Como elas sabem se eles vão ser bons pais?

Yale University

Seleção de Parceiros: Como ela sabe se ele vai tomar conta dos filhos?


IMAGEM:

O pavão exibe sua cauda rodada para atrair parceiras.

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New Haven, Connecticut — Por todo o reino ani­mal, cores berrantes e comportamentos ela­borados servem como “anúncios” para atrair parceiras. Mas o que esses anúncios prome­tem e o que há de verdade nessa propa­ganda? Os pesquisadores em Yale teorizam que, quando os machos têm que ajudar na cria­ção de suas crias, os sinais emitidos pelos machos serão consistentemente honestos — e que eles podem devotar mais energia para cui­dar das crias do que em serem atraentes.

A ideia de que os machos exibem suas melho­res qualidades para atrair as fêmeas, não é nova, nem a ideia de que eles podem estar fa­zen­do uma propaganda enganosa. Mas novas descobertas revelam que a honestidade na pro­paganda é um dos maiores fatores de su­cesso da mesma, como verificado por Natasha Kelly, uma estudante de pós­graduação em ecologia e biologia evolutiva em Yale e principal autora do estudo.


IMAGEM:

Natasha Kelly observando os peixes no Alaska.

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A cauda rodada de um pavão — ou o gestual e a postura agressivos de um sujeito em um bar — são “anúncios” ou comportamentos de acasalamento que custam um bocado de ener­gia para manter. Quando a energia de um ma­cho fica pesadamente focalizada em manter sua aparência, ele pode ter deixado bem pouca energia para cuidar das crias. Mas isso pode não ser importante, dizem os pesqu­i­sadores — para as espécies onde eles real­mente não precisam cuidar dos filhos.

Pesquisas anteriores sugeriam que, em deter­minadas circunstâncias, os machos poderiam estar sendo desonestos acerca de suas habi­lidades como pais e ainda assim terem alto índice de sucesso reprodutivo. Este novo mo­de­lo, publicado na versão online de Proceedings of the Royal Society B,
examina a confiabilidade dos sinais de aca­salamento emitidos pelos machos, quando eles têm que cuidar de suas crias — um aspecto que estava ausente nos estudos anteriores.

Existem várias espécies nas quais os machos poderiam, mas não têm que, ajudar na criação dos filhos — porque as fêmeas podem escolher os relapsos. Os pesquisadores de Yale se focalizaram nessas espécies, tais como o esgana-gata, na qual as fêmeas não podem se dar ao luxo de escolher os malandros e machos que não cuidem das crias, porque isso aumenta demais os riscos para a sobrevivência da progenia.


IMAGEM:

Esgana-gatas machos têm um papel importante na criação dos filhos.

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“Este novo trabalho mostra que, quando os machos não conseguem escapar do custo de cuidar das crias, suas propagandas tenderão a informar de maneira confiável sua capacidade em prover cuidados para as crias”, declara a autora sênior Suzanne Alonzo, professora as­sis­tente de ecologia e biologia evolutiva em Yale.

“Esse item tem maior peso onde os machos são obrigados a dar proteção às crias”, explica Kelly. “Nesse caso, o cara quieto no canto pode estar fazendo a propaganda mais con­fiável sobre ser um bom par”.

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Esta pesquisa foi financiada pela Fundação Nacional de Ciências e pela Universidade Yale.

Artigo: Proceedings of the Royal Society B, publicado online antes da versão impressa em 11 de junho de 2009,
doi: 10.1098/rspb.2009.0599

Suzanne Alonzo http://www.eeb.yale.edu/alonzo/index.htm

ecology and evolutionary biology http://www.eeb.yale.edu/

Natasha Kelly http://www.eeb.yale.edu/people/fourth.htm


Supercondutores

[ Traduzido daqui: Exploring High-Temperature Superconductivity and the Pseudogap ]

Pesquisa que emprega duas técnicas complementares melhora a compreensão sobre materiais supercondutores


Illustration showing scanning tunneling microscopy and angle-resolved photo-electron spectroscopy.

Os pesquisadores empregaram duas técnicas para estudar materiais supercondutores em altas temperaturas.
Crédito e imagem ampliada

15 de junho de 2009

A supercondutividade é um estado peculiar onde os elétrons se movem livre­mente dentro de um material sólido. Essa completa ausência de resistência elétrica pode se traduzir em cabos de transmissão de energia elétrica incri­velmente eficientes, assim como em várias outras tecnologias promissoras.

Mas há um probleminha. A maior parte dos materiais supercondutores só fica su­per­condutora em temperaturas extremamente baixas, frequentemente nas vizi­nhanças do zero absoluto (em torno de -273°C). Para resfriar um material o bas­tante para que seus elétrons se tornem “descolados” de seus átomos, os cientistas precisam banhá-lo continuamente em hélio líquido, uma tarefa dis­pendiosa e complicada.

Nos anos 1980, os pesquisadores decobriram grupos de materiais que perdem a resistência elétrica em temperaturas bem mais quentes, de até -218°C. Muitos desses supercondutores de “alta-temperatura” podem ser resfriados com nitro­gênio líquido,
que ferve a escassos -196°C e é muito mais barato e fácil de usar do que o hélio líquido.

Mas o Santo Graal da supercondutividade seria um material que perdesse a re­sis­tência à temperatura ambiente. A fim de descobrir tal prêmio, no entanto, os pesquisadores precisam compreender melhor de que maneira funcionam os su­per­condutores de alta-temperatura atuais.

As duas técnicas complementares

Um grupo de cientistas, financiado pela Divisão de Pesquisa de Materiais da Fun­dação Nacional de Ciências (National Science Foundation = NSF), realizou uma pesquisa que abordou a supercondutividade em altas temperaturas por dois cami­nhos diferentes. Os professores Vidya
Madhavan e Hong Ding do Boston College, juntamente com uma equipe internacional de pesquisadores, usou tanto a microscopia de tunelamento (scanning tunneling microscopy = STM), como a espectroscopia fotoelétrica de resolução angular (angle-resolved photo-electron spectroscopy = ARPES) para estudar o mesmo material, uma cerâmica feita de camadas de óxidos de cobre. Os resultados obtidos foram relatados em Physical Review Letters.

“A STM nos informa acerca das propriedades eletrônicas do material no nível atô­­mico”, explica Madhavan. “Enquanto isso, a ARPES nos dá informações acer­ca do momento dos elétrons, ou seja, suas velocidades e direções. Empregando essas duas técnicas complementares, podemos obter um quadro mais completo do que acontece”.

De acordo com Madhavan, a STM é simples em conceito: “Se aproxima a ponta de um fio metálico bem para perto da superfície do material em estudo e então se aplica uma pequena voltagem”, ela descreve. Por causa da proximidade entre o material e o fio, no intervalo de poucos Ångstroms entre si, a mecânica quân­tica entra em cena.

“Embora os elétrons não tenham energia suficiente para saltar da superfície para o fio e vice-versa, a mecânica quântica diz que existe uma possibilidade fini­ta de descobrir um elétron do outro lado”, explica
Madhavan. “Isto se chama tunelamento quântico e nós usamos isso para conduzir um sinal elétrico que pode ser medido como uma corrente”.

Portanto, a corrente elétrica é sensível à distância entre a amostra e a ponta. “Se houver calombos causados por átomos individuais, a distância muda en­quanto se escaneia”, diz Madhavan. “Podemos medir essas mudanças e plotar a topografia do material. É como se passassemos o dedo por uma superfície ás­pera”.

