Deu no “The Sunday Times”
Salve, Pessoal! Abaixo vai a tradução da matéria publicada no The Sunday Times, de Londres, nesta data. Meus comentários, eu faço depois da tradução.
The Sunday Times On Line
31 de julho de 2005
Atirar para matar, sem aviso
Jon Ungoed-Thomas & David Leppard
Altas fontes na polícia confirmaram que os policiais envolvidos na operação que levaram-nos a atirar em Jean Charles de Menezes, o brasileiro inocente, não teriam que ter gritado um aviso, antes de atirar.
A morte de de Menezes foi um terrível erro que devastou sua família e ameaça diminuir o moral da polícia em um momento crítico da guerra contra o terror. Isto agora ameaça se tornar uma cause celebre entre os ativistas dos direitos humanos.
Os parentes que velavam de Menezes em seu funeral, reclamaram que ele teria sido “exterminado” sem qualquer chance de se render. Um grande cartaz em seu funeral, em sua cidade natal de Gonzaga, exibia: “Jean, mártir do terrorismo britânico”.
Gareth Pierce, um dos mais proeminentes Advogados de Defesa da Grã-Bretanha, vai representar a família de Menezes contra a polícia. A Comissão Independente de Queixas contra a Polícia está examinando as fitas dos circuitos fechados de vigilância que registraram os últimos momentos de Menezes. O que já está claro é que os comunicados oficiais de sua morte em 22 de julho estavam errados.
Quando o tiroteio na Estação de Metro de Stockwell foi confirmado inicialmente, uma alta fonte da polícia disse aos repórteres, off the record, que eles tinham matado um dos prováveis homens-bomba que estava em fuga, após falharem nos ataques de 21 de julho. Sir Ian Blair, o Comissário da Polícia Metropolitana, disse que o tiroteio estava “diretamente ligado” à operação terrorista.
O homem, de acordo com a polícia, era suspeito por causa de “sua indumentária e comportamento”. Ele tinha sido seguido, a partir de uma casa que estava sob vigilância. Quando foi intimado na Estação de Stockwell, ele teria ignorado as instruções e corrido. Ele teria pulado sobre as catracas da bilheteria e estaria usando um casaco escuro e pesado, que poderia esconder uma bomba.
Uma testemunha descreveu Menezes como um asiático com barba e fios saindo do peito. A verdade é mais mundana. Menezes, um eletricista, estava indo para a zona Norte de Londres para reparar um alarme contra incêndios…
Ele não estava vestindo o que a testemunha chamou de “um casaco preto de homem-bomba”, mas uma jaqueta de jeans. A temperatura era de 17°C e sua indumentária não teria nada de extraordinário.
Ele não pulou sobre a catraca da bilheteria, como afirmado. Ele usou um bilhete de múltiplas viagens, passando pela estação de maneira normal. Seus familiares acreditam que ele começou a correr simplesmente porque ouviu o trem parando na estação — uma coisa que os londrinos fazem todos os dias. De fato, um trem estava parado na plataforma quando ele chegou.
A polícia claramente acreditava que Menezes poderia ser um homem-bomba, embora não estivesse carregando uma mochila. Isto levanta uma questão chave: por que deixaram Menezes tomar um ônibus em Tulse Hill e viajar até a Estação de Stockwell, se os policiais acreditavam que seu corpo poderia estar cheio de explosivos? Também levanta questões acerca do novo protocolo de “atirar-para-matar”. O protocolo − que é específico para alvos individuais − só podem ser acionados quando a polícia tiver razões para acreditar que o suspeito possa estar portando uma bomba. A ordem só pode ser dada por um “Gold Commander” na Scotland Yard.
A ordem, uma vez expedida, permite aos policiais que atirem na cabeça do alvo, se eles acreditarem que ele esteja pronto para ativar uma bomba. A idéia e não dar tempo ao indivíduo para reagir. A polícia não tem que gritar um aviso antes de agir: fazer isso negaria a eficácia do tiro na cabeça.
Algumas testemunhas dizem que Menezes nem teve chance de se render. Eles dizem que, logo que entrou no trem, ele foi derrubado e imobilizado no chão e fuzilado.
Lee Ruston, 32, estava na parte de baixo da escadaria pela qual Menezes desceu correndo. Ele acredita ter ouvido cada palavra dita pelos policiais.
De acordo com ele, os policiais não disseram a palavra “polícia” ou deram voz de prisão a Menezes. “Eu ouvi uma voz gritando ‘no chão, deita no chão’. Uma outra voz disse a mesma coisa: ‘deita no chão’. Então eu ouvi os disparos”, disse ele.
