramente está envolvido na visão de imagens — pelo menos, nos mamíferos — a equipe de Yau buscou células que contém melanopsina em outros vertebrados, e encontrou algumas nas células horizontais da retina de peixinhos dourados e bagres.


IMAGEM:

Isto é um bagre-americano.

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Os bagres têm dois tipos de células hori­zon­tais: as que se conectam com cones, que res­pondem à luzes intensas, e as que se conec­tam com os bastonetes, que respondem à luz suave. A equipe realizou medições elétricas de células horizontais de retina isoladas e desco­briu que a luz causava uma mudança de cor­rente elétrica nas células horizontais tipo-cone, mas não nas células horizontais tipo-bastonete.

As células horizontais, segundo Yau, permitem a intercomunicação entre células foto-recep­toras adjacentes, permitindo que essas células comparem a luz que estão senso­reando, um processo necessário para que o cérebro veja as imagens. “O cérebro processa o que ele vê dentro do contexto do ambiente”, explica Yau. “Isso per­mite que nosso cérebro veja bordas e contornos — as células horizontais são a razão de podermos reconhecer uma face que vemos, por exemplo”.

Testando luzes em diferentes comprimentos de onda, a equipe descobriu que essas células horizontais dos peixes são milhares de vezes menos fotossensíveis do que os cones. Yau aduz: “Em suma, o efeito da luz sobre as células hori­zontais é sutil, talvez permitindo que os olhos desses animais faça o ajuste fina de suas funções para condições diferentes de iluminação ambiente. Mas o mero fato dessas células horizontais serem sensíveis à luz é uma descoberta bastante surpreendente e muda nossa compreensão das retinas como um todo”.

Aprender mais sobre como a sensibilidade à luz das células horizontais contribui para a visão de imagens, vai necessitar o estudo de retinas completas, não só de células isoladas. Yau que busca compreender a visão em si, declara: “Pode ser que ainda haja outras células fotossensíveis nos olhos sobre as quais ainda não sabemos”.

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Os autores do artigo são Ning Cheng, Takashi Tsunenari e Yau, todos da Johns Hopkins.


Discussão - 2 comentários

  1. João, você mora no Rio? Vc vai para o II EWCLIPO? Como poderíamos promover uma maior atividade na Roda de Ciência?

  2. João Carlos disse:

    Reposta à 1a. pergunta: sim. À 2a: talvez... E, se eu soubesse a 3a., já estaria fazendo.

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