Medindo o Momento

A STM busca a posição de grande número de elétrons no espaço real. Em con­traste, a ARPES obtem informação sobre a média das velocidades e direções de um grande número de elétrons no espaço.

A ARPES funciona segundo o princípio fotoelétrico. Uma corrente de fótons atin­ge a superfície do material, empurrando para fora elétrons, de forma que se po­de medir sua energia e momento. Os pesquisadores podem empregar esses da­dos para calcular o momento dos elétrons dentro do material.

“Pense em uma bola rolando por uma rua”, explica Madhavan. “Ela tem uma velo­cidade, o que implica em uma direção de movimento. O momento é a velocidade de um objeto vezes sua massa, de forma que o momento da bola tem uma dire­ção, já que sua velocidade tem uma direção”.

A mesma coisa se verifica para elétrons que se movem em um sólido, de acordo com Madhavan. “Se pudermos definir a direção e a velocidade com que os elé­trons estão se movendo, conheceremos o momento”, disse ela.

“Uma vez que o material é cristalino, seus átomos ficam dispostos em um pa­drão ordenado que se repete”, prossegue
Madhavan. “Cada um deles atrais ou re­pele os elétrons negativos, de forma que estes “sentem” coisas diferentes quando se movem em diferentes direções. Seus momentos – ou seja, como eles se comportam em diferentes direções – é realmente muito importante”.

Gaps e Pseudogaps

Os cientistas usaram tanto STM como ARPES para estudar o Bi 2201 (Bi2Sr2-xLaxCuO6+d),
um óxido de bismuto-cobre com alguns átomos de estrôncio subs­ti­tuídos por lantânio. Eles encontraram indícios de dois gaps de energia dife­rentes no material.

Um gap de energia é uma faixa de energias que os elétrons não podem ter, segundo as regras da mecânica quântica. Para os supercondutores, esse gap é bem conhecido e diretamente relacionado com a TC, a temperatura crítica, abai­xo da qual o material perde a resistência. 

“Acima da T não se espera, normalmente, encontrar outro gap de energia”, diz Madhavan.
“Mas em alguns materiais, se encontra um segundo gap que exclui parte dos elétrons – isso é chamado de pseudogap, porque não é um gap com­pleto”. Com esta pesquisa, a equipe estava tentando compreender os pseu­dogaps.

“Por longo tempo, as pessoas imaginavam que se poderia começar com um ma­te­rial em alta temperatura e ir o resfriando até a fase de pseudogap”, relata
Madhavan. “Então, na medida em que se resfriasse mais ainda, até a TC, o ma­te­rial entraria em uma fase onde só se observaria supercondutividade”.

Porém, tanto a STM como a ARPES mostraram sinais de que existe uma fase de pseudogap dentro da fase de supercondutividade. “Isso significa que as duas fases estão, de alguma forma, competindo e coexistindo”, observa Madhavan. “É possível que os mesmos princípios físicos que levam ao pseudogap, tambem levem à supercondutividade, caso no qual não se pode ter uma sem o outro”.

Em busca dos Pseudogaps

No futuro, a equipe espera procurar por pseudogaps na fase supercondutora de outros materiais de óxidos de cobre. “Eu não quero afirmar que a compreensão do pseudogap vai nos ajudar a desenvolver supercondutores de temperatura ambiente”, acautela Madhavan. “Por outro lado, isso pode nos ajudar a projetar um tipo diferente de material que possa se tornar, eventualmente, um super­condutor de temperatura ambiente”.

Porém Madhavan não está motivada pela utilidade de sua pesquisa. “As apli­cações caem do céu inesperadamente a partir desse tipo de descoberta”, diz ela. “Quando não se está buscando nada em particular, se pode, de repente, descobrir uma maneira completamente diferente de usá-la”.

“A razão pela qual estamos tão interessados em compreender o que acontece com esses materiais, é curiosidade acerca do mundo real. É bonito quando se descobre como alguma coisa funciona na natureza”.

-Artigo original (em inglês) de 
Holly
Martin, National Science Foundation


Pesquisadores

Hong Ding

Ziqiang Wang

Vidya Madhavan

Instituições e Organizações Relacionadas
Departamento de Física do Boston College
Centro de Radiação Synchrotron do Winsconsin
Laboratório de ARPES da Universidade Tohoku
Instituto de Física e Laboratório Nacional de Matéria  Condensada, Beijing


Magnetar!

Illustration of a magnetar
IIlustração de um magnetar

[Traduzido daqui: Giant eruption reveals ‘dead’ star]

 

16 de junho de 2009

Uma enorme erupção chegou à Terra, após uma viagem de milhares de anos através do espaço. Ao estudar essa explosão com os observatórios espaciais XMM-Newton e Integral da Agência Es­­pa­cial Européia (ESA), os astrônomos desco­briram uma estrela “morta” de um tipo raro: os magnetares.

O jato de raios-X emitidos pela explosão che­garam à Terra em 22 de agosto de 2008 e acionaram um sensor automático do satélite Swift da NASA. Apenas doze horas depois, o XMM-Newton “zerou” no alvo e começou a coletar a radiação, o que permitiu o mais detalhado estudo es­pectral do decaimento da radiação da explosão de uma estrela que se trans­formou em um magnetar.

A emissão de raios-X durou por mais de quatro meses, durante os quais cen­tenas de jorros menores foram medidos. Nanda Rea da Universidade de Ams­terdam, que liderou a equipe de pesquisa, explica: “Os magnetares nos per­mitem estudar condições extremas da matéria que não podem ser reproduzidas na Terra”.

Os magnetares são os objetos mais intensamente magnetizados do universo. Seus campos magnéticos são cerca de 10 bilhões de vezes mais fortes do que o da Terra. Se um magnetar surgisse magicamente à meia distância da Terra para a Lua, seu campo magnético apagaria os dados de todos os cartões de crédito na face da Terra.

Estima-se que este magnetar em particular, conhecido como SGR 0501+4516, fique a cerca de 15.000 anos-luz de distância, e ele era desconhecido até que suas emissões o denunciaram. Uma explosão ocorre quando a configuração ins­tável do campo magnético impele para fora a crosta do magnetar, permitindo que a matéria se espalhe pelo espaço em uma erupção vulcânica exótica. Essa matéria interage com o campo magnético que pode, ele próprio, mudar sua con­figuração, o que libera ainda mais energia. E é aqui que entra em cena o Integral.

Integral observations
Observação do Integral

Apenas cinco dias após a grande erupção, o Integral detec­tou raios-X altamente energéticos que vinham da explosão, em uma faixa de energia além daquela visível pelo XMM­Newton. Foi a primeira vez que uma emissão transitória de raios-X foi detectada durante a explosão. Ela desapareceu em 10 dias e, provavelmente, foi gerada com a mudança da configuração magnética.

Explosões de magnetares podem atingir a Terra com a mes­ma energia de uma erupção solar, muito embora eles este­jam longe de nós, enquanto o Sol está bem próximo. Existem duas teorias sobre como se formam os magnetares. Uma diz que são os pequenos núcleos rema­nescentes da explosiva morte de uma estrela altamente magnética. No entanto, essas estrelas altamente magnéticas são muito raras – apenas umas poucas são conhecidas em nossa galáxia. A outra supõe que, durante a morte de uma es­trela comum, seu pequeno núcleo é acelerado, criando um dínamo que reforça seu campo magnético, o que a tranforma em um magnetar.