Se Menezes foi avisado — como alega a polícia — vai ser uma questão crítica, bem como a identificação do “Gold Commander” que decidiu que Menezes era uma ameaça e pôs em ação o protocolo de “atirar-para-matar”.
Menezes vivia em um bloco de apartamentos que estava sob vigilância, por causa de suas ligações com os ataques terroristas, mas qual é a prova de que ele era um risco específico? Será um ultraje para a família se ele foi assassinado por causa de seu comportamento aparentemente suspeito e da infelicidade de morar em um endereço associado ao terrorismo.
Blair disse que o público deveria também apreciar a bravura dos policiais que se acercaram de um suspeito que eles pensavam que poderia se explodir.
Como disse um policial, ontem: “Eles fizeram um bom trabalho pelo seu país. Mas, é claro, eles estão muito tristes”.
“Eles pensaram que estavam agindo no melhor interesse de todos e com as informações que lhes deram. É uma coisa muito triste, não é?”
Informações adicionais: Michael Smith, Andrew White
Pinçando alguns trechos da matéria, podemos chegar a algumas conclusões preliminares alarmantes. Em primeiro lugar, é sempre bom lembrar que a Scotland Yard é considerada uma polícia-modelo e que os ingleses se acham o povo mais civilizado da terra.
Mas vamos aos trechos que interessam:
1. A Comissão Independente de Queixas contra a Polícia está examinando as fitas dos circuitos fechados de vigilância que registraram os últimos momentos de Menezes. Se as imagens não foram reveladas, até a presente data, é porque comprometem diretamente a Scotland Yard! Três dias depois do primeiro ataque, o mundo inteiro viu as imagens dos terroristas, gravadas pelo mesmo sistema de segurança. Quero ver se as autoridades britâncias não vão dar uma de ” Universidade Estácio de Sá” e apagar exatamente as imagens que mostram o assassinato…
2. O homem, de acordo com a polícia, era suspeito por causa de “sua indumentária e comportamento”. Ele tinha sido seguido, a partir de uma casa que estava sob vigilância. Quando foi intimado na Estação de Stockwell, ele teria ignorado as instruções e corrido. Ele teria pulado sobre as catracas da bilheteria e estaria usando um casaco escuro e pesado, que poderia esconder uma bomba.
Uma testemunha descreveu Menezes como um asiático com barba e fios saindo do peito. A verdade é mais mundana. Menezes, um eletricista, estava indo para a zona Norte de Londres para reparar um alarme contra incêndios…
Ele não estava vestindo o que a testemunha chamou de “um casaco preto de homem-bomba”, mas uma jaqueta de jeans. A temperatura era de 17°C e sua indumentária não teria nada de extraordinário.
Ele não pulou sobre a catraca da bilheteria, como afirmado. Ele usou um bilhete de múltiplas viagens, passando pela estação de maneira normal. Seus familiares acreditam que ele começou a correr simplesmente porque ouviu o trem parando na estação − uma coisa que os londrinos fazem todos os dias. De fato, um trem estava parado na plataforma quando ele chegou.
Mentiras, histeria, cagada e assassinato! Frescura de “testemunhas” que viram o que a polícia mandou elas verem!
3. A polícia claramente acreditava que Menezes poderia ser um homem-bomba, embora não estivesse carregando uma mochila. Isto levanta uma questão chave: por que deixaram Menezes tomar um ônibus em Tulse Hill e viajar até a Estação de Stockwell, se os policiais acreditavam que seu corpo poderia estar cheio de explosivos? Também levanta questões acerca do novo protocolo de “atirar-para-matar”. O protocolo − que é específico para alvos individuais − só podem ser acionados quando a polícia tiver razões para acreditar que o suspeito possa estar portando uma bomba. A ordem só pode ser dada por um “Gold Commander” na Scotland Yard.
Ou seja, um filho da puta, em um escritório com ar-condicionado, no centro da City, com base em informações furadas passadas por policiais histéricos e xenófobos, tem autoridade para mandar executar um “suspeito”. Puta que os pariu! Se isso é que é civilização e “democracia”, podem fazer supositório dos dois.
E aposto que todo o mundo já reparou no nome do Comissário-Chefe da Scotland Yard: Sir Ian Blair!
Nada mais a declarar: os fatos falam por si… Os terroristas já ganharam esta guerra…
Como disse um policial, ontem: “Eles fizeram um bom trabalho pelo seu país. Mas, é claro, eles estão muito tristes”.
