ISNS: “O melhor presente de Natal seria um trabalho”

Livremente traduzido de: Year’s Best Gift Could Be A Job From Santa

A terceirização da entrega dos presentes de Natal para os meros mortais daria uma enorme injeção de ânimo na combalida economia mundial

16 de dezembro de 2009

Por Chris Gorski
Inside Science News Service

Santa Sleigh Christmas

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O melhor presente de Papai Noel poderia ser um trabalho.Crédito: NASA.gov

WASHINGTON
(ISNS) — Apesar de todas as discussões sobre pacotes de estímulo à economia e criação de vagas de trabalho, ninguém pensou em pedir a Papai Noel para tirar uma folga na Véspera de Natal. Terceirizar seu trabalho, pedindo a meros mortais para fazerem a entrega dos presentes de Natal, poderia ser o impulso que está faltando para estimular a recuperação da economia. 

Papai Noel não foi encontrado pela redação para comentar essa ideia. No entanto, pesquisadores independentes ainda teriam que buscar uma compreensão razoável das técnicas que permitem a ele viajar ao redor do mundo, entregando encomendas a centenas de milhões de residências em uma única noite.

O NORAD – a organização militar responsável pela defesa aeroespacial e marítima dos Estados Unidos e Canada – rastreou o trenó dele com o radar e alguns chegaram a especular sobre a agilidade demonstrada, atribuindo a mesma a quase tudo, desde uma alimentação especial das renas, até à física relativística.

Uma vez que não existem dados confiáveis para explicar as técnicas de Papai Noel, a distribuição dos presentes teria que se valer de veículos mais familiares, tais como caminhões de entrega. As técnicas matemáticas de pesquisa operacional, uma disciplina que aborda problemas complexos tais como as tabelas de horários da aviação comercial e o aumento de produtividade, teria que ser a arma secreta. Os pesquisadores dizem que o trabalho é enorme, mas não insuperável.  

De acordo com o U.S. Census Bureau, o número de crianças com 14 anos ou menos no mundo é 1,8 bilhões. Presumindo uma média de 2 crianças por moradia, seriam 900 milhões de residências a serem atendidas. Os presentes só podem ser entregues quando as crianças estão dormindo, o que nos deixa com uma janela de não mais do que 10 horas e, provavelmente, até menos – descontando aquelas crianças que escapolem da cama para bisbilhotar a árvore de Natal. Levando em conta os fusos horários, Papai Noel teria menos de 26 horas para entregar todos esses presentes. É uma marca assombrosa e improvável de 7.000 entregas por segundo.

Os registros de serviço das principais agências de transporte de encomendas indicam que a substituição de Papai Noel seria uma tarefa gigantesca. A UPS Inc. declara que atende 7,9 milhões de clientes diariamente; a FedEx apresenta um volume diário de 7,5 milhões de embarques; até mesmo os Correios nunca igualaram o volume de entregas de Papai Noel, mesmo no dia mais movimentado do ano – apesar da vantagem de ter que entregar em um número de pontos muito menor, concentrados em um único país.

Segundo Warren Powell, que faz pesquisa operacional na Universidade de Princeton em Nova Jersey, “a chave é ter a quantidade certa de tudo, na hora certa”. Ele sugeriu que os processos de remessa teriam grandes impactos sobre a velocidade e os custos – a entrega por via aérea é rápida e cara, a entrega por via marítima é barata e lenta.

“Se pudermos começar a fabricar os brinquedos no início do ano, podemos começar a despachá-los pouco depois do meio do ano e empregar as opções de menor custo”, diz Powell.

O trenó de Papai Noel parece ser capaz de transportar todos os presentes de uma só vez, sem precisar recarregar, o que permite a existência de apenas uma fábrica no Polo Norte. Para substituir o sistema de Papai Noel, seria mais eficiente espalhar a produção de brinquedos por muitos lugares e facilitar a tarefa de enviar os brinquedos para armazéns locais, de onde partiriam os motoristas para suas rotas na véspera de Natal. 

“Para nós, a primeira pergunta é: quantas pessoas são necessárias para o trabalho?”, diz Jack Levis, o Diretor de Gerência de Processos da UPS. Ele é o responsável pelos sistemas que escalam os motoristas para as entregas e sugere as rotas para os mesmo, bem como outros projetos analíticos.

O trabalho de Levis frequentemente envolve planos para a contratação de pessoal e distribuição de tarefas. “O caso é: quanto trabalho será preciso? Onde as coisas estão? De quantas pessoas eu preciso em cada área?”

Na média, os motoristas entregam 200 encomendas por dia, diz Levis. Se os motoristas, animados pelo espírito do Natal, aumentassem sua produtividade e cada um visitasse 200 lares, levando presentes para cada criança, seriam necessários 4,5 milhões de motoristas para para visitar os 900 milhões de lares em todo o mundo, em uma única noite.

Uma vez que a produção de brinquedos ainda não foi descentralizada e é feita, como é de conhecimento geral, no Polo Norte, o esforço seria ainda maior. Além dos motoristas entregadores, o esforço precisaria ainda de motoristas para distribuição primária (para trazer os presentes do Polo Norte até os centros regionais de distribuição), separadores (para separar os pacotes nos centros de distribuição e passá-los a cada motorista entregador) e planejadores de logística.

Muitos desses trabalhadores teriam que começar a trabalhar muito antes da Véspera de Natal, se preparando para o grande dia. Além disso, algumas culturas trocam presentes de fim de ano em vários outros dias, além de 25 de dezembro, o que permitiria que os motoristas trabalhassem por vários dias. Um tal programa de empregos realmente poderia resolver grande parte do problema do desemprego.  

Aí, Papai Noel!… Quando foi mesmo a última vez que você tirou uma férias?


Este texto é fornecido para a media pelo Inside Science News Service, que é apoiado pelo Instituto Americano de Física (American Institute of Physics), uma editora sem fins lucrativos de periódicos de ciência.
Contatos: InsideScience@aip.org.

Discussão - 1 comentário

  1. Somel Serip disse:

    João Carlos da Cunha Lima, olá !
    Um Bom Natal para você também!
    Somel Serip.

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