Atualmente a maior parte dos astrônomos está a favor da primeira hipótese, mas ainda não há uma prova conclusiva. “Se pudéssemos apenas encontrar um magnetar em um aglomerado de estrelas altamente magnéticas, isso seria a prova”, argumenta Rea.

Até agora, somente 15 magnetares ao todo são conhecidos em nossa galáxia. O SGR 0501+4516 é o primeiro novo repetidor de raios-Gama suaves, um dos dois tipos conhecidos de magnetares, descoberto após um ano de buscas. De forma que os astrônomos continuam a procurar por outros mais, esperando pela próxima erupção gigante. No que toca ao recém-descoberto SGR 0501+4516, a equipe terá a oportunidade de voltar e observá-lo novamente no ano que vem com o XMM-Newton. Agora que eles sabem para onde olhar, esperam detectar o objeto em um estado mais pacífico – em lugar de uma explosão – de forma a poderem estudar a calmaria que se segue à tempestade.

Artigo publicado:

“The first outburst of the new magnetar candidate SGR 0501+4516” por N.Rea, G.L. Israel, R. Turolla, P. Esposito, S. Mereghetti, D. Gotz, S. Zane, A. Tiengo, K. Hurley, M. Feroci, M. Still, V. Yershov, C. Winkler, R. Perna, F. Bernardini, P. Ubertini, L. Stella, S. Campana, M. van der Klis, P.M. Woods, publicado ontem na versão online de Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.


Previsões para a vindoura Temporada de Furacões

[ traduzido livremente daqui: Atlantic and East Pacific Ocean Hurricane Seasons Begin for 2009 ]

01 de junho de 2009
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The latest image of sea surface temperatures from NASA's Jason 1 satellite.

Imagem ampliada
A mais recente imagem das temperaturas da superfície do mar, obtida pelo satélite Jason-1. As temperaturas mais altas aparecem em vermelho. Crédito: NASA JPL.

A Temporada de Furacões no hemisfério Nor­te está começando. Para efeitos de re­fe­rência, o período começa em 1 de junho e vai até 30 de novembro para o Atlântico – no Pacífico, costuma ser entre 15 de maio e 30 de novembro. E o que se pode esperar para esta nova temporada? Quais são os indícios que se pode colher a partir da rede de satélites da NASA, e o que esses dados sugerem?

As previsões são feitas pelo Centro Na­cional de Furacões (National Hurricane Center) da Administração Oceânica e At­mosférica Nacional (National Oceanic and Atmospheric Administration = NOAA) que acompanha todos os tipos de ciclones tropicais, isto é, furacões, tufões, tempes­tades tropicais e depressões tropicais nas costas do Atlântico e Pacífico. A NASA coleta os dados de satélites e seus cien­tistas realizam pesquisas sobre os ciclones tropicais.

A esquadra de satélites da NASA que fornecem dados para essas pesquisas e previsões compreende: o satélite da missão Tropical Rainfall Measuring Mission  (Missão de Medição de Precipitação Tropical), Aqua, QuikScat, CloudSat, o Geo­sta­tionary Operational Environmental Satellite (GOES), JASON-1, OSTM/ Jason-2, Landsat e Terra. Exceto o GOES que é gerenciado pela NOAA, todas as missões são controladas ou pelo Centro de Voo Espacial Goddard da NASA, em Greenbelt, Maryland, ou pelo Laboratório
de Propulsão a Jato da NASA, em Pasadena, Califórnia. O Escritório do Projeto GOES da NASA, no centro Goddard, gera as imagens e animações do GOES.

Amount of rainfall attributed to Hurricane Dolly

Imagem ampliada
Mapa gerado pelo satélite TRMM da precipitação causada pelo furacão Dolly sobre o Golfo do México e Sul do Texas, de 25 a 28 de julho de 2008. As maiores precipitações (acima de 10 mm) aparecem em vermelho e laranja. Crédito:
NASA/SSAI Hal Pierce

Usando todos esses satélites e seus ins­trumentos, os cientistas da NASA recolhem dados sobre vários fatores que dizem se um ciclone tropical irá ganhar ou perder for­ça. Esses dados compreendem: ventos das tempestades e os de superfície; alti­tudes e temperaturas da superfície do mar; intensidade e área das chuvas; atividade elétrica das tempestades; água e vapor d’á­gua nas nuvens; altitude das nuvens, extensão da cobertura das nuvens e tem­peratura, umidade e pressão das mesmas; desenvolvimento das nuvens; e o tamanho da tempestade.

Os dados da NASA indicam, atualmente, que as temperaturas da superfície do mar no Atlântico Tropical estão abaixo do nor­mal. Essas temperaturas oceânicas mais frias podem “tirar o alimento” dos furacões nascentes, deixando-os “raquíticos”, uma vez que sua principal fonte de energia são as águas com temperaturas mais altas do que 27°C. Isso sugere que talvez nesta temporada haja menos furacões.

Embora as águas do Atlântico estejam mais frias do que o normal, a primeira de­pressão tropical desta estação no Atlântico se formou em 27 de maio, em torno do meio-dia (horário de Brasília), nas águas mais quentes da Corrente do Golfo, cerca de 310 milhas ao Sul de Providence, Rhode Island, e daí se moveu para longe do continente e para águas mais frias, o que levou a sua dissipação.

Satellite image of Hurricane Fay

Imagem ampliada
Imagem do satélite QuikSCAT de 19 de agosto de 2008 que mostra as velocidades dos ventos do Furacão Fay em diferentes cores. A direção dos ventos é indicada pelos pequenos vértices e estes apontam para as áreas de chuvas pesadas. As maiores velocidades dos ventos (em roxo) indicam ventos de mais de 100 km/h. O olho do Fay estava sobre o Sul da Flórida. Crédito: NASA JPL

Enquanto isso, no Pacífico Leste, as con­dições ditadas por La Niña nos últimos anos estão desaparecendo. Isso também é uma boa notícia, com respeito a temporada de furacões vindoura, já que La Niña tende a empurrar a Corrente de Jato mais para o Norte, o que diminui a força dos ventos nos trópicos que dissipam os furacões. A Corrente de Jato é uma faixa de ar em rápi­do movimento na troposfera superior que guia zonas de baixa pressão (tempestades) e frentes.

No entanto, ainda é muito cedo para pre­visões sobre a atividade de furacões, uma vez que muita coisa pode se modificar du­rante o verão (no Hemisfério Norte). Será que El Niño vai aparecer no Pacífico, ou será que La Niña vai reaparecer de surpre­sa? O Atlântico vai esquentar durante o verão? E ainda existem algumas “incóg­nitas”. Desde 1995, o Atlântico entrou em uma fase multi-decenal que favorece o aumento da atividade dos furacões – o que vicia os dados em favor de mais furacões.

No Pacífico, o padrão de “ferradura” quente e “cunha” fria da Oscilação Decenal do Pacífico (Pacific Decadal Oscillation = PDO) ainda é forte na temperatura da superfície do mar e nas imagens da altitude do nível do mar. Essa PDO é uma flutuação de longo prazo na temperatura do Oceano Pacífico que cresce e desaparece a cada 10 a 20 anos.