“Eles pensaram que estavam agindo no melhor interesse de todos e com as informações que lhes deram. É uma coisa muito triste, não é?”
Triste, senhor Policial da Scotland Yard, a polícia mais “fodosa” do mundo, é ver que pimenta, nu cú dos outros, é refresco! Não foi nenhum parente seu, né?…
Voltando ao tema “Educação”
Salve, Pessoal!
Vou voltar a bater em uma tecla que, coitadinha, já quase nem soa mais. A importância da educação para o Brasil deixar de ser o eterno Subdesenvolvido.
O que me motivou a escrever foram dois links que o Daniel colocou no BLOG dele (o link está aí do lado, mas eu vou dar os atalhos: Educação, cidadania e soberania nacional, artigo de Raimundo Braz Filho e Lula sanciona criação da Universidade Federal do Grande ABC
No primeiro, o articulista se lança em uma apaixonada defesa da Universidade Pública, observando, em determinado momento:
Reafirmando o que disse em outra ocasião, julgo oportuno destacar três questões importantes que devem preocupar e mobilizar todo o povo brasileiro, porque dizem respeito à garantia do progresso da ciência como fator de desenvolvimento social e de defesa da soberania do país:
a) democratização da educação através da melhoria, manutenção e ampliação do ensino público e gratuito em todos os níveis;
b) defesa dos recursos do patrimônio público que nos restam em face da síndrome de privatização que se desencadeou no país, principalmente a partir de 1994, preservando a expectativa de reparação e punição dos envolvidos nas transações impatrióticas;
c) melhoria das condições de vida da população brasileira, garantindo-lhe o bem estar a que tem direito, através da oferta de empregos e de serviços básicos, resguardando-se os padrões de qualidade e suficiência compatíveis com uma sobrevivência digna.
Sem dúvida, os ítens a) e c) são, aparentemente, indiscutíveis. O item b) corre por conta do articulista. Se, por um lado, eu concordo que houve mais um processo de “privadização” do que de “privatização”, por outro, só um cego deixaria de perceber que grande parte desse “patrimônio nacional” não tem nada a ver com Governo.
E por que a ressalva de “aparentemente” que eu fiz à indiscutibilidade dos outros itens? Comecemos pelo terceiro: blá, blá, blá e discurso de palanque. Isso é o que em bom jargão da ESG (Escola Superior de Guerra) se chama de “Objetivo Nacional Permanente”. Qualquer governo, de qualquer matiz político, quer isso. O articulista limita-se a exigir o “direito”, sem dizer como fazê-lo. É esse tipo de discurso populista vazio que a choldra do PT fazia, enquanto estava na oposição. Pode crer que você vai achar esse trecho no programa de todos os partidos políticos, dos Integralistas até o Partido Surrealista Exaltado…
(Puxa, como dá trabalho chegar ao assunto a partir de uma demagogia esquerdista…) Chegamos, então, ao ponto que eu considero crucial: a educação. Essa, sem dúvida alguma, é fundamental para o desenvolvimento de qualquer nação. Mas, analisemos com cuidado o que propõe o articulista: “democratização da educação através da melhoria, manutenção e ampliação do ensino público e gratuito em todos os níveis”.
Eu já começo discordando, quando constato que a educação pré-escolar só começou a ser cogitada pela Proposta de Emenda Constitucional de autoria da Senadora Heloisa Helena (que foi banida do PT por se recusar a aceitar o FMeIrelles na presidência do Banco Central). Então, está faltando o termo “implantação” no elenco de medidas propostas. E continuo discordando quanto à ordem de prioridade dos níveis da educação. Em meu entender, há que se cuidar, primeiro, da pré-escola, que é fundamental para a formação da mentalidade dos cidadãos e que tem sido sistematicamente negligenciada até agora.
Em segundo lugar, há uma urgente necessidade de melhorar e ampliar a Educação Básica. A verdade é que o aluno do ensino fundamental entra analfabeto por uma porta e sai “analfabeto funcional” pela outra. Nem poderia ser de outra forma. Só dois tipos de pessoa vão ser professor de ensino fundamental: os que fazem de sua profissão um sacerdócio e aqueles que não conseguiram, sequer, uma vaga de operador de tele-marketing. Como os primeiros são extremamente raros, percebe-se que a qualidade dos professores não é lá essas coisas… E, como eu já abordei no artigo “Reaprendendo a Ensinar”, há que repensar todo o conteúdo do Ensino Fundamental.