Os dados mais recentes colhidos pela NASA sobre a temperatura e a altitude da superfície do mar, ilustram claramente a permanência desse padrão que se estende por toda a bacia. “Embora esse padrão da PDO mostre uma tendência a tornar mais remota a formação do El Niño, as águas quentes no Pacífico Ocidental favorecem uma temporada de tufões (o equivalente aos furacões do Pacífico Oriental e do Atlântico) e inibem a dispersão ds furacões sobre o Atlântico e o Caribe”, observa o Dr. William Patzert do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL).

Satellite image of Hurricane Gustav

Imagem ampliada
O instrumento MODIS no satelite Aqua capturou esta imagem do Gustav se movimentando ao longo da costa Sul da Jamaica em 29 de agosto de 2008. Nessa ocasião, o Gustav apresentava ventos de mais de 120 km/h. Crédito: NASA MODIS

No decorrer do outono as condições atuais podem se modificar. Uma maior vigilância e uma preparação antecipada ainda são as melhores maneiras de se preparar para uma Temporada de Furacões. “Ao longo de cos­tas sujeitas a furacões, esteja pronto; você pode ser nocauteado, não importa qual é a opinião dos experts hoje”, acau­tela Patzert.

Sempre e seja onde for que um ciclone tropical se formar, os dados dos satélites da NASA fornecerão os dados que auxi­liarão os meteorologistas a formarem uma idéia mais clara de como ele vai se com­portar.

Matéria original de: Bill Patzert e Rob Gutro
Jet Propulsion Laboratory e Goddard Space Flight Center


Agência Espacial Européia estende a missão Envisat

[ Traduzido daqui: ESA extends Envisat satellite mission ]


Artist's impression of Envisat
O Envisat (concepção artísitca)

5 de junho de 2009

Os Estados Membros da ESA votaram unanime­mente pela extensão da missão Envisat até 2013. O Envisat – o maior satélite do mundo e o mais sofisticado já construído – vem propor­cionando aos cientistas e utilizadores opera­cionais dados inestimáveis para monitoramento e previsões globais desde seu lançamento em 2002.

“A decisão de estender as operações da missão Envisat, tomada durante o último encontro da Direção do Programa de Obser­vação da Terra da ESA, é um reconhecimento do sucesso da missão, em termos do grande número de usu­ários científicos e operacionais atendidos, e do bom estado técnico do satélite após sete anos de funcionamento”, declarou o Gerente da Missão Envisat, Henri Laur.

O Envisat – sigla para ENVIronmental SATellite (Satélite Ambiental) – tem uma singular combinação de 10 instrumentos diferentes que coletam dados acerca da atmosfera, das terras, dos mares e das superfícies geladas da Terra – fornecendo aos cientistas o quadro mais detalhado, até hoje, do estado do planeta.

ESA’s global land cover map
Mapa da cobertura global do Envisat

Os dados do Envisat jamais tiveram tanta procura como hoje em dia e muitos dos serviços estabelecidos dependem da obtenção dos dados em tempo quase-real (near-real time = NRT). Os dados estão sendo cada vez mais empre­gados em aplicações de rotina, tais como o monitoramento das calotas de gelo sobre os mares, vazamentos de petró­leo e repressão à pesca ilegal, que precisam do acesso mais rápido possível aos dados, de forma a permitir a rápida to­ma­da de decisões.

Os dados em NRT do Envisat possibilitam fornecer diaria­mente temperaturas da superfície do mar, mapas de incêndios por todo o mun­do, previsões de níveis de radiação UV e de ozônio, tudo acessível através da página Today’s Earth check-up no website da ESA.

Outro motivo para a extensão da missão foi a necessidade dos cientistas de po­de­rem acessar dados que cubram longos períodos de tempo, a fim de identificar e analisar tendências e mudanças climáticas de longo prazo (tais como as con­cen­trações de gases de efeito-estufa, temperaturas da superfície do mar, ní­veis dos mares e extensão das calotas de gelo sobre os mares).

Interpreted Envisat interferogram
Interferograma do Envisat do terremoto em L’Aquila

O Envisat obtém isso mantendo a continuidade do fluxo de dados  que começou, no início dos anos 1990, com os saté­lites anteriores da ESA, ERS-1 e ERS-2. Com a prorrogação, o Envisat vai cobrir a lacuna nos dados que existiria até o lançamento dos satélites da série Sentinel que farão parte da iniciativa Global
Monitoring for Environment and Security (GMES)
(Monitoramento Global para Ambiente e Segu­rança).

O Sentinel-1 vai assegurar a continuidade do imageamento por radar. O Sentinel-3 vai dar continuidade às funções de altímetro por radar e sensores ópticos do Envisat. E a mis­são precussora do Sentinel-5 vai dar continuidade aos sensores atmosféricos do Envisat.

A missão Envisat gera uma grande quantidade diária de dados, através da rede de estações de aquisição e centros de processamento, que se estende por toda a Europa. O acesso aos dados do Envisat tem recebido contínuos up­grades desde seu lançamento, disponibilizando uma crescente quantidade de dados online inteiramente de graça.


Mapeando os raios cósmicos

[ Traduzido daqui: http://www.esa.int/esaTQM/SEMM961OWUF_index_0.html ]

Standard Radiation Environment Monitor (SREM)
Standard Radiation Environment Monitor (SREM)

Missões recém-lançadas estendem a capa­ci­dade da ESA para o mapeamento da radi­ação no espaço

 

3 de junho de 2009

Enquanto os observatórios Herschel e Planck se dirigem para suas órbitas finais a 1,5 milhões de quilômetros da Terra, cada uma das naves leva um pequeno, porém importante, passageiro a bordo – um dispositivo do tamanho de uma caixa de sapatos, o mais recente de uma família de monitores que pegam carona nas missões da ESA para mapear as variações nas radiações em diferentes regiões do espaço.

O instrumento é conhecido como Standard Radiation Environment Monitor
(SREM) (Monitor Padrão de Radiação Ambiente) e foi projetado para detectar partículas altamente carregadas expelidas pelo Sol, as que envolvem a Terra nos cinturões de radiação, ou as que têm origem no espaço interestelar – co­nhe­cidas como “raios cósmicos”. O principal propósito do SREM é identificar os peri­gos de radiação que ameacem suas espaçonaves hospedeiras, porém tam­bém fornecem um quadro detalhado da radiação ambiente no espaço.

Herschel e Planck estão transportando seus SREMs para o distante Segundo Pon­to Lagrangiano (L2), um ponto no espaço onde as gravidades do Sol e da Terra combinadas mantém a espaçonave orbitando o Sol na mesma velocidade da Terra. Esses monitores vão se juntar a outros SREMs que já estão em funcio­namento em várias outras órbitas:

  • em órbita baixa na Terra, o mini-satélite Proba-1
  • em órbita média na Terra o satélite de teste GIOVE-B, lançado para testar o sistema de navegação do Galileu
  • no observatório de raios gama INTEGRAL cuja órbita altamente excêntrica o leva a um máximo de 153.000 km de distância da Terra
  • e a bordo da missão de encontro com cometa Rosetta, no espaço profundo além de Marte.

 

SREM units after the launch (upper: Herschel, lower: Planck)
Dados de unidades SREM após o lançamento (acima: Herschel, abaixo: Planck)

“Pela primeira vez fomos capazes de observar os mesmos eventos gerados por partículas energéticas vindas do Sol de diferentes posições no Sistema Solar ao mesmo tempo, usando basicamente o mesmo instrumento”, disse Petteri Nieminen da seção de Efeitos e Ambientes Espaciais da ESA. “Isso é uma coisa sem precedentes”.

O campo magnético da Terra a protege das radiações interplanetárias, mas essa proteção diminui com a distân­cia. O SREM na menor altitude, a bordo do Proba-1, orbita basicamente dentro dessa “magnetosfera”, embora sua tra­je­tória passe através de uma zona de incidência de par­tículas altamente energéticas conhecida como Anomalia do Atlântico Sul.

Os SREMs em órbitas mais altas passam totalmente da magnetosfera, atra­vessando as faixas de partículas radiativas aprisionadas conhecidas como Cin­turões de Van Allen, enquanto que ps SREMs a bordo da Rosetta, e agora do Herschel e do Planck colhem amostras da radiação longe da órbita terrestre no espaço interplanetário.

Os dispositivos podem ser encarados como os equivalentes em satélites aos dosímetros de radiação usados pelos astronautas em órbita. Altos níveis de radiação podem estragar os dispositivos eletrônicos de espaçonaves, assim como materiais cruciais a bordo, tais como lentes de sensores e células solares. Porém, seu efeito no corpo humano sem proteção seria ainda pior.

“A radiação será uma questão crucial quando chegarmos ao planejamento de futuras missões tripuladas de exploração da superfície lunar e de Marte”, explica Nieminen. “A exposição aos prótons e elétrons da mais alta energia detetados pelos SREM poderia causar sérios casos de envenenamento por radiação em astronautas desprotegidos”.

O projeto do SREM incorpora diodos que geram um campo elétrico mensurável quando entram em contato com partículas energéticas carregadas. Colocados atrás de entradas cônicas, esses diodos são sensíveis à direção, assim como à carga e energia das partículas incidentes.

Um lote de unidades SREM foi contruído em 2000 pela firma suíça Oerlikon Space (então conhecida como Contraves) que trabalhou em conjunto com o Ins­tituto Paul Scherrer, da Suíça, sob contrato com a ESA.

 

Herschel and Planck
Herschel e Planck

O projeto foi desenvolvido a partir de um antigo Monitor de Radiação Ambiente (Radiation Environment Monitor = REM) empregado no satélite STRV 1B do Reino Unido e na Estação Espacial Mir durante a década de 1990. O primeiro SREM foi para o espaço a bordo do satélite STRV-1c, mas seu funcionamento foi abruptamente abreviado por uma fa­lha na espaçonava. Com mais seis unidades agora no espa­ço, continuam disponíveis três outras SREMs para futuras oportunidades.

Os resultados dos SREM em operação até esta data estão servindo para reali­mentar os projetos de futuras espaçonaves. A órbita da GIOVE-B, por exemplo, a conduz através do extremamente radiativo Cinturão Exterior de Van Allen e suas descobertas auxiliaram a calcular a blindagem necessária para os satélites da série Galileo que a seguiram.

“Os modelos anteriores com que vinhamos trabalhando, se baseavam em dados da NASA dos anos 1960-70”, diz Nieminen . “Porém, com um instrumento euro­peu nós fomos capazes de realmente quantificar a radiação e, com efeito, cons­ta­tamos algumas divergências entre os velhos modelos e o que observamos por nós próprios”.

Os mais recentes SREMs vão sondar as condições de radiação prevalentes em L2, provavelmente dados valiosos para as várias novas missões nessa década previstas para essa área, inclusive a missão GAIA da ESA e o Telescópio Espacial James Webb, uma missão conjunta ESA-NASA.

Futuras missões provavelmente portarão seus próprios detectores de radiação: a seção de Ambientes e Efeitos Espaciais da ESA está planejando o desenvol­vimento da próxima geração de unidades que serão muito mais compactas do que os 2,5 kg do SREM e terão uma performance melhor.

Os atuais SREMs demonstraram ter realmente uma sensibilidade muito alta, recorda-se Nieminen: “Em 27 de dezembro de 2004, a unidade a bordo da mis­são INTEGRAL conseguiu detectar um clarão em raios-X vindo de uma estrela de nêutrons, ao mesmo tempo que o satélite hospedeiro, coisa que ele jamais foi projetado para fazer”.

 
Mais informações
 
Petteri.Nieminen @ esa.int

Metal capilar (o Dr. Guo ataca novamente)

Lembram do Dr. Guo e seu laser de femtossegundo que consegue dar um novo alen­to às velhas lâmpadas incandescentes?

Pois é… A Universidade de Rochester está anunciando outra descoberta bombástica da equipe do Dr. Guo: um metal que faz o líquido subir contra a gravidade, como se fosse um pavio. Se você tem o FlashPlayer instalado em seu navegador, aproveite para ver o filme.

A idéia é até simples: escavar micro-canais na superfície de um metal com o tal laser. Os campos magnéticos (mais fortes) dos átomos do metal se tornam capazes de atrair as moléculas do líquido com mais força/rapidez do que as outras moléculas do próprio líquido e o metal preparado suga o líquido.

A idéia inicial é aplicar esse metal a dispositivos de diagnóstico médico, por exemplo, micro-analisadores de sangue.

Resta saber que outros “segredos” o Dr. Chunlei Guo (e seu assistente, Anatoliy Vorobyev) continuam guardando para futuras publicações na Applied Physics Letters.

Explorando os abismos oceânicos

[ Traduzido daqui: The Abyss: Deepest Part of the Oceans No Longer Hidden ]

Nereus é o primeiro veículo submarino que permite uma investigação cien­tífica rotineira das profundezas dos oceanos por todo o mundo

Photo of the hybrid remotely operated vehicle Nereus.

O veículo híbrido de controle remoto Nereus pode funcionar ligado por cabos a um navio-mãe, ou de modo independente.
Crédito e imagem ampliada

2 de junho de 2009

O Abismo é um lugar negro e profundo, mas não é mais oculto. Ao menos quan­do o Nereus  está em cena. O Nereus é um novo tipo de veículo robótico para mares profundos, chamado de veículo híbrido de controle remoto (hybrid remotely operated vehicle = HROV).

O Nereus mergulhou a 10.902 metros em 31 de maio de 2009, no Challenger
Deep
na Fossa das Marianas no Oceano Pacífico Ocidental, relata uma equipe de engenheiros e cientistas a bordo do navio de pesquisas Kilo Moana.

Esse mergulho torna o Nereus o recordista mundial em mergulho às profundezas e o primeiro veículo a explorar a Fossa das Marianas desde 1998.

O Nereus no ponto mais fundo dos oceanos.

O veículo de controle remoto Nereus chegou com sucesso ao fundo do abismo: o lugar mais profundo do oceano.
Crédito e imagem ampliada

“A maior parte das profundezas dos oceanos permanece inex­plorada”, disse Julie Morris, diretora da Divisão de Ciências Oceânicas da Fundação Nacional de Ciências (NSF), que financiou o projeto. “Os cientistas oceânicos têm agora uma ferramenta única para recolher imagens, dados e amostras de todas as partes nos oceanos, em lugar daquelas partes mais rasas do que 6.500 metros. Com sua tecnologia inovadora, o Nereus  permite estudar e compreender regiões do oceano anteriormente ina­cessíveis”.