Dito isto, facilmente chegaremos à conclusão de que, sem realmente democratizar, melhorar e ampliar o Ensino Fundamental (e, para isso, a pré-escola é imprescindível), a última prioridade é exatamente a do Ensino Superior, exatamente a Universidade Pública, tão cara ao articulista e a tantos que se iludem com uma grande “produção” de bacharéis e tecnólogos, nas mais diversas especialidades, como se diploma fosse atestado de competência. Eu já disse e torno a repetir: Se o Conselho Federal de Medicina fizesse uma “prova de suficiência”, tal como o faz a Ordem dos Advogados do Brasil, os resultados seriam (para não ser alarmista) alarmantes.
Eu ficaria muito mais contente se o presidente anunciasse a criação de um CEFET no ABC… E se a “elite intelectual de esquerda” abandonasse os velhos bordões do tempo que o (com perdão dá má lembrança) José Dirceu era presidente da UNE…
Eu, positivamente, estou de saco cheio!
Salve, Pessoal!
Meu sumiço temporário tem um motivo: minha mãe morreu no dia 12 e até agora, eu ainda estou a braços com as milhares de providências administrativas que se tem que tomar. Desde os papa-defuntos que fazem qualquer coisa para extorquir seu dinheiro, passando pelos burocratas que exigem um monte de papéis (original e cópia autenticada), até simplesmente desmontar a casa dela e dar destino às milhares de tralhas que uma pessoa ajunta em 84 anos de vida.
Quem sabe, um dia desses, eu consigo parar e chorar adequadamente…
Enquanto isso, a política tem andado animada, com os corruptos conhecidos acusando os corruptos insuspeitos, meu reajuste salarial não sai, e, de repente, a gente descobre que a Scotland Yard veio tomar umas aulas com a ROTA sobre como “proteger” a população…
E um pit-boy, no Orkut, resolveu me aporrinhar o saco, porque eu mandei os “galinhas verdes” de plantão pararem de gritar histéricamente por uma nova intervenção militar no Brasil.
Ah, sim… Eu já ia me esquecendo: o Vasco só me dá alegrias!… (não ousem responder a isso, Daniel e Veri!).
Querem mais, ou já está de bom tamanho?…
Perguntinha inocente….
Você, que saiu de “cara pintada” pedindo o impeachment do Collor e, agora, está vendo essa coisa enojante que está surgindo do governo do Lula, não está se sentindo meio “corno”?…
Deu no New York Times…
Aí, pessoal! Olha só essa notícia:
New York Times
1 de julho de 2005
Cientistas Britânicos dizem aque o Dióxido de Carbono está tornando os Oceanos ácidos
Por KENNETH CHANG
Contribua ou não para o aquecimento global, o dióxido de carbono está tornando os oceanos ácidos, avisou ontem a principal organização científica da Inglaterra.
Em um relatório feito por um painel de cientistas, a organização, a Royal Society, disse que a acidez crescente provavelmente causará danos aos recifes de coral e outras formas de vida marinha, lá pelo fim do século.
“Eu acho que existem várias questões sérias a serem abordadas”, disse em uma entrevista o Dr. John Raven da Universidade de Dundee, na Escócia. “Isto vai afetar todos os organismos que têm esqueletos, conchas e tecidos rígidos feitos de carbonato de cálcio”. [nota do tradutor: “Raven”, em inglês, quer dizer “Corvo” — será que eles não tinham outro porta-voz?…]
O relatório, com 60 páginas, foi agendado para influenciar a Conferência de Cúpula do G-8, na próxima semana. O Primeiro Ministro Britânico, Tony Blair, presidente do Grupo este ano, tem advogado ações enérgicas para limitar as alterações do clima global.
Diferentemente das previsões de aquecimento global, que são baseadas em modelos computadorizados, complexos e incompletos, a química do dióxido de carbono é simples e direta.
A queima de combustíveis fósseis por automóveis e usinas elétricas libera mais de 25 bilhões de toneladas de dióxido de carbono na atmosfera, a cada ano. Aproximadamente, um terço disso é absorvido pelos oceanos, onde o gás passa por reações químicas que produzem ácido carbônico, que é corrosivo para as conchas.
“Isso é indicutível”, disse o Dr. Raven. “Eu não acredito que ninguém possa se esquivar disso. Trata-se de química de segundo grau, sólida como rocha”.
A escala de pH, que mede a concentração de hidrogênio, vai de 1, o grau mais ácido e com a maior concentração de íons, até 14, o grau mais alcalino, quase sem íons. As águas dos oceanos são, atualmente, meio alcalinas, com um pH de 8,1, cerca de 0,1 a menos do que no começo da Revolução Industrial de dois séculos atrás.
Porém, tal como a escala de magnitude de terremotos, uma unidade na escala de pH reflete uma mudança de fator 10 [nota do tradutor: tal como a Escala Richter, que mede os terremotos, a escala de pH é logarítmica]. A mudança de 0,1 pH significa que atualmente existem 30% mais íons de Hidrogênio na água.
Dependendo da taxa da queima de combustíveis fósseis, o pH da água dos oceanos deve cair para algo entre, 7.9 e 7,7, até 2100, o que, segundo a Royal Society é a taxa mais baixa nos últimos 420.000 anos.
O Dr. Patrick J. Michaels, membro sênior em estudos ambientais no Instituto Cato, o grupo libertário de pesquisas com base em Washington e que é cético quanto a se o aquecimento global pode causar sérios danos ambientais, apontou para o fato de que os níveis de dióxido de carbono na atmosfera têm sido mais altos por 90 dos últimos 100 milhões de anos.
Mas o Dr. Ken Caldeira, um cientista pesquisador do Departamento de Ecologia Global do Carnegie Institute, de Stanford, Califórnia, e um dos membros do painel da Royal Society, disse que a diferença estava em que a corrente emissão de dióxido de carbono estava ocorrendo rapidamente, por apenas dois séculos. No passado, as águas das profundezas do oceano teriam tempo para se misturarem, diluindo o efeito do dióxido de carbono. “Se pusermos o mesmo ao longo de algumas centenas de milhares de anos, não teríamos com o que nos preocupar”, disse ele.
A mudança no pH ameaça diminuir a taxa de crescimento dos recifes de coral, que já sofrem com as temperaturas mais altas e a poluição, diz o relatório.
“Já na metade do século, por volta de 2050, nós provavelmente poderemos observar falhas notáveis nos recifes de coral”, disse o Dr. Raven. “Qualquer enfraquecimento de seu esqueleto os tornará mais suscetíveis a eventos de tempestades”.
Os cientistas dizem, ainda, que a acidez aumentada pode, também, reduzir as populações de plânctons com conchas de carbonato de cálcio, perturbando seriamente a cadeia alimentar de certas espécies de peixes.
É o que certos “cientistas” (como os tais do Instituto Cato) chamam de Junk Science…
Quando a nova era glacial chegar, eles vão por a culpa nos políticos, nos crioulos, nos judeus, nos macumbeiros, na falta de verbas para pesquisa, ou vão, com o financiamento da Templeton Foundation “provar” que isso é uma “obra de Deus, para punir a humanidade pecadora”…
Ou vocês achavam que, entre os cientistas, não havia “Jeffersons” e “Delúbios”?…
Reaprendendo a ensinar
Salve, Pessoal!
Finalmente apareceu uma matéria interessante e que não tem nada a ver com essa porcariada toda que tem aparecido nos jornais. O Daniel (link para o BLOG dele aí do lado) publicou um link para uma matéria da Nature, intitulada Educational Research: Big Plans for Little Brains (que, traduzido, dá algo como: “Pesquisa Educacional: Grandes Planos para Pequenos Cérebros”).
Eu li, meio que en passant a matéria, mas a “grande novidade” parece ser que os neurocientistas estão estudando, a fundo, os processos pelos quais os cérebros aquirem conhecimentos, principalmente nas mais tenras idades, com o fito de aprimorar os processos de ensino.
Eu, do alto de minhas tamancas de auto-didata metido à besta, digo que não é nem perto de ser o bastante. Certamente, se você compreende como o cérebro “grava” as informações recebidas e como as “recupera”, quando necessário, você vai ter meios de criar “FAT” cerebrais muito mais eficientes. E daí?
O que eu não vi, até agora, foi nenhum educador se questionar sobre o que se deve ensinar às pessoas. Não estou falando de “conteúdo programático”. Eu estou falando de raciocínio.
Não interessa se você vai ensinar aritmética na base 10, ou 16. O que importa é que a criança saiba o que está fazendo com as operações aritméticas. E é exatamente isso que a maior parte das pessoas não sabe. Não importa em que língua você vai alfabetizar a criança. O que importa é que ela seja capaz de expressar suas idéias e compreender as idéias alheias. Em resumo, o importante é ensinar às crianças a pensar com suas próprias cabeças!