O projeto único de veículo híbrido do Nereus  o torna ide­almente adequado a explorar as últimas fronteiras do oceano, dizem os cientistas marinhos. O veículo não tripu­lado é remotamente operado por pilotos a bordo de um navio de superfície através de um cabo – especialmente fino, feito de fibra ótica e de baixo peso – que permite que o Nereus mergulhe até o fundo e seja altamente manobrável. Entretanto, o Nereus também pode ser transformado em um veículo autônomo que navega livre­mente.

“Alcançar profundidades tão extremas é o pináculo dos desafios técnicos”, ob­ser­vou Andy
Bowen, gerente de projeto e o principal responsável pelo desen­volvimento do Nereus na Instituição Oceanográfica Woods Hole (WHOI). “A equipe ficou satisfeita com o Nereus ter tido sucesso em alcançar o ponto mais profundo do oceano e retornado com imagens e amostras de um mundo tão hostil. Com um robo como o Nereus agora podemos explorar qualquer lugar do oceano. As fossas são virtualmente inexploradas e o Nereus vai permitir que sejam feitas novas descobertas nelas. O Nereus marca o começo de uma nova era na exploração oceânica”.

O Nereus coletando sedimentos na Fossa das Marianas.

O veículo híbrido de controle remoto Nereus coletando sedimentos na Fossa das Marianas.
Crédito e imagem ampliada

Nereus
(em português, Nereu) é um deus grego mítico que tem uma cauda de peixe e torax de homem. O veículo foi batizado com um nome escolhido em um concurso nacional aberto para estudantes de segundo grau.

A Fossa das Marianas forma a fronteira entre duas placas tectônicas, onde a Placa do Pacífico é subduzida por baixo da pequena Placa das Marianas. Ela faz parte do Anel de Fogo do Pacíifico, uma área com 40.000 km onde ocorre a maior parte das erupções vulcânicas e terremotos do mundo ocorre. A 11.000 metros, sua profundidade equi­vale à altitude de voo dos aviões comerciais.

Para alcançar a fossa, o Nereus mergulhou duas vezes mais fundo do que os submersíveis de pesquisas são capa­zes e teve que suportar pressões 1.000 vezes maiores do que as da superfície da Terra – forças esmagadoras simi­lares às existentes na superfície de Vênus, de acordo com Dana Yoerger da WHOI e Louis Whitcomb da Universidade Johns Hopkins, que desenvolveram os sistemas de navegação e controle do veículo, e realizaram mergulhos suces­sivamente mais profundos para testar o Nereus.

“Não poderíamos estar mais orgulhosos das realizações dessa equipe talentosa e dedicada”, declarou Susan Avery, presidente e diretora da WHOI. “Com esse teste de engenharia completado com sucesso, estamos ansiosos para que o Nereus
venha a ser largamente empregado para explorar os locais mais inaces­síveis do oceano. Sem parte alguma do fundo do mar fora de nosso alcance, é excitante pensar em quais descobertas nos aguardam”.

Somente dois outros veículos tiveram sucesso em alcançar a Fossa das Marianas: o batiscafo Trieste, feito pela marinha americana, que levou Jacques Piccard e Don Walsh lá em 1960, e o robo japonês Kaiko, que realizou três expedições não tripuladas à fossa entre 1995 e 1998.

O Trieste foi aposentado em 1966 e o Kaiko foi perdido no mar em 2003.

Mapa com a localização da Fossa das Marianas.

A Fossa das Marianas, o ponto mais profundo dos oceanos do mundo, fica perto de Guam.
Crédito e imagem ampliada

A equipe que criou o Nereus acreditava que um robo a cabo que usasse tecnologias tradicionais, seria proibiti­vamente caro para construir e operar. Assim, eles usaram tecnologias únicas e métodos inovadores para obter um equilíbrio entre tamanho, peso, custo em materiais e fun­cio­nalidade.

Somando à experiência anterior no desenvolvimento de robos com cabo e veículos submarinos autônomos, a equi­pe misturou as duas abordagens para desenvolver um veículo híbrido que pudesse voar como um avião para inspecionar e mapear grandes áreas, e então ser rapida­mente convertido em um veículo de controle remoto que pudesse pairar como um helicóptero perto do fundo do mar para realizar experiências ou coletar amostras bioló­gicas ou de rochas.

O sistema de cabeamento apresentou um dos maiores desafios no desenvol­vimento de um veículo de controle remoto capaz de atingir tais profundezas. Os sistemas robóticos tradicionais usam cabos de cobre reforçado com aço para alimentar o veículo, e fibras ópticas para permitir a transmissão de informações entre o navio e o veículo. Se um cabo assim fosse ser utilizado para alcançar a Fossa das Marianas, ele se partiria sob seu próprio peso antes de chegar àquela profundidade.

Para solucionar esse desafio, a equipe do Nereus adaptou a tecnologia de fibra óptica desenvolvida pelo Centro de Sistemas Espaciais e de Guerra Naval do Pacífico da Marinha para a transmissão de vídeo e outros dados em tempo real entre o Nereus e a equipe de superfície. Com um diâmetro similar ao de um cabelo humano e com uma resistência de ruptura de apenas 4 kg, o cabo é composto de fibra de vidro com um revestimento plástico muito fino.

O Nereus porta aproximadamente 40 km de cabo em dois recipientes do tama­nho de uma lata grande de café que desenrolam a fibra conforme necessário. Usando esse cabo bem esguio, em lugar de um cabo largo, a equipe foi capaz de diminuir o tamanho, peso, complexidade e o custo do veículo.

Outra novidade economizadora de peso nesse veículo é o uso de esferas de cerâmica para flutuação, em lugar da tradicional espuma sintética usada em veículos como o submersível Alvin ou no veículo de controle remoto Jason.

A Fossa das Marianas.

A Fossa das Marianas é a fronteira entre duas placas tectônicas: a do Paíifico e a das Marianas.
Crédito e imagem ampliada

Cada um dos dois cascos do Nereus contém entre 700 a 800 esferas ocas de 9 cm que são precisamente projetadas e fabricadas para suportar pressões esmaga­doras.

Os engenheiros da WHOI também desenvolveram um braço robótico hidráulico de manipulação de baixo peso que pode funcionar sob intensa pressão.

Com seu projeto de casco duplo em tandem, o Nereus
pesa quase 3 toneladas a seco e tem cerca de 4,25 m de comprimento e cerca de 2,3 m de largura. Ele é alimen­tado por mais de 4.000 baterias de íon-lítio. Essas são semelhantes às usadas em computadores laptop e telefo­nes celulares, mas foram cuidadosamente testadas para uso seguro e confiável sob as intensas pressões das profundezas.

“Essas e futuras descobertas do Nereus
serão o resultado de suas versatilidade e agilidade – não existe outro submersível como ele”, disse Tim Shank, um biólogo da WHOI que esteva a bordo da expedição. “Ele permite que vastas áreas sejam exploradas com grande eficácia. Nossa verdadeira realização não é só poder chegar ao ponto mais fundo do oceano, mas a capacidade de agora poder realizar explorações profundas, sem os incovenientes de um pesado cabo de ligação com um navio de superfície, para investigar os mais ricos sistemas geológicos e biológicos da Terra”.

Em 31 de maio, a equipe levou o veículo até os 10.902 metros, o mergulho mais profundo até então. Os testes continuarão ao longo dos próximos dias e a equi­pe retornará ao porto em 5 de junho. Nesse cruzeiro de engenharia inicial, o modo autônomo do Nereus não foi testado.