E todo o sistema de ensino mundial (pelo menos que eu conheça) se baseia exatamente no oposto! “Decore o que o professor diz, porque ele sabe mais do que você!” Te enchem de “peixes”, mas não te ensinam a “pescar”! Atocham uma porção de informações em seu crânio e esperam que você regurgite essas informações quando instado. Para que servem essas informações? Não ouse questionar! E, se você for capaz de regurgitar cerca de 50% das informações que lhe foram administradas goela abaixo, muito bem! Você está apto a receber outra dose desse “óleo de rícino” informacional. Ao fim e ao cabo, vamos ter, por exemplo, um Médico que aprendeu cerca de metade do que lhe foi ensinado na Faculdade de Medicina (não é um caso fictício, não! Eu ajudei um Médico a preparar seu Curriculum Vitæ e vi o histórico escolar do cara: a maior nota dele foi 6…)
Depois, causa espécie em todos quando mais da metade dos “Bacharéis em Direito” formados no Brasil não conseguem passar no exame da Ordem dos Advogados do Brasil. Se fosse o Conselho Federal de Medicina que fizesse um exame desses, eu aposto que o resultado ia ser ainda pior!
Tudo porque, quando se está na pré-escola ou na alfabetização, não ensinam os alunos a pensar. Todo o conhecimento é entregue com base na “autoridade de quem sabe mais”. Mariazinha escreveu “cachorro” no lugar de “casa”? Nota zero nela. Juquinha escreveu “caza” em lugar de “casa”? Nota zero nêle, também. O importante não é só saber do que se está falando: é a forma!
Eu nem vou entrar no mérito do que se ensina como História, Geografia e Ciências, porque isso seria assunto para algo da ordem de 6,25 × 10ℵ artigos…
E, é claro, as crianças, cada vez mais desestimuladas de “aprender” coisas “sem sentido”, vão preferir brincar, “matar aula”, ou a fazer qualquer outra coisa mais prazeirosa do que ouvir o “blá, blá, blá” recitado por pessoas que, muitas vezes, nem deviam estar onde estão. (Também não é caso fictício. Eu tive alguns entreveros com uma Professora de História [que arrotava ter “30 anos de magistério”] que tinha absoluta incapacidade de se expresar em português. Dois exemplos: uma questão, tipo “Palavras Cruzadas”, tinha como conceito “País fundador do Pacto de Varsóvia”, com 7 letras, terminada com “A”; cabem duas respostas: HungriA e RomêniA; quem respondeu Hungria, ela deu “errado” porque queria Romênia… outra questão, tipo complete a frase: “Os Estados Unidos usaram a Bomba Atômica em _____” (o grifo é meu); minha filha respondeu “Hiroshima e Nagasaki” — resposta errada! Ela queria “Japão”… 30 anos ensinando isso!)
Então, para finalizar, eu declaro: aprender os processos cognitivos do cérebro é uma coisa útil, na medida em que se ensine as pessoas a pensar. Caso contrário, você só está passando um “Doublespace” no seu HD, para caber mais lixo…
Aquecimento global, uma questão ainda em aberto
Salve, Pessoal! Tomei a liberdade de traduzir um artigo publicado no New York Times, que julguei ser de interesse geral. Lá vai:
24, de junho de 2005
Pesquisadores Dizem que Indícios nos Oceanos Apontam para um El Niño de um Milhão de Anos
Por KENNETH CHANG
Da última vez em que a Terra se aqueceu, o Oceano Pacífico pode ter ficado preso em um padrão do tipo “El Niño” que durou mais de um milhão de anos, revelaram ontem os cientistas.
“Isto é uma indicação de que temos que nos focalizar em como “El Niño” pode mudar com o aqueciemento global”, disse o Dr. Michael W. Wara, que realizou uma pesquisa durante seu curso de pós-graduação na Universidade da Califórnia em Santa Cruz. As descobertas foram publicadas ontem no Web Site do Journal Science.
Durante a primeira metade da era conhecida como Período Plioceno, entre 4,5 até 3 milhões de anos atrás, as temperaturas globais apresentavam uma média cerca de 5° F (cerca de 2,8°C) mais altas do que as temperaturas médias atuais. Assim sendo, os cientistas procuram no Período Plioceno por indícios sobre como a tendência atual de aquecimento global podem afetar o clima.
As águas da superfície do Pacífico Oeste estão, agora, usualmente cerca de 10°F (5,5°C) mais quentes do que as do Pacífico Leste. Mas, durante o fenômeno “El Niño”, os ventos de Leste para Oeste desaparecem em as águas mais quentes se espalham na direção Leste, causando uma mudança nos padrões climáticos.