Em seu mergulho para a Challenger Deep, o Nereus
levou mais de 10 horas no fun­do, enviando imagens de vídeo ao vivo para o navio através de seu cabo de fibra óptica e coletando amostras biológicas e geológicas com seu braço de manipulação, assim como colocando um marco no fundo do mar assinado por aqueles que estavam a bordo do navio de superfície.

“As amostras coletadas pelo veículo incluem sedimentos das placas tectônicas que se encontram na fossa e, pela primeira vez, rochas de partes expostas da crosta de Terra próximas do manto ao Sul de Challenger
Deep”, disse a geóloga Patty Fryer da Universidade do Hawaii, também a bordo da expedição. “Nós saberemos da história toda quando as análises em terra ficarem prontas no laboratório, neste verão. Poderemos integrá-las com os novos dados de mapea­mento para contar a saga de uma colisão entre placas com mais detalhes do jamais aconteceu antes nos oceanos do mundo”.

Verbas adicionais para o Nereus foram providas pelo Escritório de Pesquisa Naval, a Adminsitração Nacional Oceância e Atmosférica, a Fundação Família Russel e a WHOI.

-NSF-


Monitoramento de plataformas “offshore” – tecnologia vinda do espaço

[ Traduzido daqui ]


Usando tecnologia espacial para monitorar campos de petróleo e gás “offshore”


 

Controle por satélite para o monitoramento de instalações de prospecção de petróleo e gás “offshore”

 

 

2 de junho de 2009
 
Com o auxílio da tecnologia da ESA empregada no monitoramento e controle de satélites, uma nova companhia no Centro de Incubação de Ne­gócios da ESA desenvolveu um sistema para o monitoramento remoto de instalações de pros­pecção de petróleo e gás “offshore”.
 
“Nosso sistema batizado de Remote Intuitive Visual Operations system (RIVOPS) (Sistema de Operações Remoto Visual Intuitivo) é baseado em anos de experiência da ESA no monitoramento de satélites e na administração de situações de emergência. É um sistema de alarme e monitoramento que se sobrepõe aos sistemas de controle convencionais comercializados e usados pelas companhias de exploração “offshore” de pertróleo e gás”, explica Ale­xandre Van Damme da companhia franco-holandesa EATOPS.
 
 

StatoilHydro's Åsgard B offshore oil rig
   

Plataforma de pretróleo “offshore”

 

Em uma instalação “offshore”, milhares de parâmetros têm que ser monitorados continuamente.  Combinando os parâ­metros monitorados em conglomerados e aplicando uma série de algorítimos de filtragem, a EATOPS fornece uma visão geral limpa, gráfica e intuitiva de todas as situações de emergência que podem ocorrer em uma plataforma de petróleo ou outra estrutura “offshore” similar.

O sistema RIVOPS da EATOPS acrescenta funcionalidade aos sistemas de monitoramento já em uso para a super­visão das instalações e auxiliar os operadores das instala­ções de petróleo e gás a detectar e identificar os problemas de modo mais rápido e eficiente.

 
 

Satellite control from ESOC
 

Controle de satélites

 

 

A tecnologia espacial aumenta a segurança
 
Na ESA, o conceito de agrupar parâmetros em conglo­me­rados principais para monitoramento foi desenvolvido e refi­nado ao longo dos anos para o controle de satélites. O modo de organizar o monitoramento dos parâmetros dos satélites e o emprego de técnicas de visualização intuitiva se provou ser uma metodologia segura que permite uma tomada de decisões mais rápida. 

 
 

Envisat environmental satellite
   

Envisat

 

Isso tornou possível operar e monitorar continuamente uma grande gama de parâmetros com um número relativamente pequeno de operadores. Para o Envisat, o maior satélite euro­peu, os operadores têm que monitorar continuamente mais de 20 000 parâmetros, o que é um número comparável ao de uma grande instalação “offshore” de petróleo e gás.

“Dentro de segundos, o operador consegue identificar de onde estão se originando os alarmes e, o que é mais importante, como eles se rela­cionam entre si. O RIVOPS pode supervisionar constantemente grandes instalações, tais como os campos de pretróleo e gás, e proporcionar aos opera­dores uma clara compreensão do cenário de uma emergência em tempo real, o que aumenta a segurança geral das instalações”, explica Van Damme.

 
 

   

Operação do sistema RIVOPS

 

Van
Damme é um dos inventores do RIVOPS. Este sistema foi desenvolvido a partir do emprego de tecnologia compro­vada da ESA com controles ergonômicos para o controle de seus satélites que consiste de um console que fornece uma visão geral inteligente das situações de alarme. Ele foi de­sen­volvido no Centro de Incubação de Negócios da ESA no European Space Research and Technology Centre (ESTEC) (Centro Europeu de Pesquisa e Tecnologia Espaciais) em Noordwijk, Holanda, com o apoio dos controladores de voo da ESA, assim como da perícia dos centros de controle de petróleo e gás “offshore” do Mar do Norte localizados em Den Haag
e Den Helder na Holanda, e em Stavanger na Noruega.
 
 

 

O RIVOPS apresenta o status em displays em três dimensões.

 

 

Um novo display tridimensional para uma me­lhor supervisão
 
Outro aspecto inovador do sistema RIVOPS, em compa­ração com muitos sistemas convencionais de monitora­mento industrial, é que ele usa representações em três dimensões para exibir o estado de todos os parâmetros. Isso foi desenvolvido para o controle de satélites a fim de melhorar a visibilidade. Transferido para o RIVOPS, ele foi melhorado com toda uma nova gama de recursos especifi­camente projetados para instalações “offshore” de petróleo e gás. 

O sistema RIVOPS está, atualmente, passando por avaliações or parte de várias instalações no Mar do Norte em águas holandeseas e norueguesas. Van Damme antevê que o sistema RIVOPS poderia dar uma segurança extra para as futuras prospecções planejadas para o Mar Ártico, onde o frágil ecossistema polar, combinado com condições climáticas extremamente rudes, exige um monito­ramento extra-cuidadoso, como, por exemplo, o vasto campo de gás de  Shtokman no Mar de Barents, que se estima ser um dos maiores campos de gás do mundo.

 
 

   

Plataforma de explo­racão de petróleo “offshore”

 

“Localizado a
600 km ao Norte da Peninsula de
Kola, os icebergs, ondas de 27 metros e temperaturas de até -50°C, fazem exigências extremas sobre as tecnologias e sistemas necessários a uma extração e transporte seguros desse gás até os litorais da Europa, Rússia e América do Norte”, diz Van Damme.

“Para tais instalações, nosso sistema RIVOPS poderia pro­ver uma segurança extra”.
 
 
Fruto do Centro de Incubação de Negócios da ESA
 
“Este é um excelente exemplo de como a tecnologia espacial pode trazer bene­fícios para a sociedade”, explica Bruno Naulais, Gerente de Incubação de Negó­cios da ESA.

“A EATOPS baseou seu sistema em tecnologia bem comprovada que usamos na ESA para
monitorar todos os nossos satélites. Ficando localizada no Centro de Incubação de Negócios da ESA no ESTEC, a EATOPS conseguiu acelerar a aplicação da tecnologia para os negócios de “offshore”. Nossos especialisras em monitoramento de satélites auxiliaram a EATOPS a transferir a comprovada funcionalidade de nossas aplicações para seu novo sistema”.
 
 
Escritório do Programa de Tranferência de Tecnologia da ESA (Technology Transfer Programme Office = TTPO)
 
A principal missão do ESA-TTPO é facilitar o uso de tecnologia espacial e sistemas espaciais para aplicações não espaciais, e demonstrar de forma cabal os benefícios do programa espacial europeu para os cidadãos europeus. O TTPO é responsável pela estratégia geral de transferência de tecnologias espaciais, inclusive a incubação de núcleos de companhias e seu financiamento.


As cores das cenouras

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Pesquiseadores desenvolvem cenouras projetadas com vistas ao combate de doenças

Por Devin Powell
Inside Science News Service
28 de maio de 2009

a rainbow of carrots

Imagem ampliada

As cenouras estão entrando em contato com seu passado mais colorido, graças aos cien­tistas cujas pesquisas em Maryland, Wiscon­sin e Texas têm produzido uma variedade de cenouras com diferentes cores, cada uma delas direcionada à prevenção de problemas de saúde específicos.

As cenouras projetadas vêm em um arco-iris de cores escolhidas não por causa de sua aparência, mas de suas propriedades tera­pêuticas, que vão da prevenção da degeneração macular e doenças cardio­vasculares, até a melhoria das funções cere­brais e o controle da pressão arterial. A cenoura roxa, por exemplo, contém um pig­men­to que já se mostrou em experiências ca­paz de melhorar a memória e o aprendizado em ratos.

Embora essas cenouras coloridas possam parecer estranhas para os consu­midores, as cenouras estão, na verdade, voltando a suas antigas raízes. As primeiras cenouras domesticadas, cultivadas a mil anos atrás na Ásia, não eram cor de laranja. Elas eram roxas, brancas e possivelmente pretas. Os atuais mercados na Turquia ainda vendem cenouras roxas, que são usadas para fazer uma bebida fermentada chamada “shalgam” que tem gosto de suco de pepino.

As primeiras cenouras cor de laranja apareceram no século XVI. Um rumor, apócrifo e romântico, que corre entre os botânicos, diz que os fazendeiros na Holanda criaram a cenoura mais clara para homenagear seu prícipe, Guilherme I da Casa de Orange. (N.T: e até hoje a cor heráldica da Holanda é o laranja).

Uma estória mais provável, segundo o horticultor Philipp Simon da Universidade de Wisconsin em Madison, é que as cenouras cor de laranja tenham ganhado po­pu­laridade em vários países porque o pigmento roxo faz uma lambança na cozinha. “Se você tocar em uma cenoura roxa, a cor sai em suas mãos; se você cozer uma cenoura roxa, ela mancha tudo dentro da panela – e a própria panela – de preto”, diz Simon, que cultivou vários dos tipos de cenouras cor de laranja vendidas atualmente nos EUA. Diferentemente dos pigmentos roxos solúveis em água, a cor de laranja em uma cenoura é solúvel em gordura e não desbota quando cozida ou fervida.

Simon começou a colecionar cenouras roxas da Turquia, Índia e Síria para decifrar a genética que torna essas mudanças de cor possíveis. Ele descobriu que a cor roxa é ligada a um único gene, que pode produzir cenouras que só são roxas na casca, ou inteiramente roxas. O gene exato ainda está por ser identificado, mas as experiências sugerem que as cenouras cor de laranja car­regam uma mutação nesse pedaço do DNA.

Quando as cenouras se tornaram cor de laranja, perderam algo de seu valor nu­tritivo. A nutricionista Janet Dura-Novotny e sua equipe no Centro de Pesquisa Agrí­cola em Beltsville (BARC) em Maryland (do Departamento de Agricultura), estuda as substâncias químicas que dão às cenouras roxas de Simon seu tom: um grupo de antioxidantes chamado antocianinas que também colorem as cas­cas das maçãs, morangos e folhas caducas.

Estudos com animais mostraram que esses compostos naturais aumentam a saúde física e mental de roedores. Ratos alimentados com extrato de anto­cianina exibiam uma melhor memória e aprendiam novos truques mais rápido na medida em que a substãncia química se acumulava nas partes do cérebro res­ponsáveis por essas capacidades. As antocianinas também reduzem as infla­mações e combatem o excesso de peso, o que pode ajudar no combate às doenças cardio-vasculares. As substâncias químicas também bloqueiam o cres­cimento de vasos sanguíneos que alimentam cânceres.

Para ver se o que é bom para animais, também é bom para pessoas, Dura­Novotny tem administrado suco de cenouras roxas a voluntários. Sua equipe descobriu que alguns – embora não todos – dos vários tipos de antocianinas pre­sentes nas cenouras roxas são “bio-valiosas”, rapidamente absorvidas pela corrente sanguínea quando o suco é engolido.

Somente comer as hortaliças pode não ser o suficiente – o timing também é im­por­tante. A equipe descobriu que o corpo só consegue absorver uma certa quantidade de antocianinas de cada vez: qualquer excesso é simplesmente excretado.
“Comer uma grande quantidade de hortaliças no jantar trará menos benefícios do que comer várias porções menores ao longo do dia”, diz Dura­Novotny.

Além das roxas, todo um arco-iris de cenouras coloridas, cada uma delas com um benefício específico para a saúde, está sendo estudado pelas equipes de melhoramento de hortaliças em Maryland e Wisconsin. Cenouras vermelhas têm uma substância de gosto doce comumente encontrada nos tomates, licopeno, que pode ajudar a prevenção do câncer de colon. Pigmentos amarelos vêm da luteína, uma substância química que se acumula nos olhos e ajuda a promover a resistência contra doenças associadas com o envelhecimento, tais como a de­generação macular. Até as fora-de-moda cor de laranja estão sendo “repo­ten­cializadas”, com as cenouras utra-alaranjadas enriquecidas com beta-queratina que se acredita ser uma proteção contra doenças cardíacas, derrames e danos na retina.

Os pequisadores de Maryland também estão fazendo experiências com outras hortaliças que contém anotcianinas. A tintura vermelha em alface de folhas vermelhas é de antioxidantes pigmentados, um filtro solar natural que ajuda a planta a proteger seu DNA dos danos causados por raios ultravioleta. Steven
Britz, um fisiologista de plantas no BARC, desenvolveu um modo de criar alfaces mais escuras e coloridas, pelo bombardeamento das mudas da planta com radiação UVB
– o componente da luz do Sol que bronzeia o pessoal que vai à praia.

Se essas hortaliças especias vão fazer sucesso nos mercados, é algo ainda a saber. Pequenos produtores na Inglaterra tentaram introduzir cenouras roxas e brancas nos mercados britãnicos em 2002. “Foi um desastre econômico”, diz John Stolarczyk, curador do Museu (virtual) Mundial de Cenouras. “O consu­midor diário inglês é uma pessoa conservadora e queria cenouras cor de laranja, não algo diferente”.

Uma versão de cenouras roxas, cultivadas pelo professor
Leonard Pike da Texas A&M, pode ser encontrada na cadeia de mercados Whole Foods.
Pike as batizou de cenouras “maroon”, em homenagem às cores oficias da universidade: marrom e branco. Pequenas lojas de produtos especiais também podem vender cenouras roxas e de outras cores, e a companhia Bolthouse da Califórnia está comercializado o suco de cenouras roxas. 


Este texto é fornecido para a media pelo Inside Science News Service, que é apoiado pelo Instituto Americano de Física (American Institute of Physics), uma editora sem fins lucrativos de periódicos de ciência. Contatos: Jim Dawson, editor de notícias, em jdawson@aip.org.

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