O Dr. Wara e seus colegas estudaram as camadas de plâncton retiradas do miolo de duas sondas de perfurações feitas no fundo do oceano, uma do Pacífico Oeste, próximo da Indonésia, e uma do Pacífico Leste, próxima das Ilhas Galápagos.
As camadas são compostas principalmente por carbonato de sódio, mas, ocasionalmente, contém um átomo de Magnésio em substituição a um de Cálcio. Essas substituições ocorrem com mais freqüência em águas mais quentes, portanto, medindo-se a quantidade de magnésio se pode calcular a temperatura na qual o plâncton viveu.
Os dados indicaram que são um indício de que as temperaturas das águas do Pacífico Leste e Oeste eram mais próximas durante o Plioceno, tal com durante um “El Niño”, disseram os pesquisadores.
Em um paper publicado na Science, três meses atrás, entretanto, dois pesquisadores da Universidade de Oxford, na Inglaterra, usando a mesma técnica em amostras dos mesmos núcleos de sonda, chegaram à conclusão oposta. Os cientistas de Oxford disseram que, durante o Plioceno, as águas do Pacífico Leste eram muito mais frias.
A Dra. Rosalind E. M, Rickaby, uma das autoras do paper anterior, sugeriu que os resultados apresentados pela equipe de pesquisadores de Santa Cruz podem ter sido distorcidos pela presença do magnésio na cápsula das células. Os pesquisadores de Santa Cruz replicaram que suas conclusões eram mais embasadas porque teriam realizado um número muito maior de medições.
O Dr. David Lea, um professor de Ciências Geológicas da Universidade da Califórnia em Santa Bárbara, declarou: “Ponderando os fatos, eu penso que os indícios provavelmente dão mais apoio ao segundo paper, mas não penso que isso seja definitivo”. O Dr. Lea, que não esteve envolvido com qualquer uma das equipes, disse que, a medida em que os cientistas analisarem as amostras mais acuradamente e procurarem em locais adicionais, o caso ficará mais esclarecido.
© The New York Times, 2005
Em resumo, as amostras são poucas e os resultados contraditórios. Mas as conseqüências de um “El Niño” de um milhão de anos, não é uma matéria de menor importância.
Cadeia, no Brasil, foi feita pra cachorro…
Nota extraída da Coluna do Gaspari em “O Globo” de 26/06/2005.
Publicado em 26 de junho de 2005 | Versão impressa |
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Elio Gaspari |
[…]
Retardatário
Por determinação do procurador Mário Lúcio Avelar, foi preso em Brasília e posteriormente transferido (algemado) para Cuiabá o engenheiro Antonio Carlos Hummel, diretor de Florestas do Ibama.
Acusado de tenebrosas traficâncias era a maior autoridade a bordo entre os 93 passageiros do camburão da Operação Curupira.
Quando o procurador soube que a ministra Marina Silva, do Meio Ambiente, não queria falar do funcionário por não ter visto o inquérito onde estariam listadas as acusações contra ele, o doutor Avelar respondeu: “Se ela quiser, eu envio para ela. Já mandei uma cópia para a Polícia Federal, é só ela pedir e vai entender tudo”.
Um dia depois, o procurador pediu a libertação de Hummel. O engenheiro, com 23 anos de ficha limpa no serviço público, gramou quatro noites na cadeia.
No último dia 7 a Comissão de Processo Disciplinar instaurada no Ibama, solicitou ao procurador uma “cópia integral” do inquérito. (Ofício CPAD n 1/2005.)
[…]
O que está faltando ao Eminente Procurador Mário Lúcio Avelar é um processo criminal por “Denunciação Caluniosa” (crime previsto no Código Penal), devidamente agravado por se tratar de Funcionário Público em exercício da função, por ter sido praticado de maneira torpe e cruel, por ter exposto o Engenheiro Hummel à humilhção pública sem provas.
O que está faltando à Polícia Federal (e, de resto, às Polícias do Brasil em geral) é a proibição do uso de algemas e por qualquer um na “caçapa” do “camburão”, e cadeia em quem fizer isso! Essa merda de país não é Estados Unidos!
O que está faltando é um processo criminal e de impeachment contra o Juiz que expediu o Mandato de Prisão sem analisar os “elementos de convicção” no Pedido do Pulha do Procurador.
E é essa merda que passa por “justiça” no Brasil.
Do mal de ser “espertinho”
Salve, Pessoal! O Daniel no seu BLOG (o link está aí do lado) mas os mais apressadinhos podem ler As coisinhas interessantes de hoje… , fala da “crise política” do Brasil, vista do ponto de vista de quem está “do lado de fora”.
Eu só vou dizer mais uma coisa, porque essa porcaria já me enjoou de tal forma que eu nem ligo mais para o que vai dar: na hora em que o FHC reuniu os candidatos à presidência e deu-lhes conhecimento dos termos do acordo com o FMI, se o PT tivesse um pingo de vergonha na cara, tinha caído fora. Mas resolveram continuar no páreo, porque tinham chance de ganhar. Ganharam… Agora, quem quiser, vá ao dicionário ou à enciclopédia e procure o significado do verbete “Vitória de Pirro”.
Quando eu era milico da ativa, no fim do governo Geisel, circulou pelos quartéis uma mensagem do próprio Presidente, explicando que “não havia mais condições de os militares permanecerem no governo da nação e que haveria uma transição para um governo civil”. Trocando em miúdos: o Brasil estava “quebrado”, o “milagre brasileiro” tinha dado chabú, e estavam procurando um civil para pegar o “mico preto”. Seria bem feito se o otário do Maluf tivesse pegado o mico, mas sobrou para o José Roubamais Ribamar Sarney.
Agora, quem ficou com o mico do 171 político do FHC, mantendo a falsa paridade com o dólar, até ser reeleito, foi o bestalhão do Lula. E quem vai pagar o mico somos todos nós… Podem fazer a CPI que quizerem… Enquanto as atenções estiverem nas CPIs, o Meireles continuará a endividar o Brasil e enriquecer os bancos. Se você pensa que tirar o Lula do Planalto, na próxima eleição vai resolver alguma coisa, é melhor ler o artigo Por que pessoas espertas defendem más idéias, traduzido por este Blogger aqui. Você vai estar “raciocinando no nível errado”. Tanto faz quem ocupa a cadeira: o que importa é quem realmente manda!
Ou você é tão otário que pensa que, durante a “Ditadura”, quem mandava eram os Generais?
Chame o ladrão!!
Salve, Pessoa!
minha nossa, Santa criatura,
Chame o ladrão! Chame o ladrão!…”
Chico Buarque de Hollanda,
Aliás “Julinho da Adelaide”
Como visto nas matérias anteriores, os Legisladores são todos uns corruptos que se vendem por qualquer trocado, os Juízes ou são simplesmente incompetentes, ou são incompetentes e arrogantes, a Receita Federal tem como objetivo principal arrancar qualquer tostão do cidadão e tembém é corrupta, a Polícia, seja Federal, Estadual ou uma Guarda Municipal, está aí para achacar o cidadão, formar grupos de extermínio ou acobertar grandes bandidos.
Como eu não sou um Banco, sou apenas mais um brasileiro insatisfeito, decepcionado, revoltado, endividado e (o que é pior) vascaíno… Bom, pelo menos no Eu, Rico e Me Rindo Eurico Miranda, eu não votei…
Me vem à memória um senhor, com cara de ser a mesma coisa que eu (Militar Reformado), que exibia, no Grajaú, uma camiseta com os dizeres: “Não sustento vagabundos. Eu voto nulo!“ Me deu pena de dizer para ele: “Lamentavelmente, companheiro, você está errado! Você apenas não escolhe qual vagabundo você vai sustentar…”
Como já dizia Berthold Brecht (Galileo): “…infeliz do povo que precisa de heróis”… Eu nem acho que a gente precise de um “herói”: bastava um cara decente… Parecia que o Lula era esse “cara decente”, mas, na melhor das hipóteses, ele é decente e otário… Parce o Saturnino Braga que, quando foi Prefeito da Cidade do Rio de Janeiro, ficou conhecido como “o homem que desmoralizou a honestidade”: honesto, ele foi; totalmente inoperante, também…
Desde a metade do século passado, pelo menos, que eu ouço: “O Brasil é o país do futuro!…” Já se passaram mais de 55 anos, e esse “futuro” está cada vez mais sombrio. É tudo para “amanhã”, “na semana que vem”, “depois que acabar a greve”, “depois que a CPI acabar”, “no próximo mandato” e por aí a fora…
“Os otimistas acham que todo o mundo vai acabar comendo merda; os pessimistas acham que a merda não vai dar para todo o mundo”.
Eu me incluo entre os pessimistas…